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XXV. Help you like you help me

Faziam meses que as luas cheias não eram tão complicadas. Por um descuido, Remus voltou a perder a consciência do que fazia em sua transformação.

Mesmo após deixá-lo ferido, o enorme cão de pelos negros continuou a seguir o lobisomem por toda a noite, mancando cada vez mais fraco, zelando por ele e tentando mantê-lo dentro dos limites da floresta para que não fosse a Hogsmeade naquele estado descontrolado.

E depois de muito tempo, Lupin acordou no dia seguinte tonto e confuso, sem ter ideia de onde estava.

Ele geralmente tinha dificuldade de se lembrar do que fazia na lua cheia, apesar de recordar-se de certa parte em alguns flashes. Não com tantos detalhes quanto quando estava consciente — seja pela poção ou quando tinha a companhia dos amigos —, mas ainda era algo. E ele se lembrava vagamente da imagem de dois cães bem parecidos e de um por perto na floresta.

Lupin estava caído no chão no meio da floresta, já de volta a forma humana, com as roupas rasgadas e esfarrapadas, enquanto o sol nascia ao longe. Sua mente começou a clarear aos poucos e o desespero veio a tomar conta à medida que se dava conta do que tinha acontecido.

Sua respiração ficou mais rápida, e ele se sentou com dificuldade, olhando ao redor e percebendo onde estava exatamente. Era uma clareira no meio da Floresta Proibida.

Começou a sentir-se extremamente culpado, com medo do que poderia ter feito durante a lua cheia. O coração se apertou em seu peito e estava quase sufocando-o, cada músculo de seu corpo tenso e trêmulo.

Mas nada poderia se comparar ao desespero e terror que Remus sentiu ao avistar o corpo do garoto no chão, ao seu lado, machucado e deitado sobre o próprio sangue.

— Não… Não, não não, não, NÃO! — berrou e arrastou-se até ele, com um olhar aterrorizado.

Segurou o rosto do garoto, que abriu os olhos  azuis-acinzentados devagar e grunhiu de dor, enquanto as lágrimas inundavam os seus. Não conseguia nem piscar, apenas observando em choque como ele estava.

As roupas estavam rasgadas e ensaguentadas, deixando à vista as enormes linhas profundas que cortavam desde seu tórax até o abdômen, feitas por garras bem afiadas. Ele estava bastante pálido e fraco, mas ainda assim exibiu um pequeno e dolorido sorriso.

— B-bom dia, papai… — disse com a voz fraca.

Remus desabou em lágrimas, chorando desesperado enquanto suas mãos seguravam o rosto do filho. Ele arrancou o que restou de sua capa e rapidamente tentou pressionar os ferimentos para que parasse de sangrar, mesmo sabendo que não pararia tão fácil.

— O que eu fiz? O que eu fiz? — murmurava. Abraçou ao garoto, apertando-o contra si. — Canis…

— Vou ficar bem… Os Lupin são fortes, não são? — disse Canopus, com a vista turva e sentindo-se fraco. Gemeu dolorido, sentindo as feridas queimarem como se fosse brasa.

Remus olhou para todos os lados, sem saber o que fazer. Sua mente não conseguia raciocinar. Os olhos de Canopus lutavam para ficar abertos, mas o sono e todas as feridas dificultavam.

Agora sim Lupin sentia-se extremamente culpado. Havia colocado todos em perigo ao se deixar esquecer de beber a poção.

O seu maior medo, tanto quanto a lua cheia, era ferir seus filhos. Esse medo acabara de se tornar real.

O seu maior temor havia acontecido. Ele machucou o filho.

Aquilo martelou em sua mente sem parar. Ele o machucou. Ele o atacou.

— Ah, Merlin… O-o que eu fiz? E-eu… Eu não queria…

— N-não… Papai... Eu que… — Canopus não conseguiu concluir sua fala.

Ele estava perdendo a consciência, completamente machucado, mas ainda não se arrependia de nada. Faria tudo outra vez, sem hesitar. Remus era sua família, a pessoa mais importante para si além do irmão. Havia feito tudo por ele, e sempre faria o que pudesse para ajudá-lo, não importava o risco.

Canopus amava demais o pai para deixá-lo sofrer sozinho. Mesmo machucado e perdendo sangue, ele continuou a acompanhá-lo por toda a noite, até amanhecer e os dois voltarem à forma humana.

Remus levantou-se com dificuldade, sentindo todo o corpo doer. Ele também estava ferido, vários cortes abertos por seu corpo sangravam, mas ignorou. A dor de saber que havia machucado um de seus filhos superava qualquer outra.

Levou Canis em seus braços enquanto caminhava em direção ao castelo, as lágrimas nunca deixando seu rosto. Caíam uma atrás da outra, enquanto ele fazia de tudo para não imaginar e nem se lembrar de si mesmo fazendo aquilo.

Havia falhado. Ele falhou terrivelmente.

Não manteve o filho seguro. Ele nunca poderia manter sendo o monstro que era. Seus filhos conviviam com o perigo.

Olhar para Canopus desacordado partia cada vez mais o seu coração. Ele não merecia tê-los como filhos.

Caminhou de volta para o castelo, a cada passo sendo consumido pela culpa. Ao chegar, partiu para a ala hospitalar o mais rápido possível. Quando enfim alcançou a porta, não pôde mais se manter de pé e caiu de joelhos.

Remus queria apenas se encolher no canto de um quarto escuro trancado com os mais poderosos feitiços e nunca mais sair. Estava assustado como nunca esteve em toda sua vida, com medo de ter dado ao filho o mesmo destino que recebeu quando tinha apenas 4 anos de idade, ou pior…

Quando Madame Pomfrey o colocou numa cama e Canis foi levado para outra, ele apenas observou, encolhendo o corpo com as mãos no rosto.

Eu não posso ter mordido ele, não posso, não posso, pensava. E ver que Therion também estava ferido e os vestígios de infusão de pó de prata em seus curativos apenas o deixou pior.

Enquanto o mais novo dos gêmeos o abraçava e dizia que o amava, ele sentia que não era merecedor daquilo.

— Me desculpa, desculpa, desculpa… Eu não queria machucar vocês, não queria… — murmurava sem parar.

Therion segurou o rosto do pai, os olhos marejados enquanto assistia ele chorar e via o desespero em seus olhos. Odiava vê-lo tão mal.

— O senhor não tem culpa de nada. Não estava consciente do que fazia.

— Deveria me odiar por isso…

— Ah, com certeza deveria!

— Cala a boca, Malfoy! — urrou Therion com raiva.

— Você viu como ele o deixou? Ele poderia tê-lo matado! Ele pode… Pode até virar essa coisa que ele é! — bradou Draco, nervoso, apontando para Lupin.

— Ele é uma pessoa! — rebateu. — É o meu pai! A licantropia não o torna um monstro!

— Sério isso, Black? Ouviu o que está dizendo? É LOUCURA!

— Ouviu o que VOCÊ está dizendo? NÃO OUSE ABRIR ESSA SUA BOCA SUJA PARA FALAR DO MEU PAI!

— Ele nem deveria estar aqui!

— Sabe, Malfoy… Eu adoraria ver o que acharia se tivesse licantropia e precisasse ouvir filhos da puta como você te menosprezando, te humilhando e dizendo que você é um monstro que não merece misericórdia ou o mínimo de dignidade — cuspiu Black num tom seco e sombrio, com um olhar faiscante centrado no loiro.  — Você iria amar!

— Meninos, sem briga! — repreendeu Madame Pomfrey seriamente. — Voltem já para as camas.

— O meu irmão…

— Estou cuidando dele. Logo cuido de você, Remus.

Enquanto os outros voltavam para as camas a contragosto, sem tirar os olhos de como a medibruxa cuidava de Canopus, Therion não saiu do lado do pai e ele mesmo pegou o material de Madame Pomfrey para cuidar dos ferimentos dele.

— Black, esse é o meu trabalho. Volte já para a cama!

— Eu já o ajudei nisso vezes o suficiente para saber o que fazer. Posso ajudar — disse o garoto com teimosia, convocando com a varinha tudo o que precisava e colocando-a atrás da orelha para pegar gaze e poção e limpar as feridas no rosto de Remus.

— Therry… Por favor, você está machucado também… — suplicou Lupin em meio a um soluço, segurando o pulso do filho com cuidado.

— O senhor está mais. Madame Pomfrey já cuidou muito bem de mim. Só quero te ajudar.

Ele soltou seu pulso do aperto do pai e voltou ao que fazia, enquanto Remus fechava os olhos e mordia o lábio inferior com força, sentindo as feridas arderem.

Lupin estava se sentindo um péssimo pai naquele momento. Ele quem deveria cuidar dos meninos, não o contrário.

Harry acabou saindo de sua cama outra vez, recebendo uma grande bronca de Madame Pomfrey. A medibruxa estava bastante ocupada tentando parar o sangramento dos machucados de Canopus e fazer o necessário para acelerar a cicatrização, que não seria fácil. Aquela bagunça a deixava bastante frustrada.

Potter se aproximou de Therion para ajudar, e o Black aceitou de bom grado. Vez ou outra ele olhava para o estado do outro gêmeo, que em certos momentos começava a murmurar alguma coisa, principalmente chamando pelo pai, e via como isso parecia doer mais em Remus do que todas aquelas feridas.

Black não deixava de olhar para o irmão também, dividindo sua preocupação entre ele e o pai. Os cortes em Canis eram maiores que os seus, o que certamente o deixava mais grave, já que cortes feitos por garras de lobisomem tinham uma cicatrização extremamente complicada e lenta; somado ao fato de o garoto ter ficado na floresta uma noite inteira, sem ajuda, não era surpresa ele nem conseguir se manter consciente.

Therion recebeu ajuda e tratamento rápido, Canis não. Preferiu continuar com o pai, mesmo sabendo que isso não lhe faria nada bem. Seu irmão tinha ciência de que ele sabia muito bem o que estava fazendo.

Ele se sentia um pouco culpado por não pensar tanto em como a briga deixou o irmão ferido.

— Pode ficar tranquilo, Remus — Madame Pomfrey disse num tom calmo enquanto começava a encaixar os braços e o peito do garoto com ataduras. — Ele não foi mordido.

— N-não?! — Remus indagou e recebeu um aceno de cabeça em resposta.

Foi visível o alívio em seu rosto ao saber disso.

Remus já se sentia suficientemente culpado por ter ferido o filho daquela maneira. Se ele tivesse o mordido e o condenado a passar pelo mesmo sofrimento que o seu em toda lua cheia, nunca se perdoaria.

— O aconteceria se tivesse mordido? — Harry perguntou, com uma confusão genuína expressa no rosto enquanto entregava a Therion um frasco de poção.

— Ele teria o transformado nisso — Draco quem respondeu, num tom seco.

— É a mordida que transmite a licantropia. Um arranhão feito pelas garras, apesar de demorar mais para cicatrizar do que outros cortes, não vai causar mais que alguns hábitos lupinos por umas duas semanas — respondeu Black. — Então eu e Canis vamos ficar um tempo com um grande apetite por uma boa carne bem mal passada no jantar, acordados durante a noite… E talvez um pouco mais impacientes.

— Mais do que já são?

Therion deu um tapa no braço de Potter em resposta ao comentário.

— Au!

— Pega mais gaze.

Harry obedeceu rapidamente.

Remus grunhiu de dor quando o filho continuou a limpar suas feridas e fazer curativos. Quando Pomfrey enfim terminou com Canopus, o garoto já havia feito boa parte do seu trabalho com Lupin.

Ele então ficou junto do irmão, sentado ao seu lado e segurando sua mão, sob o olhar de Lupin.

***

Canis acordou sentindo todo o seu corpo doer e arder. Sua mente estava uma confusão e demorou um tempo para organizar seus pensamentos e abrir os olhos, resmungando baixo pela dor.

Tentou se sentar, mas logo se arrependeu ao sentir a dor latente e grunhiu alto e dolorido.

— Não se mexa muito! — repreendeu Madame Pomfrey.

— Ele acordou?

— Canis! — Therion exclamou aliviado e sorriu para o irmão. — Como se sente?

— Como se tivesse sido atropelado por uma manada de erumpentes — respondeu fraco. — Dói pra caralho e pelo cheiro parece que tomei banho a seco em pó de prata.

— Você foi atacado por um lobisomem, idiota! O que esperava?!

Canopus suspirou ao reconhecer aquela voz.

— Malfoy, acabei de acordar e gostaria de não ouvir sua voz até o próximo ano letivo, obrigado.

— O que você fez foi uma grande burrice! Quase morreu indo atrás daquele lobisomem!

— Eu perguntei sua opinião? Cala a boca. — resmungou, virando a cabeça e vendo o loiro sentado na cama ao lado da sua de frente para si. Ainda estava um pouco confuso, então não soube ler bem a expressão no rosto dele, os olhos em si, mas não deu importância a isso. Voltou a olhar para o irmão. — Tinham que me colocar ao lado do dragãozinho babaca?

— Nem mesmo todo acabado você para, Black?

— De te odiar e te achar insuportável? Não paro.

Draco revirou os olhos, passando as mãos por seu rosto.

— Parece que você está melhor do que pensei.

— Oh, estava preocupado? — caçoou Black e voltou a se esforçar para ficar sentado na cama. — Ainda estou vivo, para a sua infelicidade. Onde está o papai, Therry?

— Dormindo — Therion apontou para a cama onde Lupin estava deitado, também repleto de curativos pelo corpo. — Demorou um pouco para conseguir acalmá-lo. Está se culpando pelo que aconteceu…

— E não deveria porque não tinha a menor ideia do que fazia.

— Vocês realmente são muito teimosos! Black, você não está em condições de gastar suas energias — disse a medibruxa e empurrou um frasco de poção na boca do garoto antes de fazê-lo deitar-se outra vez.

— Melhor descansar, Canis. Temos muitas coisas para contar — disse Harry, também aliviado por ver o amigo acordado.

— Você com certeza está só o pó, mas se sente bem? — Merliah perguntou de sua cama, olhando na direção onde estava o amigo. — Nos deu um baita susto, seu pulguento!

— Tô ótimo — Canis respondeu ironicamente, erguendo o polegar para cima. — Nem parece que cada pedaço do meu corpo está pegando fogo.

Instantes depois, os gêmeos Weasley e Ginny entraram na ala hospitalar para ver o irmão. Rony estava na cama com a perna ainda engessada, com Hermione ao lado.

— Vocês estão um caco — comentou Fred ao olhar para todos.

— Obrigado pela preocupação — Rony disse sarcasticamente.

— Onde será que arranjamos uma cadeira de rodas, Fred?

— Se sente bem? — Ginny perguntou.

— Pelo menos minha irmã está realmente preocupada. Vou ficar bem, Ginny.

— Você é muito dramático, Rony — Liah disse, sentada na cama ao lado fazendo uma trança no próprio cabelo.

— Você está bem? — George perguntou a ela, voltando-se para a garota rapidamente ao ouvir sua voz.

— Ah, estou ótima! Uma boa aventura sempre cai bem — respondeu, amarrando a própria gravata nos cabelos como uma faixa. — Estou morrendo de fome. Quando vamos poder sair, Madame Pomfrey?

— Logo, querida.

— Vocês se meteram numa encrenca das grandes dessa vez.

— O Ministro estava furioso, os sonserinos estão dizendo que nosso professor de DCAT é um lobisomem e até os Malfoy estão aqui — disse Fred.

Como se convocados pela menção de seu nome, a porta da enfermaria se abriu com brutalidade e o casal Malfoy entrou rapidamente, trajando roupas elegantes e com seu característico ar de superioridade. No entanto, o rosto da matriarca da família também esboçava uma grande preocupação.

Draco arregalou os olhos ao ver os pais.

— Mamãe?! — exclamou surpreso, enquanto a mulher o abraçava com força.

— Oh, meu pequeno. Você está bem? Está ferido? — ela perguntou segurando o rosto do garoto entre ambas as mãos e analisando-o cuidadosamente.

Ele apenas assentiu com a cabeça, voltando a apertar a mãe em um grande abraço.

— O que faz aqui, mamãe?

— Achou mesmo que eu ficaria em casa depois de saber que meu filho foi atacado?

— Além de filhinho de papai, é o bebezinho da mamãe também, olha só! — murmurou Canopus.

— Calado, Black! — resmungou Draco e continuou abraçado a mãe, deitando a cabeça no ombro dela.

Black riu, apenas observando como Malfoy estava agarrado à mãe enquanto ela acariciava os fios platinados carinhosamente e com calma. Parecia um filhotinho manhoso.

Narcisa olhou na direção dos gêmeos Black, franzindo o cenho levemente. Analisou-os com um olhar crítico e uma expressão neutra em seu rosto.

Therion olhou para a mulher de onde estava, achando-a vagamente familiar.

— Ei, foi ela que esbarrou na gente quando estávamos saindo do Olivaras quando fomos comprar nossos materiais para o primeiro ano! — lembrou ele.

Canopus apertou os olhos, olhando para ela.

— Bem que achei eles parecidos.

Lucius aproximou-se da cama onde estava o filho, olhando com desprezo na direção dos Weasley e dos Black. Após observá-lo, voltou-se para a medibruxa.

— Eu espero que meu filho não tenha sido gravemente ferido por esses dementadores e aquela fera monstruosa que Dumbledore colocou nesta escola.

— Fera monstruosa é o seu… AH! — Canis começou a berrar irritado e sentou-se bruscamente na cama, causando uma dor enorme no ato, o que o fez interromper seu xingamento e gritar de dor.

Draco ergueu a cabeça ao ouvi-lo gritar, olhando para a cama ao lado.

— Não se mexa! Você vai se machucar mais assim.

— E você se importa?! — indagou Canopus num tom alto e irritado.

Não deveria, Malfoy pensou, mas não disse nada.

Therion franziu o cenho, olhando na direção dos Malfoy. Balançou a cabeça e respirou fundo, levando uma mão a sua testa e recebendo um olhar preocupado de Potter no mesmo segundo.

— Sr. Malfoy, peço que não cause alarde na minha enfermaria — disse Madame Pomfrey, mantendo sua postura. — Esta ainda é uma ala para alunos e professores que precisam de cuidados médicos e descanso.

— Estou apenas preocupado com o estado do meu filho e o risco que ele correu essa noite, Madame Pomfrey — respondeu Lucius secamente.

— Garanto que Draco está se recuperando muito bem e não houve nenhum ferimento grave.

Naquele instante, Dumbledore adentrou a ala hospitalar juntamente de Severus Snape. Malfoy apoiou-se em sua bengala, com a postura totalmente ereta e uma expressão ameaçadora severa no rosto.

— Dumbledore! Queria mesmo falar com você — disse com a voz calma, mas carregada de raiva.

— Imaginei que sim, Lucius — disse Dumbledore. — Papoula, como estão as crianças e Lupin?

— Se recuperando, senhor. O senhor Black acaba de acordar.

— Antes que pergunte, eu estou bem, mesmo visivelmente em pedaços — disse o garoto voltando o olhar para o diretor. — Por que Sirius não está aqui? Eu tenho quase certeza que estraçalhei ele ontem.

— Ele fugiu — Snape respondeu com desgosto, olhando desconfiado para os garotos. — E não tenho dúvidas de que tenha ajudado, Black.

— Eu não estou em condições de participar de uma fuga, Professor — Canis retrucou sarcástico.

Therion ajeitou os travesseiros da cama do irmão para que pudesse apoiar-se neles e permanecer sentado. Olhou com certa irritação para o professor de Poções enquanto continuava ao lado do irmão, pois sabia que ele não deixaria aquela história acabar ali.

Dumbledore permaneceu com uma expressão neutra em seu rosto, mantendo a compostura como sempre.

— Sr. Malfoy, como pode ver, seu filho está muito bem e não houve nada de grave.

— Por muito pouco! — Lucius ergueu um pouco o tom de voz, despejando toda sua indignação e raiva. — Como ousa colocar um lobisomem para dar aula nesta escola?

— Como diretor, eu decido quem está qualificado para dar aulas e tenho plena confiança em Lupin. Sua enfermidade não afeta meu julgamento quanto a sua capacidade de lecionar — respondeu Dumbledore, mantendo a voz calma.

— Esse monstro descontrolado poderia ter mordido o Draco! — esbravejou Malfoy. — Ele teve muita sorte de não ter sido transformado nessa… Nessa coisa horrível e monstruosa. Imagine se agora o meu filho fosse um lobisomem?! Isso seria inadmissível! Um absurdo!

— Ah, isso seria terrível para a imagem dos Malfoy, não é? — Therion disse sarcástico.

— Está mais preocupado que o filhinho puro sangue podia virar um lobisomem do que o risco de se ferir com um suposto assassino a solta? — disse Canis e riu. — Agora entendo onde Malfoy aprendeu a ser esse preconceituoso insuportável.

— Famílias puro-sangue… Ainda bem que escapamos dessa.

— Mais uma razão para eu amar o papai. Nos livrou de uma família dessas.

— Eu exijo que expulse imediatamente essa aberração desta escola!

— NÃO CHAME MEU PAI DE ABERRAÇÃO! — Os gêmeos gritaram em uníssono.

— Isso é um absurdo! Não permitirei que meu filho estude num lugar onde tenha esse tipo de gente para dar aulas. O tirarei daqui se não houverem medidas imediatas.

— Pai…

— Depois, Draco — Lucius interrompeu ao filho, não deixando-o falar. — Não sei como os outros professores puderam concordar com tamanha infame.

— Nem todos, é claro — disse Snape. — Eu contestei e disse que era uma ideia absurda e perigosa contratar Lupin.

— Ah, cala a boca, Ranhoso! — resmungou Canopus.

Snape lançou um olhar frio e furioso para o garoto.

— Black, infelizmente, você ainda não foi expulso dessa escola, então ainda sou seu professor, e como autoridade, exijo respeito.

— Então faça por merecer.

— Canis… — a voz baixa de Lupin soou de sua cama. Ele virou a cabeça na direção do filho, mostrando que estava acordado.

— Por favor, deixem de alarde na minha enfermaria! — exclamou Madame Pomfrey. — Por Merlin! Será que não podem respeitar que essas crianças precisam de um pouco de paz e descanso?

— Sinto muito por isso, Papoula — Dumbledore desculpou-se com calma. — Senhor e Senhora Malfoy, poderiam me acompanhar até minha sala para que possamos conversar?

— Certo. Espero resolver isso o mais rápido possível — concordou Lucius e olhou para Draco.

O garoto continuava abraçado a mãe, como sempre tem sido. Draco sempre foi bastante apegado a sua mãe, desde pequeno, e isso perdurava até os dias atuais e era demonstrado naquele momento, em que ele parecia não querer soltá-la tão cedo. Narcisa apenas o acolhia em seus braços e acariciava os cabelos loiros com calma e delicadeza.

Apesar de ainda manter sua pose séria e autoritária, havia uma leve preocupação no olhar de Lucius para o filho.

— Como está, Draco?

— Bem, pai — respondeu ele.

— Vamos, Narcisa.

Naquele momento, Draco abraçou a mãe com mais força. Narcisa sorriu de forma leve e afetuosa para o filho e beijou sua testa.

— Eu vou voltar, meu bem — garantiu ela, antes de se afastar e voltar a sua postura.

Os Malfoy deixaram a ala hospitalar junto do diretor e do professor, sob o olhar de Draco.

— Se eu tive alguma dúvida do quanto você é mimado, agora tenho certeza — comentou Canis.

— Sinto muito se eu tenho pais que se preocupam comigo, enquanto os seus são um suposto assassino e um lobisomem que quase te matou — retrucou Malfoy secamente.

— Ele não queria!

— Te machucou do mesmo jeito. Ficarei surpreso se ainda for professor ano que vem.

— É melhor você calar a porra da boca ou eu…

— Canis, pare — ordenou Remus. — Ele não está tão errado.

— O quê?! — os gêmeos e Harry exclamaram juntos.

Malfoy ficou surpreso, mas esboçou um leve sorriso satisfeito.

— Está vendo? Até ele vê isso.

— Não pode estar falando sério, papai! — Therion disse.

— Eu os machuquei e coloquei todos em risco. Canis mal consegue se levantar por culpa minha.

— Eu quem fui atrás do senhor por livre e espontânea vontade. E faria de novo.

— Porque você é maluco e sem noção, Estrelinha idiota.

— E você é um chato e insuportável, Dragãozinho estúpido.

— Sem briga! — repreendeu Madame Pomfrey. — Black, se não ficar quieto, vou te dar uma poção sonífera! Não se brinca com essas feridas.

Canopus bufou.

Após algumas horas, Harry, Hermione, Draco e Liah foram liberados. Rony deixou a enfermaria depois de mais algum tempo, usando muletas.

Malfoy conversou com os pais antes de eles partirem, garantindo que estava bem, mas sem contar com detalhes o que havia acontecido. Eles queriam já levá-lo de volta para casa imediatamente, e ele quase aceitou, mas preferiu continuar os dias que restavam do ano letivo na escola.

Mesmo a contragosto da medibruxa da escola, Remus deixou a ala hospitalar na noite daquele dia e foi para seu quarto depois de ela lhe dar uma poção e verificar os curativos. Os gêmeos Black precisaram permanecer sob vigilância e cuidado constante.

Lupin, de certa forma, já estava habituado àquilo, os garotos não. Ele próprio ordenou que não deixassem a enfermaria até Madame Pomfrey achar que poderiam.

Eles queriam ficar com o pai, mas precisavam de cuidados constantes por causa dos arranhões feitos na lua cheia. Alguns dias se passaram e eles ainda estavam ali.

Harry e Liah iam todos os dias vê-los, certas vezes também com Hermione e Rony. Nessas visitas, trataram de contar a Canopus e Rony tudo o que aconteceu e como salvaram Sirius.

Canis chorou de alívio ao saber que Bicuço estava vivo, mas fez todos jurarem não contar a ninguém que o viram daquele jeito.

Remus também os visitou, mas com menos frequência. Ele estava morrendo de preocupação por seus meninos, mas também estava se remoendo de culpa por estarem machucados. Conversou com Dumbledore, que lhe contou que Sirius fugido e, antes disso, contado toda a história de ter se transformado em animago para ajudá-lo.

Lupin sentiu-se envergonhado por ter traído a confiança de Dumbledore daquela maneira, mas ele entendeu perfeitamente e revelou já possuir certa desconfiança.

Passou um bom tempo pensando no que faria em relação àquele trabalho antes de tomar uma decisão. Ainda não conseguia parar de se sentir culpado por tudo.

Num certo dia, Harry foi visitar os gêmeos na enfermaria mais uma vez. Os Black já haviam se cansado de ficar ali e queriam ver o pai, então saíram os três juntos, depois de serem liberados por Madame Pomfrey, que ainda pediu para eles voltarem mais tarde.

— Eu nem o vi nos últimos três dias — disse Harry enquanto caminhavam pelo corredor. — Já estão falando bastante sobre ele. Não sei como descobriram que ele é um lobisomem.

— Ele deve estar se culpando pelo que aconteceu ainda — disse Therion, suspirando.

— Papai sempre teve medo de nos atacar na lua cheia. Mal veio nos ver. Foi igual naquela vez que o vimos transformado, ele nos deixou com o vovô uma semana inteira se culpando.

— Mas ele não estava consciente do que fazia!

— Sabemos, Harry, mas isso não o faz se sentir menos culpado. Conhecemos o nosso pai.

Harry e os gêmeos adentraram a sala de Remus, encontrando-o arrumando todas as suas coisas. Os livros voavam das prateleiras até um compartimento da mala, junto aos pergaminhos e demais coisas do professor.

Eles encararam tudo espantados.

— O senhor nem ouse fazer isso! — exclamou Canis.

Lupin ergueu os olhos para os três garotos e forçou um sorriso fraco.

— Eu já fiz. Acabei de entregar a Dumbledore meu pedido de demissão.

— O senhor não pode fazer isso! — Harry exclamou, aproximando-se do homem junto dos amigos. — É o melhor professor dessa escola!

— Fico lisonjeado que ache isso, Harry, mas não posso continuar aqui e colocar todos vocês em risco. Já tivemos uma prova de que não é seguro que eu continue aqui — disse Lupin e encarou os filhos.

Por baixo da roupa, todo o dorso de Canopus ainda estava sob curativos e ataduras, assim como seus braços. Ele ainda tinha certa dificuldade para caminhar devido à dor latente dos cortes em suas costas e no peito, os quais ainda não estavam nem perto de concluir a cicatrização, assim como os ferimentos do irmão.

Os braços de Therion ainda estavam enfaixados com ataduras, e havia curativos em seus ombros  e na região da clavícula um pouco visíveis pela gola da blusa. Ele tinha acabado de beber uma poção para dor antes de sair da enfermaria.

Remus mal conseguia olhar para os filhos daquela maneira sem se sentir culpado pelo que aconteceu. Ele não devia ter esquecido a poção. Deveria ter sido mais cuidadoso e atento.

— Vocês dois deviam estar na ala hospitalar — falou num tom preocupado, olhando atentamente para os filhos.

— Saímos para te ver — disse Therion.

— Ainda estão muito machucados, não podem sair assim.

— Estamos vivos, isso é o que importa — disse Canis, impaciente. — O senhor não pode ir embora agora. Nem chegou o dia de voltarmos.

— Snape já fez o favor de "sem querer" deixar escapar para os alunos da Sonserina que eu sou um lobisomem e isso já se espalhou por toda a escola. Muitos pais pensam exatamente como os Malfoy sobre ter alguém como eu lecionando para seus filhos e as cartas já começaram a chegar.

— Mas que filho da puta! — Harry e os gêmeos exclamaram juntos.

— Sem palavrões, meninos.

— Foda-se isso, papai! Eu vou acabar aquele velho desgraçado — Canis falou, furioso.

— Porra… Eu vou arrancar aquele cabelo ensebado e fazer ele parar de ser um amargurado imbecil! — Therion disse em seguida.

— Ele está muito enganado se pensa que vamos deixar isso assim! — Harry falou, com tanta raiva quanto os Black.

Eles se viraram em direção a porta, mas Remus a fechou usando sua varinha.

— Parados, os três! Vocês não vão fazer nada!

— Mas papai…

— Lupin… — Harry tentou falar ao mesmo tempo que os amigos.

— Não! — Remus disse firme e respirou fundo. Três cadeiras se colocaram uma ao lado da outra, e ele se sentou em uma quarta. — Sentem-se.

Os três ficaram parados, com expressões raivosas no rosto. Lupin lançou-lhes um olhar sério de repreensão e apontou para as três cadeiras.

— Agora! — Ordenou com seriedade, e os garotos obedeceram, bufando emburrados. Harry cruzou os braços e os Black cerraram os punhos, sentando-se a contragosto.

— Isso não é justo! — interveio Harry. — O senhor não tem culpa de nada. Não aconteceu nada o ano inteiro, só porque esqueceu aquela poção uma vez vai desistir de tudo?

— Uma vez basta para o pior acontecer, Harry. Ninguém mais vai me querer aqui.

— Nós queremos! — os três exclamaram.

— Olhem, meninos, eu amo vocês três, mas sinto informar que o mundo não gira ao redor das suas vontades — Lupin retrucou.

— Pois deveria — murmurou Canopus.

— Eu já me decidi. E se eu não fizesse isso, os outros pais tratariam de o fazer — continuou Remus. — Amei estar aqui esse ano e ser o professor de vocês, foi o melhor emprego que já tive e nunca irei esquecer, mas não posso continuar.

— O senhor sempre amou ensinar, papai — disse Therion, num tom mais calmo. — Nos ensinou muitas coisas que sabemos. Foi graças ao senhor que eu e Canis aprendemos a controlar nossa magia quando crianças porque sempre causávamos algum incidente sem querer.

— A ler e escrever, feitiços de defesa, feitiço não-verbal de localização para se um dia nos perdermos… — completou Canopus.

— E eu também aprendi muito com o senhor esse ano — disse Harry. — Aprendi a conjurar um patrono mesmo sendo um feitiço avançado demais para minha idade, e graças ao senhor eu e Therion conseguimos salvar a Sirius e todos nós dos dementadores…

— Vocês… Vocês conseguiram conjurar o patrono? — Remus indagou surpreso.

Therion e Harry assentiram com a cabeça e sorriram de leve. Lupin não conteve um pequeno sorriso por isso.

— O senhor é o melhor professor que já tivemos — afirmou Potter.

— E muito do que aprendemos com o senhor ajudou no processo de animagia. É preciso uma habilidade muito grande em transfiguração e feitiços, e aprendemos muito com o senhor nas féri… — Canis começou a falar.

— Espere… O quê?! — Remus o interrompeu, o sorriso morrendo em seu rosto ao ouvir a palavra "animagia". — Animagia?

— Olha, eu inicialmente não gostei muito da ideia de ter o mesmo animago que o Sirius, mas preciso admitir que eu sou cachorro foda pra cara…

— VOCÊS SE TORNARAM ANIMAGOS?!

Um silêncio ensurdecedor se instalou no local, todos paralisados. Remus encarava os três garotos, e eles o encararam de volta. Harry coçou a nuca, desviando o olhar e afundando na cadeira, já aguardando a bronca que os amigos receberia.

Nessa parte da história ele não estava metido, ao menos.

— Em minha defesa, eu não sabia de nada até eles se transformarem no Salgueiro Lutador — Harry disse com as mãos erguidas em rendição.

— Então, Canis, o cão atrás de mim na floresta durante a lua cheia… E-era…

— Era eu. Pensei que tivesse percebido, papai. Se me disser que me confundiu com o Sirius, eu vou ficar muito bravo com o senhor.

Remus ficou paralisado, de boca aberta, olhando desacreditado para os filhos. Sua mente entrou em curto, um verdadeiro caos enquanto raciocinava aquele fato.

Os gêmeos permaneceram tranquilos, com expressões serenas. Não demonstravam qualquer remorso ou arrependimento por aquilo. Nem parecia que haviam corrido um grande risco fazendo aquilo.

Quando a ficha enfim caiu para Lupin e sua mente voltou a funcionar, ele fechou a cara, esboçando uma clara irritação e indignação, mas não houve qualquer ação dos filhos perante isso.

— Quem tem que ficar bravo aqui sou eu! — esbravejou e se levantou da cadeira, passando as mãos pelos cabelos. Por Merlin! O que aqueles garotos tinham feito? — Eu falei para vocês não fazerem isso. Vocês me prometeram!

— Cruzamos os dedos na hora — Therion disse calmamente, dando de ombros.

— Deveria estar orgulhoso.

— Orgulhoso? SABEM O RISCO QUE CORRERAM FAZENDO ISSO?

— Óbvio, nós lemos tudo sobre Animagia — Canis falou num tom de obviedade e riu.

— E conseguimos fazer todo o processo em um ano de tentativa com apenas 14 anos. O senhor criou ótimos bruxos muito talentosos! — Therion exibiu um largo sorriso, abrindo os braços.

Remus estava desacreditado com a tamanha tranquilidade com a qual os filhos estavam agindo. O processo de Animagia não é fácil, ele viu os amigos sofrerem e batalharem bastante para conseguir, sabendo que o mínimo erro poderia ser catastrófico. Havia uma razão para apenas bruxos maiores de idade poderem realizar o procedimento e o rigor para conseguir liberação do Ministério e a necessidade de um acompanhamento de cada passo.

Não queria que os meninos se arriscassem daquela maneira, mas eles o desobedeceram.

— Eu os proibi de fazer isso por um motivo. Por que vocês me desobedeceram?

— Para te ajudar — os dois responderam.

— Me ajudar?

— Como os Marotos — disse Canis.

— Cuidar do senhor durante a lua cheia.

— Eu sou o pai de vocês. Eu deveria cuidar de vocês, não o contrário!

— Mas eles se preocupam com o senhor — Harry entrou em defesa dos amigos. — muito… Muito mesmo. Sempre que o senhor adoecia, eles ficavam preocupados. Therry sempre disse o quanto gostariam de poder ajudá-lo… Essa foi a forma que encontraram.

— Eles… Vocês… Vocês não podiam, não precisavam… Não precisam se preocupar tanto...

Os olhos de Lupin estavam marejados. Ele nunca quis que se preocupassem demais consigo. Odiava se sentir um peso para sua família por causa da licantropia, não queria esse fardo para os filhos.

Durante todos esses anos, ele fez de tudo para esconder sua dor pelo que era, por cada lua cheia. Fez de tudo por eles, para que eles ficassem bem e não precisassem carregar aquilo com ele, não se preocupassem demais. Mas ele também falhou nisso.

Ele era, definitivamente, um péssimo pai.

— Não ouse sequer pensar nisso outra vez, pai! — exclamou Therion seriamente. — O senhor é o melhor pai que poderíamos ter!

Remus piscou, desconcertado, enquanto o garoto se levantava.

— Nós temos o direito de nos preocupar com o senhor. Somos seus filhos! — ele continuou. — O senhor sempre cuidou de nós dois, fez de tudo por nós para nunca faltar nada… Não gostamos de te ver sofrer todo mês em toda lua cheia. Só queríamos poder te ajudar, como sempre nos ajudou.

— O senhor é a nossa família, e família sempre se ajuda e cuida um do outro. Queria mesmo que ficássemos parados te vendo passar por todo o ciclo sem fazer nada?! — Canis falou, também se levantando. — Nós te amamos, papai… Só queremos te ajudar.

— Vocês estão cometendo um crime… Eu não queria que vocês…

— Nós mataríamos pelo senhor se precisasse.

— Canis, por favor, não diga isso!

— É a verdade. Eu faria sem pensar duas vezes para te ajudar e te proteger.

— Por Merlin… Vocês… — Lupin não conseguia mais concluir uma frase. Suspirou pesado e levou as mãos ao rosto.

Ainda não conseguia acreditar. Nem mesmo desconfiou do que estavam fazendo. Como pôde deixar isso passar?

— Se achou mesmo que não tentaríamos, não conhece os próprios filhos — disse Therion.

— Acho que eu só quis acreditar que não — confessou. — Vocês mentiram pra mim! Disseram que não fariam isso e fizeram.

— Se prometermos nunca mais mentir, o senhor se acalma?

— Eu sei que não iriam cumprir, Canis...  Principalmente para escapar de uma encrenca.

— Então você realmente nos conhece — Therion disse e sorriu de canto.

Remus respirou fundo, e os gêmeos o abraçaram. Ele passou o braço em torno dos dois, apertando-os com força contra si.

Ele estava chateado e bravo, muito. Mas ele ainda amava aqueles dois mais que tudo no mundo. Eram as suas estrelas.

Lupin odiava não conseguir demonstrar indiferença e o quão bravo estava por muito tempo para eles. Ele era completamente rendido pelos filhos.

— Não fica bravo.

— Ah, Canis, eu vou ficar por um bom tempo…

— Nós te amamos — os gêmeos disseram, tentando amenizar a situação.

— Eu também amo vocês — riu Remus.

Harry sorriu observando a cena. Era bonito ver a relação dos gêmeos com Lupin, como eram unidos. Eles se amavam e eram uma família, mesmo sem nenhum laço sanguíneo. Iam muito além disso, os laços de afeto eram muito mais fortes, era uma união sem igual.

Sua família tinha o seu sangue, mas estavam longe de amá-lo daquela forma.

Remus ergueu os olhos para Potter, que continuava sentado na cadeira, apenas olhando, sem dizer mais nada. Ele abriu um dos braços, e o garoto franziu o cenho, confuso. Chamou-o com a mão, mas Harry continuou parado, sem saber o que fazer.

— Harry… Vem aqui.

Harry piscou algumas vezes, pensativo. Lupin estava mesmo o chamando?

Ele se levantou relutante, e Remus exibiu um pequeno sorriso em sua direção. Logo se uniu àquele abraço, e foi um dos melhores de toda a sua vida.

Os gêmeos passaram seus braços pelos ombros de Harry, sorrindo enquanto o acolhiam junto ao pai. Potter também fazia parte daquilo, daquela família.

Remus apertou aos três com força naquele abraço, deixando uma lágrima escorrer por seu rosto.

— Não vá embora, Lupin.

— Não posso ficar — insistiu Remus. Ele acariciou os cabelos de Potter quando se afastou, sorrindo fraco. — Mas você sempre poderá vir nos ver na férias.

Harry sorriu largo.

À noite, Remus já estava de partida. Iria até Hogsmeade e de lá partir para Londres. Além dos três garotos, Hermione, Liah e Rony também foram se despedir dele nos limites do terreno da escola, na trilha que levava até o vilarejo bruxo.

Depois de bons puxões de orelha de Merliah e Harry, Weasley havia deixado um pouco de lado seu pensamento sobre lobisomens e se conformado que Lupin ainda aquele seu professor favorito e o único que o fazia ficar realmente animado para uma aula. Ele se despediu do professor e disse que sentiria falta das aulas.

A garota sonserina deu um forte abraço em Remus, que não soube como reagir inicialmente, surpreso pelo ato.

— Vou sentir saudade do senhor aqui na escola, Tio Remus. E dos seus chocolates — disse ela.

Lupin riu.

— Também vou sentir falta dos seus comentários bastante pertinentes sobre as crenças trouxas sobre as criaturas que vimos em sala, Liah.

— Mas o senhor não vai se livrar tão fácil de mim. Sou a melhor amiga dos seus filhos e ainda vai me ver muito nas férias.

Os gêmeos e Harry também abraçaram Remus para se despedir.

— Tchau, papai — os gêmeos disseram.

— Vamos esperar o senhor na estação — completou Canis.

— Até mais — se despediu Harry.

— Comportem-se até o fim do semestre, está bem?

— Tudo bem — disse Therion.

— Vamos tentar — falou Canis.

— Mas não garantimos nada. — Potter disse e sorriu de canto.

Remus voltou rir e beijou a testa dos três garotos.

— Malfeito feito — disse ele.

Malfeito feito — os três repetiram.


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Olá, meus amores!
Tudo bem?

Hogwarts, infelizmente, acabou de perder o seu melhor professor 🤧
Realmente uma pena.

Chegamos ao final do terceiro ano enfim. E nós já iniciaremos as férias muito em breve. Foi um ano bem tenso!

Gostaram do capítulo? Não esqueçam de votar e comentar bastante!!

Legacy chegou aos 4k 🥳🥳
Muito obrigada a todos por isso, viu? Amo demais cada um de vocês 🥺🥺
Para comemorar, a próxima att será dupla!!
Teremos o fim definitivo do terceiro ano e já começamos com as férias. Aguardem muitas coisas para essa nova fase da história rsrsrs

Em breve retorno com mais um capítulo!

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋







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