Capítulo 41
"Eu tento encarar a luta interior
Mas acabou
Estou pronto para que o tumulto comece
E renunciar
Eu andei o caminho e ele me levou ao fim
Lembre-se
Estou preso, não há mais nada para oferecer
Para sempre... ".
Angels Fall – Breaking Benjamin.
Eu estava suada, suja de sangue, dolorida e talvez até mesmo estivesse com alguns cortes e arranhões aqui e ali, mas não estava nem um pouco cansada. Alguns dos inimigos eram bem habilidosos e davam bastante trabalho, o que se provava pela demora em derrotar um deles, diria até mesmo que estavam entre os melhores que os Lordes já tinham mandado atrás de nós. Eles se equiparavam a nós em treinamento e até mesmo armas, uma coisa que comprovei com rapidez. Nunca tivemos os treinamentos mais leves, nenhum de nós e, não que fosse exagero, mas era muito difícil conseguir levar ao chão qualquer um dos amigos que faziam parte da minha equipe agora, até mesmo Carter. Mesmo enquanto eu lutava, não deixava de analisar toda a área a minha volta e o que estava acontecendo. Um coisa que percebi com desgosto eram os números. A cada dois que matávamos ou derrubávamos, apareciam mais um e até mesmo três. Caralho! De onde estavam surgindo tantos?
Mesmo que estivéssemos em menor número, eu não podia dizer que a vantagem estava do lado deles. Nenhum dos nossos tinham sido derrubado enquanto vários deles já decoravam o chão como pequenos obstáculos em uma pista. Estávamos nos fundos da boate, onde nem mesmo a música do lugar alcançava e a única coisa que poderia ter mais movimento era uma rua secundaria onde alguns carros estavam estacionados, porém, ela estava bloqueada, o que significava que aquela bagunça toda era exclusivamente particular. Eu sabia que não havia o risco da polícia aparecer, era lógico que aqueles desgraçados tinham organizado tudo. E mesmo que algum deles aparecesse, eles geralmente eram parte da organização ou comiam na mão dos mesmos.
Adam tinha levado um tiro no ombro esquerdo e agora se defendia apenas com o braço direito, mesmo com a dor evidente em seu rosto, ele não tinha diminuído nem um pouco no seu ritmo. Samira estava do seu lado esquerdo, cobrindo seu lado incapacitado e juro que naquele momento eu agradeci por sermos boas amigas. A loira era uma própria enviada da morte enquanto lançava uma adaga atrás da outra sem perder o foco. Depois que Adam tinha levado o tiro, ela tinha basicamente se transformado em outra pessoa e dava fim em qualquer um que fosse idiota demais para entrar na sua linha de visão. Sônia e Derek formaram uma dupla e tanto do meu lado direito. Eu podia escutar ele espalhando as ordens de formação e indicando os alvos para ela enquanto a ruiva fazia uma trilha de balas rumo a seus alvos. Os dois trabalhava muito bem juntos e eu podia ver que, mesmo focado em sua luta, Derek jamais perdia Sônia de sua vista. Jason e Liam estavam do meu lado esquerdo e eu tinha que dizer, aqueles dois juntos sabiam fazer uma limpa e tanto. Para eles não importava se a munição acabasse, seguiam em frente golpeando e pegando o que encontrassem no caminho.
Costumávamos evitar matar sempre que possível, mas essa situação não era uma dessas. Eu tinha coração o suficiente para saber que muitos deles tinham família, assim como nossos pais tinham quando se envolveram nisso quando eram mais jovens. Se eu pudesse, pouparia o máximo de vidas que conseguisse, mas as vezes a situação e o meu humor não ajudavam em nada. Eles me queiram morta e eu ainda queria viver por um longo tempo, quando eles não me davam escolha, eu não podia oferecer uma para eles. Senti Carter as minhas costas lutando contra um grandalhão, que parecia uma cópia de uns outros três que eu já tinha visto, e que se possível, era ainda mais alto do que ele. Seus olhos azuis estavam afiados e extremamente focados, ele se movia e atirava quase sem nem olhar, como se soubesse exatamente onde cada golpe ou bala iria atingir. Ele nunca se afastava muito de mim e jamais deixava que algum inimigo chegasse muito perto, me possibilitando chances de sobra para fazer algumas estratégias bem elaboradas. Morgan ajudava muito eliminando qualquer um que fugia da nossa linha de visão.
—Três horas. – informou no meu comunicador.
Tive tempo apenas para olhar enquanto já erguia a arma e acertava o homem moreno que vinha na minha direção.
—Esses desgraçados não acabam nunca? – perguntei. – Será que estão pensando que isso aqui é alguma espécie de Matrix?
Escutei sua risada do outro lado e pude ver o corpo de Carter tremendo atrás de mim, mostrando que ele também tinha ouvido e achado graça.
—Sua nerd. – falou. – Não acredito que acabou de fazer essa referência. Quando assistiu esse filme?
—A algum tempo junto com o Jason. – falei e dei um golpe em uma mulher que pulou na minha frente. – E eu odiei aquele filme.
Fiquei um tempo sem falar porque a mulher asiática aspirante a ninja que tinha pulado na minha frente estava me dando mais trabalho do que eu esperava. Seus golpes eram rápidos e precisos, muito habilidosos e nem um pouco desleixados. Ela não se deixava iludir como alguns de seus colegas, achando que a vitória seria fácil e isso a tornava uma oponente bem durona. Eu escutava uma música familiar nos meus ouvidos e era difícil me concentrar enquanto a letra entrava na minha mente, quase como quando você está fazendo uma prova e as invés das respostas, o que vem na cabeça é a letra de uma música. A única coisa que eu podia fazer com a mente dispersa enquanto a mulher me atacava era me desviar e bloquear os golpes, um pouco desorientada.
—Morgan? – chamei.
—Oi? – falou e pude escutar um tiro atrás do outro sendo disparado.
—Da pra parar de cantar a droga dessa música? – perguntei entredentes enquanto levava um chute nas costelas. – Está tirando meu foco.
O golpe me tirou um pouco de ar, mas me recuperei tempo suficiente para não levar um golpe no rosto. Interceptei a mão dela a meio caminho e a puxei, torcendo seu braço e fazendo com que ela ficasse em uma posição mais vulnerável, de modo que pude acertar sua cabeça com a coronha da arma. Tive que bater umas duas vezes para que ela apagasse. O mulherzinha dura na queda.
—É um clássico. – falou Carter pelo comunicador enquanto eu recuperava o fôlego da luta. – Não gosta de AC/DC, Kyle?
—Ela tem todos os CDs deles. – resmungou Samira pelo comunicador e xingou alguma coisa. – E essa ainda é uma das músicas favoritas dela.
—Aposto que está doida pra cantar também. Cause I'm T.N.T... – cantarolou Morgan. – I'm dynamite...
—Morgan! – falamos eu, Adam e Derek ao mesmo tempo.
—Já parei! – falou.
Pelas várias frequências pude escutar a vibrações das risadas dos outros que escutavam a conversa. Morgan brincava até nas piores horas, mas não pude deixar de sorrir daquele idiota.
—Deixem as linhas livres seus imbecis. – ralhou Derek. – Se concentrem, caralho!
—Quantos deles ainda tem? – perguntou Samira com a voz ofegante.
—Dez. – falou Morgan com uma voz mas séria. – Dois a nove horas, três a quatro, um a oito e quatro a seis horas.
—Você já falou que tinha dez a vinte minutos atrás. – resmungou Carter. – E eu já acabei com uns dez aqui e não vi nada deles diminuírem.
—Idem. – falei. – De onde eles estão surgindo?
—Tem vários utilitários pretos e uma van escondidos no final daquela rua bloqueada. – informou. – Acho que vieram de lá, mas agora não vejo mais nenhum movimento.
—Vamos terminar primeiro com esses daqui e depois vamos lá conferir. – falou D. – Quero saber como esses desgraçados conseguiram nos pegar de surpresa.
—Vai na calma, estressadinho. – falou Morgan e eu sabia a resposta que ele ganharia.
—Cala a boca e faça a droga do seu trabalho, inferno! – rugiu de volta.
—Não cutuca a fera. – avisei. – A menos que queira que o próximo alvo dele seja você.
—Ainda quero viver por muito tempo.
Depois do intervalo das discussões, a única coisa que se pode ouvir foram instruções, tiros, palavrões, golpes e resmungos de dor. Não levamos mais do que alguns minutos e ferimentos para acabar com o resto do pessoal, o que eu tinha que dizer, foi um trabalho e tanto. Enquanto todo mundo começava a se reunir, passei meus olhos pelo local e comecei a contar os corpos.
—56. – falei terminando a contagem.
—58. – corrigiu Carter. – Contando com os dois que deixamos lá dentro da sala.
—Eles foram bem espertos. – falou D se aproximando junto com os outros. – Sabiam que essa boate já é um lugar costumeiro nosso e aposto que passaram o dia nos observando de longe. Aposto também que muitos desses estavam infiltrados em meia a multidão e os que apareceram, aqueles que você me avisou, - apontou para mim. – foram apenas para fazer com que saíssemos de lá de dentro e caíssemos nessa armadilha.
—Sorte nossa que você e a Kyle são paranoicos o suficiente para nunca saírem de casa despreparados. – falou Jason.
—Prevenidos! – corrigimos Derek e eu.
—Eu reconheço aquela morena lá da pista de dança. – falou Sam apontando para uma mulher caída alguns metros a sua direita. – Ela estava dando encima do Adam quando estávamos indo dançar.
Olhei para a mulher que tinha uma faca enterrada no peito.
—Ela realmente mexeu com o homem da mulher errada. – comentei e Samira abriu um sorrisinho maldoso.
—Não vou discordar. – falou e se voltou para o noivo que segurava o ombro machucado. – Você precisa ir pra ala médica rápido. Não pode continuar perdendo sangue desse jeito.
—Samira tem razão. – falou Derek olhando em volta. – Adam precisa de cuidados e duvido que ele seja o único.
Jason tinha um corte fundo na testa onde seu cabelo já se colava e Liam mancava de uma perna, Sônia tinha um pequeno corte na bochecha e Samira um na sobrancelha e outro na boca, mas fora isso não pareciam tão ruins quanto Adam. Derek tinha alguns hematomas e um corte na boca que sangrava, mas fora isso estava bem, assim como Carter, que o único dano mais sério parecia ser o dedo destroncado que ele tinha acabado de colocar no lugar enquanto todos conversavam.
—Morgan? – chamou D.
—Na escuta. – respondeu prontamente.
—Já terminou a varredura?
—Nenhuma movimentação em nenhum dos lados. – informou. – Algumas pessoas saíram da boate, mas pelo que pude ver eram apenas civis comuns.
—Ótimo. Desça aqui. – falou passando as mãos no cabelo. - Quero que você vá comigo conferir aquela vã.
—Estou indo.
*******
Eu jurava que em poucos minutos poderia sair fumaça da cabeça de Derek. Tudo bem que eu estava puta pelo que tinha acontecido ali, odiava ser pega de surpresa e aquela tinha sido uma bobeira muito grande nossa, mas Derek estava prestes a explodir. Ele andava de um lado para o outro e não tirava o telefone da orelha, ligando para o galpão e toda a rede enquanto esperávamos Morgan. Ele odiava falhas e eu sabia que não perdoaria aquela. Os sistemas de segurança das empresas e de nossas casas eram checados todos os meses e eles os vistoriava pessoalmente, geralmente era ele que ficava com essa parte, tecnologia nesse nível não era o meu forte. Erámos de famílias de renome e não era como se andássemos sozinhos por ai, apenas a nossa sorte. Sempre tinha uma equipe de segurança a postos em todo lugar, necessário ou não, mas que se mantinha afastada o suficiente para não chamar atenção e eles sempre eram escolhidos a dedo.
Nunca gostei de seguranças e preferia na maior parte do tempo ficar por mim mesma, não queria arriscar vidas inocentes para proteger a minha, mas Derek era como uma mãe ursa e sempre tinha que ter o controle de tudo. A liberdade que eu tinha para andar antes foi tirada quando Carter levou um tiro, muito embora para mim fosse brincadeira de criança fugir deles. Eu tinha ajudado a treinar a maioria e adorava mostrar para aquele bastardo que sobre mim ele não tinha controle, mesmo quando eu sabia que tinha que dar razão a ele. Ter dinheiro tinha seus pontos positivos e negativos, na maioria das vezes o negativo se sobressaindo, ainda mais no meu caso. Eu tinha passado três anos em um orfanato, não exatamente porque realmente precisava, já que Vera, a mãe de Derek, quis me deixar sob sua guarda logo depois da tragédia, mas porque era algo que eu quis. Passei três anos nas sombras como uma desconhecida, descobri mais do mundo no meio daquelas crianças e ganhei uma sabedoria que talvez não tivesse adquirido se tivesse ido com ela.
Por três anos eu estava morta para os Lordes. Mas quando reapareci, foi como se eu fosse um açúcar jogado no formigueiro, bem diferente do meu amigo, que nunca saiu da mira. Derek e eu tínhamos seguido caminhos diferentes e eu sabia que as coisas que tinham acontecido apenas pioraram o temperamento ruim que ele já tinha quando era mais novo. Ele era inteligente, determinado, persistente, com um foco incrível e muito minucioso, enxergando coisas onde as pessoas não viam, mas paciência não era muito seu forte, pelo menos não na maioria dos casos. Eu, por outro lado, podia ser estressada em muitos casos, mas paciência era uma coisa que eu tinha e de sobra, o que me permitia perceber alguns detalhes a mais. Me abaixei ao lado da mulher que estava caída perto de Carter, a asiática com quem eu tinha lutado mais cedo, e puxei a manga direita de sua blusa até o cotovelo, vendo a frase do lema dos Lordes em latim tatuada em seu antebraço. "Bravos são aqueles que lutam a guerra silenciosa e ganham sua honra por um bem maior.".
Não resisti a vontade de revirar os olhos. Aquelas palavras tinham perdido o significado a muito tempo, corrompidas pela sede de poder e pelo dinheiro. Eu lembrava daquelas mesmas palavras tatuadas no braço do meu pai e nas costelas do meu irmão, a lembrança fresca na minha memória no dia que ele me explicou sobre ela.
—É uma frase bonita. – falei quando ele me explicou a tradução. – Eu posso ter uma assim também?
Vi o sorriso de Gabriel por detrás do livro que estava lendo, ou fingindo ler, enquanto escutava nosso pai me explicando as regras da Irmandade a qual pertencia, uma causa a qual ele dedicava a vida. Gabriel tinha feito uma tatuagem daquelas pouco depois de completar dezoito anos, eu não pude ver a cerimônia, mas ele me mostrou ela no outro dia. Ela tinha sido escrita em duas linhas nas suas costelas do lado direito.
—Ainda não, princesa. – falou meu pai e eu franzi a testa.
—E porque não? – perguntei.
—Você ainda é muito nova e tem que treinar muito para chegar ao nível aceito como requisito para fazer parte da Irmandade.
—Minha mira é bem melhor do que a do Gabri. – falei cruzando os braços. – Já ganhei dele umas mil vezes no arremesso de facas.
—Desse jeito você me faz parecer mole, gatinha. – falou meu irmão abaixando o livro. – Você só ganhou umas... Cinco vezes.
—Na última vez. – falei sorrindo. – Isso não conta as outras.
Gabriel mostrou a língua para mim enquanto nosso pai sorria. Essa era uma das poucas vezes que podíamos vê-lo sorrindo e parecendo tão relaxado.
—Não é questão apenas de habilidade, Kyle, tem regras a serem seguidas. – explicou meu pai. – Você tem que ser maior de idade e responsável por si mesma, tem que seguir o que a Irmandade te impor e, além de treinar muito duro, você tem que passar em um teste antes de ganhar uma marca de membro oficial. Mas isso vai se diferir dos novos recrutas inexperientes e dos que já possuem experiência em combate.
—Que tipo de teste? – perguntei.
—Um teste de campo. – falou se levantando. – Precisamos avaliar se na hora da ação você é realmente capacitada para o trabalho. Agora chega de perguntas, está na hora do seu treinamento.
Franzi a testa para as letras e mais uma vez passei meus olhos pelos corpos espalhados ao redor. Algumas peças começaram a se encaixar na minha cabeça sem que eu necessariamente prestasse atenção nelas.
—O que foi? – perguntou Liam ao meu lado.
Ele tentou se agachar, mas como sua perna estava ferida, fez uma careta de dor e ficou no lugar.
—É apenas uma suposição que me veio. – falei. – Carter?
—Aqui. – falou parando ao meu lado.
—Ande até aquele cara e puxe a manga direita da blusa dele. – falei apontando para um garoto moreno que não parecia muito mais velho que eu.
Sem me questionar, o que parecia um milagre, ele andou até o cara e fez o que pedi, mostrando um antebraço liso e sem tatuagem nenhuma. Por um momento, Carter olhou para mim e seus olhos encontraram os meus, parecendo ter uma rápida compreensão enquanto seu olhar se voltava para o próprio antebraço tatuado com a frase. Morgan chegou no exato momento em que Carter se ajoelhou ao lado do rapaz e verificou as costelas e os ombros, puxando a camiseta preta que ele vestia de qualquer jeito.
—O que está acontecendo? – perguntou Morgan parando ao meu lado.
Carter soltou um palavrão e levantou, andando até mais dois dos corpos que estavam caídos por ali e fazendo a mesma verificação que tinha feito no rapaz. Por sua expressão e o tanto que xingava, podia dizer que ele tinha chegado na mesma conclusão que eu.
—Isso não era apenas uma armadilha. – expliquei enquanto me levantava. – Era um teste.
—Do que você está falando? – perguntou Derek se aproximando.
—A maioria desse pessoal que está caído aqui ainda não é um membro da Irmandade. – respondeu Carter terminando de checar um homem grandalhão. – Eles tem um ótimo treinamento e aposto que muitos já trabalharam em algo relacionada com os militares, mas ainda estão em período de teste. Essa aqui estava sendo a prova de campo deles.
—Estavam testando eles ao mesmo tempo que nos testavam. – falei me levantando. – Acho que cansaram de brincar de gato e rato.
—Isso explica muita coisa. – refletiu Derek. – E aposto que os homens que estavam vigiando a boate estão mortos. Tentei contato com eles e ninguém respondeu.
Como se já não bastasse isso para eu me sentir uma completa idiota, um pensamento quase me fez cair. Parecia meio óbvio agora e me perguntei como não tinha reparado nisso antes. Era uma estratégia tão simples.
—Carter? – chamei e ele levantou o olhar para mim. – Você lembra daquele homem grande que estava na entrada da boate?
—O grandão com cara de mal que estava dando as ordens? – perguntou.
—Esse mesmo.
—O que tem ele?
—Você viu ele por entre esses corpos? – perguntei já sentindo sua resposta.
Era como se de repente todo o plano deles estivesse girando em minha cabeça e eu tivesse todas as respostas, fazendo com que tudo se encaixasse e ficasse muito claro. Carter xingou e mais uma vez pareceu compreender o que eu queria dizer enquanto girava olhando os corpos. Não precisei que ele me falasse para saber a resposta, ela veio de um jeito mais eficaz e rápido que meus próprios pensamentos. Primeiro, com um forte cheiro de colônia misturado a Whisky caro, depois, com o som de uma arma sendo engatilhada. Derek, Carter, Morgan e eu, já que erámos os que estavam mais sintonizados no que estava acontecendo, trocamos olhares de compreensão e o palavrão coletivo não precisou ser pronunciado.
O som do tiro ecoou pela noite com um barulho alto. Eu ainda estava parada ao lado da mulher que tinha derrubado quando assisti com horror a cena se desenrolar a minha frente. Derek congelou no lugar, Carter tentou se aproximar, Morgan arregalou os olhos e meu grito ficou preso na garganta enquanto o sangue respingava em meu rosto. Enquanto eu olhava para tudo, foi como se o tempo parasse e eu fosse catapultada para cinco anos atrás, onde eu ainda era uma garota inocente com os olhos cheios de lágrimas e presenciava o pior tipo de morte pela primeira vez.
Um grito me tirou do torpor, mas eu não sabia dizer se ele vinha de Samira ou Sônia. Enquanto eu voltava a realidade, sentindo o sangue escorrer por meu rosto e vendo o corpo caindo na minha frente, o meu mundo se partiu em pedaços.
***********
Nota da autora:
Olá pessoal, demorei um pouco, mas aqui está mais um cap prontinho só pra vocês.
Na contagem de apenas três caps para o fim. Sei que com esse final de cap devo estar sendo xingada de todos os nomes imagináveis, mas isso faz parte da minha função kkkkk Todos os nossos amados personagens principais mostrando do que são capazes e arrasando com os Lordes.
Segurem as lágrimas que no próximo cap vamos descobrir qual dos nossos amados quebrou o coração da Kyle. E era isso.
Espero que gostem.
Boa Leitura!
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