Capítulo 11- Sensações estranhas
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Esse capítulo possuí 3420 palavras.
Boa Leitura🖤
As memórias daquela mulher se misturavam com as suas, alguns instantes imaginou-se em seu lugar, com aquele maldito Deus a tocando sem que quisesse, sentindo-se suja e merecedora de tal ato.
Não conseguia controlar seus sentimentos, principalmente ao ver que não importasse os erros daquele homem, ele iria para um lugar bom.
Por que isso?
Por que eles não viam que ele era merecedor do abismo?
Elimine a todos, leve tudo para o vazio...
Aquela maldita voz ecoava em sua mente, não a deixando pensar, sentia levemente seu corpo ser oprimido, em um poder tão imenso que não conseguia mensurar.
Somente percebera que novamente perdera o controle, quando se viu de joelhos, ao escutar a voz suave de Hades, sentiu uma raiva tremenda dele, além de uma mágoa profunda.
Saiu correndo, sem conter seus atos.
Por que ele ajudava aquele monstro?
Aqueles seres mereciam morrer, eles mereciam a mais profunda dor, mas Hades não pensava assim, julgara ele como um ser diferente dos outros, mas ele era igual!
Uma mão forte segurou a sua, parando-a abruptamente, arregalou os olhos ao perceber que quase caíra no lago de fogo que cercava o castelo, ali era uma sacada sem grade alguma, um passo em falso e cairia naquele rio. Virou-se para aquele que a salvara, embora não precisasse confirmar, o calor da mão sob a sua pele era reconfortante, o reconheceria de olhos fechados.
— Tenha cuidado — ele pediu gentilmente.
Assentiu levemente sem tirar os olhos dos seus, eram duas íris intensamente cinzas, em uma cor tão fascinante quanto uma tempestade, brilhavam em sua direção, deixando-a sem palavras.
Por que ele tinha que ser tão gentil enquanto sentia seu coração explodir?
Estava brava com ele, mas não conseguia manter a postura, não com os olhos dele a mirando daquela forma.
— Evie, sobre o julgamento-
— Me descontrolei, mas não pedirei desculpas, aquele homem não merecia ir para um lugar bom! — interrompeu-o irritada, cruzando os braços.
— Ele vai para o limbo, onde não terá castigos, mas não terá privilégios, é um lugar onde testa sua mentalidade, ficara até seu arrependimento profundo, isso não é um lugar bom — Hades responde sério.
Olhou-o de forma emburrada, mesmo assim, era uma maneira de levá-lo até os campos elísios, somente por que ele fora um herói, isso não o fazia um homem bom!
Virou o rosto em direção contraria ao Deus, ele não entenderia seus pensamentos, nem ao menos a escutaria, então nem adiantaria explicar.
Seu queixo delicadamente fora segurado pelas mãos masculinas, o rosto estava extremamente próximo ao seu, lhe dando toda a liberdade para poder olhá-lo com atenção, o rosto retangular, totalmente desenhado e másculo, os cabelos escuros revoltos até a altura dos ombros, emoldurando a bela visão, pareciam tão macios. Seu olhar vagou até os lábios carnudos, que estavam levemente separados e então foi em direção aos olhos, estes pareciam uma pura tempestade, em um tom escuro de cinza com as pupilas dilatadas.
— Evie... — a voz aveludada e suave deixou-a completamente arrepiada.
Arregalou os olhos ao vê-lo ofegar, então o olhar penetrante vagou até seus lábios, mordeu-os em resposta, ocasionando em um olhar mais intenso em sua direção, o Deus suspirou balançando a cabeça como se espantasse seus pensamentos e então ficou com um semblante mais sério.
— Por favor, não julgue meu caráter pelo que viu hoje, minhas opiniões pessoais não pesam nesse quesito, é um trabalho complicado, admito, precisamos pesar todos os critérios, não apenas os ruins, mas o conjunto, o julgamento deve ser feito com seriedade, sei que mexe com nossa mente, por isso julguei que fosse bom para fortalecer a sua — ele admitiu num sussurro.
Elevou a mão até a masculina que ainda jazia em seu queixo, segurando-a com leveza, em resposta ele soltou o queixo, entrelaçando as mãos, sem tirar o olhar do seu.
— Eu... me lembrei daquele... acredito que tomei as dores dela — assumiu num sussurro dolorido.
Estava envergonhada, pois o julgara o pior, pensando que por sua palavra ser a final, ele poderia fazer o que quisesse ali.
— Evie — a maneira tão suave que ele falara seu nome, a fez olhar em sua direção.
Hades tinha um olhar tão sério em sua direção, totalmente decidido e firme, tal qual nunca vira até então.
— Não permitirei que a machuquem ou encostem em você sem a sua permissão, eu prometo isso — ele falou firme.
A frase a pegou totalmente de surpresa, apesar de não conseguir confiar em ninguém, estranhamente sentiu confiança nele, como se soubesse que não teria nada a temer ao seu lado.
— Confio em você — respondeu num sussurro.
O lindo sorriso que ele abrira em resposta, deixou-a completamente fora de órbita, como se ele tivesse usando algum poder de persuasão para deixá-la tão fascinada, mas ele não usava nada, pois a única coisa que conseguia sentir dele era sua alegria genuína pelas palavras que escutara.
— Está na hora do almoço, acredito que estão a nossa espera, vamos? — ele perguntou gentilmente.
Assentiu sem conseguir encontrar a voz para respondê-lo, ele se limitou a sorrir alegremente, começando a caminhar com as mãos ainda entrelaçadas as suas, sentiu o rosto esquentar pela atitude, mas não fizera nada para tirá-la.
✯❍
O salão onde eram realizados os almoços era extremamente fino e requintado, como todos os cômodos daquele enorme castelo. A longa mesa chamara sua atenção de imediato, talvez pelo conteúdo, pois estava completamente recheada, deixando-a com água na boca, somente percebera o quanto estava faminta naquele momento.
Sua família já os esperava sentados à mesa, numa calorosa conversa, observou o olhar divertido do Deus ao seu lado, como se não estivesse acostumado aquela bagunça.
— Terá que se acostumar com isso, pelo próximo ano, sua casa ficara um completo caos — a voz marota chamou a atenção do Deus.
Hades sorriu levemente, acariciando com o polegar a extensão de seu pulso, ocasionando em um choque em cada terminação nervosa, os olhos em sua direção queimavam como lava pura, deixando-a completamente fora de órbita. Ele aumentou o sorriso ao perceber o quão afetada estava, era óbvia a beleza do Deus, isso não poderia negar, percebera isso desde o primeiro instante, embora não desse muita atenção, mas naquele momento, ele estava tão belo que mal conseguia raciocinar.
— Não é de todo mal, alegria faz bem, não acha? — ele perguntou num sussurro rouco.
Assentiu incapaz de respondê-lo, a voz rouca e intensa a fez desejá-lo de uma forma que nunca desejara ninguém, perceber isso a fez suspirar, pois não tinha que lidar apenas com seus desejos, mas com os dele também, já que o Deus não fazia questão de esconder o que sentia no momento.
— Evie! — a voz de Eros quebrou completamente o encanto que estava, pulou afastando-se de um Hades com um sorriso malicioso, enquanto mantinha a face envergonhada, totalmente ao contrário dele.
Somente tivera tempo de conter o grito, quando sentiu seu corpo ser erguido do chão e o irmão a girar alegremente, não conteve o riso diante a atitude.
— Também senti saudade, agora me coloque no chão! — falou entre risos.
Eros parou abruptamente, abraçando-a calorosamente, suspirou apertando-o entre seus pequenos braços, ele era intenso nos seus sentimentos, em relação a sua família, principalmente ela, eram mil vezes mais.
— Me perdoa, eu nunca deveria deixá-la sozinha em casa, se eu tivesse ficado, você não teria... aquele maldito bastardo não teria... — Eros soluçou contra seus cabelos.
— A culpa não foi sua, não fale assim! — sussurrou de volta, sentindo-o apertá-la entre seus braços.
— Eros, sei o que sente, também me sinto incapacitado, mas não deve se culpar, agora o que precisamos fazer é dar todo apoio a ela — Anteros falou suavemente.
Separou-se do irmão mais velho, somente para olhar na direção de Anteros que tinha um semblante triste, mas decidido em sua direção.
Sabia o quanto poderia contar com a sua família, somente aquilo lhe deu forças para seguir, embora o caminho fosse difícil, sairia vencedora.
— Vem meninos, vamos comer — Afrodite chamou emocionada.
Revirou os olhos aproximando-se da mesa, era uma visão tão comum, mas tinha peças faltando, assim como peças novas naquele cenário. Na mesa estava sua família, que agora estendia-se a Thanatos, este que estava com um semblante sério, poderia apostar que ele estava envergonhado por estar ali, pois se remexia na cadeira, como se não estivesse acostumado aquela situação.
Quase riu de seu semblante, era algo que o Deus da morte teria que se acostumar, sua família era barulhenta e sempre tinham almoços tempestivos.
Somente Hades mantinha o semblante divertido ao ver a interação entre todos, como se fosse uma espécie de teatro, ele se mantinha quieto, somente falando quando lhe era dirigido a palavra.
Quando percebeu o olhar fixo em sua direção, ele sorriu tomando lentamente uma taça de vinho, sem tirar os olhos dos seus, sentiu sua boca seca e a sensação de um enxame em seu estômago, ele exalava uma sensualidade fora do comum, sem nem se esforçar, sentia-se perdidamente atraída por ele.
O quê estava acontecendo?
— Evie, como foi o treinamento com Nix? — Eros perguntou quebrando o contato visual que fazia com Hades, fazendo-a olhá-lo confusa.
Pelo olhar debochado do irmão, sabia que ele fizera de propósito, sentiu as bochechas queimarem, aumentando o sorriso dele em sua direção.
— Bem, quer dizer, não treinei com ela, meu treinamento foi com Hades — respondeu corada.
— Pensei que Nix fosse treiná-la, não o atencioso senhor do submundo, que gentil da parte dele — Anteros se intrometeu, olhando divertido em sua direção.
Sua face antes corada, ficara completamente rubra, por que seus irmãos gostavam de provocá-la?!
— Evie precisa ficar mais forte mentalmente e eu possuo talento e poderes para ensiná-la, por isso ajudei — Hades respondeu simplesmente.
A voz rouca do Deus ecoou pelo recinto deixando-a completamente encantada, seu coração acelerou de uma maneira que fora impossível manter-se quieta, remexeu-se na cadeira, chamando a atenção do Deus do submundo que sorriu maroto em sua direção, sentiu as bochechas quentes pela vergonha e desejo, aumentando o sorriso dele em resposta.
— Está agitada, sabe que posso sentir os sentimentos, mesmo que você os esconda, não é? — Eros pergunta debochado.
Olhou irritada na direção do irmão mais velho que mantinha o semblante debochado, sabia que ele estava deliciado de vê-la assim.
— Vai se ferrar! — resmungou ocasionando em um riso alto em resposta.
— Se comporte na mesa! — Afrodite replicou olhando-a com repreensão.
— Relaxa mãe, Evie apenas quer evitar que eu fale de seu-
— Bela dama — interrompeu-o rapidamente.
O irmão arregalou os olhos ao escutar sua fala, corando fortemente para a confusão da mãe a sua frente, não aguentou ver seu semblante daquela maneira, assim como Anteros, apesar dele não saber sobre o que se tratava, mantinha um semblante gozador.
— Como sabe? — Eros pergunta espantado, fazendo-a rir.
— Você fala dormindo — retrucou divertida, o irmão suspirou resignado, olhando-a com cautela e advertência.
Revirou os olhos assentindo, não tinha motivos para dedurá-lo a mãe, principalmente sabendo o que isso implicaria, em particular não tinha nada contra a moça mortal por quem ele era secretamente apaixonado, mas escutara a mãe falar algumas poucas vezes, um tanto irritada sobre a beleza da moça, beleza essa que era um insulto aos Deuses, principalmente a ela, Deusa do amor e beleza.
— O que está acontecendo? Que dama é essa? — Afrodite pergunta desconfiada.
— Como se não soubesse, mais uma do rol de admiradoras de Eros, essa é uma moça no mundo humano, ele está se divertindo com ela, não apenas ela, não é? — respondeu rapidamente, piscando marota em direção ao irmão que suspirou aliviado, concordando.
Afrodite ainda mantinha o olhar duvidoso em sua direção, usou todo seu autocontrole para evitar demonstrar qualquer coisa, pensando em tudo, menos na situação do irmão.
— Evie, seus treinos hoje serão suspensos, então descanse — Hades falou chamando sua atenção.
Descansar?
Deveria continuar a treinar, sem parar, não aprenderia a controlar sua mente descansando!
— Preciso treinar, não posso parar! — retrucou decidida.
Hades olhou-a por longos segundos, até perceber que não mudaria de ideia quanto ao treinamento, fazendo-o suspirar levemente.
— Evie, se quer tanto treinar, por que não treina luta com Thanatos? — Hades falou calmamente, olhando do Deus da morte para sua direção.
Treinar... luta com Thanatos?
Seus pensamentos a levaram para os dias em que treinava sem parar com seu pai, um momento entre ambos, era uma maneira de se conectar com ele.
Como fazer isso com Thanatos?
Estaria traindo Ares!
— Evie, podemos conversar a sós? — Hades pediu gentilmente.
Olhou por alguns instantes em direção ao Deus, antes de assentir. Ele pediu desculpas para os presentes da mesa e então levantou-se, seguiu seu exemplo, caminhando calmamente ao lado dele.
Não sabia o que ele teria o que falar, se ele fosse defender Thanatos, brigaria com ele!
Era injusto com Ares fazer aquilo, agir como se ele fosse seu pai, tudo bem, ele era, mas não era por esse motivo que riscaria Ares da sua vida!
— Evie? — a voz suave do Deus tirou-a de seus pensamentos, olhou para o lugar um pouco atordoada.
Estavam em uma sala elegante, as paredes eram de uma pedra tão extremamente negra, que mal dava para enxergá-la, a luz que iluminava o local era forte, dando uma visão ampla. Tinha algumas estantes que se estendiam até o teto, repleta de livros, ao centro uma enorme mesa com uma espécie de trono de mogno negro e veludo vermelho, atrás uma janela imensa, que dava uma visão rica dos domínios de Hades, mas não fora isso que chamara sua atenção, mas sim, uma porta que emanava uma luz tão pura em contraste com o ambiente.
Ela parecia refletir vida, sem que percebesse, seguiu até ela, era um outro cômodo, a luz que emanava era de uma árvore linda em uma tonalidade de branco puro, sentiu uma paz absurda ao olhar para ela.
— Essa é a árvore-da-vida, as folhas representam todos os seres, até mesmo os Deuses — Hades explicou parando ao seu lado.
— Ela é linda — balbuciou fascinada.
— Sim, ela é o que há de mais puro existente — ele concordou.
Virou-se para olhar na direção do Deus, curiosa sobre a história, quando seu olhar capturou uma visão do lado contraria ao local. Uma árvore similar a que via, mas esta tinha uma coloração completamente negra, tão igualmente bela, mas tudo nela era ao contrário, embora também sentisse paz, mas esta era uma diferente, era uma conformidade.
— Essa é a árvore-da-morte, nela contém todo o ser que já fez sua passagem, assim que uma folha caí, significa que esse ser está fora do submundo — Hades respondeu a sua curiosidade.
— Vida e morte andam juntos... — sussurrou retirando um leve sorriso do Deus.
— Sim, ambas são o extremo uma da outra, importantes em conjunto, com trabalhos diferentes, quando um ser morre, outro nasce em algum lugar, esse é o equilíbrio — ele fala encantadoramente.
Olhou fascinada em sua direção, sem conseguir conter a curiosidade no olhar, tinha tantas coisas para aprender!
A mão masculina segurou a sua com delicadeza, fazendo-a sorrir em resposta, ato que ele apreciou, pois sorriu lindamente em sua direção, gentilmente elevou a mão até os lábios, depositando um suave beijo sob ela.
— Prometo que explicarei o que quiser sobre isso, mas lhe trouxe aqui para conversar sobre outra coisa — ele mencionou, piscando maroto em sua direção.
Olhou irritada em sua direção, esperava que ele esquecesse sobre o assunto.
— Não quero que ele tome o lugar de meu pai! — resmungou cruzando os braços.
— Evie, não seja injusta, ele não quer e nem vai ocupar o lugar de Ares, contudo, você precisa dar um espaço para que ele se aproxime, mas não é apenas por isso que pedi, você precisa dominar seus poderes que são relacionados a ele e não tem ninguém melhor que Thanatos para ajudá-la — Hades pediu sem tirar os olhos dos seus.
— Nix pode me ajudar com isso — replicou virando o rosto na direção contraria, evitando contato visual.
A mão masculina delicadamente segurou o queixo, puxando-o em sua direção, sentiu um largo arrepio percorrer todo o corpo ao vê-lo tão próximo, conseguia sentir a respiração contra seu rosto.
—Nix ajudara com os poderes do caos, eu com sua mente e ele com os poderes da morte, então por favor, pode treinar com ele? — ele pediu num sussurro.
A voz rouca e profunda deixou-a completamente perturbada, pois sentiu cada parte de seu ser tomar um choque prazeroso ao escutá-la.
— Evie? — a maneira intensa que o nome saiu pelos lábios masculinos, retirou um leve suspiro em resposta.
Ele tinha noção do que fazia consigo?
Não era normal alguém ter tanto poder sobre ela, ainda mais um ser que conhecia a tão pouco tempo.
O que era aqueles sentimentos que tinha por ele?
Olhar em sua direção fazia tudo a sua volta sumir, restando apenas a presença dele, está marcante e tão cativante que era impossível não se encantar.
— Está bem, eu... aceito treinar com ele, mas com uma condição — replicou olhando-o divertida, fazendo-o olhá-la confuso.
O rosto inclinado e os olhos ansiosos em sua direção, deixou-a inquieta, pois era de uma beleza tão pura.
Será que não tinha nenhuma face dele que não era bela?!
— Qual?
— Quero treinar combate com você também.
A resposta o pegou desprevenido, ele ergueu a sobrancelha surpreso e então um largo sorriso se desenhou em sua face.
— Quer lutar corpo a corpo comigo? — ele perguntou com um sorriso ladino.
A maneira que ele perguntara, pareceu uma proposta indecente, sentiu seu corpo inteiro esquentar em um profundo e intenso desejo, as mãos estavam trêmulas e suadas, seu estômago agitado como se tivesse engolido um enxame, já sua intimidade pulsava por algo que não conhecia.
Então era esse o sentimento de desejar alguém?
Nunca experimentara o sentimento, até por que vivia presa com a sua família, nem ao menos chegara a conhecer outros seres, então aquele sentimento era uma novidade.
— Quero, você me ensinaria? — pediu olhando-o entre os cílios.
A respiração do Deus ficou acelerada, assim como as pupilas se dilataram em seus profundos olhos cinzas, estes estavam tão escuros quanto um dia de tempestade. O coração disparou ao vê-lo daquela forma, saber que também o atingia era um puro deleite.
— Adorarei ensiná-la... — ele respondeu inclinando-se até a altura de seu ouvido.
Ao sentir o hálito quente contra a sua pele, fora impossível não se arrepiar, sentiu uma pontada em seu baixo ventre, assim como sua intimidade completamente molhada.
Estava atraída por ele!
Seus cabelos foram segurados tão sensualmente que suspirou em deleite, o Deus aproveitou para crispar os lábios em sua pele, sem encostá-la, somente a insinuação estava a deixando completamente louca.
— Só que para isso precisa ser uma boa garota e treinar com Thanatos, se fizer isso, eu te recompenso — ele sussurra contra sua pele.
— Hades...
Ao escutar seu nome em meio a um gemido sôfrego, o Deus ergueu a cabeça até estar com o rosto a centímetros do seu, aqueles sensuais lábios estavam tão perto!
Olhou desejosa em direção aos seus lábios carnudos, observando-o mordeu-los com sensualidade, em um carinho, ele resvalou levemente o nariz contra o seu, deixando ambos lábios se tocarem tão suavemente que mal pode sentir nada além de uma quentura atravessar seu corpo por completo.
— Essa é a conversa que tem com minha irmã? — a voz de Eros ecoou pelo recinto, deixando-a envergonhada.
Hades simplesmente ergueu o olhar em direção ao dono da voz, sem soltá-la, até lentamente desfazer o enlace, afastando-se de seu corpo, com um semblante sereno em direção ao Deus do amor.
— Deveria bater na porta — Hades cutucou fazendo Eros rir debochado.
— E você não deveria tocá-la com tanta intimidade, ela não é como as suas ninfas — Eros replicou com ironia, Hades se contentou em revirar os olhos com um semblante irritado.
Olhou confusa para ambos, aquela disputa de palavras parecia uma conversa em códigos.
— Evie, estamos acertados? — Hades pergunta com o semblante sério.
— Sim, eu... vou treinar com ele — respondeu ainda desconfiada.
Por que ele mudara tão rapidamente e que história era essa de ninfas?
— Ótimo, pode ir, creio que Thanatos esteja a espera de sua resposta — Hades conclui com o olhar fixo em Eros.
Assentiu deixando-os a sós, por mais que quisesse escutar a conversa, sabia que seria impossível, pois ambos saberiam e a descobririam.
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