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Capítulo 39

"Fico me perguntando se seu coração ainda está aberto

E se estiver eu quero saber que horas ele fecha

Se aclame e prepare seus lábios

Sinto muito interromper, é que apenas estou constantemente à beira

De tentar te beijar

Mas eu não sei se você sente o mesmo que eu sinto

Mas nós poderíamos estar juntos se você quisesse...".

Do I Wanna Know – Arctic Monkeys.


Carter e ficamos quase uma hora dentro da minha sala planejando qual seria o nosso próximo passo. Ele já tinha alguns planos em formação e eu apenas os incrementei com algumas ideias que fui tendo enquanto lia as informações, discutimos quais as melhores estratégias e fomos enxergando e concertando os furos que encontrávamos aqui e ali. Fiquei surpresa em como ele recebia bem as minhas ideias e como sempre fazia uma pausa depois de suas explicações para perguntar minha opinião. Foi uma das primeiras vezes que passamos tanto tempo juntos sem brigar. Em poucos minutos ele se tornou digno do meu respeito e ganhou minha admiração, pude ver que trabalhávamos bem juntos e que formávamos uma boa equipe.

—Até que trabalhamos bem juntos. – comentou com um sorriso enquanto guardávamos os papeis.

—Realmente não somos tão ruins. – falei dando de ombros. – Acho que podemos dar uma trégua de vez em quando.

Eu não sabia se devia ter dito aquilo, porque depois, enquanto saiamos da minha sala, ele foi o caminho todo sorrindo e me provocando. Comentava uma coisa aqui e ali e adorou implicar com o meu cabelo. Dizia que tinha gostado do meu novo visual e que eu tinha ficado mais sensual daquele jeito. Enquanto eu fazia uma careta para suas palavras e me afastava um pouco, ele enrolou uma mecha do meu cabelo em seu dedo e sorriu, nem um pouco afetado com a minha pequena revolta.

—Devo esperar os cavaleiros do apocalipse aparecerem ali fora? – perguntou uma voz familiar. – Porque pensei que veria o fim do mundo antes de ver vocês dois numa boa um com o outro.

Olhei para a mesa de Sônia e fiz mais uma careta. A ruiva estava debruçada no balcão e abria um sorrisinho malicioso enquanto olhava de Carter para mim, mostrando que eu seria motivo de brincadeiras por muito tempo. Samira estava encostada do outro lado e tinha um enorme sorriso no rosto. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e ela usava pouca maquiagem, como sempre. Vestia uma blusa branca soltinha e uma saia de couro rodada, nos pés uma sapatilha preta com spikes, o que eu sabia que só estava usando porque estava em horário de trabalho, se não ela provavelmente poderia ser trocada por outro sapato. Tudo bem que Samira era animada na maior parte do tempo e vê-la sorrindo não era algo muito estranho, mas seu sorriso estava maior que o habitual.

—Não enche. – falei franzindo a testa. – E qual o motivo desse sorriso? Conseguiu associação com alguma fábrica de chocolate ou a Dark Side finalmente a aceitou como investidora oficial e leitora de primeira mão?

—Ambas as coisas seria ótimas, mas infelizmente não. – falou soltando um suspiro triste, mas voltando a sorrir logo em seguida. – De qualquer jeito é por um motivo tão bom quanto esses dois.

—Ganhou uma mansão na Suíça em um sorteio? – tentou Carter.

Olhei de lado para ele e por um momento me perguntei como ele sabia da paixão da minha amiga por esse país, quer dizer, pelos chocolates que eles faziam. Samira revirou os olhos e suspirou.

—Não. – falou. – É por esse motivo.

Ela estendeu a mão e finalmente pude entender tudo. Em seu dedo anelar agora brilhavam uma linda aliança de prata. Três pedras, a maior ficava no centro, decoravam o meio do que parecia a junção de ramos interligados, que era decorados com pedras menores e pequenos entalhes. No final da volta de cada lado dos ramos, havia outra pedra de tamanho médio que dava início a outra sequência de ramos, deixando apenas a parte de baixo da aliança lisa. Ela era linda e única. Adam tinha feito uma ótima escolha.

—Então ele finalmente criou coragem. – falei sorrindo. – Parabéns!

Samira estreitou os olhos.

—Então você já sabia que ele faria o pedido?

—Há um tempo. – falei dando de ombros. – Quem você acha que incentivou ele a criar coragem e ajudou a escolher aliança?

Ignorando seus olhos estreitados, andei até ela e lhe dei um abraço. Eu estava muito feliz e orgulhosa dos dois. Adam tinha feito traços da antiga Samira voltar e, mesmo que ela jamais admitisse isso, ele tinha sido a força que a motivou a seguir em frente de vez, a se erguer.

—Estou muito feliz por vocês dois. – falei. – E sei que vão ser tão perfeitos juntos quanto tem sido todos esses anos.

—Agradeço a você todos os dias por aquele estágio.

—Eu só tive a ganhar com ele. – falei me afastando. – No começo era apenas para ser um empurrãozinho.

—Seu talento para apostas é assustador.

Sorrindo para ela, fiquei mais do que uma pouco surpresa quando Carter deu um passo à frente e a abraçou, o que ela retribuiu com entusiasmo enquanto passava os braços ao redor do pescoço dele. O que eu tinha perdido? Desde quando eles eram amigos e eu não sabia?

—Parabéns! – falou Carter. – Espero receber um convite de casamento logo.

—Se enxerga, garoto! – falou ela se afastando e dando um tapa no ombro dele. – Você não pode me cobrar nada.

Então, sorrindo para mim, ela ficou na ponta dos pés e sussurrou algo tão baixo no ouvido dele, que mesmo eu estando bem ao lado deles não pude escutar. Aquela loira estava aprontando pro meu lado e ela iria pagar muito caro. Assim que ela se afastou, Carter fez uma careta e sorriu.

—Quem sabe... talvez. – respondeu a uma pergunta que só ela sabia.

—Ok. – falou chacoalhando a cabeça para ele. – Mas voltando aqui, dar a notícia não é o único motivo pelo qual estou aqui. Quero fazer um convite para vocês.

—Vai me chamar para ser madrinha? – perguntei sorrindo. – Porque isso eu já sei desde que você começou a namorar o Adam.

Ela mostrou a língua para mim.

—Não é isso, sua convencida. Passar tanto tempo com o Morgan ta afetando você. – falou me lançando um olhar de quem sabia bem o que eu tinha feito na noite passada. – Mas enfim, Adam e eu queremos comemorar com todos os amigos e achamos que seria legal se saíssemos. Podia ser hoje à noite.

—Por mim está ótimo. – falei. – Já estava mesmo querendo marcar algo com todos.

—Eu topo. – falou Sônia animada. – Preciso desesperadamente sair de casa e do meio dos livros.

—É mais do que bem-vindo Carter. – falou Sam com um sorrisinho. – Será legal ter mais gente na roda.

Sônia e Samira sorriam para mim enquanto esperavam a resposta dele. Eu estava perdida com aquelas duas. Sabia que elas iriam amar usar qualquer motivo para brincar com a minha cara e rir até não aguentarem mais. Traíras!

—Pode contar comigo. – falou ele sorrindo.

Samira ampliou seu sorriso, mostrando o quanto estava satisfeita, e faltou dar pulinhos enquanto olhava para mim. Aquela ali quando cismava com alguma coisa era triste e eu sabia que ela faria de tudo para que eu admitisse o que sentia por Carter, mostrando seu ponto.

—Então, pessoas lindas, mesmo que eu quisesse muito almoçar com vocês, tenho que ir. – falou já começando a andar. – Tenho uma reunião/almoço em vinte minutos. Nos vemos a noite.

—Tchau! – falamos.

—Tenho que anotar na minha agenda para cortar o suprimento de chocolates da Samira. – murmurei.

—Eu ouvi isso, Moore. – falou alto.

—Era pra ouvir. – devolvi.

Dando um tchauzinho com a mão sem se virar, ela saiu cantarolando. Sônia apoiou o rosto na mão e olhou de Carter para mim, teimando em manter aquele sorrisinho malicioso com o qual estava desde que chegamos a recepção.

—Isso vai ser interessante.

                    ********

Virei meu copo de Whisky enquanto olhava para a cena na qual eu ainda não podia acreditar. Samira tinha vindo com Jason e eu para a boate, Adam, assim como Sônia, Derek, Rafa e Morgan, já nos esperavam na mesa reservada de sempre. Anika e Liam chegaram pouco tempo depois e por vários momentos me vi esquecendo a sensação ruim que tinha sentido pela manhã e apenas curti com meus amigos, pelo menos até Carter aparecer. Eu não sabia dizer porque, mas comecei a me sentir um pouco inquieta com a presença dele. Carter fez questão de cumprimentar cada um dos meus amigos, parando para se apresentar para aqueles que ainda não conhecia. Derek, mesmo sendo educado, o avaliava com desconfiança. Eu sabia que a falta de informações na ficha de Carter o deixava inquieto, assim como sabia que ele, mesmo curtindo, iria aproveitar a noite para observa-lo e tirar o máximo de informações dele que pudesse.
Quando chegou a vez de cumprimentar Morgan, Carter fez uma cara que eu não soube interpretar bem, mas foi como se ele não tivesse gostado. Fiquei me perguntando o que teria acontecido, já que os dois nunca tinham se visto. Quando chegou a minha vez, já que eu era a última da roda, ele deu um beijo em meu rosto e soltou um "Olá bonequinha", que me fez ganhar um arquear de sobrancelhas de Derek e um sorrisinho malandro de Morgan. Infeliz! Ele tinha acabado de me colocar em uma grande furada porque eu sabia, assim como eu sempre fazia com ele, que Morgan não me deixaria em paz até que eu contasse alguma coisa. Eu estava ferrada!

Nos separamos em rodinhas. Os garotos ficaram de um lado falando sobre negócios, assunto no qual pareciam todos muito interessados e fiquei admirada com o quanto Carter se enturmou rapidamente, sorrindo e brincando com todos, se tornando em segundos, uma membro oficial da roda. Enquanto eles ficavam na deles, as garotas, e isso incluía Rafa, ficavam do outro lado falando de assunto aleatórios. Claro que minhas belíssimas amigas, dando ênfase naquela aquarela que adorava me atormentar, faziam questão de sempre voltar o foco do assunto para mim, não deixando passar os olhares que Carter lançava para mim do outro lado da mesa. Parecia que quanto mais eu evitava falar no assunto, mais eles insistiam. E eu não queria falar sobre isso porque meu humor não estava muito bom para continuar sendo educada. Eu tinha falado que o humor de Jason era instável? Bem, o meu não era muito melhor.

—Bonequinha? – perguntou Anika sentada ao meu lado. – É um apelido fofo. Se já estão nesse nível a coisa deve ser séria mesmo.

Fiz uma careta. Ela parecia estar se divertindo muito com a situação, assim como todos os outros.

—Ele só me chama assim para me irritar, nada demais. – falei.

—Assim como eu odiava que Liam me chamasse de baixinha. – falou.

—E que Adam me chamasse de loirinha. – apoiou Samira.

—Não tenho nada a declarar nesse ponto. – falou Sônia e não me passou despercebido o olhar que trocou com Derek. – Mas acho fofo.

—Aceita que doí menos, minha deusa. – falou Rafa chacoalhando a cabeça. – Vocês são loucos um pelo outro.

Coloquei meu copo encima da mesa e suspirei. Eu já estava doce como um limão, como Rafa gostava de dizer, eles insistirem no assunto não estava ajudando a melhorar o meu humor de merda. Não era como se eu não estivesse feliz por Samira e Adam, aqueles dois mereciam o melhor e muito ainda, eu apenas não estava muito no clima.

—Eu não sei vocês, - falei me levantando. – mas vou dançar um pouco. Estou cansada de ficar sentada hoje.

Eles sabiam de que eu estava desviando do assunto, mas não comentaram mais nada, o que era até bom, porque eu não estava a fim de pensar nisso também. Dando de ombros, sai de perto dos meus amigos e fui para a pista de dança. Já que Samira queria que comemorássemos e nos divertíssemos, nada melhor do que uma bebida, música e um pouco de dança. Quando era mais nova, eu odiava ir as aulas de dança, mas minha mãe me forçava a ir, assim como Samira, que era apaixonada por essa arte e sempre estava me arrastando para ir com ela, com todo apoio da minha mãe. Conforme o tempo foi passando, acabei percebendo que a dança ajudava bastante nos treinos, eu aprendia a falar com meu corpo através dos sons, deixando de lado minha visão e me entregando aos outros sentidos. Minhas habilidades melhoraram muito, assim como minha concentração. Depois comecei a usar da dança para me descontrair uma vez ou outra, como eu pretendia fazer agora. Achei um espaço entre a multidão de corpos dançantes e fiquei por ali.
     
Ouvi uma música agitada dominar o ambiente e forcei minha mente a ficar vazia enquanto meu corpo seguia o ritmo da batida, me deixei guiar pelo som e pelo instinto, não me importando com mais nada. Fecheis meus olhos e comecei a me movimentar, rodopiava com os braços erguidos, balançava meus cabelos e gingava meu corpo em sincronia com os acordes. Quando abri meus olhos, notei que já tinha plateia. Vários caras estavam olhando fixamente para mim, quase como se disputassem quem seria o primeiro a ter coragem de chegar perto ou como se eu fosse alguma espécie de presa pronta para ser atacada. Homens! Não podem ver uma mulher dançando sozinha que já ficam prontos para dar o bote achando que tem tudo ao seu controle.
     
A música acabou e logo em seguida uma batida familiar explodiu das caixas de som, Animals do Maroon 5 agora era o som que me guiava. Pelo canto do olho pude ver Samira se levantando com um enorme sorriso no rosto enquanto olhava para Adam, que a olhava de uma maneira que faria qualquer mulher corar, embora só tenha feito a loira sorrir ainda mais enquanto arrastava o noivo para a pista de dança. Aquela era a música deles. Tão logo comecei a me mexer e já senti uma mão me agarrar firme pela cintura, me fazendo abrir um pequeno sorriso. Parecia que um deles finalmente tinha tomado coragem. Mas tão rápido quando o sorriso surgiu, ele morreu quando senti um arrepio percorrer meu corpo. Xinguei mentalmente enquanto fechava os olhos, eu conhecia aquele toque e muito bem.
   
  Olhei para trás apenas para encontrar Carter de cara fechada, os olhos azuis pareciam duas lâminas frias e afiadas enquanto encarava qualquer homem que continuasse a olhar para mim ou tentasse se aproximar. De forma firme e possessiva suas mãos apertaram mais minha cintura, colando minhas costas em seu peito. Seu corpo estava quente e eu podia sentir na minha pele, a camisa cinza moldava seus músculos de uma maneira tentadora e eu reparava pela primeira vez o quanto ele era alto, embora como eu estava de salto, ficava com os olhos um pouco acima de sua boca. Ainda olhando ao redor e sem perder o ritmo, ele continuou a dançar bem junto a mim, seus movimentos seguindo os meus com perfeição, como se tivéssemos ensaiado. A música chegou ao seu refrão e fiquei surpresa e ao mesmo tempo irritada com a perícia e sensualidade com que nos mexíamos. Era como se estivéssemos em sintonia.

—O que está fazendo aqui? – perguntei um pouco nervosa.

—Dançando, o que mais estaria fazendo? – falou no mesmo tom.
      
Estreitei meus olhos, mas não deixei de dançar.

—O que está fazendo aqui Carter? – perguntei com firmeza demonstrando minha irritação.
      
Ele trincou os dentes, parecendo estar tão irritado quanto eu.

—Não podia ficar olhando enquanto aqueles abutres tentavam chegar a você. – falou. - Esta bêbada.

—Estou sóbria o suficiente para não precisar de babá.
      
Como que para provar o meu ponto, joguei os braços para trás e envolvi seu pescoço, arranhei de leve sua nuca e comecei a mexer meus quadris no embalo perfeito da música. Fiz com que acompanhasse cada um dos meus movimentos e pude escutar ele soltar um longo suspiro, o que fez um sorrisinho vitorioso surgir em meu rosto. Pode tentar me tirar do sério qualquer dia, mas hoje não! A última coisa que eu queria era mais um motivo para ficar estressada.

—Eu não sou de ficar bêbada e muitos menos bebo muito. – falei. – A bebida entorpece os sentidos, não posso deixar algo assim me atrapalhar caso eu seja atacada.

—Eu vi o quanto você bebeu. – apontou.

—É preciso muito mais do que quatro doses de tequila e alguns copos de Whiskey apenas para me deixar tonta. – falei dando de ombros. - Aquilo ali não foi nada.
    
Ele apertou mais meu corpo contra o seu e deslizou o nariz pelos meus cabelos até o meu pescoço, fazendo com que todo meu corpo arrepiasse.

—Então está em plena consciência da maneira como está dançando comigo? – perguntou no meu ouvido. – Não vai querer me bater ou surtar?

—É apenas uma dança. – respondi com indiferença.
     
Apenas fingi que não me afetei, porque falando sério, esse cara parecia encontrar meus pontos fracos com uma facilidade incrível, fora que dançava bem pra caralho. Me virei ficando de frente para ele passando os braços envolta do seu pescoço enquanto suas mãos deslizavam até meus quadris, fazendo com que eu seguisse seu ritmo. Ele me olhava como se eu fosse algo interessante a ser estudado.

—O que foi? – perguntei.

—A cada vez que penso que comecei a te entender, você acaba me provando que eu não sei de absolutamente nada.
   
  Sorri.

—É assim que tem que ser.
      
Me balançando junto com Carter, eu resolvi que poderia dar uma trégua e apenas me divertir, ele não era uma companhia ruim e eu sentia que podia mesmo curtir aquela noite tranquilamente. Porém, como nem sempre as coisas são do jeito que queremos, senti meu sorriso morrer assim que meus olhos tomaram foco por cima do seu ombro. Bem na entrada da boate estavam quatro homens grandes vestidos de preto, poderiam passar apenas por seguranças entre as demais pessoas, mas para mim não. Mesmo da distância de onde eu estava, podia ver que estavam muito bem preparados e armados, os olhos especialistas vagavam pela multidão de corpos que se agitava na pista e por todo o perímetro da boate como se estivesse procurando por alguém. E infelizmente eu sabia perfeitamente quem. Meu corpo ficou tenso e parecendo notar, Carter deu um leve aperto na minha cintura.

—O que foi? – perguntou.

—Equipe de quatro na entrada. – falei.

Ele não precisou que eu explicasse, era tão bem treinado quanto eu. O escutei xingar baixinho e senti seu corpo se retesar. Ele tinha razão no que me disse mais cedo. Os Lordes estavam aprontando e parecia que finalmente estavam fazendo seus movimentos.

—O que eles estão fazendo aqui? – perguntou surpreso.

—Estão ficando mais ousados em suas investidas. – falei. - Aquele dia eles nos atacaram a céu aberto e com a influência que eles tem, podem entrar em qualquer lugar.
      
Carter apertou um pouco mais minha cintura.

—O que vamos fazer?  - perguntou olhando em volta. - Eles não vão demorar para nos encontrar e aqui não é um bom lugar para uma luta.
      
Olhei por cima do seu ombro novamente e vi que um homem estava conversando com eles. Ele era baixo e magro, vestia um terno elegante e parecia um pouco tenso com os novos clientes, provavelmente era o dono da boate. O homem mais alto com expressão dura e olhar cruel fez sinal para os outros se espalharem e ficou apenas com um rapaz ao seu lado. Realmente, se eles se separaram não ia demorar para que nos encontrassem. Eu estava apenas com minha arma e adaga de sempre, escondida na minha perna, isso poderia dar conta deles, mas se tivessem reforços esperando do lado de fora minha única chance seria chegar até o carro e pegar o equipamento que estava lá. Droga! Eles pareciam ter escolhido o dia perfeito para atacar. Ainda dançando e arrastando Carter discretamente para fora da pista, peguei meu celular no bolso e com a maior rapidez que pude mandei uma mensagem para Derek.

   Homens bem equipados nas portas e se espalhando.
   Tire os outros daqui agora!
  
      Coloquei o celular novamente no bolso e vi o exato momento em que o grandão me encontrou. Levou apenas um segundo para ele perceber quem eu era e seu rosto se iluminou em um sorriso frio enquanto dava ordens sem tirar os olhos dos meus, mostrando toda a sua satisfação. Já estávamos no final da pista quando agarrei a mão de Carter e o puxei pelo resto do caminho.

—Para onde nós vamos? – perguntou.

—Precisamos sair daqui. – falei. - Eles não vão se importar em atirar em inocentes para me encontrar. Aqueles homens ali na porta não estão com ar de brincadeira.
    
Vasculhei a boate procurando a melhor saída e meus olhos encontraram um corredor escuro, quase escondido no fundo da boate. Eu tinha achado nossa saída.  Segurando firme na mão de Carter, comecei a caminhar para o que eu e Samira costumamos chamar de o corredor dos amassos, o que se fosse em outro momento, seria algo digno de risadas, mas agora parecia mais uma ironia muito ruim. Logo na entrada do corredor era possível enxergar vários casais nos mais variados lugares se agarrando de uma forma nada discreta, o que sinceramente me fez agradecer por estar escuro demais para enxergar muita coisa. Diversas portas estavam espalhadas por ali e eu sabia que muitas delas já estavam ocupadas, estava na torcida para que não abrisse a errada e encontrasse o que não queria. Pelo que eu tinha ouvido Felipe falar, as últimas salas estavam em reforma, já que o dono tinha resolvido aumentar a boate e acrescentar um segundo andar, onde agora era seu novo escritório.

Virei o corredor e fomos para a parte mais calma, onde o aglomerado de casais começava a ficar menor e o barulho se tornava um pouco mais baixo. Eu não sabia dizer se era instinto, mas mirei logo a última porta do corredor e continuei a arrastar Carter para aquela direção. Minha cabeça estava a mil e eu sabia que geralmente enfrentaria aqueles desgraçados sem medo algum, mas eu também não era idiota a ponta de não ter um plano. Vergonhosamente eu tinha sido pega desprevenida e não poderia dar mais bandeira que isso. Por algum motivo que eu desconhecia, ter Carter ali comigo fazia com que eu me sentisse mais tranquila e pensasse com mais clareza.

—Onde estamos indo? – perguntou ele.

—Apenas confie em mim. – falei olhando por cima do ombro. - Eles já me viram e não vai demorar para que nos alcance.
      
Com passos rápidos chegamos ao fim do corredor e abri a última porta torcendo para que estivesse vazia. Bem como eu suspeitava, não tinha ninguém ali, o que foi uma grande ponto a nosso favor. Meus olhos, já acostumados a penumbra do corredor, se familiarizaram rapidamente com o ambiente. As pesadas cortinas estavam fechadas de qualquer jeito, deixando que alguns feixes de luz noturna iluminassem uma quadrado no chão, o suficiente para dar uma leve luminosidade a sala, caixas estavam amontoadas nos cantos, provavelmente com algumas coisas para a mudança, e a grande mesa de madeira estavam empurrada contra a parede do lado mais escuro, quase o oposto da janela. Assim que Carter entrou, dei uma espiada no corredor, mas com o barulho da boate era difícil saber se eles estavam vindo ou não.

—O que vamos fazer? Lutar com eles aqui? – perguntou Carter. – Porque não tem como sair daqui e essa mini sala também não é um ambiente favorável para uma luta.

Ele tinha razão, a sala era muito pequena e poderia apresentar algumas desvantagens para nós, ainda mais que eles estavam em maior número. Nunca acredite que aquelas ceninhas dos filmes é verdade ou mesmo fácil, e que os personagens se recuperam tão rápido daquele jeito depois de um forte golpe. Ser jogada contra uma mesa e quebrar ela no impacto doí pra caralho. Passei as mãos no cabelo e olhei para Carter, para a porta e... Meus olhos se voltaram para sua camisa enquanto uma luz se acendia em minha cabeça. Meu próprio pensamento de não querer pegar nenhuma cena dentro de uma daquelas salas vindo com tudo.

—Tire a camisa! – falei.
    
Ele piscou confuso e depois franziu a testa.

—O que?

—Tira a camisa! – repeti já ficando nervosa.

—Para que você quer que eu tire? – perguntou.
     
Bufei ficando com raiva enquanto arrancava minha jaqueta e jogava de qualquer jeito encima de uma das caixas. O plano era insano e com toda certeza não era um dos melhores, as coisas não iam acabar bem e eu sabia disso, mas era o único que eu tinha no momento.

—Tira a droga da camisa e para de fazer perguntas! – falei irritada.

Ele não discutiu, apenas no instinto ele abriu os botões da camisa com rapidez, expondo seu tórax que era uma verdadeira visão a ser apreciada. Não consegui evitar olhar enquanto ele jogava a camisa encima da minha jaqueta e passava a mão nos cabelos, os ombros largos, o peitoral definido e uma barriga malhada com quadradinhos que dava para contar. Ornamentando tudo isso estava uma tatuagem tribal que saia de sua clavícula e descia até metade das costelas, tomando um pouco do ombro também, a pouco luz do ambiente permitiu que eu notasse pequenas linhas de frases no meio do desenho. Eu tinha curiosidade de ver essa tatuagem desde que tive um vislumbre dela sobre as bandagens quando ele levou um tiro. Umedeci meus lábios, os sentindo um pouco secos.  

—Bela tatuagem. – falei desviando meus olhos.

—Que bom que gostou. – falou com um sorrisinho malicioso no rosto. – Me fez tirar a camisa apenas para vê-la?
     
Bufei enquanto andava até a mesa e me empoleirava encima dela, ficando sentada de frente para a porta.

—Não, isso apenas faz parte do meu plano. – falei. – Um plano merda e improvisado, mas um plano.

—Que plano? – perguntou se aproximando.
      
Suspirei. Mesmo odiando tantas perguntas, isso estava fazendo com que eu me acalmasse. Curioso, eu sei.

—Esse local da boate é conhecido como corredor do amasso. Todos os casais vem para cá quando querem... Como posso dizer? Ficar um pouco a sós e mais à vontade. – expliquei. - Eles ficam tanto no corredor, no banheiro ou nas outras salas ao lado. Essa aqui era a sala do dono, mas agora que ele aumentou a boate mudou o escritório para o andar de cima.
     
Carter assentiu, parecendo entender.

—Ta, entendei isso, mas o que tem a ver com seu plano?

—Tem muitos casais espalhados por esse corredor, então vai demorar um pouco para que eles nos achem. – falei. – O cara me viu sozinha, não pareceu ter notado você. Então quando eles chegarem nessa sala não vão encontrar nada além de um casal que procurou um lugar mais reservado para... Namorar. – me remexi inquieta na mesa. - Aprendi que a maioria das pessoas fica um pouco desconfortável quando está perto de casais. Eles vão procurar primeiro nas salas para ver onde estou escondida, então achei que isso podia dar certo.

—Agora sim faz sentido. – falou prendo meu olhar no seu. – E é um bom plano na verdade.

—Então já que entendeu, dá para calar a boca e vir logo para cá?
     
Sem quebrar o olhar, ele se aproximou a passos rápidos e em um piscar de olhos já estavam bem a minha frente. Impaciente ou com o modo mais insano da minha mente ligado, enlacei minhas pernas em sua cintura e o puxei para mais perto de mim. Surpresa e admiração cruzaram o seu rosto enquanto quase que por reflexo suas mãos seguravam minhas coxas. Um bendito sorriso teimava em não sair do seu rosto, os olhos escurecendo de uma maneira que na pouca luz quase os faziam parecer negros.

—Vamos fingir que nenhum de nós está se aproveitando da situação. – falou com a voz um pouco mais baixa e rouca.
      
Isso vai terminar mal. Meu cérebro parecia gritar, mas eu não conseguia mais ouvi-lo. Revirei os olhos e levei as mãos até seus cabelos, os bagunçando como se alguém tivesse passado muito a mão neles.

—Você é pago para mentir e até mesmo encenar, - falei. - acredito que isso não vai ser nenhum desafio.
   
  Ele espalmou uma mão de cada lado do meu quadril e percorreu meu pescoço com o nariz até a orelha, onde ele deu uma leve mordida. Um suspiro trêmulo e vergonhoso escapou dos meus lábios enquanto meu corpo todo estremecia.

—Acredite bonequinha, - sussurrou. - isso é melhor que qualquer valor que pudessem me pagar.

—Desgraçado... – falei trincando os dentes. – Deixe de brincadeira e interprete seu papel.
   
  Carter sorriu. Aquele maldito sorriso que faz uma garota ficar sem ar e que você sabe que vai aprontar algo que não vai prestar. O sorriso que fez com que eu tivesse certeza de que estava terrivelmente ferrada. Conhecendo bem a peça, eu sabia que ele faria algo que iria me enlouquecer.

—Com todo prazer. – falou.
   
  Antes que eu sequer pensasse em responder, ele agarrou minhas coxas com força, me deixando ainda mais próxima de seu corpo e colou sua boca na minha em um beijo de tirar o fôlego.

***********

Nota da autora:

Olá pessoal, eeee.... Finalmente chegamos a 11K!!!! Meu Deus, é até difícil acreditar que já temos tantas leituras. Vocês não sabem o quanto isso me deixa feliz. A cada vez que um novo leitor se manifesta é uma alegria tremenda para mim.

Sei que muitos estavam com saudade do Carter e da Kyle juntos e para comemorar esse momento especial, nada mais justo que um beijo dos dois neah? E que beijo! Quero um Carter pra mim kkkk

Quero dedicar esse cap a minha amiga, Jullia_minay. Lia, recordista de coments, Feliz Aniversário. Posso estar atrasada, mas como prometi o seu presente está aqui. Sei que queria seu amado Jason, mas vai ter que se contentar com esse casal que eu sei que você adora. Kkkk

Lembrando que faltam cinco caps, contando com o epílogo, para AS chegar ao fim. Então não percam nenhum momento e mantenham a leitura em dia, porque muitas emoções estão por vir.  

Espero que gostem.

Boa Leitura!

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