Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XX. Chaos

Passados o Natal e o Ano Novo, logo se iniciou um novo trimestre em Hogwarts.

Harry e os gêmeos andavam emburrados, pois Hermione contara que os três ganharam Firebolts anonimamente para McGonagall, e ela as confiscou. Como Remus, Minerva suspeitou que fosse obra de Sirius Black e decidiu verificar se havia algum indício de magia das trevas nas vassouras, já que os três possuíam ligação com o assassino e estavam na mira dele.

Quando todos voltaram para as aulas, eles contaram tudo para seus colegas de time, que ficaram bastante frustrados.

Oliver Wood e Adrien Pucey, os capitães de quadribol da Grifinória e da Sonserina, tentaram convencer a professora a devolver rapidamente as vassouras e receberam uma grande bronca por se preocuparem mais com quadribol que o risco de seus colegas de Casa e time podiam estar correndo. Para a sorte da Sonserina, ainda havia uma Firebolt no time.

— Logo a Minerva devolve. Nosso jogo contra a Lufa-Lufa vai ser só em março, não é? Primeiro vai ser Grifinória e Corvinal. Não acho que vá ficar tanto tempo com a vassoura — disse Merliah enquanto caminhavam por um corredor após o almoço.

— Assim espero — os gêmeos disseram em uníssono.

— Mas eu sou da Grifinória, esqueceu? Meu jogo vem primeiro e estou sem vassoura! — lembrou Harry, que caminhava ao lado de Therion e Rony, olhando para a garota ao lado de Canis.

— Senta e reza, meu filho. Estou preocupada com o meu time.

— Insensível! — exclamou Rony, cruzando os braços. — Cadê seu senso de empatia com o próximo?

— Quando o assunto é eu e o meu time vencermos, ela foi pra casa do…

— Merliah! — repreendeu Hermione antes que a garota terminasse de falar.

— Tinha que ser sonserina.

— Com muito orgulho, obrigada. Deveria parar com esse preconceito conosco, Weasley.

— Eu te empresto minha Nimbus, Hazz — disse Therion na tentativa de confortar o amigo, recebendo um sorriso sincero em resposta.

— Espero que McGonagall não demore muito com essa verificação. Eu tenho a melhor vassoura do mundo e nem pude voar nela ainda! — resmungou Canopus.

As semanas se passaram e os gêmeos descontaram a frustração pelo confisco das vassouras aprontando pela escola e realizando muitas pegadinhas, com a participação de Harry — e algumas vezes de Merliah também —, que não pensava duas vezes antes de aceitar o plano. A maioria eram organizadas por Canopus, mas Potter também teve sua contribuição, tirando todo o sossego de Mcgonagall e Snape. Isso, obviamente, rendeu-lhes muitas detenções e muitas chamadas para Remus de alguns de seus colegas professores, por não aproveitar de sua presença e autoridade para controlar os filhos e os amigos deles.

E por colegas professores, quer-se dizer Snape.

Lupin fazia o melhor que podia, mas sabia que nada impediria os filhos de aprontarem. No máximo, faziam menos bagunça por alguns dias depois de uma bronca e a ameaça de tirar o Mapa do Maroto deles.

A última detenção que receberam foi durante uma aula de poções. Snape, como sempre, implicava com os gêmeos e Potter. Para sua infelicidade, não poderia criticar a poção de Therion, embora nunca admitisse sua excelência inigualável aos outros alunos do terceiro ano. Contudo, poderia descontar tudo em Harry, o que desagradava bastante seus amigos sonserinos.

Isso terminou com uma poção explodindo, a barra da capa do professor pegando fogo, Therion e Harry dizendo palavras nada bonitas e uma detenção de uma semana para os três.

— Será que ele acreditaria se eu dissesse que coloquei fogo na capa dele sem querer?

— Você fez de propósito, Canis — disse Harry.

— Isso é apenas um detalhe. Papai já me deu uma bronca daquelas por causa da última detenção do Snape, que ganhei só porque não gostou da forma que falei com ele.

— Você o chamou de Ranhoso.

— E ele disse que sou arrogante igual ao Sirius. Eu considero uma grande ofensa a minha pessoa qualquer comparação com aquele homem.

— De onde você tirou esse nome?

— Seu pai e Sirius deram esse apelido a ele na época que estudaram em Hogwarts — respondeu Therion. — Papai disse para não implicar tanto com ele.

— Ele implica com a gente desde a primeira aula, principalmente comigo. Você, ele não pode falar muito porque é bom na matéria.

— Eu sei. Não gosto dele também, e eu amo Poções, mas...

— Sem conversa! — vociferou Snape de sua mesa. — Trabalhem em silêncio.

Os garotos bufaram e voltaram a organizar os armários de ingredientes calados. Eles cumpriram os dias de detenção a muito contragosto, aproveitando cada distração ou saída de Snape para ficarem parados e conversar.

Ao terminarem o último dia, desabaram na borda da fonte no pátio, suspirando.

— Minerva já disse algo sobre as vassouras? — perguntou Canis.

— Nada. E disse que se eu continuar perguntando depois de toda aula, ela não vai devolver tão cedo mesmo.

— Se a Grifinória ganhar da Corvinal, acho que ela devolve até a Final para nós três jogarmos com elas.

— Vocês nem têm certeza se vão para a final.

— É óbvio que vamos. Nós ganhamos de lavada da Corvinal. Contra a Lufa-lufa vai ser fácil.

— Tudo o que nos resta é aguardar. Até recuperarmos as Firebolts, usamos as nossas Nimbus e te emprestamos, Hazz — disse Therion.

— Agradeço por isso. A vassoura da escola é horrível!

— Mudando de assunto, hoje temos nossas aulas especiais de defesa contra dementadores com o papai — disse Canopus. — Não se esqueça, Harry.

— Não vou.

Visto os grandes efeitos dos dementadores em Harry e seu desespero que o ocorrido no jogo contra a Lufa-Lufa se repita, Remus concordou em ensiná-lo a se defender deles. Os gêmeos já estavam aprendendo o Feitiço do Patrono nas férias, então se infiltraram nas aulas para treinarem os três juntos.

A primeira havia sido três semanas antes, usando um bicho-papão em forma de dementador, e Harry desmaiou três vezes. Lupin deixou os filhos treinarem junto dele, mas os manteve bastante afastados do bicho-papão para que ele não mudasse de forma e a primeira aula de DCAT se repetisse.

Quando Potter perguntou o que era o bicho-papão de Remus, pois não havia entendido e identificado exatamente o que era quando mudou de forma enquanto o homem o prendia de volta em um baú, eles se fizeram de desentendidos e mudaram de assunto.

Eles definitivamente estavam muitos mais próximos do que no início do ano, e isso incluía Remus e Harry, e confiavam inteiramente nele, mas aquele era um assunto delicado. Além dos gêmeos, apenas os professores e Dumbledore sabiam da condição de Lupin, e ele tinha medo de deixar os alunos saberem. Os Licantropos ainda eram, infelizmente, muito mal vistos na sociedade bruxa.

Enquanto Remus quisesse manter segredo, Canopus e Therion manteriam também. Harry precisaria entender que isso não é algo fácil para o professor.

— Deve pensar em uma memória forte, realmente feliz — disse Lupin mais uma vez, quando estava reunido com os três garotos dentro de uma sala ampla, parado em frente ao baú onde estava o bicho papão. — Uma memória poderosa, algo que traga uma emoção grande e forte o bastante para se produzir um patrono.

— É muito complicado — murmurou Harry, suspirando, depois de acordar de mais um desmaio. Estava evoluindo, mas ainda estava longe de ser um patrono decente.

— O Feitiço do Patrono é uma magia extremamente avançada, Harry. Até mesmo bruxos adultos e experientes possuem dificuldade e evitam usá-la. Para bruxos de 13 anos, vocês estão indo muito bem.

— Eu e Therion já temos 14 anos, pai — lembrou Canis.

— Eu sei. Difícil esquecer com esse surto de crescimento de vocês — riu Remus, olhando para os filhos, que agora chegavam ao seu ombro em altura. — Mas vocês me entenderam, e eu já disse isso muitas vezes aos dois.

— Quero tentar de novo — disse Harry, decidido e confiante.

— Se sente bem para continuar?

— Estou pronto.

— Tudo bem. Meninos, afastem-se.

— Mas papai… — os dois tentaram protestar, mas o olhar severo que receberam do pai os fez parar imediatamente.

Afastaram-se emburrados, enquanto Harry se posicionou com a varinha em punho. Remus olhou-o por alguns instantes e então abriu o baú, deixando o bicho-papão com a figura do dementador sair.

Expecto Patronum — disse Potter. — EXPECTO PATRONUM!

A figura escura e encapuzada avançou sobre ele, que brandia a varinha e repetia o encantamento. Um brilho prateado saiu de sua varinha.

EXPECTO… PATRONUM

Harry cambaleou para trás, e Lupin tratou de afastar o bicho-papão, enquanto Therion corria até ele e o segurava antes que desabasse no chão.  Ele perdeu a consciência por poucos segundos, e Black ajudou-o a se sentar.

Canopus ofereceu a ele um pedaço generoso de chocolate quando abriu os olhos, que foi prontamente aceito. Tocou o ombro do amigo, enquanto via o irmão ao lado dele com um olhar extremamente preocupado.

— Como se sente?

— Como se minha cabeça fosse explodir — respondeu Potter, mordendo mais um pedaço do chocolate. — e meio… Não sei dizer.

— Continua ouvindo eles, não é? — Therion perguntou num tom calmo, deslizando sua mão pelas costas dele. Harry assentiu com a cabeça.

— Ouvi meu pai dessa vez…

— Você foi muito bem, Harry — elogiou Lupin, oferecendo-lhe um pouco mais de chocolate. — Se quiser parar agora…

— Não! Eu só… Preciso descansar um pouco.

Remus suspirou, concordando. Não conseguia imaginar o quanto deveria ser doloroso para o garoto ouvir a voz dos pais no dia que foram mortos sempre que era atacado por um dementador.

Depois de algum tempo, mais uma vez Harry se posicionou para enfrentar o "dementador".

EXPECTO PATRONUM!

O brilho prateado saiu de sua varinha, mas não demorou para sentir-se fraco e as pernas fraquejarem. Não desmaiou daquela vez, mas desabou na cadeira, bem perto disso, e observou o professor puxar a força o bicho-papão para o baú, depois que ele tomou mais uma vez a forma de uma estranha bola prateada que ele não sabia identificar.

Remus foi até ele com uma barra de chocolate enorme. Harry se perguntava porque ele tinha tanto chocolate guardado.

— Foi bem melhor dessa vez — disse Therion, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado de Potter.

— Um patrono de verdade vai destruir um dementador? — ele perguntou.

— Mais ou menos, eles servem mais como um excesso de energia que os dementadores não irão suportar — Lupin explicou. — Mas deve ficar orgulhoso do que fez. Para a sua idade, um escudo pouco nítido já é um grande feito.

— Eu mal consigo fazer sair um fiapo de luz — lamentou Therion.

— Só precisa de mais treino, Therry. É uma magia complexa.

— Espero não ter que encarar um dementador até conseguir. Naquela vez no trem foi… Difícil. Me senti muito angustiado quando acordei.

— É o que eles fazem. Revivem as piores lembranças e deixam apenas sentimentos ruins — disse Canis, sentando-se no chão mesmo. — Papai, quero chocolate também.

Lupin entregou metade de uma barra para o filho e deu a outra metade para Therion, pegando outra para si em seguida.

— O que tem por baixo da capa do dementador? — Harry perguntou curioso.

— Quem vê não fica em condições viáveis de responder — Canis quem respondeu. — Eu acho que eles não têm olhos, mas têm uma boca que usam para sugar sua energia e como última arma. Eles só baixam o capuz quando vão dar o beijo do dementador.

— Beijo?

— Ferram a mandíbula na boca da vítima e sugam toda sua alma. Não é uma coisa muito legal. A pessoa continua viva, mas sem poder fazer absolutamente nada, só… Existe. Um corpo sem alma. E não há como voltar atrás. Você vira praticamente um morto-vivo.

Remus encarou o filho, levemente surpreso por ele saber tanto sobre os dementadores. Ele nunca lhes contou muito sobre eles.

— O que foi? — questionou o garoto ao perceber o olhar do pai. — Eu prestei atenção quando o vovô nos explicou no verão. Ele é especialista renomado em não-seres. Tinha certeza que iriam soltar alguns dementadores para buscarem por Sirius. E eu adoro saber tudo sobre qualquer criatura que não seja humana.

— E vovô estava certo. Segundo o Profeta Diário, Sirius poderá aguardar um belo beijo de um dementador se for encontrado.

— Sério? — perguntou Harry surpreso, arregalando os olhos.

— O ministro deu permissão aos dementadores para fazerem isso se o encontrarem — disse Remus, remexendo-se um tanto nervoso e desviando o olhar para o outro lado da sala.

Havia lido aquela notícia de manhã e era impossível negar que mexeu consigo. Qualquer notícia sobre Sirius o abalava.

Desde a primeira manchete do Profeta Diário, todos os dias Remus se pegava pensando em Black e no que faria, o que aconteceria.

Ele merece.

— O quê? — Lupin encarou Harry, surpreso e assustado com sua declaração. — Você acha mesmo isso?

— Acho — respondeu sem hesitar, dando de ombros.

— Não vou dizer que não acho o mesmo — Canopus disse indiferente, dando de ombros.

— Ele matou os meus pais.

Remus encarou-os em choque.

— Acham mesmo que alguém merece isso?! — perguntou um tanto exaltado.

Os garotos permaneceram em silêncio, mas, pelas expressões em seus rostos, Lupin já tinha sua resposta.

Ele abriu a boca para falar, porém não conseguiu dizer nada. Comprimiu os lábios e virou-se de costas para os meninos, passando as mãos por seu rosto enquanto respirava fundo e tentava manter seus pensamentos em ordem e não se deixar ficar alterado demais.

Mas dentre tantas coisas que podia imaginar sobre Sirius enquanto estivesse foragido, que ele recebesse um beijo do dementador certamente era a mais perturbadora. Por mais magoado e enfurecido que estivesse, não desejaria isso a ele. Somente pensar deixava-o aflito, ansioso.

Não queria que isso acontecesse com ele.

— Ah, papai, não está com pena do Sirius, está? — indagou Canopus. — Ele traiu a todos, incluindo o senhor!

— Eu sei, Canis. Mas eu não desejaria algo assim a ninguém, nem mesmo a ele.

— Só diz isso porque ele era seu amigo.

— Muito bem, ele ERA. Não é mais. Mas nem por isso quero que ele vire uma casca sem alma! — rebateu, voltando a encarar os três. — Ele precisa pagar pelo que fez na prisão, como qualquer outro criminoso. É para isso que Azkaban existe.

— Para alguém que foi condenado à prisão perpétua, é praticamente a mesma coisa. — O garoto deu de ombros, sem esboçar nenhum tipo de emoção ao dizer isso. — Alguma hora os dementadores sugariam tudo dele.

Remus suspirou exasperado, passando as mãos por seus cabelos, enquanto sua mente tornava-se um verdadeiro caos mais uma vez.

Therion não dizia nenhuma palavra, apenas passeava o olhar entre o pai e o irmão, comendo seu chocolate. Sentia a tensão crescente e que Remus estava visivelmente se alterando e abalado com aquela conversa.

Não conseguia explicar, mas era muito fácil para ele sentir quando o pai ou o irmão estavam chateados e todos os sentimentos que viessem acompanhados disso e deduzir o que pareciam estar pensando. Isso às vezes lhe dava dor de cabeça, como naquele momento.

Ele abaixou a cabeça e encolheu as pernas para cima da cadeira, levando uma das mãos a têmpora.

— Continuamos semana que vem — Remus disse. — Melhor irem para seus dormitórios.

— Tudo bem. Boa noite, papai.

— Boa noite, Professor.

Lupin deixou o local rapidamente, sem dizer mais nada. Andou apressado até o corredor no segundo andar e adentrou sua sala, fechando a porta, trancando-a e escorando-se a ela, não se preocupando em acender as luzes.

Fechou os olhos com força enquanto respirava fundo. O coração se apertava em seu peito ao pensar no que o filho disse, pois sabia que, por um lado, tinha razão para pensar daquele jeito, assim como Harry, mas ele não conseguia chegar à mesma conclusão. Talvez Canis tivesse razão e pensassem assim por Sirius ter sido um de seus melhores amigos.

Embora, seus sentimentos por Black tivessem ido muito além da amizade e isso o corroía por dentro há vários anos. Às vezes queria arrancar o coração de seu peito para não sentir mais nada e não precisar sofrer tanto com a imensa dor de amar alguém que nunca conheceu de verdade.

Remus grunhiu frustrado, socando a porta para descontar suas emoções. Por que Sirius tinha que mexer tanto consigo e acabar com toda a sua calma e seu autocontrole?

Ele acabou rindo baixo, sem emoção, porque a resposta era clara, apenas não queria admitir.

Durante toda a vida ele sentiu-se um monstro, e no fim se apaixonara por um. Mas aquele sentimento não podia mais existir.

***

Nova visita a Hogsmeade marcada e Canis, Therion e Harry já estavam planejando o que fazer na próxima fuga de Potter. Os três estavam na Torre de Astronomia à noite, após  o horário de dormir, conversando. Haviam escapado com a capa de invisibilidade até ali.

Lupin não iria junto dos filhos para aquela visita, então estariam livres para sair e curtirem pelo vilarejo. Contanto que evitassem possíveis encontros com outros professores, Harry poderia aproveitar e passar um tempo com os amigos por lá, sem se esconder.

— É bom levar a capa, apenas por precaução — disse Canis, tentando pela quarta vez ficar de cabeça para baixo apoiado pelas mãos e as pernas contra uma pilastra.

— Vou levar e… O que diabos você tá fazendo?

— Gastando energia acumulada — Therion respondeu, rindo.

— E também é um ótimo exercício. Nossos treinos de quadribol só voltam semana que vem porque Crabbe caiu da vassoura e vai ficar de cama até domingo — Canis disse com certa dificuldade pelo esforço. — Consegui! Quando éramos menores era mais fácil. Vê alguém fora da cama pelo mapa além de nós?

— Não. Dumbledore, como sempre, está perambulando pela sala dele. Ele não dorme, não?

— Vejamos… — Harry aproximou-se mais de Therion para observar melhor o mapa em suas mãos, colando seu ombro ao dele. — Snape acabou de sair da sala do seu pai.

— Provavelmente levando a poção para ele — disse Canis, colocando os pés de volta no chão e deitando-se ali.

— Ele está doente de novo?

— Um pouco… O de sempre. — Canopus deu de ombros.

— O que ele tem afinal?

— Como já disse, a saúde dele é complicada — Therion respondeu, forçando um sorriso sem jeito. — A poção que Snape prepara faz ele se sentir melhor.

— Ele disse que é a única coisa que ajuda. Deveria ir a um médico, não é normal adoecer com tanta frequência.

— Um médico não vai ajudá-lo. Temos sorte de Snape saber preparar a poção e atender ao pedido de Dumbledore de fazer algumas doses para ele, ela não é fácil e muito menos barata.

Harry encolheu os ombros, um pouco cabisbaixo. Seu professor já havia ficado doente outra vez semanas antes e agora estava adoecendo, novamente. Todo mês parecia que, seja lá o que ele tivesse, o abatia e deixava-o com uma aparência mais fraca e doente. Depois ele voltava ao normal, o professor alegre com as melhores aulas, para no mês seguinte começar tudo de novo. Isso o preocupava e o deixava até mesmo triste, e não saber o que causava aquilo era, de certo modo, frustrante.

Somente ali na escola, por causa de um professor que a maioria detestava, Remus podia ter algo que o deixava minimamente mais saudável. Harry queria poder ajudá-lo de alguma forma, e perguntou-se se sempre fora assim a vida dele com os filhos, adoecendo a todo instante.

— Então sem aulas anti-dementadores essa semana? Não quero que ele se esforce demais.

— Ele vai estar bem até lá. Acredite, ele tem estado bem melhor nos últimos tempos.

— É… Pelo menos nunca mais precisamos ter aulas com o Snape. Isso deve ser um bom sinal, não?

— Sim, é um bom sinal — concordou Therion, sorrindo fraco para Potter.

Eles passaram a observar as estrelas da noite, e Canopus juntou-se aos dois, deitado no chão ao lado do irmão enquanto Harry e ele permaneciam sentados. Deixaram o mapa um pouco de lado, apenas para observar as luzes brilhantes no céu.

Os gêmeos começaram a caçar constelações com os olhos e nomeá-las uma a uma.

— Te achei, Canis! — Therion disse animado, apontando para o céu. — A Canopus está bem ali.

— Achei a outra também. Alphard bem ali — apontou ele. — A estrela solitária. Mamãe devia estar maluca ao deixar Sirius colocar um nome com significado tão deprimente. Se bem que… — Ele voltou seu olhar para Therion e Harry. — Acho que realmente estou sobrando aqui.

— O que você quer dizer? — os dois perguntaram juntos.

Canis apenas riu, sem dizer nada. Iria aguardar e ver onde aquilo chegaria, embora já imaginasse. Suspirou e apoiou os braços atrás de sua cabeça, observando o céu.

Harry e Therion se entreolharam confusos e então deram de ombros, também voltando a encarar o céu. Permaneceram ali por mais duas horas, admirando as estrelas e por vezes conversando sobre algo, até Potter começar a ficar sonolento e bocejar.

Therion observou o outro coçar os olhos por baixo dos óculos, o sono começando a tomar conta.

— Deveríamos ter trazido cobertores para passarmos a noite aqui.

— Vocês já fizeram isso? — Harry perguntou.

— Já. É bem legal e relaxante até — respondeu Canis. — E você também já dormiu aqui, Harry. Ou esqueceu de quando eu e papai encontramos vocês dois dormindo agarradinhos aqui depois de toda a confusão quando Sirius invadiu a escola?

— F-foi sem querer! Nem percebi quando dormi — justificou-se Harry, envergonhado, enquanto seu rosto corava.

— Melhor voltarmos logo — Therion disse, também com as bochechas coradas.

— Veja se Filch está fazendo ronda por perto.

Therion voltou a olhar para o mapa, procurando pelo nome de Filtch.

— Acho que ele está voltando para a sala dele agora. Todos no castelo parecem estar dormin… — Ele parou de falar.

— E o quê? — perguntou Canis quando o irmão se calou de repente. — Por que parou, Therry?

— Tem alguma coisa errada com o mapa.

— O que foi? — perguntou Harry, tentando procurar o que havia de errado.

Therion piscou algumas vezes e conjurou luz com sua varinha, aproximando da folha para ter certeza de que estava vendo direito. Seus olhos só podiam estar pregando alguma peça nele.

Peter Pettigrew.

— O que tem o Tio Peter?

— Ele está aqui no mapa.

Canopus saltou surpreso e arrastou-se para mais próximo do irmão, colando os olhos no mapa junto a Harry. Observaram onde Therion apontava o nome de Peter Pettigrew na área da Torre da Grifinória.

Os três estavam de olhos arregalados, e Harry até mesmo limpou seus óculos na roupa para ter certeza de que não estava lendo errado.

— É um fantasma?

— O mapa não mostra fantasmas, Hazz. Ele mostra apenas pessoas… Pessoas vivas!

— Mas Wormtail está morto. Sirius o matou naquela rua no meio de vários trouxas. E mesmo que o mapa mostrasse fantasmas, por que o fantasma dele estaria em Hogwarts? — falou Canopus, pegando mapa e analisando-o desacreditado. — Tem alguma coisa estranha. Papai disse que o mapa nunca erra.

— Esse mapa está velho, não é? Pode ter errado.

— Não, não pode. Precisamos verificar isso.

Os três se levantaram rapidamente e deixaram a Torre de Astronomia. Harry seguiu com a capa de invisibilidade até a Torre da Grifinória para verificar pessoalmente, e como os gêmeos não poderiam entrar, eles foram para a única pessoa que poderia explicar isso.

Ao chegarem à porta no segundo andar, começaram a bater freneticamente.

— Papai! — chamavam.

— Shh! — um dos quadros no corredor disse.

— Shh vocês! Vão dormir! — bradou Canopus e voltou a bater na porta. — Papai!

— Ah, dane-se! Nós somos bruxos do terceiro ano — disse Therion. — Alohomora!

A porta se abriu e eles entraram na sala. Correram até às escadas que levavam ao mezanino e subiram apressados, seguindo até a porta do quarto. Abriram-na bruscamente, encontrando o pai na cama lendo um livro.

Remus encarou os filhos surpreso, fechando o livro e deixando-o de lado enquanto eles pulavam sobre a cama alvoroçados.

— Meninos, o que estão fazendo aqui? Deveriam estar dormindo!

— Papai, tem alguma coisa errada com o Mapa do Maroto! — exclamou Therion.

— E vocês vieram até aqui no meio da noite por isso? Eu poderia estar dormindo! Iam me acordar só por causa do mapa?

— Ele mostrou o Wormtail! — Canis exclamou.

— Meninos, isso não é hora para… O quê?!

— Na Torre da Grifinória, o Tio Peter!

Remus pegou o mapa nas mãos do filho rapidamente, surpreso com o que diziam. Correu os olhos pelo pergaminho até a Torre da Grifinória e não pôde acreditar no que seus olhos enxergavam.

O nome de um de seus melhores amigos, o qual estava supostamente morto, apareceu no mapa que eles criaram. Ele sabia que o mapa nunca errava, mas… Como?

— Isso é impossível…

— Achamos isso muito estranho — disse Therion. — Vimos quando íamos voltar pro dormitório e resolvemos falar com o senhor enquanto Harry olhava na Tor…

— Vocês já estavam fora do dormitório? Os três?!

Therion se xingou mentalmente por falar demais.

— Isso não importa agora, papai — tentou reverter a situação. — O mapa só pode estar enganado, não é?

— O mapa nunca errou, Therry. Agora, o que vocês três faziam fora da cama?

— Torre de Astronomia. Só conversando, papai, juro!

— Puta que pariu, mas que porra...— exclamou Canis.

— Olha a boca, Canopus! — repreendeu Remus, encarando o garoto severamente.

— Papai, olha! É ele! Ele entrou no castelo de novo! — ele disse apontando freneticamente para o mapa. Lupin encarou o papel novamente, desacreditado. — Sirius está aqui!

Remus arregalou os olhos e engoliu em seco.

— Mas que porra…

— Depois fala de nós dois — Therion retrucou.

— Agora vê com quem aprendemos a xingar.

— Shh!

Remus observou no Mapa do Maroto o nome de Sirius ao leste do castelo. Sua boca ficou seca e suas mãos começaram a tremer.

— Ele acabou de entrar na comunal da Grifinória.

— E-ele… Ele vai matar o Harry, papai! — exclamou Therion, começando a ficar assustado.

— Chamem Dumbledore e McGonagall, agora!

Lupin não pensou muito, apenas apanhou o primeiro casaco que viu e a sua varinha e disparou para fora do quarto deixando o mapa para trás. Correu escada abaixo e deixou sua sala, seguindo apressadamente até a Torre da Grifinória.

Therion pegou o mapa e saiu junto com o irmão em busca do diretor. Correram apressados, sempre olhando para o pergaminho para verificar onde estavam o pai, Harry e Sirius.

— M-mas e se Sirius fizer algo com o papai? — Therion perguntou de repente. — Ele está indo de encontro a ele agora! — Apontou no mapa. — Temos que ajudá-lo!

— E quais as chances de Sirius aproveitar a chance para levar nos dois com ele?! Ele é louco! Vamos achar Dumbledore rápido.

Therion parou de correr, e Canis parou um pouco a frente ao vê-lo estagnar no meio do caminho. Uma expressão de determinação tomou seu rosto, mas ainda era perceptível o medo ali, enquanto olhava fixamente para o mapa. O nome de Sirius estava muito próximo de Harry e seu pai estava chegando à Torre.

Seus olhos correram por todo o mapa desde onde estavam até a Grifinória, encontrando alguns atalhos.

— Encontre Dumbledore, eu vou ajudar papai e Harry. A senha da sala deve ser a mesma do ano passado.

— FICOU MALUCO, THERION?!

— Preciso ajudá-los ou ele vai matar eles!

— EU SEI! POR ISSO PRECISAMOS CHAMAR AJUDA, AGORA, COMO PAPAI MANDOU!

— Nunca fomos os melhores em seguir ordens — disse e correu para outro corredor.

— THERION! Ah, mas que filho da…

Canis bufou e correu em busca do diretor pelo lado oposto.

Remus chegou a Torre da Grifinória encontrando a entrada aberta após ver um vulto passar para um corredor e cinco garotos amedrontados mais um Harry furioso, que estava com a varinha na mão e respirava ofegante, saindo pelo retrato.

— Professor, Sirius Black está aqui! Ele tentou me atacar com uma faca! — Rony exclamou assustado.

— Eu joguei um feitiço, mas não sei se acertou… — disse Harry. — Ele matou meus pais e ainda tentou matar meu melhor amigo. Eu vou matá-lo!

Harry fez menção de seguir pelo corredor, mas Lupin puxou-o pelo braço.

— Você não vai a lugar algum! — disse seriamente. — Avisem a Profª. McGonagall e fiquem aqui! Você está bem?

— Estou, mas… — Ele tentou ir novamente, mas Remus não permitiu.

— Eu vou atrás dele!

— Mas, Lupin…

Lupin correu na direção que vira algo seguir instantes antes, o mais rápido que pôde, sem deixar Harry terminar de falar. Deixou seus pés e seus impulsos o guiarem, assim como quando Sirius foi até sua casa e se aproximou de seus filhos.

O que havia dado em Sirius para agora tentar atacar um simples garoto inocente? Ele realmente não conhecia mais a Black.

Parou ao ouvir um som conhecido no corredor ao lado: patas batendo contra o chão.

Virou a direita e perseguiu o enorme cão negro que surgiu a sua vista, que corria mancando, até o vento do lado de fora bater em seu rosto e a frieza atingí-lo em cheio.

Sem pensar, bradou sua varinha.

FLIPENDO! — lançou o feitiço, que fez o cão chorar e rolar no chão.

Parou de correr, ficando a pelo menos 5 metros de distância do velho amigo ainda transformado em sua forma animaga, que voltava a se levantar aturdido. Os olhos de Lupin queimaram e encheram-se de lágrimas sem que ele percebesse.

Continuou brandindo a varinha, enquanto os olhos claros do enorme cachorro voltavam-se para ele. Sentiu uma forte pontada em seu coração naquele instante e quis arrancá-lo por isso.

— Por que está fazendo isso? — perguntou entre lágrimas. — Já não nos feriu o bastante? — Sua voz estava mais falha do que ele gostaria. Fechou a cara, apertando sua varinha com mais força e deixando a raiva se unir a tristeza e mágoa em seu coração. — Eu te falei para não se aproximar de mim e dos meus filhos outra vez!

Tentou acertá-lo novamente, mas errou por um triz. Avançou até o cão, mas ele olhou-o com tristeza, emitindo um característico som de choro de um animal, e fugiu. Ele correu atrás, mais uma vez, sem pensar.

— PADS! — gritou.

Lupin estava ofegante e cansado, mas  não parou de correr em meio ao frio e à neve que ainda estava por derreter nos terrenos ao fim do inverno.

Lançou mais um feitiço mirando o cão, mas não olhava por onde andava. Apenas ouviu um grunhido enquanto tropeçava e escorregava, deixando sua varinha cair e indo ao chão junto. Um urro alto deixou sua boca ao sentir uma dor intensa se alastrar por seu braço ao tentar apoiar-se com as mãos enquanto caía.

Fechou os olhos com força, gemendo de dor e deixando as lágrimas banharem seu rosto. Doía não apenas o corpo, mas também sua alma, seu coração.

Sentiu uma lufada de ar bater em sua nuca e paralisou onde estava, mantendo os olhos fechados e mordendo o lábio inferior com força. Ouviu o choro de cão bem mais próximo e sentiu o calor perto vindo dele.

Remus estava esperando que morresse ali exatamente como James, Lily e Peter. E seria extremamente doloroso, não pela morte em si, mas por ser pelas mãos de alguém que tanto amava.

— S-Sirius...

— PAPAI! — o chamado de um dos filhos deixou-o alerta. — A-AFASTE-SE DELE!

Lupin abriu os olhos devagar, com certa dificuldade, vendo a grande sombra ao lado diminuir de tamanho.

Si vous venez, par exemple, à quatre heures de l'après-midi, à partir de trois heures, je commencerai à être heureux — disse a voz que ele não ouvia há tanto tempo.

Remus ofegou surpreso, abalado com aquelas palavras.

— F-FIQ… F-FIQUE LONGE DO MEU PAI! — Therion gritou, gaguejando enquanto apontava sua varinha para o homem ao lado de Remus.

O garoto estava visivelmente assustado, porém também dominado pela adrenalina. Quando viu pelo Mapa do Maroto o pai perseguindo Sirius, precisou ir atrás.

Suas mãos tremiam, mas tirou coragem do fundo de sua alma ao ver o pai caído e o enorme cão negro que assombrava seus pesadelos sobre ele logo tomar a forma de um homem maltrapilho e sujo, longe de se parecer com o Sirius que viu nas fotografias em sua casa e no jornal.

ESTUPEFAÇA!

O feitiço passou raspando.

— Desculpa… PETRIFICUS TOTALUS! — Remus pôde ouvir Sirius dizer e depois viu os pés se afastarem correndo, e ele voltou a forma de cão.

— Não… SIRIUS!

Ele sumiu de sua vista.

Com dificuldade e atordoado, Lupin tentou se levantar, mas a dor se alastrou por seu corpo outra vez quando apoiou-se justamente no braço que parecia estar machucado. Olhou para o lado e viu o filho caído no chão, duro como uma pedra.

Arrastou-se até ele, respirando com dificuldade. Encarou o rosto do garoto e imediatamente reconheceu qual dos dois era.

— Therry… — murmurou e olhou para a direção por onde Sirius fugiu.

Remus odiou a si mesmo por não ter sido capaz de detê-lo e ainda permitir que seu filho saísse de alguma forma ferido.

Alcançou a varinha do garoto com a mão boa e desfez o feitiço, então desabando no chão e chorando de verdade, como tem se tornado ainda mais comum desde que Sirius fugiu de Azkaban.

As palavras de Black ecoavam por sua mente, palavras essas que ele conhecia muito bem e entendia o significado. E isso o feriu profundamente, porque mexeu em seu interior mais do que ele queria.

— Pai… Papai! — Therion jogou-se sobre ele, com um olhar preocupado no rosto. O menino começou a chorar também, sentindo toda a adrenalina se esvair e restar apenas o medo e a preocupação. — O senhor está bem?

Não houve resposta.

— Papai, por favor! Fala alguma coisa! Ele fez alguma coisa? O senhor está bem? Me fala!

Remus não respondeu, porque ele certamente não estava bem. Ele estava um caos novamente.

——————————

Olá, meus amores!
Tudo bem?

Capítulo um pouquinho tenso rsrs
E Sirius deu as caras de novo hihi

Dessa vez, foquei um tiquinho também em como o Remus anda se sentindo com tudo isso. Moony também é importante e tá mexido com essa história.
Wolfstar? 👀👀

Estão gostando da história? Está chegando a parte que eu estava mais ansiosa!

E LEGACY CHEGOU A 2K 🥳🎉🎉
MUITO OBRIGADA MESMO!
NÃO SABEM COMO ESTOU FELIZ POR ISSO 🥺🥺
Essa história é o meu xodó, escrevo ela com muito carinho. Espero em breve conseguir trazer mais histórias de HP para vocês!!

Não esqueçam de votar e comentar bastante!

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro