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Capítulo 6

"Não posso continuar vivendo dessa maneira


Mas não posso voltar pelo caminho que vim

Acorrentada a esse medo

Que nunca encontrarei uma maneira

De curar minha alma...".

My Heart Is Broken - Evanescence

Meu lábio esta ardendo onde cortou, meu rosto parece pegar fogo e posso sentir o sangue escorrendo do corte na minha sobrancelha, mesmo com toda a dor que estou sentindo em meu corpo o sorriso não deixa meus lábios enquanto eu me desvio do golpe que o grandão na minha frente desfere. Já foram seis antes dele e não me sinto nem um pouco cansada, pelo contrário, é como se a cada vitória eu me sentisse mais enérgica, mais viva. Tenho que admitir que ele é um pouco mais habilidoso do que os outros, mas um tanto quanto convencido sobre suas próprias habilidades, o que o deixa vulnerável.

Deixei que ele tentasse seus golpes até cansar, não que ele não tivesse acertado alguns em mim, mas mesmo isso era divertido, olhei para o lado e vi Ronald fazendo sinal para que eu acabasse logo com a luta e que essa seria a última, já enrolei demais. Torci meu pescoço para o lado e investi pra valer, meus golpes eram certeiros e precisos, a defesa dele era boa, mas o meu tamanho em relação ao dele me deixa na vantagem, três golpes e ele ia para o chão. Bloqueei um golpe surpresa e vi ali minha oportunidade, o golpeei no rosto e ele cambaleou já cansado, aproveitei a deixa e dei uma joelhada em seu abdômen que o fez se curvar, fechei meu punho e dei mais um soco em seu rosto que com a força o fez cair no chão, onde ficou e não levantou.

-E aqui fecha a partida dos sete! - anunciou o juiz.

Sai do pátio já de encontro com Ronald que me esperava junto com Olivetty.

-Viu, falei que sei me controlar.

Ronald estreitou os olhos para mim.

-Você acabou de participar de sete lutas seguidas, três delas foram com homens que estão dentre os nossos melhores lutadores e acha que isso foi pouco?

Apenas dei de ombros, é como se uma tonelada tivesse sido tirada de cima dos meus ombros. Eu sei o que esse lugar é assim como sei quem eu sou, todo mundo tem um animal feroz e selvagem dentro de si, é aqui onde libero o meu.

-Foram boas lutas, apenas isso.

-A luta dos sete é considerada o desafio mais duro daqui, sete lutas seguidas e sem descanso. Já levaram muitos dos melhores a queda e esta me dizendo que isso não foi nada para você?

-Ronald, eu lido com o que tiver no meu caminho e nunca recuo não importa o quanto o desafio for difícil.

Ele apenas olhou para mim enquanto chacoalhava a cabeça parecendo inconformado.

-Quanto você ganhou? - perguntei mudando de assunto.

Olivetty abriu um sorrisinho enquanto caminhávamos rumo a minha sala.

-Dois milhões. - falou ela.

Parei no lugar e virei meus olhos arregalados para os dois completamente surpresa, ele sempre ganhou muito com as minhas lutas, mas nunca tanto assim.

-Dois milhões?

Ronald verificou as unhas bem feitas.

-Foi a sua noite de retorno e alguns senhores pareceram empolgados em ver suas habilidades contra seus lutadores. - falou sorrindo. - Os deles são bons, não posso fazer nada se a minha é melhor.

-Se apostou em mim com tanta confiança porque pareceu surpreso por eu ter ganhado as sete? - perguntei arqueando a sobrancelha.

-Não fiquei surpreso, conheço seu potencial minha querida, apenas queria saber o que aconteceu.

Apenas sorri de seu jeito e chacoalhei a cabeça, os trabalhos dele são em sua maioria ilegais e tem coisas que faz que eu nem mesmo sonho o que sejam, Ronald tem suas faces no trabalho, um homem educado e sedutor em algumas horas e um chefe durão e assustador em outras. Ele nunca me tratou com nada além de carinho, respeito e confiança, sempre dizia que eu fazia com que ele se lembrasse de sua filha, ainda mais na persistência. Genevive era a filha mais nova deles, uma mulher linda pelo que vi nas fotos, mais teve uma morte trágica em um acidente de avião quando viajava com seu namorado e amigos para comemorar a formatura, os dois nunca se recuperaram daquela perda, basicamente me adotaram quando apareci por aqui. Ele e Olivetty nunca ficaram muito felizes que eu me envolvesse nesse tipo de coisa, mas me respeitaram o suficiente para aceitar minhas decisões.

-Vou tomar um banho porque estou toda suada, vejo vocês lá em cima.

Eles assentiram e segui para minha sala, tranquei a porta e tirei as roupas indo rumo ao banheiro. Liguei o chuveiro e deixei que a água quente percorresse meu corpo nem me importando com ardência em meus ferimentos e a dor que sentia no meu corpo. Fiquei por um tempo ali debaixo com os olhos fechados e deixei minha mente vagar, ainda lembro a primeira vez que encontrei esse lugar, era uma adolescente perdida, ferida e cheia de uma raiva selvagem, estava um pouco desorientada e nem lembrava direito como tinha chegado ali. Um segurança tinha me agarrado e lembro que bati tanto nele que o deixei inconsciente, quem me tirou de cima dele foi Ronald, que escutando o barulho da confusão foi ver o que estava acontecendo. Eu era como um animal ferido e acuado, mesmo assim ele me acolheu e ajudou, jamais pressionou para que eu falasse nada e me deu espaço.

Aos poucos foi tentando me ajudar da maneira que podia, adolescentes por si só já são raivosos por natureza, eu era pior que isso e quando notou ele me levou para dentro daquele pátio e fez com que eu lutasse até não ter mais força para ficar de pé, até que tivesse descarregado tudo que estava sentindo, foi uma sensação libertadora. Eu nunca tinha me sentido tão livre como naquele momento, eu não precisava ter medo ou conter meu sentimentos enquanto estava ali dentro.

Descobri nas lutas minha maneira de extravasar a raiva que não podia em qualquer outro lugar, fiz disso o meu segredo. As pessoas que amo já estão atolados demais nessa minha vida maluca, não tem que carregar a minha dor também. Depois do banho me enrolei em uma toalha e usei o secador que estava na gaveta para secar meu cabelo, eles sempre deixavam tudo a disposição, desde roupas a produtos de higiene. Meu lábio estava cortado em dois lugares, tinha um corte na minha sobrancelha e outro na minha bochecha, alguns hematomas se formando no meu rosto e outros em meus braços, nunca me importei com essas marcas, elas poderiam ser escondidas outra hora, agora não estava ligando para elas. Olhei pela janela o sol que já nascia do lado de fora, minha sala reservada tem uma das melhores vistas, aqui dentro nunca da para notar as horas passando a não ser que você olhe pela janela. Você pode passar dias aqui e nem notar o tempo passando, o tipo de lugar para onde você vai para fugir de todos os problemas.

Vesti minhas roupas, calcei minhas botas e prendi meu cabelo em um coque, arrumei minhas armas e pegando minhas chaves sai da sala, não era necessário trancar nada por ali, ninguém seria louco de querer roubar. Fui para o patamar superior e o mesmo rapaz que me levou lá para baixo me guiou até o lugar onde Olivetty e Ronald estavam sentados conversando com um grupo de pessoas. Assim que olhou para mim Olivetty fez uma careta, ela sempre odiou as marcas que ficavam no meu rosto e que eu não fazia questão de esconder.

-Quer um pouco de maquiagem para disfarçar essas marcas, querida? - perguntou fazendo gesto para que eu me sentasse ao seu lado. - Posso pegar ali na minha bolsa.

Sorri para ela.

-Não precisa não, Olly, mas aceito uma bebida com todo prazer.

-Você tem um rosto tão bonito, odeio essas marcas que você deixa que façam nele.

Me sentei ao seu lado enquanto ela fazia uma careta para a pouca importância que eu dava para isso e mais do que rápido o garçom me trouxe um copo de Whiskey, fiquei feliz em beber depois de ficar tanto tempo sem tomar nada, meus lábios já estavam um pouco secos.

-Como esta se sentindo? - perguntou Ronald tomando sua bebida.

-Melhor impossível. - respondi bebendo.

Seus olhos verdes me estudavam com seriedade.

-Estava com a corda toda hoje, acho que nunca vi você tão feroz daquele jeito.

Olhei para a bebida âmbar em meu copo e deixei minha mente vagar por um momento, Ronald tem razão, eu estava diferente das outras vezes, mais feroz, mais selvagem e até um pouco assustadora. Eu já cansei de buscar uma explicação para minhas reações, as coisas na maioria das vezes parecem apenas piorar.

-Estava precisando extravasar, apenas isso. - virei o copo e bebi o resto em uma golada só, a bebida desceu queimando.

Fiquei um tempo escutando eles em um conversa animada, Olly dedicava boa parte de sua atenção para mim e em saber como andava minha vida, conversei um pouco com ela e logo me decidi que já tinha chegado a hora de ir.

- Tenho que sair agora. - falei. - Preciso ir a um lugar importante.

Olivetty e Ronald se levantaram.

-Mas esta tão cedo, não quer ficar e conversar um pouco mais? - perguntou Olivetty.

Ela sempre foi um doce comigo e sei que posso falar com ela, mas conversar sobre problemas é o que menos preciso no momento.

-Desculpa, mas tenho que ir, prometo que não vou demorar para vir visitar vocês.

-Olha menina, é melhor voltar mesmo. - falou Olly me dando um abraço.

Sorri retribuindo seu abraço.

-Já quebrei alguma promessa?

Ronald sorriu e me deu um beijo no rosto quando sua mulher se afastou.

-A garota tem meus créditos, é uma mulher de palavra.

Sorri para eles me afastando um pouco.

-Vejo vocês em breve.

Me despedi dos outros que estavam sentados conosco e com quem mal troquei algumas palavras e me encaminhei para a porta, dei um aceno para Andrew e Adina que ainda estavam de guarda e fui para minha moto, coloquei o capacete e em pouco tempo eu já estava na estrada trilhando um caminho que mesmo depois de anos ainda é incrivelmente familiar para mim, o mesmo caminho que faço todos os anos nesse mesmo dia. Em questão de meia hora cheguei à frente dos portões de uma das casas mais luxuosas e afastadas do bairro, os grandes e altos muros ainda são os mesmos, os portões de ferro com o emblema da família Moore ainda estão impecáveis como se nada tivesse mudado. Uma estrada de pedra guia até a mansão ladeada pelo belo jardim que se estende pelos dois lados da propriedade, mais atrás esta a linda mansão de três andares que sempre tinha sido o meu refúgio.

A casa não parece ter mudado nada desde a última vez que vim, ainda tem a mesma fachada branca elegante, as enormes colunas que se estendem por toda a varanda, tem todos os detalhes que uma mansão deve ter, desde a cor até a decoração. Me lembro perfeitamente de cada canto desse lugar, do bosque que tem mais atrás onde brincava quando era criança, a trilha que leva para o riacho e a outra que leva para o cemitério da família, sei toda a planta desse lugar sem nem precisar pensar, desde os banheiros até as portas secretas. Não precisei tocar o interfone, assim que os seguranças reconheceram minha moto rapidamente abriram os portões e segui caminho rumo a casa.

A varanda ainda tinha os mesmos vasos de flores bem cuidados e as cadeiras de descanso onde eu costumava ler, vendo de perto agora o jardim ainda é de tirar o fôlego, minha mãe era apaixonada por flores e me pai mandou que fizessem uma pequena campina com varias espécies apenas para ela, o lugar é lindo, tem um chafariz e uma varanda aberta para onde ela ia quando queria relaxar, mesmo de longe posso ver o telhado da varanda perdida entre as árvores. Acho que nunca vi minha mãe tão feliz antes da descoberta de que estava grávida novamente.

Parei a moto na frente da casa e ergui meus olhos para a fachada, de onde estou posso ver a janela da biblioteca, assim como a do escritório do meu pai, a brisa da manhã sopra pelas janelas abertas e trás um delicioso cheiro de café mostrando que os habitantes da casa já estão acordados. Andei até a porta e a abri sem hesitação, as paredes ainda são pintadas da cor creme e sempre achei que todo esse tamanho fosse muito exagerado, diversos quadros estão espalhados por todos os lados, a grande lareira é decorada com vários porta-retratos com fotos de família, objetos importes como um troféu do meu irmão, meu primeiro certificado do curso de fotografia, um prêmio importante que meu pai recebeu e uma bela estatueta que minha mãe ganhou de presente de um de seus alunos.

O tapete caro da minha mãe ainda decorava o chão, assim como a mesa de centro de cor escura que estava com um vaso de rosas vermelhas frescas. Os sofás são macios e cheios de almofadas, mais ao canto é possível ver o mini bar do meu pai com taças e copos bem alinhados, do lado oposto da sala estava um lindo e lustroso piano preto que me fez sorrir, aquele era um dos meus cantos favoritos, as escadas eram bem ao seu lado e acima do piano estava um grande quadro com a foto que sempre foi a minha favorita e era o maior destaque da sala.

Institivamente levei minha mão ao pescoço e segurei meu colar, ali dentro tinha a mesma foto. Tiramos ela no aniversário de dezoito anos do meu irmão, eu e Gabriel estávamos lado a lado, ele estava com um smoking sob medida e uma camisa azul clara, seus cabelos castanhos eram uma mistura perfeita dos das cores dos nossos pais, um castanho indeciso, estavam bagunçados como sempre, os olhos cinza brilhavam enquanto abria o mais belo sorriso que alguém podia ver e que encantava a maioria das garotas. Eu ao seu lado era mais nova e menor, meus cabelos soltos e mais curtos do que estavam agora, um vestido azul da cor da camisa do meu irmão, os olhos brilhando enquanto também sorria com inocência e felicidade. Do meu lado estava meu pai sempre elegante e imponente em um terno escuro, os cabelos castanhos claro um pouco desalinhados, quase uma característica sua, os olhos que eram de um verde mais puxado para o azul, sempre sérios e intensos, o rosto com traços fortes e marcantes, e um raro e belo sorriso desenhava seus lábios. Tirando a cor dos olhos Gabriel era quase uma copia dele.

Do lado do meu irmão estava nossa linda mãe, um vestido verde esmeralda com detalhes em predaria e alças finas demarcava sua barriga de cinco meses onde nossa pequena Megan estava, seu rosto com traços finos e delicados era adorável, os olhos cinzentos que tanto eu quanto meu irmão herdamos brilhavam com sua costumeira alegria, o sorriso encantador de sempre se mostrava em seu rosto, os longos e lindos cabelos castanhos escuros caiam sobre os ombros como um véu iluminando ainda mais o seu rosto. Ela era uma mulher incrível e cheia de garra, a única que conseguia acalmar meu pai, sempre admirei a dedicação que ela tinha com nossa família e o amor incondicional e paciência que demonstrava pelo meu pai mesmo quando ele não merecia.

Aqueles sim eram tempos felizes, como um banho de água fria senti toda aquela leveza de pouco tempo atrás ir embora e o peso da saudade e da perda oprimir meu coração. Esse foi um dos motivos que fizeram com que eu morasse em outro lugar, não só porque eternamente aqui estaria marcado pelas tragédias que aconteceram naquela noite como também estava recheado de lembranças de uma vida feliz, uma vida que não posso mais ter e que é doloroso demais lembrar. Por várias vezes cheguei a culpar meu pai por tudo que aconteceu, se ele não tivesse se envolvido com esse tipo de coisa nada daquilo teria acontecido, mas sei que também em parte não era culpa dele. A liderança da Irmandade já estava na família Moore a gerações, ele seguiu o legado que seu pai deixou e provavelmente aconteceria o mesmo com o meu irmão, nosso sangue já estava marcado pela morte querendo ou não. Por mais que quisesse ele não poderia sair, não se pode escapar de pessoas como aquelas.

Nosso dinheiro também era uma maldição, propriedades enormes, empresas, terras e contas com fortunas incalculáveis, o nome da minha família abria muitas portas e tinha muita influência, aqueles desgraçados não iam deixar que tudo isso se perdesse. Depois de todas as tragédias que aconteceram não me importo em investir todo esse dinheiro na missão de acabar com essa maldita organização que mais parece uma praga espalhada por todos os lugares. Se o que Summers me disse foi certo, Hector, o chefão de agora, não tem poder total sobre a Irmandade, muitos ainda são leais ao meu pai e consideram o pior dos crimes o que ele fez para subir ao poder, ao que parece até os sujos tem suas leis.

Escutei algo se quebrando e um grito assustado, me virei rapidamente para encontrar uma senhora de cinquenta anos de olhos arregalados e com uma bandeja caída aos seus pés. Assim que a surpresa passou eu sorri, seus cabelos castanhos com mechas grisalhas estavam presos em seu rotineiro coque, o corpo roliço e atarracado era marcado por uma calça preta simples e uma camisa branca, a pele morena sempre parecendo estar bronzeada, o rosto era suave e delicado marcado por calorosos e doces olhos castanhos, as marcas da idade já mostravam seus efeitos e mesmo assim ela continuava linda.

-Calma Sra. Stevens, sou apenas eu. - falei.

Ela colocou a mão no peito e me lançou um olhar severo que é costumeiro em uma mãe.

-Menina, não podia fazer algum barulho ou avisar que estava vindo? - perguntou brava. - Você quer me fazer ter um infarto?

Sorri atravessando a sala, essa mulher consegue que eu sorria com facilidade.

-Claro que não, sabe que te amo.

Ela me olhou com seriedade e depois não aguentando sorriu enquanto me dava um abraço apertado e amoroso.

-Ás vezes não parece já que some e não me da notícias, odeio depender do Sr.Summers para saber como você esta.

Fiz uma careta enquanto me afastava.

-D é uma pedra no meu sapato.

Ela riu alisando meus cabelos.

-Ele se preocupa e prometeu ao seu pai que cuidaria de você.

-Sei disso, assim como o respeito e admiro, mas não preciso de uma sombra.

Ela parou de alisar meus cabelos e olhou bem para meu rosto, seus olhos se estreitando enquanto ela me analisava. Viviana Stevens era uma mulher forte e autoritária, além de uma mãe super durona, faz seu trabalho com competência e mostra muito bem porque tinha plena confiança dos meus pais para cuidar de sua casa e dos seus filhos, rara ás vezes ela perguntava preocupada sobre as coisas, o olhar de mãe águia era avançado ainda mais por ela saber como sou.

-Acho que precisa sim, o que aconteceu com seu rosto?

Franzi a testa por um momento e depois me lembrei das marcas, tinha até me esquecido delas, mas acho que não tinham como passar despercebida para ninguém, talvez não fosse tão mal ter aceitado a maquiagem de Olivetty apenas para disfarçar, sempre odiei o questionário que me fazem quando apareço assim. Sorri para tranquiliza-la.

-Nada demais, foi apenas uma briga.

-Apenas uma briga? - perguntou estreitando os olhos sem acreditar. - Olha só para seu rosto, esta todo arrebentado.

-Dei bobeira em alguns momentos, leva alguns dias, mas logo tudo isso já terá sumido.

Ela tocou uma marca roxa na minha bochecha e fiz uma careta para a dor.

-Porque teima em andar sem seguranças? - perguntou.

Suspirei me abaixando e pegando a bandeja e as coisas que ela tinha derrubado.

-Não quero ninguém no meu pé, ainda mais porque eles têm coisas mais importantes para fazer.

-Proteger sua vida é importante.

Coloquei a bandeja encima da mesinha do meu lado.

-Minha vida é importa como a de qualquer um deles. - falei. - Vou dar um tiro no Summers por ficar enchendo sua cabeça com isso.

Ela abriu um pequeno sorriso.

-Ele acha que você vai me escutar já que não escuta ele, o que acho bobagem já que você é igual seu pai e ninguém consegue fazer mudar de ideia quando coloca algo na cabeça.

-Ele é persistente, devia ser vendedor.

-Ele se tornou um homem muito bonito, ainda me lembro do quanto vocês brigavam quando eram crianças.

Arregalei os olhos para ela e ergui minhas mãos.

-Pelo amor de Deus Viviana, não começa com essa historia de novo.

Ela apenas riu.

-Tenha mais paciência com o pobre rapaz, lembro que mesmo sendo mais velho ele sempre seguia suas ordens e a respeitava muito.

-Eu sei disso. - falei suspirando. - Mas agora vamos mudar de assunto, como vão as coisas?

Viviana fez um gesto para que eu me sentasse e nós duas nos acomodamos no sofá.

-Essa casa ás vezes é um pouco vazia demais, temos apenas os empregados por aqui e quando se esta lá no andar de cima ela parece enorme, quer dizer, quando Ricardo e Cristina não estão, porque aqueles dois fazem uma bagunça danada.

Sorri pela forma como falou dos filhos, Cristina é uma linda moça de dezesseis anos que era quase uma versão mais nova de Viviana, mas seu corpo é magro e alto como o do pai, ela ajuda a mãe na limpeza da casa. Ricardo tem dezessete anos e é uma copia de Bernardo, seu pai, ele ajuda na monitoração da casa, é bom em consertar os computadores. Bernardo é o nosso chefe de segurança, ele e Viviana basicamente criaram Gabriel e eu, sempre cuidavam de nós quando nossos pais não estavam e são basicamente da família, motivo pelo qual quando fui embora pedi, na verdade exigi, que eles se mudassem para o andar de cima da casa e ficassem a vontade.

-E como eles estão?

Ela sorriu com carinho.

-Cristina esta super feliz com aquele cursinho que você matriculou ela, a professora falou que ela esta indo muito bem e que é uma boa aluna, falou que até mesmo em pouco tempo ela pode conseguir um intercambio.

-Fico muito feliz por ela, Cristiana sempre foi uma menina muito dedicada. E quanto ao Ricardo?

Viviana suspirou e passou a mão no rosto.

-Ele e Bernardo andam brigando muito, não aguento mais escutar eles brigando. Ricardo esta numa fase muito rebelde e sinto que esta se afastando um pouco de nós. - falou com tristeza.

Coloquei minha mão sobre a dela.

-Fique calma, eu converso com ele depois.

Viviana sorriu para mim.

-Você é como um anjo em nossas vidas, menina. Tão madura para essa pouca idade que tem. - falou apertando minhas mãos. - Saiba que sou muito grata por tudo que faz pela minha família.

-Eu que tenho que agradecer por vocês não terem abandonado tudo depois do que aconteceu.

Ela fez um gesto de pouco caso com a mão.

-Devo muito a seus pais e jamais iria abandona-los, não conheço outro lar que não seja essa casa.

-Porque ela é seu lar e já deveria saber disso.

Ela sorriu parar mim e se virou empolgada.

-E como vão minhas crianças? - perguntou se referindo a Jason, Samira e eu.

Revirei os olhos pelo termo usado, mas sei que não adianta discutir.

-Estou lotada de trabalho e problemas, a partir da semana que vem tenho que resolver um monte de coisas para a exposição e vou precisar do seu pessoal.

-Pode deixar que eles estarão prontos.

-Jason terminou com a Caroline.

Viviana ergueu as mãos para o teto e agradeceu, eu apenas ri, ela odiou a garota assim que pôs os olhos nela.

-Vejo que não errei quando disse que Jason ainda tem um pouco de juízo. E a nossa Sam, como ela vai?

-Firme e forte como sempre, acho que em breve poderemos ter um casamento para ir.

Seus olhos se iluminaram.

-Sério mesmo?

-Adam já comprou o anel e tem o discurso decorado, apenas esta encontrando a coragem para fazer o pedido.

-E porque ainda não fez? Eles já estão há tanto tempo juntos.

-Sabe como Samira é, antes ela corria de um relacionamento como o diabo foge da cruz, demorou uns dois anos até que ela admitisse que amava ele e para que ficassem juntos. Adam sabe que ela o ama, mas ele esta com medo da reação que ela vai ter a esse pedido, da pressão de se ligar a algum definitivamente.

Viviana ponderou a questão.

-Acho que ele conhece bem a namorada que tem, entendo os motivos dele, mas ainda acho que ele devia ir em frente com o pedido.

Sorri e assenti, falta apenas um incentivo para Adam seguir com o plano.

-Ele esta esperando o momento certo, apesar de ser durona ele já conseguiu amolecer ela bastante, a garota que antes fazia careta quando a palavra "romance" aparecia agora se derrete quando recebe um buque de flores, fora que passa mais tempo na casa dele do que lá em casa, então pode ser que não seja muito difícil ela dizer sim.

-Deus te ouça minha filha, eles formam um casal tão bonito. - falou juntando as mãos. - E quanto a você?

-O que tem eu?

-Algum rapaz já conseguiu a chave para entrar aqui? - perguntou apontando para meu peito.

Chacoalhei a cabeça, ela sempre fazia a mesma pergunta toda vez que eu vinha aqui.

-No meu coração não tem espaço para isso.

-Deixa de ser boba menina, você é nova e cheia de vida, tem viver e não ficar se isolando.

Passei as mãos no cabelo e senti meu queixo latejar, agora sinto mais os efeitos das lutas.

-Minha vida é uma loucura, Viviana, tem coisas que até mesmo eu não entendo e não quero arrastar mais ninguém para o meio disso, já tem pessoas de mais em perigo por minha causa, não quer aumentar mais um na lista, pelo menos não enquanto tudo não se resolver.

-Me preocupo com você, querida.

-Sei que sim, mas não precisa, eu sei me cuidar bem. - sorri para tranquiliza-la. - Senti cheiro de café quando estava entrando.

Viviana se levantou parecendo ter se lembrado de algo.

-Já tomou café da manhã? - perguntou.

-Ainda não.

-Então venha, fiz bolo de chocolate com cobertura, seu favorito.

Mulher para ter mão boa na cozinha é essa, se fosse por ela acho que eu já estaria rolando de tanta comida gostosa que faz. Escutei meu estômago roncar, estou sem comer nada desde ontem á noite e a única coisa que tenho no estômago é o copo de Whiskey que tomei antes de sair do Escoria. Escutamos passos descendo a escada e nos viramos para olhar, Ricardo ainda estava de pijama, o cabelo todo bagunçado e a cara de sono. Ele tem por volta de 1,80 m, o corpo bem trabalhado e forte por conta dos treinos que frequenta, a pele morena como a da mãe, um queixo quadrado com traços bem harmoniosos, uma barba por fazer desenhava seu maxilar e seus olhos castanhos ainda pareciam enevoados pelo sono. Nem parecia mais aquele menino magricela e desajeitado, em breve já vai estar indo para a faculdade.

-Caiu da cama hoje, Ky? - perguntou se aproximando do se aproximando do sofá.

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N/A:

Olá pessoal, gostaria de dizer que criei um grupo para Atração Sombria no Whats e aqueles que se interessarem em entrar podem deixar seus números que eu vou adicionar lá. Livres para fazer perguntas, receber fotos dos personagens e etc... Bem, era isso.

Espero que gostem.

Boa leitura!

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