XXVIII. Back home
As férias de verão não começaram como os gêmeos esperavam. A cada dia que passava a preocupação de Canopus e Therion com o pai apenas aumentava.
Eles estavam na casa do avô há pouco mais de uma semana e meia. Remus havia enviado uma carta no dia que chegaram, dizendo que estava bem e confirmando que ficariam por lá até arranjar outro emprego e uma nova casa para eles, mas não deu as caras uma única vez.
Não era a primeira vez que ficavam numa situação difícil e os garotos precisavam ficar com o avô, mas Remus sempre aparecia para ver como eles estavam. Daquela vez, foi diferente.
Eles dormiam no antigo quarto de Remus, o qual possuía várias coisas ainda da juventude do homem que haviam sido deixadas lá. Algumas roupas eles acabaram usando, pois a maioria das suas já não serviam mais. Se divertiram vendo algumas fotos antigas de quando o pai era mais novo, embolado em seu uniforme da Grifinória perfeitamente arrumado, e observando alguns rabiscos que ele fizera na parede para passar o tempo, já que na maior parte dele estava trancado em casa.
Tinha o nome de seus amigos marcados ali, junto com pequenos desenhos e trechos de livros em inglês e francês. Um conjunto enorme de figuras e palavras em uma parede quase inteira. Lyall nunca teve coragem de apagar.
O velho Lupin cuidou muito bem dos netos, mantendo o filho sempre informado sobre como eles estavam. Trocava os curativos todas as manhãs e lhes dava poções para ajudar na recuperação, levava para eles um café da manhã bem reforçado e atendeu suas necessidades mais lupinas na hora do jantar. Ele deixava que eles aproveitasse o dia como quisessem, desde que não se machucassem.
Os gêmeos jogaram muitas partidas de xadrez bruxo com o avô e usaram o telefone para falar com Merliah. Canopus sequestrou uma dezena de livros de criaturas mágicas que o avô possuía por causa do trabalho e levou para o quarto para ler, enquanto Therion usava um caldeirão velho para tentar fazer sozinho uma poção revigorante seguindo as instruções de um de seus livros e roubando ingredientes na dispensa.
Estavam no quarto, Canis deitado de bruços com o rosto quase colado num livro e Therion com sua poção no chão, quando uma pequena explosão espirrou fumaça verde e um líquido vibrante no rosto do gêmeo mais novo.
O mais velho começou a rir, enquanto o outro xingava alto. Dois livros de poções flutuavam ao lado do garoto no chão e havia ingredientes variados ao seu redor.
— Devia ter colocado mais cascas de Wiggentree — disse ele.
— Ou amassar o verme gosmento com mais força — falou Canis, ainda rindo, e usou sua varinha para apontar no livro — Tem que esmagar bem até sair bastante muco.
— Eu sei disso, eu sou o especialista em poções aqui! — Empurrou a mão do irmão para longe. — E estou tentando fazer uma poção bem mais eficiente que a Wiggenweld, não vou seguir a risca.
Lyall adentrou o quarto correndo, preocupado com o barulho que ouviu. Olhou ao redor do cômodo e encontrou uma verdadeira bagunça de livros espalhados sobre as duas camas, frascos de poções, roupas e vassouras jogadas e muitos pelos caídos.
Os garotos olharam para o avô, sem dizer uma única palavra, paralisados. Já começaram a pensar em formas de explicar a bagunça e fugir de um sermão.
O homem voltou a atenção para eles, olhando para Therion, que estava sentado em frente ao caldeirão que saía uma fumaça esverdeada sobre o fogo baixo, com os cabelos presos, a blusa de mangas rasgadas suja e amassada, e o rosto sujo de alguma coisa verde, com livros de poções flutuando ao redor dele e a varinha atrás da orelha; e Canopus, que estava na cama vestindo apenas uma calça verde, com os cabelos bagunçados e caindo sobre o rosto, rodeado de livros e anotações.
— O que aconteceu?! Vocês estão bem?! — perguntou.
— Um pequeno acidente de um Mestre de Poções Iniciante — Therion respondeu com um sorriso torto e buscando alguma coisa para limpar o rosto.
— Eu não fiz nada! — Canis ergueu as mãos em rendição, tentando escapar da culpa.
— Passou um furacão por aqui?! — Lyall exclamou ao observar toda a bagunça. Nem em seus dias mais estressantes e desanimados Remus deixou o quarto num estado tão caótico.
— Vamos arrumar — os gêmeos disseram em uníssono rapidamente.
Lyall olhou para eles e riu baixo. Toda a bagunça que Remus não fazia quando criança, aqueles dois compensavam em dobro e deixavam a casa uma zona. Claro que o pequeno Remus Lupin tinha suas travessuras e já aprontou bastante, mas os gêmeos conseguiam ser bem pior. Receber eles em casa era certeza de muito trabalho pela frente.
Não que ele reclamasse muito, adorava os netos desde o primeiro dia que estiveram ali. Ficava feliz em tê-los por perto.
— Tudo bem — disse ele. — Ninguém se feriu mesmo, certo?
— Não, vovô — Therion garantiu, esfregando uma flanela no rosto. — Mas acho que vou ficar verde por algumas horas.
— Tenham cuidado.
— Pode deixar! — Canis disse, voltando sua atenção para o livro que estava lendo, aproximando mais o rosto das páginas para continuar a ler.
Lyall suspirou cansado e saiu do cômodo, voltando para a cozinha, onde preparava o jantar.
Therion pegou sua varinha presa em sua orelha e apontou para o caldeirão, fazendo todo o líquido evaporar. Em seguida, com um aceno, fez os livros pousarem no chão e apagou o fogo onde preparava a poção.
Enquanto ele arrumava a bagunça que havia feito na sua tentativa falha com a poção, uma coruja branca pousou na janela trazendo uma carta. Ele sorriu ao vê-la e abandonou o que fazia para ir até lá e pegar o envelope, acariciando as penas da ave, que bicou seu dedo de forma carinhosa.
— Oi, Edwiges — cumprimentou.
Canopus ergueu os olhos do livro ao ouvir o nome da coruja e também sorriu ao vê-la. Assoviou alto, e ela logo voou para seu braço e piou em resposta. Ele pegou sua varinha e convocou alguns petiscos de sua coruja, dando para ela comer.
Edwiges piou em aprovação e comeu rapidamente. O garoto sorriu e acaricou suas penas, enquanto o irmão abria a carta que ela entregou.
— Uma carta do Harry? — perguntou.
— Sim!
Therion começou a ler a carta, em silêncio, enquanto o gêmeo continuava entretido com a coruja.
— O que ele disse?
— Disse que Sirius mandou uma carta para ele e já enviou uma resposta essa semana — respondeu, sentando-se ao lado do irmão na cama dele. — Os tios começaram a tratar ele um pouco melhor depois que souberam que o padrinho dele é um assassino foragido com quem ele mantém contato e gosta de receber frequentemente notícias sobre seu estado.
— Pelo menos ter uma ligação com ele tinha que trazer alguma vantagem pra alguém — murmurou Canis secamente em resposta.
— O primo dele começou uma dieta e agora todos da casa precisam seguir a risca — continuou Therion, ignorando o comentário. — Disse que adoraria comer alguma coisa decente agora…
— Estão deixando ele com fome de novo?!
— Ele não disse isso exatamente, mas…
— O que mais ele disse?
— Que está sentindo nossa falta e não vê a hora de poder sair de casa para nos vermos de novo — falou. — Ah, mas eu vou matar aqueles trouxas e tirar ele de lá.
— Seria melhor se tivessem dado a guarda dele pro papai depois que Tio James e Tia Lily morreram.
— Com certeza.
— Pena que fizeram uma péssima escolha de padrinho.
— Canis!
— Que foi? Se papai fosse padrinho do Harry também ele poderia ficar com a gente!
— Isso não torna Sirius um péssimo padrinho — retrucou. — Quando papai voltar, vamos ver o Harry e dar um jeito de ajudá-lo.
— Nessa última parte, eu concordo. Vou escrever uma carta pra ele e dizer isso depois do jantar. Vovô vai fazer sobremesa, podemos mandar um pouco pra ele também.
— Eu escrevo.
— Você escreveu a última. Revezamento justo!
Canopus levantou-se da cama e levou Edwiges até o poleiro de sua coruja, deixando ela descansar ali. Ele pegou os recipientes de comida e água e encheu-os, colocando para ela.
— Pode descansar aí, Edwiges. Foi uma viagem longa, não é? — falou carinhosamente com a coruja e ela piou em resposta, como se concordasse.
— Vamos arrumar o quarto antes que vovô volte para nos chamar para o jantar.
Os gêmeos pegaram suas varinhas e começaram a arrumar a bagunça do quarto usando magia. Eles não eram os maiores adeptos da lei contra o uso de magias por menores e faziam uso sempre que possível.
As coisas flutuaram pelo cômodo para seus devidos lugares, e eles deixaram tudo limpo. Não demoraram para deixar tudo inteiramente arrumado e voltarem a jogar-se em suas camas, cada uma encostada a uma parede do quarto.
— Ainda dói? — Therion perguntou ao irmão.
— Não muito — Canis respondeu, olhando para o próprio peito enfaixado por ataduras. O resto de seu corpo estava coberto por algumas cicatrizes, assim como seu gêmeo. — A cicatrização já está finalizando. E você?
— Também já estou melhor. Acho que isso vai deixar o papai bem mais aliviado quando voltar.
— Espero que ele volte logo ou ao menos responda nossas cartas.
Um tempo depois, os garotos foram jantar. Eles já estavam voltando a se alimentar normalmente, desejando bem menos uma carne sangrenta e se deliciando com as receitas da avó que Lyall preparava. Após a refeição, os três se reuniram na sala de estar.
Enquanto Lyall e Therion jogavam xadrez bruxo, Lupin também cuidava dos curativos de Canopus, que estava escrevendo a carta para Harry.
— Torre para E5 — Lupin falou, e a peça se movimentou sozinha no tabuleiro, sem que tirasse os olhos das cicatrizes do neto.
— Rainha para B4 — Therion disse e sorriu enquanto via sua peça destruir a adversária. — Diga adeus ao seu bispo, vovô.
— O quê?! — Lyall desviou os olhos para o tabuleiro e xingou baixo.
— O senhor já foi melhor. Perdendo para um garoto de 14 anos — caçoou.
— Não cante vitória antes da hora, Therion. Torre para C3.
— AI! Doeu, vovô!
— Desculpa, Canis — Lyall desculpou-se rapidamente, olhando preocupado para Canopus.
Ele pegou ataduras e começou a enfaixar o dorso do garoto. Quando terminou, entregou um frasco de poção. Canis bebeu rapidamente e depois vestiu a blusa de algodão do pijama com cuidado.
Therion fez mais uma jogada, e Lyall analisou o tabuleiro com cuidado antes de jogar e começar a cuidar do outro neto.
— Você já está bem melhor — disse quando terminou. — Canis, você vai ficar com os curativos por mais uns três dias.
— Já são quase parte do meu corpo. Vou começar a usar como acessório — brincou o garoto. — A família toda está combinando agora.
— Canis, você tem um humor bastante interessante.
— É o meu charme — sorriu de canto.
— Mas agora somos oficialmente Lupin: com cicatriz e tudo! — Therion exibiu as cicatrizes no braços, semelhantes as do irmão e que o próprio Lyall possuía.
As de Lyall eram das primeiras luas cheias de Remus, quando ainda era apenas um pequeno lobisomem do tamanho de um filhote de lobo e ele e Hope estavam aprendendo a lidar com aquilo e como deixá-lo seguro. O tamanho pequeno não durou muito, já que com 10 anos Remus já tinha o tamanho de um lobo adulto.
Até hoje, ele ainda se culpava muito pela situação do filho.
— Vocês sempre foram Lupin, Therion — Lyall disse e sorriu fraco, arrumando os cabelos do garoto e beijando sua testa.
Os gêmeos sorriram largo com a declaração do avô. Gostaram de ouvir aquilo. Eles se sentiam muito mais Lupin do que Black.
Voltaram a jogar e permaneceram ali por mais uma tempo. Dada a hora de dormir, eles se prepararam para deitar.
Canopus e Therion pegaram um pedaço generoso da torta de sobremesa para mandar para Harry junto com a carta. Quando chegaram ao quarto, viram sua coruja pousada ao lado de Edwiges, ambas as aves lado a lado.
— Hermes! — Canis exclamou. — Papai mandou uma resposta? — Olhou ao redor procurando alguma carta.
— Acho que não... — Therion disse após a coruja piar.
Os dois suspiraram desanimados. Canopus entregou a carta e o pacote com a torta para Edwiges, observando ela voar pela janela de volta para a casa de Harry, e em seguida fez um carinho nas penas de sua coruja.
Eles se deitaram em suas camas, e logo Lyall veio desejar-lhes boa noite. Os três olharam para o calendário na parede. O dia seguinte brilhava num tom prateado, evidenciando que seria lua cheia. Isso apenas diminuía as esperanças dos garotos de verem o pai logo.
— Ele vai ficar bem — Lyall tentou tranquilizá-los. — Durmam bem.
— Boa noite, vovô — disseram juntos.
— Boa noite — Lyall disse e saiu do quarto, fechando a porta.
Os gêmeos suspiraram. Os dois pegaram livros sobre a mesa de cabeceira e começaram a ler, até o sono vir.
Demoraram a dormir. Ainda tinham muitos pesadelos que os deixavam acordados o maior tempo possível. Tudo o que mais queriam era ter Remus de volta para abraçá-los e protegê-los de todos eles.
***
Canopus remexia-se na cama, apertando os olhos com força. Mais uma vez, o mesmo pesadelo. Mais uma noite sendo atormentado durante o sono.
Lá estava ele, apenas um bebê, chorando agoniado vendo Sirius transtornado falando com um caco de vidro. Depois ele indo embora e nunca mais voltando, por mais que o chamasse várias vezes. Seu único alento foram os braços de Remus, todas as noites em que quis ele de volta.
Ele acordou assustado e ofegante, como sempre acontecia, sentindo-se triste e angustiado, com os olhos marejados. Queria Remus ali agora...
— Papai… — choraningou baixo e sonolento.
— Canis… Estou aqui.
Canopus sentou-se e viu Remus ao seu lado. Lupin viu como o filho estava inquieto e assustado, e preocupou-se no mesmo instante. O garoto não pensou duas vezes antes de pular em seus braços e abraçá-lo com força ao ver que ele realmente estava ali.
Remus retribuiu o abraço com a mesma intensidade, sentado na beira da cama.
— Eu estou aqui, minha estrela… — sussurrou.
— Não vai embora também, por favor… — Canis sussurrou de volta.
Ele apertou o pai com mais força naquele abraço, enterrando o rosto em seu ombro e começando a chorar. Aquele abraço era tudo o que ele mais precisava nas últimas semanas depois de todo o terror e exaustão que passou em seus últimos dias na escola, das dores que sentiu.
O abraço do pai sempre foi seu maior conforto.
Remus tentou confortá-lo, acolhendo-o em seus braços como quando ele era pequeno.
— Foi só um pesadelo... Está tudo bem.
— Não... Não foi... — ele choraningou baixo. Não era um pesadelo. Era real.
Uma realidade que o perseguia e com a ele precisou conviver por anos, que o afeteva muito mais do que aparentava. Algo que o corroía por dentro e sempre manteve escondido, até vir a tona com tanta força que não conseguia mais suportar.
Remus não entendeu, mas também não questionou.
Therion acordou, ouvindo o irmão chorar e soluçar. Ele viu o pai ali e rapidamente se levantou e correu para abraçá-lo. Apertou-o entre seus braços fortemente, assim como Canis, expressando toda a falta que sentiu nas última semanas.
Remus também o acolheu naquele abraço imediatamente, apertando aos dois garotos contra si entre seus braços. Havia sentido tanta falta deles, tanta...
— Eu senti tanta falta de vocês, minhas estrelas — ele disse, beijando o topo da cabeça de cada um.
Ouviu muito de Sirius nos últimos dias o quanto ele viu como os filhos se importam consigo e que eles não o culpariam por tudo o que houve e precisavam dele. A forma como eles o abraçavam dizia que ele estava certo.
Eles precisam dele. E Remus precisa daqueles garotos tanto quanto, porque eles são seu tudo. Suas estrelas. Ele não consegue viver longe deles. Cada dia longe era como perder uma parte de si mesmo.
Havia acabado de chegar a casa do pai, e a primeira coisa que fez foi perguntar sobre os filhos e correr para vê-los. Ele os acolheu em seu abraço por um longo tempo, com os olhos marejados, enquanto esperava que eles se acalmassem.
— O senhor está bem? — Therion perguntou preocupado. — A lua cheia foi muito ruim?
— N-não, não foi… Eu estou bem — respondeu, secando rapidamente a lágrima que escorreu pelo rosto do garoto.
Ele não mencionou que esteve os últimos quatro dias junto de Sirius. Nem que Black esteve consigo durante a lua cheia dois dias antes e cuidou de alguns ferimentos. Talvez fosse algo para conversarem em casa, em outro momento.
Lyall observava tudo da porta, podendo ver claramente como o filho amava aqueles meninos como uma parte sua. Os três possuíam uma ligação muito forte e poderosa, maior que qualquer laço de sangue. Por mais que quisesse estar mais presente na vida de Remus, sabia que ele estava bem com aqueles garotos e tinha formado uma família que sempre estaria ao seu lado, não importa o que aconteça.
Remus olhou para o pai, sem soltar os filhos um instante sequer, e sussurrou quase inaudível um "Obrigado". O Lupin mais velho apenas sorriu carinhosamente em resposta. Ele sempre estaria ali para ajudar e apoiar o filho e sua família. Ele os deixou a sós, sabendo que aquele era um momento só para eles.
— Vocês estão bem? — Remus perguntou aos filhos, afastando-os um pouco para poder observá-los melhor. Os dois assentiram com a cabeça.
Canopus voltou a abraçar o pai, não querendo soltá-lo mais tão cedo. Remus apenas retribuiu, oferecendo todo o apoio e alento que o filho precisava.
— Nós vamos pra casa, não é? — Therion perguntou. — Encontrou uma casa e um novo emprego?
— Vamos, mas depois falamos nisso, okay?
O garoto apenas assentiu e se encolheu entre os braços do pai para matar toda a saudade que sentiu. Eles continuaram ali daquela forma, até estarem os três recompostos e visivelmente melhores por aquele reencontro depois de longas semanas sem se ver em meio a muita preocupação de ambos os lados.
Cada um dos gêmeos tinha a cabeça apoiada sobre um ombro de Remus, com seus braços ao redor dele num abraço apertado. Remus acariciava seus cabelos, tentando transmitir calma para eles e deixá-los mais tranquilos.
— Não some assim de novo, por favor... — Canopus pediu. Quase implorou na verdade. — Ficamos sem nenhuma notícia...
— Desculpa... Desculpa, mesmo... — Lupin falou, repetidamente. — Estão bem mesmo? Não queria machucar vocês de novo... Merlin, eu fiquei com tanto medo.
— O senhor realmente acha que nos importamos com o que aconteceu naquele dia? — Therion indagou, erguendo a cabeça. — Nos transformamos em animagos para te ajudar! Só nos ferimos tentando te proteger!
— Sabem que não precisam.
— Mas queremos! — Canopus disse, com a voz embargada e os olhos vermelhos. — Te amamos, papai... Não importa o que aconteça. Nunca nos machucaria de propósito.
— É. O senhor é o nosso pai. Nós te amamos e não vamos deixar de te ajudar.
— Nós precisamos do senhor... Se sumir mais uma vez só por causa de uma lua cheia, nós vamos atrás nem que seja no fim do mundo!
Uma lágrimas escorreu pelo rosto de Remus, e eles acariciou o rosto dos filhos, sorrindo fraco. Beijou suas testa e tornou a abraçá-los.
— Vamos ficar juntos, agora... Eu prometo. Por um longo tempo — disse. Os gêmeos beijaram cada lado de seu rosto, fazendo-o sorrir mais uma vez. — Vamos pra casa.
Remus permaneceu mais um tempo com os garotos, até eles se afastarem. Ele secou o rosto molhado de Canis, que havia se acalmado e já se sentia melhor tendo o pai ali por perto.
— Vamos arrumar suas coisas. Depois do café da manhã, nós vamos.
— Tá bom, papai — eles responderam em uníssono.
Remus ajudou os gêmeos a arrumarem suas coisas para partirem em breve. Guardaram as roupas nas malas junto as vassouras e todos os livros, e colocaram a coruja na gaiola.
Depois que os garotos tomaram um banho e se vestiram, Lupin pôde analisar melhor como estavam.
Pareciam ter crescido ainda mais uns dois centímetros, o que os faziam caberem muito bem em algumas roupas suas da adolescência. Seus cabelos estavam maiores, pois não cortavam há muito tempo e sempre cresceram rápido, quase chegando ao queixo; grandes o bastante para os fios caírem pelo rosto e eles resolverem prender.
Também possuíam olheiras abaixo dos olhos, o que deixou-o levemente preocupado com o sono deles. Quando chegassem em casa, ele cuidaria dos seus meninos. Esse era o seu dever, e não iria falhar.
Os três seguiram para a cozinha, onde Lyall já havia preparado o café da manhã. Remus apenas bebeu um chá, enquanto o pai perguntava-o como ele estava. Respondeu o mais breve possível, não queria preocupá-lo mais que o necessário.
Não disse que não havia arranjado outro emprego. Nem que passou os últimos dias numa casa com um foragido. Muito menos que ainda voltaria para lá.
Eles se prepararam para ir embora pela Rede de Flu na lareira. Os garotos deram um grande abraço em Lyall para se despedir.
— Vovô, tudo bem se eu não devolver os livros que peguei? — Canis disse.
— Tudo bem, Canis — Lyall disse, rindo.
Remus se aproximou do pai calmamente.
— Obrigado por ficar com eles, pai — agradeceu baixo, enquanto os gêmeos começavam a discutir quem iria primeiro para a lareira.
— Sabe que não precisa agradecer por isso, Remmy — Lyall disse, tocando o ombro do filho com carinho. — Você está bem?
— Estou, não se preocupe.
— Nunca peça a um pai para não se preocupar, você sabe que não funciona.
Remus riu baixo, pois era a mais pura verdade. Ele sabia muito bem agora.
— Sabe que pode me procurar sempre que precisar de ajuda — Lyall falou com firmeza.
— Eu sei... — Ele forçou um sorriso fraco.
Lyall abraçou o filho, que retribuiu e se afastou logo em seguida.
— Fique bem, Remmy...
— Vou ficar — Remus disse e se afastou, seguindo até a lareira.
Canis e Therry ainda se empurravam, tentando os dois entrar na lareira com as malas.
— Vão os dois juntos — Remus disse. — Entrem.
Os dois se apertaram na lareira, segurando as malas e a gaiola com Hermes. Cada um pegou um pouco de pó de flu.
— Para onde, papai? — perguntaram juntos.
— Rowen's Valley, 727.
— O vilarejo vizinho a Godric's Hollow? Sério? — Therion indagou, curioso.
— Vocês vão gostar... Eu acho.
Os gêmeos deram de ombros.
— Rowen's Valley, 727 — disseram e jogaram o pó aos seus pés, desaparecendo em meio a chamas esverdeadas.
Eles reapareceram na lareira de uma casa escura, tossindo pela poeira. Saíram dali, olhando para o cômodo que parecia a sala de estar.
Remus chegou pouco tempo depois e viu os garotos observando o cômodo, intrigados. Aproximou-se deles por trás com cuidado.
— Essa é a nossa casa — ele disse, pousando as mãos nos ombros deles.
Os garotos olharam ao redor do hall e da sala de estar, com o cenho franzido. Aquela casa lhes passava uma imagem familiar, como se já tivessem estado ali.
Lupin olhou um tanto apreensivo para eles, observando as expressões curiosas e intrigadas em seus rostos. Não esperava que eles se lembrassem com clareza, afinal eram muito pequenos quando estiveram ali pela última vez. Porém, percebeu que lhes parecia familiar.
Usou sua varinha para acender as luzes. Não havia mais tanta poeira ou teias de aranha, mas ainda precisariam fazer alguns ajustes e arrumações na casa. Remus fez o que pôde antes de ir buscar os garotos o mais rápido possível.
Eles estavam de volta a casa onde os gêmeos nasceram e viveram seus primeiros anos de vida.
No início, Remus achou que seria loucura quando Sirius sugeriu que morassem ali. Mas, pensando bem, era o lugar mais seguro que tinham, e já os pertencia. Depois de 12 anos, era uma boa alternativa. Não havia muitas outras opções no momento, não enquanto ele não tivesse um emprego, e certamente demoraria muito para encontrar um.
E assim, ainda poderia ajudá-lo. Não deixaria Sirius sozinho outra vez.
— Esse lugar me parece familiar — Therion murmurou.
— É uma casa bem grande — Canopus disse. — Podemos pagar isso aqui?
— Essa casa já é nossa — Remus falou, e os garotos o encararam confuso. — Vocês nasceram aqui… Literalmente.
— Nascemos aqui?
— Literalmente?!
— É… Foi aterrorizante. Mas… Voltamos. Vocês não devem se lembrar muito, eram muito pequenos quando fomos embora.
— É a casa onde morávamos quando Sirius foi preso… — murmurou Therion, analisando atentamente o local. Recordava-se de tê-lo visto em seus últimos sonhos.
— Vamos morar aqui?
— Vamos — Remus confirmou e começou a mostrar os cômodos. — Ali fica a cozinha, a sala de jantar, tem um escritório no fim daquele corredor e a saída para o quintal. Os quartos ficam no andar de cima.
Lupin os guiou pelas escadas até o segundo andar. Levou-os até o quarto, e os garotos sentiram-se levemente nostálgicos ao observar as paredes azul-bebê e os móveis de madeira.
— Era o quarto de vocês. Tirei os berços ontem... Vocês já estão um pouco grandes para eles. Podem arrumar como quiserem.
— Por que voltamos? — Therion perguntou.
— A ideia não foi minha, mas... É o melhor lugar que temos. E pensei que gostariam de ficar aqui esse verão — Remus respondeu, olhando ao redor do quarto.
— Espere... Se não foi ideia sua... De quem foi? — Canopus perguntou, confuso.
— Preciso explicar uma coisa para vocês... — Remus disse, suspirando.
Os garotos encararam o pai. Ele estava pronto para falar com eles, quando ouviram sons de passos.
— Moony?
— Quem está aqui? — Therion indagou, desconfiado.
Remus comprimiu os lábios e Sirius apareceu na porta, chamando a atenção de todos eles.
— O que ele tá fazendo aqui?! — Canopus perguntou exasperado.
— Sirius?! — Therion disse surpreso.
Sirius olhou para os garotos imediatamente, um brilho surgindo em seus olhos no mesmo instante junto a um sorriso. Seu coração se aqueceu ao vê-los ali depois de tudo, bem.
Admirou os dois, sentindo uma grande emoção em seu peito. Era estranho vê-los tão crescidos, quando a lembrança que possuía deles era de dois bebês sorridentes e alegres que ele aninhava em seu colo e para quem cantava antes de dormir.
Remus coçou a nuca, sem jeito, olhando de Sirius para os garotos.
Os garotos encararam o Black, sem acreditar. Canopus trincou o maxilar, comprimindo os lábios, enquanto Therion esboçava total surpresa e descrença.
— Oi — Sirius cumprimentou, desajeitado, com um sorriso leve no rosto. Estava se contendo para não abraçá-los naquele momento.
— Pensei que já tivesse saído do país — disse Therion.
— É o que eu quero que o Ministério pense... — respondeu e olhou para Remus. — Chegaram agora?
— Sim.
— O que está fazendo aqui? — Therion perguntou.
Lupin respirou fundo, pensando bem nas palavras.
— Sirius vai ficar escondido aqui por um tempo… Enquanto conseguir despistar o Ministério — falou com cuidado, olhando para os filhos.
Os gêmeos arregalaram os olhos. Sirius olhou-os apreensivo, aproximando-se de Remus.
Ficariam mesmo ali? Com Sirius?
— Papai, acho que abrigar um foragido é uma péssima ideia — Canopus disse num tom sério. — Não vai dar certo.
— É perigoso — Therion alertou.
— Estamos tomando todas as precauções. Reforçamos os feitiços de proteção e rastreamento da casa para mantê-la escondida dos aurores. É temporário — garantiu Lupin. — Vamos ajudá-lo enquanto podemos.
— O senhor ficou maluco.
— Canis…
— Pai, e se o Ministério aparecer aqui?
— Eles não vão…
— Quem garante?!
— Tomaremos todo o cuidado possível. Aqui é um lugar seguro e bem protegido, e podemos ajudá-lo a ficar escondido, mesmo que por pouco tempo.
— Não estou aqui para causar problemas, Canis — Sirius tentou falar. — Se eu ver que não é mais seguro, encontrarei outro esconderijo. Mas…
— Desculpe, mas estou falando com o meu pai, não com você — o garoto retrucou rispidamente.
Sirius se calou rápido e olhou para Remus, com uma imensa dor em seu peito, então abaixando a cabeça. Lupin olhou-o com pesar, imaginando o quanto aquilo o afetou.
Não seria fácil falar com eles.
— Canis, não precisa falar assim.
— Eu não quero que o senhor vá para Azkaban por estar ajudando ele!
— Isso não vai acontecer, nós vamos conseguir provar a verdade para o Ministério.
— Se o pegarem aqui, ninguém vai acreditar que ele é inocente porque Peter fugiu e levou a verdade com ele! — Canopus elevou o tom de voz.
— Ele não está errado, papai — Therion concordou com o irmão.
— Claro que não estou! — ele exclamou, prepotente.
— Mas…
— Nem vem, Therry!
— Tente olhar pelos dois lados, Canis! Nós podemos...
— O único lado que vejo é o nosso pai se arriscando demais por alguém que até mês passado era um assassino condenado que nos abandonou sem pensar duas vezes!
— Canopus, já chega! — Remus o repreendeu num tom autoritário. O garoto cruzou os braços, de cara fechada, mas se calou.
Therion olhou de Lupin para o irmão, já sentindo uma certa tensão crescente. Ele também se calou sob o olhar severo do pai, olhando de soslaio para Sirius.
Os dois estavam com medo. Evitaram falar de Sirius por todas aquelas semanas, pois ainda era um assunto dolorido. Ter ele por perto, além de perigoso, trazia tudo a tona de novo.
Mas Therion estava tentando entender como poderiam seguir com aquilo.
— Tudo isso não é fácil, e eu entendo — Remus disse, olhando seriamente para o filho. — Mas também precisa entender: Sirius é inocente e precisa do nosso apoio. Você viu, você sabe que ele não fez nada. É perigoso, mas é um risco que estou disposto a correr para ajudar a não deixar alguém inocente voltar para Azkaban. Não vou deixá-lo sozinho.
— Ele se virou muito bem sozinho nos últimos meses — retrucou Canis.
— Canopus — Sirius chamou, com cuidado, dando um passo à frente receoso. O garoto deu outro passo para trás. — Eu entendo o seu medo pelo que pode acontecer… Também não quero que nada aconteça ao Remus, e jamais vou permitir isso.
— NÃO! Você NÃO entende!
— Canis… — Therion tocou o ombro do irmão, percebendo como ele estava começando a ficar bastante nervoso e estressado. Nos últimos tempos, tem sido uma péssima combinação.
— Você não entende porque você nunca esteve aqui! — ele continuou, focando seus olhos em Sirius com toda a mágoa e rancor que tinha em seu ser. — Você não tem ideia de tudo o que passamos. Não diga que me entende porque VOCÊ NEM ME CONHECE! ELE QUEM ESTEVE COMIGO SEMPRE, NÃO VOCÊ!
Sirius cambaleou para trás, com os olhos tristes e magoados.
— Você não é nada meu, ele é.
— Canopus! — Remus exclamou repreensivo.
— Eu sei que você é inocente, Sirius — falou, com a voz firme e o olhar frio. — Mas se eu tiver que escolher entre arriscar a sua vida ou a do meu pai… A escolha não é difícil.
O garoto saiu do quarto pisando duro, passando brutalmente por Sirius, sem se importar em empurrá-lo.
— Canis… CANOPUS, VOLTE AQUI! — Remus chamou-o.
Ele tentou seguí-lo, mas sentiu a mão de Sirius em seu pulso rapidamente, impedindo-o no meio do caminho. Encarou o Black, que mantinha a cabeça baixa; ainda assim, pôde ver uma lágrima escorrendo por sua bochecha.
Therion caminhou em direção a porta, mas se conteve ao lado de Sirius, ficando pensativo por alguns instantes enquanto olhava em sua direção. Ele suspirou e seguiu seu caminho, indo atrás do irmão gêmeo.
— Sirius... — Remus murmurou.
— Acho que subestimei o quanto eles ainda me odeiam — falou tristemente.
— Eles não te odeiam, só... Precisam de tempo.
Remus estava tentando ser otimista e tranquilizar Sirius. Segurou sua mão para confortá-lo.
Canopus chegou a sala de estar e bufou, estressado, passando as mãos pelos cabelos e mordendo o lábio com força. Aquilo não fazia sentido algum para ele. Queria apenas continuar sua vida com Remus e o irmão, por que Sirius precisava voltar para acabar com tudo?
Ele ouviu os passos do irmão, mas não deu atenção. Quando o viu à sua frente, tentou manter uma expressão fechada.
— Se veio defender essa ideia maluca, pode voltar.
— Não, eu vim ver como você está.
— Como você acha que estou? — indagou com escárnio.
— Nada bem.
Canis não retrucou.
Virou o rosto, sentindo o grande nó doloroso em sua garganta. Conteve o quanto pôde, mas seu irmão o conhecia melhor que qualquer um, e quando ele o abraçou, deixou uma lágrima teimosa rolar por seu rosto.
Therion abraçou o gêmeo mais velho com força, numa tentativa de deixá-lo mais tranquilo e fazê-lo sentir-se um pouco melhor. Ele sabia como o irmão ficava um caos quando o assunto era Sirius, ele próprio também ficava às vezes. Absorveu toda a dor e os temores de Canis, enquanto via ele realmente se tranquilizar aos poucos.
Afastou-se depois de alguns minutos, segurando os ombros do outro.
— Não vamos fazer eles mudarem de ideia.
— Muito reconfortante da sua parte, irmãozinho — Canopus disse sarcástico.
— Cala a boca e me escuta, pulguento — ordenou, e Canis calou-se para ouvi-lo. — Sabemos que entre nós dois, você é o sonserino rancoroso, cabeça-dura e orgulhoso que nunca dá o braço a torcer, e eu sou o que tenta ver a situação como um todo.
— Ei! Não deveria estar tentando me animar?
— Estou fazendo isso.
— E você também é assim!
— Orgulhoso, sim. Cabeça-dura igual você? Nem tanto. Eu sou o gêmeo mais esperto — rebateu.
— Não é. Os melhores planos são meus.
— Me deixa terminar — disse e suspirou, enquanto Canopus o ouvia. — Enfim… É arriscado manter Sirius por perto, isso não tenho dúvida alguma. Uma visita dos aurores ao vilarejo e estamos ferrados.
— Foi o que eu disse!
— Me deixa terminar, caralho!
— Como quiser.
Therion respirou fundo, pensando no porquê o universo resolveu lhe dar um irmão gêmeo.
— Também não sou muito a favor dessa ideia. Tudo pode ir por água abaixo de vez, mas… Também não podemos apenas esperar que Sirius consiga se esconder e provar sua inocência sozinho para o Ministério — disse calmo, mas firme. — E precisa admitir que dificilmente iriam pensar que ele seria burro o bastante de se esconder na casa onde viveu depois da escola.
— Ele foi burro a esse ponto. Herdamos toda a nossa inteligência da mamãe, obviamente.
— É, mas por isso foi genial. Não vai durar pra sempre, mas nós também não vamos ficar aqui muito tempo. Logo voltaremos para Hogwarts e não precisaremos mais nos preocupar em vê-lo todos os dias.
— Vamos simplesmente viver com ele aqui como se estivéssemos de volta a 1980?
— Não, porque nós não somos mais bebês. E não é como se fôssemos nos tornar uma família feliz de um livro de contos de fadas trouxa.
— Com certeza, não.
— Vamos aprender a lidar com isso. Os gêmeos Black sempre dão um jeito, não é?
Canopus sorriu fraco para o irmão, batendo de sua mão com a dele no ar.
— O que eu faria sem você, Regulus? — disse puxando o irmão para outro abraço, apertando um braço ao redor de seu pescoço e bagunçando os cabelos dele.
— Ai, para! — Therion riu e empurrou o gêmeo. — Mais calmo, Alphard?
— Não. Se Sirius me encher o saco, eu não vou poupar feitiços. Uso um estuporante sem dó — respondeu secando outra lágrima que ousou ir contra sua vontade e sair de seus olhos.
— Eu sei. — Sorriu de canto.
Therion segurou os ombros do irmão e o empurrou até o lado de fora, passando pelo jardim, para respirarem um pouco e esquecerem toda a tensão de minutos antes.
Canopus respirou fundo, olhando para a fachada da casa. Ela não parecia tão grande quanto era por dentro, e percebeu que talvez aquela fosse a intenção. Não chamar atenção. Havia um jardim bem grande ao redor, bastante mal cuidado, mas que resolveriam enquanto arrumassem a casa.
As casas naquela rua possuíam uma boa distância entre si. Todo aquele cenário era bastante familiar para eles, estar ali era até nostálgico, embora não se lembrassem com tanta clareza de quando moravam ali.
Puderam avistar algumas poucas pessoas pela rua. Parecia uma vizinhança tranquila, um bom lugar para viver.
— Bom… Pelo menos a vizinhança não parece tão ruim — Therion tentou ser um pouco otimista, empurrando o irmão levemente com o ombro, para animá-lo. — Podemos tentar fazer amigos dessa vez. Com certeza deve ter alguns bruxos ou trouxas da nossa idade por aqui.
— Talvez… — ponderou Canis, olhando para as casas ao redor e parando na residência ao lado, a alguns metros de distância.
Therion sorriu fraco, olhando para o irmão. Eles dariam um jeito de se acostumar a essa nova vida naquele verão.
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Olá, meu amores!
Tudo bem?
Família toda reunida e juntinha agora ebaaa 🥳 para a infelicidade do Canis rsrsrs
Não do melhor jeito possível, mas tentarei usar dessa oportunidade para mostrar os gêmeos com o Sirius e Wolfstar 🥺
Não vai ser uma relação fácil.
Essas férias ainda tem muito o que acontecer e mostrar rsrsrs
Quem quer ver o Harry?
Talvez me estenda um pouquinho mais nessas férias antes de entrarmos de vez no quarto ano, tem muita coisa que quero mostrar. Aproveitem enquanto a paz reina!
Chegamos a 5K 🥳
Muito obrigada a todos, de verdade 🥺🥺
Eu tenho planos para duas outras fanfics no universo de Legacy futuramente: uma na Marauders Era para mostrar um pouquinho do tempo dos Marotos nessa história, o Sirius e o Remus, a mãe dos gêmeos... E também uma do tempo que os Wolfstar cuidaram juntos dos gêmeos. Vocês gostariam e leriam? 🥺
Se sim, o que gostariam de ver ou saber? Queria mostrar bastante coisa que talvez não dê para mencionar com detalhes aqui.
Em breve retorno com mais um capítulo!
Até a próxima!
Beijinho,
Bye bye 😘👋
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