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Capítulo 1

"Todos têm seus demônios

Bem acordados ou sonhando

Eu sou aquele que acaba indo embora

Para que tudo fique bem

Se vejo uma guerra, quero luta-la

Se vejo uma partida, quero ganhá-la

Todo fogo que já iniciei

Acaba em cinzas...".

Jet Black Heart - 5 Seconds of Summer.


O barulho dos gritos e dos tiros era ensurdecedor, eu não aguentava mais ficar trancada naquele quarto ouvindo os sons do andar de baixo e não fazer nada, saber que meus pais estavam lá embaixo e talvez até meus amigos não ajuda muito que eu fique parada.

Olho para meu irmão Gabriel, ele é três anos mais velho que eu e sempre fica com a responsabilidade de cuidar de mim, sempre tenta fazer com que as coisas pareçam melhores do que são. Diferente da maioria dos irmãos mais velhos ele nunca se importou em cuidar de mim, ao contrário, sempre falou que essa era uma tarefa que fazia com orgulho, que proteger a irmãzinha era algo que sempre faria. Agora não é diferente, estamos sentados no chão do quarto dos nossos pais com a porta trancada e bloqueada por todos os móveis que conseguimos arrastar, seus olhos cinzentos, tão parecidos com os meus, parecem nuvens de tempestade, o que só acontece quando esta nervoso e isso só me faz pensar mais ainda que as coisas não estão nada boas.

Gabriel nunca foi o tipo que fica nervoso facilmente, é uma das pessoas mais controladas que conheço.

-Vai ficar tudo bem, Ky. - falou bagunçando meus cabelos na tentativa de me acalmar.

Olho em seus olhos, ele quer descer e lutar ao lado dos nossos pais como sempre faz, o que foi treinado para fazer, veio contrariado me trazer para um lugar seguro pensando que esta apenas cumprindo mais uma ordem quando o real motivo do nosso pai nos mandar se esconder é porque ele queria proteger os filhos. Posso ter apenas quinze anos, mas entendo mais do que eles pensam, me treinaram para ser bem mais que uma garotinha.

-Não precisa mentir para mim, Gabri, eu sei que as coisas estão bem ruins. - falei.

Ele abriu seu belo sorriso e passou o braço a minha volta me puxando para mais perto de si.

-Sempre perspicaz, gatinha, isso é bom.

Sorri pelo apelido e nesse momento algo forte se chocou contra a porta, fazendo com que algumas coisas caíssem. Nós dois pulamos ficando de pé ao mesmo tempo, o impacto veio dessa vez mais forte e a cômoda caiu, Gabriel olhou para a porta e depois para mim, fez isso por alguns minutos até que pegou algo no bolso e colocou em minhas mãos.

-Eu ia entregar mais tarde, mas agora não temos mais tempo. - ele sorriu com carinho. - Feliz aniversário, gatinha.

Abri minha mão e olhei para o camafeu de prata em formato oval, ele era perfeito. Meu nome esta gravado na lateral e no final tem uma pequena e linda pedra de rubi, os entalhes quase fazendo com que pareça uma flor. Dentro tem uma foto que tiramos há pouco tempo minha com meus pais e meu irmão, a barriguinha já aparente de minha mãe mostrando o futuro membro da família.

-Obrigado Gabri, não poderia querer presente melhor.

Ele sorriu e sacou a arma num gesto automático quando o barulho na porta se tornou ainda mais alto, seja quem for sabe que estamos aqui dentro e esta quase conseguindo entrar. Ele se virou para mim novamente, seu rosto agora sério e concentrado.

-Kyle, quero que me escute bem agora. - assenti para que continuasse. - Saia pela janela e vá até a cabana de caça que temos na floresta, estará segura e caso tudo corra bem nos encontramos lá.

-E se não der?

Gabriel se aproximou e me apertou em um forte abraço enquanto beijava minha testa, ele sempre foi meu refugio quando eu estava com medo.

-Eu amo você, gatinha. Não importa onde eu estiver vou estar sempre cuidando de você.

-Também amo você.

-Lembra do nosso lema? - perguntou.

-A família vem sempre em primeiro lugar, não importa o que aconteça.

Ele sorriu mais uma vez e desfez nosso abraço fazendo sinal para que eu fosse para que eu fosse até a janela, corri até lá e a abri sem dificuldades, estava acostumada a pular as janelas da casa e já tinha certa habilidade, a árvore encostada na casa apenas ajudava no percurso até o chão. Olhei para meu irmão enquanto a porta arrebentava em um estrondo horrível e pelo menos cinco homens encapuzados e armados entravam no quarto prontos para matar...

Levantei com tudo da cama e quase cai no chão. Meu cabelo e meu pijama estão encharcados de suor, minha respiração esta ofegante e meu coração disparado, mesmo depois de cinco anos aquelas lembranças são tão vividas como se fosse hoje e por mais que tenha se passado tanto tempo eu ainda revivo isso todo dia. Todas as noites esses sonhos vem para me atormentar, não me lembro da última vez que dormi uma noite inteira sem acordar gritando no meio da madrugada. Meu inferno começou naquela noite, vi toda minha vida virar de cabeça para baixo e nada nunca mais foi o mesmo.

Meu irmão não terminou a faculdade e nem se casou com sua namorada, minha mãe não teve seu bebê e meu pai não viu eu me formando. Depois de passar pelos piores lugares e situações aqui estou eu, em um quarto espaçoso morando em um belo apartamento com meus dois melhores amigos. Tem grandes janelas cobertas por cortinas escuras, minha maravilhosa cama king size forrada com lençóis de seda negros, minha mesa com vários papeis espalhados, uma prateleira que da a parede inteira recheada de livros, revistas e alguns outros objetos, quadros, porta retratos. Ao lado esta a porta do meu banheiro, do outro lado do quarto esta a porta do meu closet e a do corredor.

A parede onde minha cama esta encostada é vermelho escuro e as outras são brancas, o que combina com o sofá branco com almofadas vermelhas que tenho perto da janela. Não economizei para deixar meu quarto perfeito, ele é meu santuário, um lugar onde ninguém entra além de mim. Passei as mãos no cabelo e respirei fundo, os dois dias sem ir à academia estão cobrando seu preço, ela sempre me relaxa e faz com que eu consiga dormir bem melhor. Empurrei as cobertas de lado e sai da cama indo direto para o banheiro, me despi e entrei debaixo da água gelada para me livrar da sensação que sempre me atormenta toda vez que acordo.

Depois de uns vinte minutos desliguei o chuveiro, me sequei e vesti meu roupão preto, banhos sempre melhoram parte da minha tensão, outra parte são as lutas, uma coisa que realmente amo e sempre parece tirar um enorme peso de mim, além de manter minha mente ocupada quando não quero pensar. Andei até meu closet pronta para pegar minha roupa para minha caminhada da madrugada quando meu celular tocou, parei no meio do caminho e fui até ele que esta encima da minha mesa de cabeceira, dei uma olhada na hora e respirei fundo, apenas duas pessoas me ligariam as três da madrugada e ainda bem que amo muito elas.

-Me diga que não colocaram fogo em nada, não estou boa para enrolar a polícia hoje. - falei assim que atendi.

O barulho da música alta e gritos quase me deixaram surda, afastei um pouco da orelha, essas pessoas tem que saber que não da para fazer uma ligação decente dentro de uma boate. Tenho uma ideia de onde esses malucos estão, sempre me pergunto como eles conseguem trabalhar no outro dia depois de festar a noite toda.

-Desculpa amiga, acordei você? - perguntou Samira um pouco aflita.

Fiquem em alerta na hora, Samira não é o tipo de pessoa que se preocupa com facilidade, esta sempre brincando e poucas vezes usa esse tom de voz, o que já me diz que tem algo muito errado acontecendo, ainda mais para ela estar me ligando uma hora dessas.

-Já tava acordada, o que aconteceu?

Escutei ela respirando fundo e logo depois gritando com alguém, a loira não é conhecida por ter muita paciência.

-É o Jason, será que você pode vir até aqui? - perguntou nervosa. - Acho que não vou dar conta sozinha e sabe que só você consegue controlar ele.

Parei por um momento, droga Jason, isso de novo não. Andei até meu closet pegando as primeiras roupas que vi pela frente.

-Onde estão?

-Black Dance.

Revirei minha mente lembrando o endereço da boate favorita de Samira, fica no norte da cidade, não é muito longe do nosso apartamento.

-Chego ai em vinte minutos.

Desliguei o celular e joguei encima da cama. Vesti uma calça de couro preta, uma blusinha branca larguinha, minha jaqueta de couro e botas que vão até o joelho, um visual que adoro. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto e nem me importei em passar maquiagem, se conheço bem Jason é melhor eu me apressar.

Sou alta, 1,72m mais ou menos, meu corpo é magro, mas tenho bastante curvas. Minha pele é branca, o rosto com traços marcantes e elegantes, lábios rosados e olhos cinza como nuvens de tempestade, meus cabelos são lisos e vão até a cintura, castanhos com as pontas pintadas de violeta, gosto de diferenciar. Sei que sou bonita e nunca me achei por isso, Samira sempre diz que minha simplicidade com o visual é o que me torna bela, palavra dela.

Peguei meu celular, as chaves do carro, da porta e caminhei para fora do apartamento. Por sorte o nosso vizinho tinha acabado de sair do elevador então eu não precisaria esperar, apertei o botão para ir á garagem e nunca fiquei tão irritada por morar em um dos últimos andares. Assim que sai na garagem já fui em direção ao meu Audi R8 preto, destravei e entrei, em questão de minutos já estava na rua indo em direção a norte da cidade, por sorte as ruas estavam calmas.

Me tornei amiga de Samira e Jason aos oito anos, nos conhecemos no primeiro dia de aula e não nos desgrudamos nunca mais. Eles também tiveram suas perdas, Jason foi para um orfanato assim como eu e Samira foi morar com uma tia rabugenta. Depois que perdi minha família eles foram tudo que me sobrou, são as coisas mais preciosas que tenho na minha vida e não há nada que eu não faria por eles. Por ser mais velha Samira sempre tomou conta de nós, assim que saímos do orfanato ela nos acolheu em sua humilde casa que conquistou trabalhando muito duro.

Mesmo sendo a mais nova, também sou a mais responsável, então quase sempre sou eu que banco a irmã mais velha. Nunca hesito em fazer nada por eles e estamos sempre cuidando um do outro, isso só aumentou conforme os anos foram passando. Eles me aceitaram quebrada e arruinada, nunca me cobraram nada e mesmo que tivessem suas próprias perdas e dores para lidar sempre estiveram ao meu lado para me amparar. Em dez minutos cheguei á boate, ela era uma das mais badaladas da cidade e uma das favoritas de Samira, a eterna festeira, fui arrastada para cá diversas vezes e tenho que admitir que o lugar é bom.

Rodei umas duas vezes até achar uma vaga que não era em um dos lugares mais agradáveis, eu teria uma boa caminhada até a boate em uma rua que não me parecia muito segura. Parei o carro, tranquei e sai indo em direção ao problema que eu tinha que resolver. Comecei a atravessar um estacionamento vazio e a poucos metros de caminhada ouvi passos atrás de mim, andei mais depressa e ouvi o barulho de mais de uma pessoa atrás de mim, isso é a última coisa que eu estava precisando agora, esses caras não me dão folga. Virei para tomar outra direção, mas fui impedida por um corpo enorme que entrou na minha frente.

Pela estrutura não tem como negar que é um homem, esta vestido com roupas escuras e há uma máscara de esquiador em seu rosto, uma marca típica deles. Tenho que dizer que o cara é um armário, dei um passo para trás e notei que já tinha mais duas pessoas vestidas do mesmo jeito a poucos passos de nós, droga, cai na emboscada direitinho, devo estar ficando mole.

-Parece que esta no fim da linha, Srta.Moore. - falou o grandão a minha frente.

Sua voz me soou vagamente familiar, mas não me concentrei nisso e muito menos foi esse o motivo que gelou minha espinha, algo no modo como ele disse meu nome fez com que lembranças nada agradáveis tomassem minha mente. Droga, esses caras parecem não acabar nunca e muito menos desistem de me procurar. Vesti minha armadura evitando expressar qualquer emoção.

-Precisa de reforço dessa vez? - perguntei com deboche. - Pensei que os corpos que mandei de volta tivessem dado o aviso para não mexerem comigo.

-Apenas perdas que mostram que deve ser eliminada o mais rápido possível. Nosso chefe não pode mais subestimar suas habilidades.

-Então vocês são os lacaios que vieram tentar me dar um fim? Sinceramente, eu esperava mais.

Alguém que estava atrás de mim rosnou e me xingou, pelo visto era uma mulher. O que é? Não sou intimidada com facilidade, já tive minha cota de coisas ruins e pessoas querendo me matar não é nenhuma novidade para mim.

-Nós não tentamos, nós fazemos.

Com essas palavras ditas o grandalhão me atacou, ele poderia ter derrubado qualquer pessoa com facilidade usando esse golpe, infelizmente para ele eu não sou qualquer pessoa, desviei com agilidade e deu um belo chute na lateral de seu joelho, o que fez o osso estalar. Meu pai me treinava em diversas artes márcias desde os dez anos, em seu ramo de trabalho era necessário desde cedo que eu soubesse me defender. Augustus Moore nunca foi um treinador gentil e sabia muito bem o que ensinava, nunca parei de treinar, apenas aprimorei ainda mais minhas habilidades.

O grito de dor do gigante despertou os outros que partiram para me atacar também, estralei meu pescoço, talvez essa noite não seja perda total e eu possa me divertir afinal. Levei um soco no rosto e senti a agonia turvar um pouco minha visão enquanto minha boca se enchia de sangue, um chute potente nas costelas fez com que eu me encolhesse, mas não desisti por isso, já sofri coisas muito piores. Coloquei todo o meu treinamento em pratica e não hesitei em usar golpes dos quais eles provavelmente nunca iriam se recuperar.

Não tenho medo de entrar em lutas com desvantagem, nunca fugi de brigas e muito menos temi o perigo. Derrubei uma das mulheres com violência, pelo impacto que sua cabeça fez ao bater no chão ela não levantaria por um bom tempo, consegui fazer o mesmo com o grandão, nem sempre o tamanho é uma vantagem, ainda mais no caso dele, com um golpe certeiro consegui derruba-lo. É um belo dia para ter esquecido minha arma em casa, terei que arrumar um jeito de dar fim neles, girei para enfrentar o último integrante do grupo quando escutei uma arma ser engatilhada.

-Acho que esse é o fim para você. - falou uma voz enjoada.

Dei uma olhada para trás vendo uma das mulheres apontar uma arma para mim, acho que foi a que me xingou. Alguns fios de cabelo loiro escapam da máscara, ela é boa, tenho que admitir, mas eu com certeza dei trabalho, pena que não foi o suficiente, droga, me distrai e agora ferrou. Fiquei esperando o tiro e quando ele veio eu apenas fechei os olhos, também nunca temi a morte, fiquei um tempo de olhos fechados, mas nem mesmo a dor veio, abri os olhos novamente e arrisquei um olhar para trás apenas para encontrar a mulher caída no chão, pela quantidade de sangue na formava que se formava depressa arrisco dizer que ela foi atingida na cabeça.

Girei para olhar o grandão, não posso baixar minha guarda, mas ele estava muito ocupado lutando contra o... De onde diabos esse cara surgiu? Outro homem estava enfrentando o grandalhão, é um pouco mais baixo que seu oponente, seu corpo é mais esguio, mas da para notar os músculos bem trabalhados. Ele se move com a graça de um felino e ataca com a ferocidade de um animal selvagem, esta vestido todo de preto e com uma jaqueta que tem uma capuz grande que esconde totalmente seu rosto.

Por um momento fico fascinada olhando ele lutar, seus movimentos são ágeis e precisos, graciosos, quase como se estivesse dançando, com um chute ele derruba o grandão no chão e sem hesitar da um tiro em sua testa, o corpo cai inerte logo em seguida. Ele se virou e fez o mesmo com a garota que eu tinha derrubado, pisquei recuperando meu foco e olhei para ele.

-Não sei se agradeço a ajuda ou pergunto o porquê esta aqui e fez isso. - falei.

Ele se virou como se só agora tivesse notado minha presença, não pude ver seu rosto, mas a luz do farol de um carro o iluminou e tive o vislumbre de olhos azuis como a água e tão frios quanto gelo. Foi apenas por um rápido momento, mas o suficiente para que eu notasse que ele não é alguém que deve ser subestimado.

-Você não precisa saber de nada agora, apenas deve tomar mais cuidado, as coisas vão apenas piorar.

Que inferno de voz é essa? É rouca e tão profunda que parece ecoar pela minha mente, senti um pequeno tremor que tratei de controlar. Fechei a cara assim que entendi suas palavras, odeio respostas vagas e ainda mais não poder ver seu rosto, que se for tão bonito quanto á voz... Foco. Preciso saber o que esta acontecendo, não pensar em coisas bobas como a aparência desse estranho.

-Obrigado herói, mas posso julgar isso por mim mesma. Agora pode me dizer por que raios você esta aqui?

Escutei um barulho rouco e logo em seguida notei que era sua risada. Esse idiota metido a herói esta rindo de mim? Fechei a cara ainda mais, odeio que zombem de mim.

-Ta rindo do que idiota? - rosnei.

Ele virou de costas para mim.

-Nada. - ele fez uma pausa. - Nos encontramos em breve... Kyle.

Então do mesmo modo que apareceu ele foi embora. Fiquei parada encarando o escuro com raiva e frustração e agora apenas uma coisa martela em minha cabeça.

Quem é ele?







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