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XXXVI. Care

Remus já quase não se aguentava mais em pé antes mesmo de chegar na porta de casa. Mancava apoiado em Therion, com Sirius em forma de cão caminhando ao seu lado.

Quando o garoto abriu a porta e eles entraram, já encontraram Harry e Canopus jogados no sofá, cada um para um lado, ainda de pijama e cobertos por um cobertor. Potter desenhava, enquanto Black relia a edição francesa de O Pequeno Príncipe que havia pego na prateleira do pai.

Eles ergueram os olhos do que faziam ao ouvir a porta se abrir. Ficaram de joelhos no estofado e apoiaram-se nas costas do sofá, olhando para os três recém-chegados.

— Bom dia — Therion disse sonolento, sorrindo fraco e acenando levemente para eles.

— Bom dia… — Harry respondeu, sorrindo timidamente.

Canopus rapidamente ficou de pé e correu até o pai, abraçando-o forte no momento em que seus joelhos fraquejaram. Sirius voltou à forma humana e se aproximou, mas apenas observou o garoto apertar Lupin naquele abraço e ser retribuindo com as forças restantes do lobisomem.

— Bom dia, papai.

— Está tudo bem? — Remus perguntou baixo.

— Estou bem. Exatamente como deixou — Canis respondeu e beijou o rosto do pai, como fazia toda manhã após a lua cheia desde criança. — Amo você, hm?

Lupin sorriu fraco, beijando a testa do garoto e de Therion também. Era quase um ritual entre eles desde que os garotos eram bem pequenos. Eles o abraçavam na manhã seguinte à lua cheia e diziam que o amavam, e ele dizia o mesmo a eles. Nunca deixavam de fazer isso.

Canopus detestava não ter tido chance de falar nas últimas duas vezes: uma porque estava fraco demais de tão machucado e outra porque sequer estava junto dele. Agora, ele não perdeu a chance e se levantou antes do sol nascer junto de Harry para recebê-lo.

Harry também se aproximou. Ele viu que Lupin estava claramente exausto, os olhos pesando de cansaço. Era a segunda lua cheia dele sem Poção Mata-Cão após um ano inteiro sob efeito da poção, havia sido bastante cansativa. Haviam alguns arranhões que fizera em seu corpo durante a transformação.

Ele ajudou a levar Remus até o quarto e o deixar na cama.

— Podem ir, eu vou cuidar dele — Sirius disse.

— Não — Canopus negou.

— Pode ir, Canis — Remus falou. — Vou ficar bem.

— Mas papai…

— Por favor... Vai ficar tudo bem — pediu. — Cuide do seu irmão.

O garoto acabou concordando, um tanto hesitante.

Harry deixou o quarto junto dele e seguiram para o dos gêmeos, apressados. Therion caía sentado na própria cama, exausto, sem sua camisa, revelando o braço machucado e o corpo com alguns hematomas, além de um pequeno corte na testa e arranhões leves no tronco.

— Therry, você… — Potter aproximou-se preocupado.

— Vou ficar bem. Não se preocupe, não foi o papai que fez isso — interrompeu-o e mordeu o lábio inferior com força, contendo um resmungo dolorido. — Escorreguei num barranco enquanto corria na forma animaga. Tinha muitos galhos e arbustos no caminho… Árvores também.

Canopus rapidamente convocou os curativos e poções necessárias, começando a tratar o ferimento do irmão. O corte no braço claramente não era feito por nenhuma garra de lobisomem e possuía algumas farpas que o garoto tirou rapidamente com a varinha. Ele fazia tudo com uma rapidez e eficiência que invejaria até mesmo um medibruxo.

Harry sentou-se ao lado de Therion e pegou um pouco de gaze para limpar o corte na testa dele com cuidado.

— Não precisa fazer isso, Hazz.

— Me deixe ajudar…

Black não disse mais nada, apenas encarou os olhos verdes, enquanto Potter afastava os cabelos de seu rosto e cuidava do machucado. Ele o fazia com bastante cautela, tentando não causar muita dor.

Canis saiu para pegar poção para dor para o irmão, e Harry terminou de fazer um pequeno curativo na testa dele. Não disseram uma única palavra, mas Therion percebeu que havia algo diferente. Potter não parecia mais tão desconfortável e confuso perto dele, apenas excessivamente preocupado.

Harry segurou delicadamente seu queixo e usou a varinha para curar um pequeno e simples arranhão em seu rosto com um feitiço que Canis havia lhe ensinado no dia anterior, justamente para caso precisasse se quisesse ajudar a cuidar de Lupin ou eventuais pequenos machucados que Therion pudesse ter. Então encarou os olhos acinzentados que não desviavam de seu rosto nem por um instante.

— Acho que estamos combinando, agora — Therion brincou, rindo baixo e levando uma mão até o curativo na testa.

— Não acho que vá ficar cicatriz — Harry respondeu, também rindo baixo. — Você está bem?

— Estou. Um pouco cansado, mas estou bem — respondeu. — O que você e Canis fizeram enquanto estávamos fora?

— Nós… Conversamos…

— Ele deve ter ficado meio chato por não ter vindo.

— Não muito, na verdade.

— Conversaram sobre o quê?

Harry ficou em silêncio, sem responder. Apenas encarou o rosto de Therion, que expressava claro cansaço, mas, de algum jeito, ele não deixava de achar incrivelmente bonito. Foi impossível não pensar no seu aniversário e no beijo, que foi um dos centros da conversa.

O rosto de ambos corou levemente. Therion comprimiu os lábios e abaixou o olhar.

— Desculpa… — ele falou baixinho.

— Pelo quê?

— Por… Estragar tudo…

Harry franziu o cenho confuso por alguns instantes. Não disse mais nada, mas ficou bastante pensativo sobre tudo o que Therion poderia estar querendo dizer. Tantos pensamentos que mal conseguia contar e manter em ordem.

Black fechou os com força e levou as mãos à cabeça quando começou a sentir latejar mais uma vez. Não parava de acontecer isso desde o dia que beijou Harry.

— Muito bonito vocês dois pertinho assim, mas vamos deixar o romance e os próximos beijos para depois que Therry tomar um banho e descansar? — Canopus disse entrando no quarto. — Prometo que darei toda a privacidade que quiserem.

— Canis! — os dois exclamaram.

— Aqui, irmãozinho. Dois frascos por precaução — Canis ignorou-os e levou os dois frascos de poção até Therion.

O garoto bebeu tudo. Acabou seguindo a recomendação do irmão e tomou um banho, então voltando para sua cama e se colocando debaixo dos cobertores. Harry ficou ao seu lado, enquanto Canopus voltava para a própria cama para dormir um pouco antes de ir ver o pai.

***

Remus tinha os olhos fechados, sentindo a temperatura morna da água da banheira enquanto Sirius delicadamente limpava as feridas em seu rosto, que em breve se tornariam novas cicatrizes.

Ele estava exausto, porém, ainda não tão mal quanto poderia estar. Os flashes de sua visão durante aquela lua cheia vinham aos poucos, um pouco desconexos, mas ainda via claramente um cão e um lobo o acompanhando por toda a noite. Conseguia se lembrar de ver o lobo correr e cair num barranco, e ele próprio ir atrás antes de ver que estava tudo bem com ele e continuarem.

Era um alívio para Remus saber que não atacou ninguém. Que sua fera interior sentia aquele lobo como alguém importante para si. Não estava tão consciente, mas ainda havia algum mínimo resquício. Therion havia dito que ele atendeu seu uivo na noite da Casa dos Gritos, por ser parte de sua matilha.

Ter a família por perto talvez tenha realmente ajudado. Estava exausto, sim, mas ainda bem, na medida do possível. Estar acompanhado sempre o fez muito bem.

Ele abriu os olhos e encarou o rosto de Sirius.

— Como se sente? — Black perguntou.

— Cansado… Mas melhorando.

— Mais tranquilo que nada de muito ruim aconteceu com o Theo?

— Um pouco… Mas ele ainda não está acostumado com a forma animaga. Não teria se machucado se não tivesse vindo.

— Me dói dizer isso, mas nossos filhos estão crescendo, hm? Também me preocupo com eles, mas não precisa se cobrar e se culpar tanto.

— Eu nunca quis que eles sofressem e carregassem esse fardo comigo todo mês. Eles se machucaram por minha causa…

Sirius suspirou e acariciou o rosto de Remus delicadamente, encarando os olhos esverdeados.

— Eles te amam e querem te ajudar. Você cuida deles, e eles querem cuidar de você também. Não se culpe por isso.

— Eu só quero que eles fiquem bem…

— Eles sabem. E nós queremos que você fique bem.

Remus segurou uma das mãos que estavam em seu rosto e beijou-a carinhosamente. Black sorriu fraco e beijou sua testa, entrelaçando seus dedos.

— Fica aqui comigo?

— Já estou aqui com você, Remmy — Sirius riu baixo, levando outra mão aos fios loiro-escuros e fazendo um carinho leve.

— Na banheira…

— Quer que eu entre?

As bochechas de Lupin adquiriram um tom avermelhado, mas ele não voltou atrás em seu pedido. Naquele momento, sentindo-se tão frágil e vulnerável após uma exaustiva lua cheia, o que mais queria era ter Black o mais perto possível e poder aconchegar-se em seu seguro abraço. Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente para a pergunta.

Sirius encarou-o por alguns instantes silenciosos, entendendo o que estava pedindo. Ele acatou o desenho de Remus e então afastou-se devagar para poder retirar sua camisa.

Logo Sirius estava sentado atrás de Lupin, abraçando-o delicadamente por trás e beijando carinhosamente seu ombro, enquanto ele se aconchegava em seus braços e encolhia as pernas. Permaneceram daquela maneira, sem dizer mais nada, Black apenas cuidando de Remus como não pôde fazer nos últimos doze anos.

Remus mantinha os olhos fechados e focava na sensação de ter o calor de Sirius junto ao seu, com as costas escoradas no peito do outro e a cabeça apoiada em seu ombro.

Como haviam decidido, estavam indo um passo de cada vez. Uma lua por vez.

— Podemos ir todos juntos na próxima vez — Sirius sussurrou.

— Acha mesmo uma boa ideia?

— Acho. Mesmo sem consciência do que faz, você não nos machuca se continuarmos transformados. Na verdade, até pareceu bastante preocupado e cuidadoso com o Therion essa noite, como um lobo cuidando do seu filhote.

Remus riu com a comparação, embora, por seus flashes de lembranças, tenha sido quase isso mesmo.

— Você gostou mesmo que ele veio, não é? Por isso está tentando me convencer a deixar os meninos me acompanharem.

— Com o tempo eles aprendem a seguir melhor na forma animaga. E foi realmente bom… Ele gostou.

Remus sorriu fraco.

— E você gostou da ideia de ter ele perto.

— Também. Confesso que fiquei bastante orgulhoso de eles terem conseguido se transformar em animagos tão jovens para te ajudar. Eles são bruxos muito mais habilidosos do que eu esperava quando deram os primeiros sinais de magia.

— Eles estão cometendo um crime. Você também quando se tornou um.

— Você não se importou tanto assim com isso quando eu dei essa ideia para James.

— Eu tinha 12 anos, Sirius! Hoje sou bem mais responsável.

— Mas foi ter me transformado em animago que me ajudou a estar aqui com você agora.

Lupin detestava ter que admitir o quanto Sirius estava certo. Foi graças a sua forma animaga que conseguiu suportar os dementadores, fugir de Azkaban e se esconder do Ministério por todo aquele tempo. E havia feito isso por ele…

Toda a preocupação do Black consigo desde muito novos certamente foi um dos pontos que o fez estar tão apaixonado. Ele foi além dos preconceitos de sua família e se importou consigo… Isso sempre mexeu com seu coração.

— É… Você está certo.

Sirius sorriu e depositou mais um beijo no ombro de Remus, segurando sua mão em seguida e entrelaçando seus dedos novamente, enquanto abraçava sua cintura com o outro braço.

— Acho que no fundo também fiquei orgulhoso por eles… Só um pouquinho.

— Um pouquinho? — riu.

— É… Só um pouquinho.

— Não tenha medo de admitir que criou possivelmente os dois melhores bruxos de Hogwarts atualmente. Eles sempre demonstraram uma magia forte desde cedo, mas com certeza você é razão para serem tão habilidosos com ela.

— Talvez… Não foi fácil ajudar eles a controlar as magias involuntárias.

— Imagino. Também foi assim comigo e com Regulus…. Mas a sua forma de ensinar a controlar com certeza foi bem menos rígida e brutal…

— Tenho certeza que você se sairia muito bem também. Você sempre conseguiu acalmar eles quando eram bebês, e as magias sempre aconteciam quando ficavam estressados.

— Lembra quando o Theo conseguiu convocar a mamadeira enquanto chorava porque estava com fome? — Sirius riu nostálgico.

— Lembro. Canis uma vez derrubou o castelinho de blocos que você montou com o Therry só gritando e chorando porque não conseguia pegar o pomo de ouro de brinquedo.

— Vimos que ele não levava jeito para apanhador desde pequeno.

— Mas se tornou um ótimo artilheiro, como você — Remus disse e sorriu fraco, voltando os olhos para Sirius.

Sirius também sorriu, encarando os olhos de Lupin. Era claro o cansaço através deles, mas também transmitiam um brilho singelo de conforto, e ele soube ali que Remus estava se sentindo bem. Bem em estar consigo e conversar tranquilamente, como nos velhos tempos. 

— Gosto de como falar sobre eles sempre te deixa bem.

— Bom… Eles sempre me deixam bem — admitiu Remus. — E sei que gosta de ouvir.

— Gosto… Apenas me faz ter mais certeza do quanto você foi um pai incrível para eles. Os meninos têm muita sorte de ter tido você, Moony… Nunca duvide disso.

Remus afundou o rosto na curvatura do pescoço de Sirius, apertando sua mão fortemente enquanto ele ainda o abraçava com firmeza. Se permitiu alargar um pouco mais seu sorriso, sentindo o beijo do Black sobre sua cabeça.

Eles continuaram ali abraçados e conversando tranquilamente. Quando enfim voltaram para o quarto enrolados nas toalhas, Sirius terminou de cuidar dos ferimentos de Remus e fazer os curativos. Depois de se vestir, Lupin adormeceu na cama com carinhos do Black em seus cabelos, sendo coberto por ele e deixado ter seu merecido descanso.

Quando Canopus chegou ao quarto, Sirius rapidamente levou o indicador aos lábios, sentado na cama com a cabeça de Remus em seu colo. O garoto rapidamente seguiu até eles em silêncio e se deitou ao lado de Lupin, ignorando a presença do outro pai.

Sirius saiu da cama com cuidado para não acordar Remus, acomodando sua cabeça no travesseiro.

— Seu irmão está bem? — perguntou sussurrando.

— Está — respondeu Canis.

O garoto não disse mais nada, apenas aconchegou-se próximo ao pai, olhando-o preocupado.

— Remmy está bem. Só precisa descansar.

— Eu sei.

Sirius observou o filho ficar junto de Remus e suspirou. Não podia julgar Canis por se apegar tanto a Lupin e estar preocupado. Ele cuidou daqueles garotos melhor do que ele talvez o fizesse.

— Descanse também, okay? Ainda está cedo.

Canopus não respondeu, mas quando se acomodou melhor na cama soube que ele seguiria o conselho, sem sair de perto de Lupin. Mesmo com as dificuldades na relação, havia algo em comum entre eles: os dois queriam cuidar de Remus da melhor forma que podiam.

***

Era um dia nublado, apesar do verão, quando Therion e Canopus saíram de casa. Canis logo se separou do irmão quando chegaram à praça e avistaram Elliot com sua bicicleta vermelha.

— Volte pra casa a tempo de ajudar com o jantar se quiser estar vivo para saírem de novo — Therion alertou o irmão.

— Não precisa se preocupar, maninho. E você deveria aproveitar o tempo com o Harry — Canis rebateu, ficando de pé nos dois apoios de trás da bicicleta e segurando nos ombros do amigo. — Até mais!

— Espero que você caia! — Therion retrucou logo depois, com o rosto vermelho.

Canis riu alto, enquanto Elliot começava a pedalar e se afastar cada vez mais, seguindo por outra rua.

— E para onde vamos, Canis?

— Você conhece esse vilarejo melhor que eu. Pode fazer uma grande surpresa.

Eles seguiram por um longo caminho por todo o vilarejo, conversando durante todo o trajeto. Para a infelicidade deles, as nuvens que nublavam o céu começaram a descarregar gotas d'água quando estavam chegando a outra praça, que se encontrava vazia.

Canopus xingou alto quando a chuva ficou mais forte, e eles precisaram correr para se esconder em algum lugar. O local mais perto era um playground e se esconderam embaixo da casinha do escorregador de madeira, completamente encharcados.

— Vou começar a odiar dias de chuva — resmungou.

— Logo vai passar. É só uma nuvem com uma breve chuva de verão.

— Mas tinha que ser hoje e estragar nosso passeio?

Elliot riu.

— Não seja tão negativo. Vamos esperar passar.

— Espero que passe rápido.

— Você é sempre resmungão assim mesmo ou só acordou com o pé esquerdo hoje? — indagou o garoto.

— Só estou bastante frustrado que meus planos estejam indo por água abaixo… Literalmente.

— Acho que minha primeira opção é mais correta.

— Ei!

— Você reclama bastante, Canis, e…

— Não é verdade.

— É sim! Não me interrompa. — Canopus se calou. — Por alguma razão, esse lado impaciente é um charme a parte.

— Sei que o charme Black é encantador.

— Não seja tão convencido.

Canopus riu baixo.

Um pouco distante dali, Therion havia se escondido da chuva no coreto, sentado no topo das escadas com uma sacola cheia de barras de chocolate que havia comprado. Observava algumas pessoas correndo com guarda-chuvas ou procurando locais para se proteger enquanto pensava em Harry.

Havia saído de casa justamente para pensar um pouco. Mal conseguia encarar Potter sem pensar naquele beijo e se sentir culpado por ter deixado-o tão confuso. Doía em seu coração vê-lo assim.

E todo aquele caos sem saber o que fazer deixava sua cabeça explodindo. Parecia que conseguia sentir tudo mil vezes mais agora.

Canis já havia lhe dito para conversarem. Ele fazia parecer tão fácil… Eles eram iguais em muitas coisas, mas seu irmão era muito mais prático, certamente. Via tudo apenas sob o próprio ponto de vista e dane-se o mundo.

Therion não conseguia evitar não pensar em Harry além de si mesmo. Não conseguia ser egoísta a ponto de colocar os próprios sentimentos acima de toda a razão que guiava suas ações.

Tudo o que mais queria era não perder Potter, por mais que fosse difícil estar perto com todo aquele sentimento.

E foi pensando nisso que ele correu de volta para casa, sendo encharcado pela chuva. Adentrou a residência e removeu os sapatos rapidamente. Deixou a sacola na mesa de jantar e subiu correndo.

No mesmo instante que seguia para o quarto de Harry, o próprio saiu de lá e eles quase se esbarram na porta.

Os dois se encararam por alguns instantes, respirando rápido.

— Oi, Therry…

— Oi… — disse e suspirou.

— Merlin, você tomou um belo banho no caminho. Podia ter esperado um pouco mais… Eu já estava indo com um guarda-chuva.

— Estava vindo até mim?

— É… Queria falar com você — Harry disse e suas bochechas adquiriram um tom rosado.

Therion tornou a suspirar, encarando os olhos verdes. Eles precisavam realmente conversar sobre o que houve de uma vez por todas.

Ele segurou a mão de Harry e o puxou de volta para o quarto dele, fechando a porta em seguida. Potter se afastou e respirou fundo, tentando colocar as palavras em ordem na sua cabeça e resgatar toda a sua coragem Grifinória para falar.

— Therry, eu…

— E-eu não devia ter te beijado… — Therion gaguejou, voltando-se para Harry.

Harry paralisou no lugar, encarando o Black.

— N-não é que eu não queria, eu queria muito, muito mesmo, mas… — continuou a falar. — Eu não queria deixar tudo estranho entre nós.

— Therry…

— Eu fiz uma grande besteira. Me deixei levar e por um momento pensei que você talvez realmente quisesse, mas pode ser que você só… Só tenha se sentido no dever de retribuir… Não sei! Só sei que te deixei confuso e assustado e não é o que eu queria!

Uma pequena poça de água se formava aos pés de Therion. Suas roupas e seu cabelo ainda pingavam encharcados pela chuva, mas ele não se importou e apenas ignorou esse fato, focando apenas em Harry.

Seus olhos estavam fixos um no outro, com aquela mesma conexão mágica e avassaladora da noite em que se beijaram e que fazia seus corações baterem mais forte e borboletas se revirarem no estômago.

— Me desculpa por isso. Eu sei o quanto ficou confuso e com medo, desculpa mesmo…

— Therion…

— Eu só não quero que isso te afaste completamente de mim e perder sua amizade — Therion o interrompeu, não deixando que Potter falasse. Precisava despejar tudo de uma vez. — Gosto muito de estar com você e não quero perder isso.

— Therion, me deixa…

— Espero mesmo que ainda possamos ser amigos e esquecer isso.

— Therion…

— Não quero te perder porque fiz uma estupidez…

— THERION! — Harry exclamou e aproximou-se do Black, que enfim se calou.

Eles se encararam fixamente por longos instantes. Potter segurou o rosto de Therion entre as duas mãos, respirando fundo e rápido, enquanto seus olhos por um breve momento recai sobre os lábios dele. Pensou rapidamente em tudo o que Canis disse e tudo o que pensou momentos antes do beijo. Ninguém ali o julgaria por querer isso, e ele não precisava ter medo quando estava com Therion.

E antes que Black pudesse dizer mais alguma coisa, Harry juntou seus lábios aos dele e deu voz a todos os seus impulsos que diziam para fazer aquilo.

Therion sentiu as pernas bambas, moles como gelatina, e abraçou a cintura de Harry em busca de apoio, ao mesmo tempo que ele inconscientemente ficava na ponta dos pés e os deixava ainda mais juntos.

Foi mais uma vez uma enorme onda de emoções que os deixou extasiados, como se o mundo ao redor não existisse e o tempo parasse apenas para aquele momento. Os corações acelerados, os corpos colados e parecendo mais leves, como se estivessem nas nuvens.

Os lábios de Therion estavam frios e molhados, mas não importava para Potter.

Harry sentia todo seu corpo se arrepiar e borboletas voando dentro de sua barriga. Uma sensação muito boa, ainda melhor do que no primeiro beijo dias atrás. Ele ainda estava um pouco confuso, estava em dúvida sobre muitas coisas, mas havia uma única certeza:

Beijar Therion Black era a melhor coisa que já havia feito na vida.

Mesmo após findarem o beijo, permaneceram na posição em que estavam. Harry segurando o rosto de Therion, ele abraçando sua cintura. Os rostos se mantiveram muito próximos, ambos respirando fundo e rápido, os olhos azuis-acinzentados presos no verde-esmeralda.

Dessa vez, Potter não correu.

Therion ainda sentia um turbilhão dentro de si, a mente um pouco confusa, sem conseguir formular muitos pensamentos, mas continuava focado em admirar os olhos de Harry.

— Eu não vou me afastar de você… Nem quero isso… Ou deixar se ser seu amigo — Potter disse.

— Não está com raiva de mim?

— Nunca estive. Só fiquei… Com medo e confuso — admitiu. — Não esperava gostar tanto de beijar o meu melhor amigo… Que por um acaso é um garoto.

— Você… Gostou?

— Exatamente por isso eu surtei e corri — Harry riu.

Therion também riu e suspirou aliviado. Saber que Harry ainda estaria ali ao seu lado era exatamente o que precisava para acalmar toda a ansiedade e nervosismo dentro dele.

— E o que vamos fazer agora?

— Eu não faço a menor ideia.

Os dois riram baixo, juntos. Afastaram-se devagar, ainda se encarando.

— Eu conversei com o Canis sobre isso e está me ajudando a refletir e entender algumas coisas, mas… — Harry coçou a nuca e sentou-se na beirada da cama. — Só preciso de tempo para me entender, sabe? Entender o que está acontecendo, o que estou sentindo…

— Talvez eu deva te pedir desculpas por te fazer entrar em um grande questionamento sobre sua sexualidade? — Therion disse hesitante.

— Não, não deve. A culpa não é exatamente sua… Eu que nunca… Nunca me deixei pensar muito sobre isso porque… Porque com certeza iria acabar bem mal com os meus tios.

Harry respirou fundo, desviando o olhar.

— Acho que se eu sequer pensasse em beijar um garoto, Tio Valter me mandaria direto para o hospital.

— Ah, Harry… — Therion aproximou-se dele mais uma vez.

— Eu gosto muito de estar com você — confessou Potter, voltando seus olhos que começavam a marejar para o Black. — E quero continuar do seu lado, ser seu amigo, poder… Te abraçar… Segurar sua mão… E não quero pensar que isso seja errado, porque não me parece que seja.

— E não é...

— Estou confuso com muitas coisas, mas o que sei é que… Eu quero continuar perto de você… Eu gosto do que temos… De ficar ao seu lado, observar as estrelas com você, de… Ah, Merlin! Eu gostei muito de beijar você!

Therion sorriu fraco e ficou de frente para Harry, ainda de pé. Levou uma de suas mãos aos cabelos rebeldes, e ele rapidamente segurou sua outra.

— Podemos continuar e só… Seguir? E você… Você poderia tentar entender que eu ainda não sei o que…

— Eu entendo, Harry — disse calmo e secou uma lágrima que escorreu pelo rosto de Potter. — E estou aqui com você… Se você ainda estiver comigo… Acho que podemos esperar ver no que vai dar. Só… Não se afasta de mim.

— Não quero me afastar… — Harry disse e sorriu fraco.

Therion sentou-se ao seu lado e abraçou-o com força, acolhendo Potter em seus braços. Harry apertou fortemente seus braços ao redor do Black e enterrou o rosto em seu pescoço para novamente sentir aquele perfume que tanto gostava, sem se importar que ele estivesse molhado pela chuva.

Confessar boa parte do que estava sentindo realmente fez bem a Potter. Deixou-o mais leve, como se tirasse um peso que esmagava sua caixa torácica do peito. E receber aquele apoio do Black era ainda melhor.

Isso é uma das coisas que mais gostava nele. Ele sempre tentava ouvi-lo, entendê-lo e mostrar seu apoio como podia.

Gostar tanto de alguém era assustador pra caramba… Mas conseguiria lidar e entender com o tempo, se ele continuasse ao seu lado.

Quando se desfizeram do abraço, deram as mãos e entrelaçaram seus dedos, sorrindo timidamente um para o outro. Therion secou o rosto de Harry e beijou sua bochecha carinhosamente em seguida.

— Melhor você se secar. Pode acabar resfriado — Harry disse preocupado.

— Está tudo bem. Valeu muito a pena — Black respondeu.

Potter encarou-o ainda próximo, com as bochechas coradas. Os olhos brilhantes não se desviavam do seu rosto.

Harry afastou-se sem dizer nada e foi até sua escrivaninha, pegando uma pequena coleção de folhas e voltando para Therion. Apenas estendeu as folhas para ele, em silêncio, recebendo um olhar confuso em resposta.

Black pegou as folhas e viu que eram desenhos, certamente feitos por Potter. O primeiro era um jogador de quadribol sonserino apoiado em sua vassoura e com uma goles debaixo do braço, o qual somente percebeu ser a si próprio quando notou a semelhança consigo e o seu número do uniforme na roupa.

O desenho seguinte era uma representação do dia em que convocaram seus patronos. Dois garotos de mãos dadas com as figuras de um lobo e um cervo a sua frente.

Havia outro muito semelhante ao que viu no caderno de James Potter, um garoto olhando para as estrelas. Daquela vez, era realmente ele ali, deduziu.

Harry não disse uma única palavra, apenas observou receoso, com as mãos unidas em seu colo brincando com os próprios dedos, nervoso. Nunca havia mostrado a Therion os desenhos que fizera dele, apenas outros aleatórios que fazia quando estava entediado, pequenos rabiscos rápidos sempre muito elogiados por ele. A espera da reação dele o deixava ansioso.

— São lindos, Hazz — Therion disse, exibindo um sorriso bobo.

— Mesmo?

— Sim, muito! — afirmou, voltando os olhos para Potter novamente. — Eu amei todos eles. Por que nunca me mostrou antes?

— Não sabia o que você pensaria sobre eu te desenhar tantas vezes — confessou. — Mas… Gosto muito de fazer isso… Desenhar você.

— Gosta?

Harry assentiu com a cabeça.

— V-você… Você me deixa inspirado. Quando me dou conta, já estou te desenhando.

Therion sorriu ainda mais e beijou o rosto de Potter mais uma vez. Seu coração batia com tanta força no peito que quase o deixava sem ar de tão emocionado e feliz que estava.

— Fico feliz em ser sua inspiração.

— Mesmo? — Harry perguntou com um brilho nos olhos.

— Sim. Pode me fazer vários desenhos meus que vou adorar.

— Pode ficar com esses. Eu tenho muitos outros… E vou, com certeza, fazer mais.

Black assentiu, deixando os desenhos em seu colo e segurando o rosto de Potter.

— Obrigado, Therry…

— Não precisa agradecer… Estou aqui com você, sempre.

Harry beijou o rosto frio e molhado de Therion e abraçou sua cintura, voltando a enterrar o rosto na curvatura de seu pescoço, enquanto ele abraçava seus ombros.

Depois que o Black trocou de roupa, ele logo voltou para Potter e continuaram abraçados. Poucas horas depois, Canopus chegou em casa e adentrou o quarto completamente encharcado também.

— Acho que vocês dois já se resolveram muito bem — ele disse ao ver os dois abraçados na cama enquanto Therion lia um livro.

— E seu encontro romântico nessa bela chuva? — Therion indagou com certo deboche na voz.

— Tenho que dizer… Eu tirei a semana para falar com pessoas no armário — suspirou. — Mas pelo menos consegui alguns beijos. — Sorriu de canto. — Fui o único ou vocês já repetiram a dose?

— Canis! — Harry e Therion exclamaram, os rostos explodindo numa coloração vermelha. Potter escondeu o seu em suas mãos, enquanto o outro desviava o olhar.

— Parece que sim. Querem que eu saia para continuarem?

— Eu vou te matar, Padfoot!

— Eu quem vou te matar se me chamar de Padfoot de novo, Prongs! — Canopus ralhou irritado.

— Merlin, Canis! Eu mandei você ir se secar e trocar de roupa agora! — A voz de Remus ecoou pelo corredor.

— Já estou indo, papai. Estava falando com o Harry e o Therry!

Remus surgiu na porta com uma toalha e rapidamente colocou-a sobre Canopus, secando seus cabelos e seus ombros.

— Papai! — ele resmungou.

— Não quero precisar te levar ao St. Mungus porque pegou febre de dragão.

— Febre de dragão? — Harry arqueou as sobrancelhas.

— É meio que um resfriado bruxo. A pessoa fica tão quente que parece que foi queimada por um dragão — Canopus explicou. — Eu e Therion tivemos quando éramos crianças, e tenho certeza, papai, que uma chuvinha não vai me fazer ficar doente de novo.

— Não vou arriscar. 

— Er… Remus — Harry chamou.

Lupin voltou seu olhar para o garoto, notando então que estava bem junto a Therion.

— Sim, Harry?

— Por falar em St. Mungus… Acho que já pode me levar, se ainda achar que preciso de um check-up…

Remus sorriu fraco e atencioso para Harry.

— Amanhã nós vamos, tudo bem?

— Tudo bem.

— Agora, você, Canis, vem comigo.

Remus arrastou o filho até o quarto dos gêmeos, ouvindo ele resmungar e reclamar enquanto tirava a camisa e puxava a toalha de suas mãos para se secar.

— Sem reclamar. Estou cuidando de você. Quer ficar doente?

— Terá valido a pena.

— O encontro com o Elliot foi bom, pelo visto.

— A conversa final não foi tão legal, mas… Eu beijei ele!

— Ah, Merlin… Vocês estão crescendo tão rápido — lamentou Lupin.

— Uma hora eu e Therion vamos começar a namorar, papai. Melhor se acostumar com a ideia.

— Bom, você e seu irmão sabem que podem vir falar comigo sempre que quiserem sobre isso.

— Papai, o senhor está solteiro desde sempre. Em vez de conversar conosco, poderia tentar sair e namorar um pouquinho.

O rosto de Lupin imediatamente ficou vermelho.

— Minha vida amorosa está bem como está agora. Se seque e troque de roupa!

***

Enquanto Remus estava com Harry no St. Mungus, os gêmeos ficaram em casa com Sirius. Os garotos saíram em dado momento pela lareira, enquanto o outro Black preparava o almoço e voltaram com sacolas em mãos, mas ele não perguntou o que era.

Os garotos ficaram no quarto a maior parte do tempo.

No hospital bruxo, Lupin permaneceu ao lado de Potter a todo momento, confortando o garoto, que estava bastante nervoso e ansioso. Harry tremeu da cabeça aos pés assim que pisou no local, não muito diferente de um hospital trouxa, lembrando-se de todas as vezes que se machucou ou ficou doente e precisou ir para lá.

Aconteceu uma certa quantidade de vezes, mas muitas outras ele precisou se cuidar sozinho e apenas rezar a própria sorte para ficar bom, pois seus tios não estavam dispostos a gastar muito com médicos. Quando o levavam ao hospital, era porque estava realmente muito mal e precisava de cuidados urgentes.

Pneumonia. Um osso quebrado de uma queda. Uma queimadura grave. Apendicite. Anemia.

Bom, esse último Harry não se surpreenderia se não estivesse completamente recuperado.

O medibruxo que o atendeu era bastante simpático e pareceu bastante feliz em examinar o grande Harry Potter, o menino que sobreviveu. Lupin garantiu que era confiável e que tudo ficaria bem. O médico também olhou bastante atento e preocupado para a aparência abatida de Remus, que rapidamente desviou a atenção de volta para o garoto dizendo que estava bem.

— Lua cheia difícil?

— Nem tanto… — Remus disse, desviando o olhar.

— Como o senhor sabe? — Harry perguntou.

— Sou um velho conhecido dos Lupin. Já atendi o filho e os queridos netos do Lyall algumas vezes. E pelo tempo desde a última visita, acredito que a saúde dos gêmeos esteja ótima.

— Estamos indo…

Harry analisou atento cada movimento da varinha do medibruxo, com Lupin ao seu lado. A expressão de ambos demonstrava certa preocupação, embora a do médico seja bem mais leve e analítica.

Quando subiu na balança, Potter não se surpreendeu ao ver a brilhante marcação. Era até mais do que esperava, considerando que sempre foi excessivamente magro por comer muito pouco.

— Retire os óculos, Sr. Potter — pediu o medibruxo enquanto se afastava alguns metros dele. — Cubra o olho esquerdo.

Ele desenhou algumas letras no ar e pediu para Harry dizer cada uma delas, diminuindo gradativamente o tamanho. A visão do garoto era extremamente embaçada, então errou muitas vezes.

— Er… Um C, eu acho…

Era um L.

Após uma bateria de exames, Harry olhou para Remus, observando sua expressão. Era um misto de preocupação e irritação.

A irritação, com toda a certeza, era com os Dursley. Harry estava consideravelmente bem, principalmente após as últimas semanas sendo muito bem cuidado por Remus e Sirius, mas não inteiramente saudável, ele sabia. Quando o garoto precisou erguer um pouco a blusa para auscultar seu coração, percebeu a cicatriz de uma cirurgia — apendicite — e marcas, segundo Potter, de acidentes brincando, limpando a casa ou cozinhando.

Os gêmeos já se machucaram e tiveram pequenos acidentes durante a infância, obviamente, mas Lupin não conseguia deixar de irritar-se com os tios de Harry e pensar no quanto eles podem tê-lo machucado. Sua mente criava as piores hipóteses de coisas que poderiam ter ocorrido.

Ele nunca ousou levantar a mão ou a varinha para seus filhos, sempre resolveu tudo conversando com eles. Se soubesse que os Dursley ousaram algo do tipo além de não suprir as necessidades mais básicas de Potter, não sabia se conseguiria se conter e não ir até a Rua dos Alfeneiros ter uma longa conversa com eles.

— Primeiramente, Sr. Potter, o senhor necessita urgentemente de lentes adequadas para seus óculos. Essas lentes trouxas não são boas para seu nível de visão, por mais que o ajude a enxergar mais claramente — disse o medibruxo. — Lentes mágicas são muito mais eficientes.

— Existem lentes mágicas?

— Sim, como as dos óculos do seu pai. Talvez eles fiquem bem em você — Remus respondeu, tocando delicadamente o ombro do garoto, que sorriu com a ideia.

— Quanto ao resto da sua saúde, é bastante preocupante para um bruxo da sua idade ter sua estatura e seu peso, considerando o seu potencial genético segundo os exames.

— Eu já tive anemia. — Harry deu de ombros.

— E estava começando a entrar nesse quadro novamente. Graças a Merlin, veio fazer um check up.

Potter coçou a nuca e desviou o olhar. Talvez devesse ter ido um pouco antes.

— Sua alimentação carente de muitos nutrientes afetou seu desenvolvimento físico. Você é jogador de quadribol, certo? Esportes ajudam bastante e talvez tenha ajudado a não ficar num estado pior — continuou o medibruxo. — Irei recomendar poções revigorantes e vitamínicas para repor tudo o que seu organismo precisa. Se seguir todas as recomendações, logo será um jovem bruxo forte e muito saudável.

O medibruxo escreveu em um pergaminho toda a lista de poções, recomendações de dieta e instruções. Harry ficou receoso quanto ao número de poções, mas não questionou.

Remus guardou o pergaminho consigo e agradeceu ao medibruxo antes de ir embora com Potter.

— Vamos para casa agora?

— Não. Vamos comprar todas as suas vitaminas — Lupin respondeu. — Harry… Por que nunca me contou em Hogwarts sobre seus tios? Você estava ficando doente por causa deles! Eu teria ajudado antes.

— Porque… Já estava acostumado com isso. Não vi porque falar alguma coisa.

— Hey… — Remus segurou-o levemente pelos ombros e virou-o de frente para si. — Você pode me contar qualquer coisa, okay? Nada disso era certo! Eles deveriam cuidar de você!

Harry abaixou o olhar.

— Não vou te forçar a falar nada. Mas… Sei bem como algumas coisas ficam na nossa mente e são difíceis de esquecer — continuou Lupin. — Quando precisar conversar, quiser e se sentir confortável, você pode me dizer… Ou falar com Sirius, nós dois nos preocupamos e queremos que fique bem.

— Obrigado…

— Nós estamos com você. É tão da família quanto qualquer um de nós e sempre cuidamos da família.

Potter sorriu fraco, erguendo o rosto para Lupin.

Eles seguiram para comprar todas as poções receitadas para Harry. Quando voltaram para casa, o almoço já estava pronto e todos aproveitaram a refeição juntos.

Remus cuidou para que Harry bebesse suas poções e deixou todas no quarto do garoto com os horários anotados. Potter acabou adormecendo, mas após acordar, passou o restante da tarde com os gêmeos.

Na verdade, com Therion, pois Canis não ficou por muito tempo. Quando ele saiu, os dois ficaram sozinhos na cama, o Black sentado contra a cabeceira e Potter deitado com cabeça em seu colo enquanto recebia um carinho em seus cabelos. Até que Harry se levantou para pegar seu caderno.

Aproveitando apenas a companhia um do outro, Therion voltou a leitura de um livro que estava lendo, em voz alta, e Harry o desenhou na pose em que estava. Black gostou bastante do resultado final.

À noite, durante o jantar, os gêmeos tinham uma surpresa tanto para Remus quanto para Sirius.

— Poção Mata-Cão? Onde conseguiram?! — Lupin perguntou de olhos arregalados enquanto observava as várias doses em grandes frascos.

— Nós compramos — Therion respondeu.

— Depois da lua cheia, nós enviamos uma carta a um dos pocionistas que produzem a poção e conseguimos um lote para as próximas luas cheias até dezembro por um ótimo preço — Canis explicou. — Fomos buscar quando o senhor saiu com o Harry.

— Meninos, essa poção custa uma fortuna!

— E até eu aprender a preparar, temos uma fortuna para comprar — Therion disse. — O pocionista não confiou em ensinar um bruxo adolescente como fazer a poção, mas fizemos um ótimo negócio.

— Therry…

— Que tal apenas agradecer por ter filhos tão cuidadosos com o senhor?

— Vai poder manter sua consciência e se machucar menos — Canopus falou. — Até pode passar as luas cheias dentro de casa.

Remus encarava os garotos, sem saber o que dizer. Voltou seu olhar para Sirius, que parecia feliz e orgulhoso dos filhos por seu feito.

— Já está na hora de se preocupar mais com a sua própria saúde, papai.

— Canis… — Remus suspirou.

Sirius segurou a mão de Lupin por debaixo da mesa e apertou com força.

— Ele está certo, Moony. Estão só cuidando de você.

Lupin comprimiu os lábios, lembrando-se do que conversou com Sirius após a lua cheia. Sobre o quanto os garotos se preocupavam consigo, que ele não precisava ter medo de deixá-los também cuidarem dele.

Ele sempre se preocupou demais em cuidar dos garotos, mas nunca de si mesmo.

— Obrigado… — agradeceu aos filhos e sorriu fraco. — Gostaria de um aviso na próxima vez, mas… Obrigado.

— Pode deixar que vamos pedir para enviar o próximo lote pra cá — Canis disse.

— E temos mais uma coisinha…

Therion mostrou mais um frasco de poção. Grande e borbulhante, muito bem fechado e vedado com magia.

— O que é isso? — Harry perguntou.

— Poção polissuco pré-preparada. Foi bastante difícil de conseguir e pagamos muito caro.

— Eu disse a ele que era uma péssima ideia, papai! — Canopus logo defendeu-se.

— Demoraria mais de um mês se eu fosse fazer em casa, e nós não temos tanto tempo. Aqui já está metade do processo preparado e paralisado com um feitiço, até eu abrir a tampa e despejar no caldeirão para finalizar — Therion continuou, ignorando o irmão. — E posso te garantir, Sirius, que eu sei finalizar com perfeição.

Sirius abriu a boca surpreso, não demorando a entender a ideia do garoto. Um grande sorriso surgiu em seu rosto, enquanto, Remus balançava a cabeça negativamente, também entendendo o plano.

— Não — disse Lupin.

— Sim! — Sirius riu.

— Acho que não seria tão ruim levar nosso cão de guarda para a Copa Mundial de Quadribol.

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Olá, meus amores!
Tudo bem?

ROLOU MAIS UM BEIJINHO DEERWOLF E MIMO WOLFSTAR SIM 🥳🥳
GOSTARAM?
Os casais dos lobinhos está caminhando 🥰🥰

Stardragon shippers: Estamos perto de mais mimos, aguardem.

Façam suas apostas: De quem será o próximo beijo?

Finalmente estamos chegando a Copa de Quadribol e vamos seguir os eventos de Cálice de Fogo após uma longa fase de transição.

A fase Cálice de Fogo trará muitas novidades, revelações, casais desenvolvidos, pessoas evoluindo (um dragão, na verdade 🤭🤭). Ansiosos?

E anuncio com prazer que... LEGACY CHEGOU A 100K 🥳🙌
Eu ainda não estou acreditando, sério! Uma história que começou com eu viajando na maionese enquanto assistia Prisioneiro de Azkaban ganhando seu reconhecimento. Muito obrigada a todos! Amo demais cada um de vocês que está lendo!

Em breve retorno com mais uma att!
Não esqueçam de comentar bastante, okay?

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 👋😘

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