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XIX. Holiday

Remus observava o Mapa do Maroto depois de tantos anos, enquanto os quatro jovens permaneciam sentados bebendo uma xícara de chocolate quente. Sorriu bobo ao ver os nomes transitando pelo pergaminho e depois colocou-o sobre a mesa.

Harry segurava firmemente sua xícara, com uma expressão fechada no rosto. Estava um tanto chateado com os gêmeos por nunca terem comentado o fato de que Sirius Black, por algum motivo, pediu para que seu pai fosse padrinho de um deles. Não era uma informação irrelevante que se omitia durante três anos.

— Tomem muito cuidado com ele, entenderam? — pediu Remus, referindo-se ao mapa.

— Pode deixar, papai — disse Therion.

— Agora podemos voltar ao fato de vocês nunca terem me contado que meu pai era próximo o suficiente de Sirius Black para ser padrinho de um dos filhos dele? — bradou Harry, olhando severamente para os Black.

— Desculpa… Não sabíamos como contar essa história…

— Contando? Ele está atrás de mim, Therion! De nós três, e vocês me escondem as coisas. Eu quero saber de TUDO!

— Papai…

Lupin respirou fundo, convocando uma cadeira para se sentar também. Olhou para Harry, mais uma vez vendo o seu melhor amigo através dele. O garoto realmente merecia conhecer a história, ou ao menos parte dela. A parte que não revelava seu segredo sobre ser um lobisomem.

Pensou em por onde deveria começar e o que dizer. Ainda era um assunto doloroso para ele, mesmo depois de todos aqueles anos — principalmente após a fuga de Sirius. Não parava de pensar na noite de 31 de Outubro de 1980 desde que viu a notícia no Profeta Diário meses atrás, sempre apertando firmemente o pingente do cordão em seu pescoço e dizendo a si mesmo para ser forte por seus filhos e por Harry.

Não podia fraquejar. A segurança deles dependia disso.

E se Harry ficaria sabendo de tudo, melhor que fosse por ele. É o que James e Lilian iriam querer.

— Eu vou contar — suspirou. — Você merece saber.

Ele ponderou por alguns instantes, sob o olhar ansioso de Harry. Revirou suas memórias em sua mente, todos os momentos que viveu desde que conheceu os melhores amigos, comprimindo os lábios com força.

— Sabe que eu era muito amigo de seus pais — começou. Harry assentiu com a cabeça, encarando-o ansioso. — Sirius era nosso amigo também. Estudamos todos juntos no mesmo ano, ele, eu, seu pai… E também havia outro amigo nosso, Peter Pettigrew, o Wormtail... — Apontou para o mapa, sabendo que o apelido de Peter apareceu junto aos outros. — Ele foi o bruxo que Sirius matou naquela noite.

— Estraçalhou ele, melhor dizendo — comentou Canis secamente.

— Tudo que restou dele foi um dedinho! — disse Therion, e tanto Harry quanto Merliah arregalaram os olhos.

Potter tentou imaginar o estrago que deveria ser causado para restar apenas um dedo da pessoa. Sentiu pena do pobre Peter, mesmo que não soubesse exatamente quem era.

— Sirius realmente era muito amigo do James. Já eram muito próximos quando nos aproximamos e começamos a ficar amigos. Viviam aprontando juntos e indo para a detenção, como certas pessoas que conheço — continuou Lupin e voltou seu olhar para os filhos, que deram de ombros. Olhou para Harry também e riu baixo, guardando em sua mente que eles eram mais parecidos com os pais do que imaginavam. — Éramos todos muito amigos. E acho que os meninos já mencionaram que a mãe deles era próxima de Lilian.

— Sim, disseram — confirmou Harry, um tanto atordoado enquanto processava aquelas informações.

— Eles foram o padrinho e a madrinha do casamento dos seus pais. — E mais uma vez Harry esboçou surpresa. — Quando Karina, a mãe deles, descobriu que estava grávida de gêmeos, ela queria que Lily fosse a madrinha dos dois, mas Sirius queria dividir o apadrinhamento entre mim e James porque segundo ele: "se teria dois filhos, não seria justo escolher apenas um amigo como padrinho".  — Riu ao lembrar-se de ouvir isso de Sirius.

Naquela época, achou loucura. Os gêmeos hoje agradeciam por ao me os aquela decisão minimamente sensata de Sirius Black.

— Olha, errado ele não está — comentou Liah, bebendo um gole de chocolate quente.

— Então, quando eles nasceram, ele quis que James fosse padrinho do gêmeo mais velho.

— Euzinho — Canis ergueu a mão e sorriu de leve.

— E o senhor, padrinho do Therry — concluiu Harry.

Remus assentiu. Ainda se lembrava da surpresa que foi quando recebeu o convite para ser padrinho de um dos gêmeos. Tentou recusar, um pouco assustado com a ideia de início, mas tanto a mãe deles quanto Sirius sabiam ser irritantemente insistentes quando queriam.

Ele estava lá quando os dois nasceram. Certamente, um dos dias mais emocionantes da sua vida; ver aquele brilho de felicidade nos olhos de Black ao segurar um Therion recém-nascido e colocar em seus braços dizendo: "Diga oi ao Tio Moony, Theo"... A sensação era inexplicável.

Foi inevitável conter as lágrimas de emoção quando segurou uma de suas estrelas pela primeira vez, tão pequeno e indefeso. Enquanto isso, James mal conseguia conter seu grande sorriso e a alegria em seu corpo ao segurar Canis, dizendo que o ensinaria a jogar quadribol, e ele seria um dos melhores artilheiros da Grifinória, assim como o padrinho.

Não imaginava qual seria a reação de James ao saber que o afilhado foi para a Sonserina.

— Padrinhos são muito importantes para nós bruxos, são tão família quanto os pais. Nem todos os bruxos são apadrinhados, mas quando escolhemos um padrinho para nossos filhos, também estamos escolhendo um porto-seguro para eles. É parecido com a cultura no mundo trouxa, certo, Liah?

— Aham — concordou, puxando os pés para cima da cadeira junto ao corpo, preocupando-se em beber seu chocolate quente e comer alguns biscoitos.

— É quase uma ligação mágica, e levamos muito a sério — explicou Lupin, tentando conter sua emoção com as lembranças que assolavam sua mente. — Em caso de algo acontecer aos pais, o padrinho é umas das principais opções para cuidar da criança. Alguém que dará o apoio, carinho, atenção e educação que precisam para viver e crescer no mundo bruxo.

— Por isso o senhor ficou com eles? — perguntou Harry, curioso.

— Sim. Como seu pai estava… Morto — Engoliu em seco ao pensar nisso, sentindo um nó se formar em sua garganta. —, só havia restado a mim e a mãe de Sirius. Eu não me sentia preparado e capaz para cuidar deles, mas não deixaria meus filhos chegarem perto daquela mulher. Era o meu dever como padrinho protegê-los, e acredite, Harry, eles não estariam seguros com ela.

Remus travou a mandíbula ao pensar em Walburga Black. Uma grande dor, raiva e rancor pela mulher o consumia por dentro. Ele sabia que seus meninos estariam muito pior nas mãos dela.

Ao perceber a expressão do professor, Potter acreditou no que ele dizia sem questionar. Imaginou que a mãe de Sirius fosse tão louca quanto o filho que assassinou treze pessoas, incluindo um de seus amigos, a sangue frio. Nunca viu Lupin tão sério quanto ficou ao falar de Walburga.

— Escolher alguém para ser o padrinho do seu filho é um grande gesto de confiança. Está confiando que essa pessoa cuidará tão bem dele quanto você faria.

— E Sirius confiou no senhor e em meu pai.

— E seu pai confiou em Sirius.

Harry franziu o cenho confuso, tentando entender o sentido daquela frase.

— O que quer dizer com isso?

— Sirius… Ele é o seu padrinho — disse Remus, cautelosamente.

Potter paralisou, estático, em choque com a revelação.

Ele tinha um padrinho. Esse padrinho era, por um caso, o pai de dois dos seus melhores amigos, que havia sido preso por assassinato em Azkaban e agora fugiu e estava atrás dele, querendo matá-lo.

Maravilha! Um ótimo dia para se descobrir mais sobre sua família.

Therion olhou preocupado para Harry, que permanecia calado, digerindo tudo que acabou de ser dito. Hesitante, tocou seu ombro, na tentativa de transmitir conforto. Olhou para o pai.

— Esse detalhe acho que o senhor esqueceu de mencionar — disse. Remus já falara sobre Sirius ser um Maroto, sobre ele ser muito próximo de James, sobre Harry, mas nunca sobre ele ser padrinho do filho dos Potter.

— Essa parte a gente não sabia, Harry — defendeu-se Canis.

— Sirius Black é o meu padrinho — Harry falou, cuidadosamente, gravando aquele fato em sua mente.

— É… — confirmou Lupin. — James não pensou duas vezes antes de escolhê-lo. Por isso, tudo o que ele fez deixou todos tão… Chocados.

— Meu padrinho se aliou a pessoa que matou meus pais e agora quer me matar. Que ótimo! Maravilhoso! — bradou ironicamente. — Isso é tudo ou tem mais alguma coisa que eu ainda não sei?

Remus comprimiu os lábios, pensativo e receoso. Não sabia se deveria contar todo o resto da história. A forma como seus pais confiaram a localização de seu esconderijo, para depois serem traídos tão brutalmente pelo melhor amigo e mortos por Voldemort.

Canis viu o pai calado e sabia que ele estava pensando se deveria ou não contar a verdade. Colocou-se no lugar do Harry e pensou que, se houvesse algo a mais para saber, iria querer que lhe contassem.

— Foi Sirius quem disse a Voldemort onde encontrar você e seus pais para matá-los. Pronto, falei!

— Canis!

— Ele tinha o direito de saber, não tinha? — Desviou o olhar para Potter, que estava agora tão pálido que por um momento pensou que ele fosse desmaiar. — Desculpa não contar antes, Harry, mas nós não temos muito orgulho de sair dizendo por aí que aquele homem traiu os melhores amigos tão friamente e nos deixou em casa para verificar se o trabalho estava feito e matar todos aqueles trouxas e o Peter.

— Canopus!

— O que foi, pai?! Eu só estou dizendo a verdade! Se o senhor não estivesse lá, com certeza o Sirius teria deixado nós dois sozinhos para ir explodir aquela rua. Estou mentindo?

Remus suspirou. Ele não tinha o que dizer, porque ele realmente não sabia mais nada sobre Sirius. Apenas se lembrava de como Black estava estranho e alterado, saindo de casa e dizendo que precisava ver James e Lilian quando ele chegou, e o deixou com os dois pequenos garotos que estavam chorando dentro de casa. Depois… Tudo desmoronou.

— Então por causa do Sirius os meus pais…? — Harry dizia, mas não concluiu a frase.

Remus apenas balançou a cabeça, afirmando que, sim, era exatamente isso. Precisou respirar fundo e controlar muito suas emoções para não chorar ali mesmo. Perder os amigos foi extremamente doloroso, mas saber que Sirius era o culpado deixava-o pior.

Inconscientemente, levou a mão ao pescoço, até o cordão que usava. Apertou o pingente com força, e seus filhos perceberam isso, mas não disseram nada.

— Quando souberam que Voldemort estava atrás deles, fizeram um feitiço chamado Fidelius. Ele prende uma informação a uma única pessoa, nesse caso a localização de onde estavam, e essa pessoa torna-se o Fiel do Segredo — explicouz contendo dentro de si toda a tristeza que sentia no fundo de seu peito. — Sirius era o Fiel do Segredo. Mesmo que outras pessoas soubessem a localização, apenas ele poderia revelar. Enquanto permanecesse em silêncio, Voldemort não encontraria a casa nem se passasse em frente a ela.

— Mas ele deu com a língua nos dentes — disse Therion, num tom sério. — Se aliou ao Lorde das Trevas e deu a cabeça de vocês de bandeja pra ele. E aqui estamos. — Olhou para Harry, que permanecia calado. Um tanto hesitante, levou sua mão até a dele debaixo da mesa.

Ele apertou a mão do Black, mas não o encarou. Manteve o olhar fixo em Lupin, sem dizer absolutamente nada; uma expressão séria dominava seu rosto.

— Naquela noite, eu tinha acabado de voltar de uma… Uma viagem — prosseguiu Lupin. Sua viagem era uma missão em nome de Dumbledore, mas não precisavam saber disso. Nem os filhos sabiam. — Sirius saiu de casa alvoroçado, e eu fiquei com Canis e Therry. Eles estavam bastante agitados, choravam muito. Foi difícil fazer eles se acalmarem, principalmente o Therry... Nunca esteve tão inquieto como naquele dia.

Therion abaixou a cabeça, desviando o olhar para a madeira da mesa. Era estranho ouvir que ele era um bebê chorão que não parava quieto naquele dia tão trágico, principalmente porque seu pai sempre o descreveu como o mais calmo.

— Estive cuidando deles o tempo todo, então não presenciei o que aconteceu em seguida. Tudo o que sei foi o que me contaram — disse Remus. — Depois que seus pais morreram, Peter tentou enfrentar Sirius, tirar satisfação por ele ter revelado o segredo... mas acabou sendo morto por junto a outros doze trouxas. Ele foi preso logo em seguida e mandado para Azkaban, sem julgamento. Foi pego na cena do crime, rindo como um louco, e várias testemunhas confirmaram o que aconteceu.

Canopus aproximou sua cadeira para mais perto de Lupin, abraçando-o de lado. Via como aquele assunto machucava o pai. Ele era amigo de todos eles, afinal.

— Eu só soube que Sirius era o Fiel do Segredo poucos meses antes, porque não me disseram nada — revelou. — Ninguém disse me nada... para manter o máximo de sigilo, eu acho... Todos desconfiavam que havia um espião de Voldemort.

Deu de ombros, enquanto sentia os olhos queimarem.

— Mas se eu soubesse, se soubesse o que Sirius faria… E-eu... Ninguém imaginava que ele...

— O senhor não tem culpa, papai — tranquilizou-o Canis.

— Sirius conseguiu enganar a todos muito bem — lamentou Remus.

Principalmente a mim, completou mentalmente.

Therion encarou o pai, os olhos focados nele. Conseguiu sentir, de alguma forma, como aquilo estava doendo e o deixava triste, chateado. Uma imensa dor apertou em seu peito. Fechou os olhos, apertando a mão de Harry enquanto levava a outra até a cabeça.

— Agora você sabe — murmurou, recebendo a atenção de Potter. — Sem esconder nada, não é?

Harry apertou sua mão de volta, ainda em silêncio.

***

Therion e Canopus respiraram fundo enquanto olhavam para a imensidão banhada pela neve logo abaixo, o sol fraco do inverno iluminando seus rostos, ali no topo da Torre de Astronomia. O vento gelado batia em seus rostos e bagunçava os cabelos escuros, que estavam crescendo um pouco mais rápidos e agora a franja caía ainda maior sobre seus olhos.

Harry se aproximou calmamente dos Black, e viu Therion sorrir para si ao notar sua presença. Sorriu de volta, notando que ele já estava pronto para ir a Hogsmeade. Os garotos estavam empacotados sob velhas roupas de frio e grandes capas pretas junto a um cachecol, um azul e outro vermelho; eram vestes bruxas e tudo parecia grande demais para eles. Percebeu logo que deveriam ser roupas de Lupin.

Tanto Therion quanto Canis cresceram demais nas últimas semanas, tanto que agora já ultrapassam Harry por poucos centímetros. Somente naqueles quase quatro meses perderam metade das roupas que traziam no malão.

Potter também encontrava-se agasalhado, com um moletom preto e um casaco grosso. Sua capa de invisibilidade estava dobrada sob seu braço.

Estava pronto para uma fuga em meio a manhã gelada.

— Pronto para conhecer Hogsmeade?

— Sempre pronto — respondeu Harry. — Como está o Prof. Lupin?

— Bem. Está animado para voltar a Hogsmeade — disse Canis.

— Não quis deixar ele mal fazendo ele lembrar de todas aquelas coisas. Não o culpo pelo que aconteceu.

— Sabemos disso. Se culpasse, te jogaríamos daqui de cima — falou Therion, arrancando uma risada de Potter. — Desculpa mesmo não contarmos o que sabíamos.

— Tudo bem — Harry disse compreensivo. — Me desculpem, mas eu vou acabar com Sirius Black quando ele aparecer. — O tom dele mudou rapidamente para um mais agressivo.

Não parou de pensar no que descobriu, e uma raiva crescente começava a dominá-lo. Seus pais haviam sido traídos por alguém que eles chamavam de amigo, que eles confiavam tão intensamente que o tornaram seu padrinho.

Somente não foi atrás dele por conta própria porque ainda mantinha um mínimo de sanidade em sua cabeça, e pelos amigos.

— Nós te ajudamos com prazer — declarou Canis. — Não precisa se desculpar. Acho que já está mais que claro que não gostamos nem um pouco dele.

— Sei que não gostam, mas ele ainda é...

— Se disser o que penso que vai dizer, melhor parar antes que eu realmente te jogue daqui de cima, Potter! — vociferou com raiva. — Sabe muito bem o que pensamos.

Harry se calou, arrependendo-se do que diria. Eles já deixaram óbvio várias vezes que não consideravam Sirius Black o pai deles.

Forçou um sorriso leve para eles.

— Se esconderem mais alguma coisa importante de mim, eu quem vou jogar vocês daqui.

Os gêmeos riram.

Canopus pegou o Mapa do Maroto, entregando-o a Harry.

— Hora de sair um pouquinho do castelo e pegar um pouco de ar puro em Hogsmeade.

Potter usou o mapa para guiar-se até uma passagem que levava até o porão da Dedos de Mel em Hogsmeade, enquanto os gêmeos encontraram o pai do lado de fora do castelo para irem juntos.

Quando chegaram até Remus, ele tratou de verificar várias vezes se estavam bem agasalhados e colocou as boinas sobre suas cabeças sob muitos protestos e bicos emburrados. Eles seguraram a mão do pai e o arrastaram pela trilha até o vilarejo antes que ele ajeitasse suas roupas mais uma vez e perguntasse se estavam com frio.

Lupin riu enquanto era puxado apressado até a Dedos de Mel pelos garotos. Entrar na loja de doces depois de tantos anos e vê-la abarrotada de alunos lhe trouxe uma grande nostalgia. Deixou que os filhos o puxassem por entre as prateleiras e apontassem para os doces que queriam.

— Podem pegar tudo o que quiserem.

— Tudo mesmo? — perguntaram os gêmeos.

Remus assentiu, observando o grande sorriso surgir em seus rostos.

Os garotos começaram a pegar vários doces, e Lupin permitiu-se pegar alguns também, principalmente os de chocolate. Já passada a lua cheia, aproveitaria para se entupir de açúcar o quanto pudesse, pois ele geralmente cortava o efeito da poção e precisava diminuir o consumo.

Saíram da loja com as mãos e bolsos cheios, devorando varinhas de alcaçuz e sapos de chocolate. Os meninos riam, enquanto Remus contava-lhes histórias de suas visitas a Hogsmeade quando estudava em Hogwarts. O homem estava tão entretido, empolgado em voltar ao vilarejo e com os doces, que sequer percebeu as pegadas que surgiam do nada ao lado deles.

Therion sentiu e notou a presença de Harry sob a capa de invisibilidade. Canopus viu a mão de Potter sair sorrateiramente por debaixo da capa e roubar um de seus doces. Assustou-se por um momento e depois deu uma cotovelada no ar, acertando o garoto em cheio.

Quando Remus perguntou o que houve, o garoto respondeu que era apenas um besouro irritante.

Harry precisou se conter para não xingar o amigo, pois isso chamaria a atenção do seu professor.

Passearam os quatro por Hogsmeade, Remus entretido com os filhos, feliz por passar um tempo com eles, e Potter seguindo-os sob a capa para conhecer o vilarejo e não se perder.

Quando foram até o Três Vassouras, sentaram-se em uma mesa ao canto e pediram cervejas amanteigadas. Canopus pediu uma para levar sob o pretexto de dar a Harry, o que não era mentira. Mas ao invés de guardar, passou para o amigo por debaixo da mesa, e ele bebeu escondido.

Potter estava achando um tanto divertido andar assim na surdina. Apenas para brincar um pouco, chutou de leve a perna de Canis por debaixo da mesa, segurando o riso com a mão na boca. O garoto olhou irritado para o irmão, que continuava a beber sua cerveja amanteigada plenamente, ouvindo o pai falar.

Harry o chutou de novo.

Canopus chutou a perna do irmão, pensando ter sido ele.

— Ai! Por que me chutou?

— Você chutou primeiro! — rebateu Canis.

— Eu não fiz nada. — Harry chutou levemente a perna de Therion dessa vez. — Para com isso, Canis!

— Eu não fiz nada dessa vez!

— Meninos, parem! — repreendeu Remus.

— Ele começou! — os gêmeos rebateram em uníssono, apontando um para o outro.

— Eu? Você quem me chutou primeiro!

— Foi você!

— Continue e eu vou te azarar, Therion!

— Tenta! — incitou Therion.

Canopus pegou sua varinha, mas o pai tirou-a de sua mão antes que lançasse alguma azaração contra o irmão.

— Papai!

— Nada de azarar um outro aqui dentro.

— Então vamos para fora para eu poder azarar ele à vontade — disse Canis, tentando pegar a varinha de volta.

— Muito esperto, Canis. Mas não!

Harry riu abafado contra a própria mão.

— Deve estar se divertindo bastante com isso, não é, Harry?

Potter paralisou sob a capa, parando de rir e arregalando os olhos. Therion e Canopus engoliram em seco, tão paralisados quanto ele, enquanto Remus pousava a varinha do filho sobre a mesa calmamente e bebia mais um gole de sua bebida.

Harry ergueu a capa, exibindo seu rosto culpado. Sorriu sem jeito, sem mostrar os dentes.

— Oi, Prof. Lupin.

— Na próxima vez, passe a cerveja amanteigada de forma mais discreta, Canis — disse ele. — Na verdade, não terá próxima vez. Você nem deveria estar aqui agora, Harry.

— Eu sou o único terceiranista sem permissão para vir. Queria conhecer Hogsmeade também — o menino justificou-se.

— Sem autorização, nada de sair do castelo, principalmente agora. Desde que momento está conosco?

— Desde a Dedos de Mel — Therion quem respondeu.

— A passagem da bruxa de um olho só?

Os três assentiram. Lupin suspirou, negando com a cabeça. Deveria ter suspeitado antes que aprontariam algo do tipo agora que tinham o Mapa do Maroto e conheciam todas as passagens secretas de Hogwarts.

— Vai me levar de volta? — perguntou Harry, receoso.

— Agora, não — respondeu Remus. Os meninos sorriram, mas logo receberam um olhar severo dele. — Eu preciso ir ao Correio Coruja. Vocês três não ousem colocar um pé para fora desse bar até eu voltar, aí eu te mando de volta exatamente por onde veio com uma detenção para segunda-feira, Harry.

— Mas, Prof…

— E vocês dois também, por ajudarem. Na verdade, tenho quase certeza que a ideia foi de vocês.

— Papai!

Remus não disse mais nada, apenas terminou de beber sua cerveja amanteigada, ouvindo os três garotos protestarem e tentarem fazê-lo mudar de ideia, implorando. Sorriu de leve para eles, bebendo sua bebida tranquilamente.

No fundo, entendia que Harry só queria conhecer o vilarejo bruxo como todo mundo e seus filhos apenas tentaram ajudar o amigo, mas ainda era professor e precisava ser responsável. Além de que não era o momento mais seguro para Harry ficar perambulando fora de Hogwarts.

Desde a conversa em que contou tudo, estava um pouco mais próximo do garoto e pôde conhecer mais dele. Era fácil perceber o quanto era impulsivo, e deduzir que não pensou duas vezes antes de aceitar a ideia de Therion e Canopus de fugir usando o mapa e a capa de invisibilidade.

Quando Lupin terminou sua cerveja amanteigada, levantou-se do assento ajeitando suas roupas, olhando para os garotos.

— Podem pedir mais se quiserem, mas não saiam, entenderam?

— Tudo bem — os três concordaram, bufando.

Remus saiu do bar, e os garotos permaneceram sentados à mesa. Canopus olhou para Potter.

— Foi você que me chutou? — Harry apenas deu ombros, e Canis bateu na cabeça dele com sua varinha.

— Au! Doeu! — reclamou acariciando o topo da cabeça.

— Era pra doer!

— Só estava brincando.

— Harry!

Os três olharam na direção do chamado. Hermione se aproximou furiosa do amigo, sendo seguida por Rony e Merliah. A sonserina puxou uma cadeira para si sem cerimônia, roubando um gole da cerveja amanteigada de Therion, enquanto a grifinória dava um sermão em Potter.

— Ficou maluco? Não pode sair sozinho sem autorização! Tem um assassino atrás de você, lembra?!

— Eu não estou sozinho — disse apontando para os gêmeos. — Só queria sair um pouco e conhecer Hogsmeade também. Não aconteceu nada, Mione.

— E se acontecesse? Já parou para pensar?

— Existem muitos "e se" na minha vida, e se eu me preocupasse com cada um não sairia nem da minha cama de manhã — retrucou Potter.

— Essa foi boa, Harry.

— Não está ajudando, Liah.

— Ele não está mentindo, Mione. — A garota deu de ombros.

— Eu estou ótimo, não precisam se preocupar. Por que não sentam conosco?

Rony e Hermione se juntaram a eles e se sentaram também, logo pedindo mais seis cervejas amanteigadas para todos.

Granger ainda estava um tanto irritada pela irresponsabilidade de Harry ao fugir da escola para ir a Hogsmeade, mas os gêmeos insistiram para ela parar de pensar tanto e apenas aproveitar o momento. Potter estava feliz de estar reunido com todos os amigos ali, e não queria que tudo acabasse tão cedo.

— Vocês não tinham dito que iam ficar com o pai de vocês? Fiquei meia hora esperando Rony pegar aquele rato para vir com a gente — perguntou Liah aos Black.

— Sair faz bem para ele — retrucou Rony, tocando o bolso onde seu rato estava descansando tranquilamente.

— Deveria ter deixado ele no dormitório.

— O Perebas é da família! Não entendo porquê não poderia vir com a gente.

— Rony, seu rato já tá nas últimas. O melhor que pode fazer é se despedir e deixar ele aproveitar seus últimos dias descansando no quarto.

— Não seja tão insensível.

— Ele ainda estar vivo é um milagre. Não deveria viver mais que três anos — disse Canopus. — Esse rato é sortudo.

— Ouça o especialista — disse Liah, apontando com ambas as mãos para o melhor amigo.

Um bico emburrado surgiu nos lábios do ruivo, e ele olhou irritado para Merliah, apertando afetuosamente o rato no bolso.

— Não sei o que George vê de tão legal em você — murmurou.

— O que disse?

— Nada.

— Respondendo a sua pergunta, Liah — falou Therion. — Papai acabou de sair. Tinha que ir ao Correio Coruja, mas logo volta e vai levar Harry para o castelo.

— Nós três ficamos de detenção segunda-feira porque eles me ajudaram — Harry completou com um muxoxo, desanimado. — Quem dá detenção para os próprios filhos?

— Uma pessoa responsável — disse Hermione e encarou os gêmeos severamente. — Por que vocês dois o ajudaram nessa loucura?

— Porque ele é nosso amigo — respondeu Canis com obviedade.

— Ele merece um pouco de diversão também.

— Tenho que concordar com eles — comentou Rony. — Você se preocupa demais, Hermione.

— Acho que sou a única que se preocupa nesse grupo.

— Relaxa, Mione. Vamos só aproveitar um pouco todos juntos — Therion falou com um sorriso de conforto no rosto.

Hermione respirou fundo, desistindo de continuar a falar com a parede.

— Como fizeram isso? A capa de invisibilidade?

— E o mapa! — Harry completou, pegando o mapa do bolso e o abrindo. — Ainda dá para ver as pessoas mesmo estando aqui.

Todos se amontoaram para olhar o mapa, que realmente estava mostrando todos os pontinhos com as pessoas em Hogwarts.

— Por que não estamos aqui? — perguntou Rony.

— Não mostra Hogsmeade, apenas Hogwarts — explicou Therion.

— Por isso quando eu estava vindo, meu nome sumiu quando estava no meio da passagem. Acho que já tinha ultrapassado os terrenos da escola.

— Dumbledore gosta de ficar caminhando pela sala dele, hein? — comentou Canis. — Está sempre indo de um lado pro outro.

Eles se divertiram olhando para as pessoas que não estavam em Hogsmeade perambulando pela escola no mapa. Depois Harry guardou-o e eles começaram a conversar sobre as férias de Natal.

Remus voltou cerca de vinte e cinco minutos depois, trazendo consigo três caixas de encomenda que pegara no correio. Os gêmeos olharam curiosos para os embrulhos, mas ele se recusou a dizer o que havia ali.

— São nossos presentes? — perguntou Therion com os olhos brilhando de ansiedade.

— Sim, mas só irão abrir no Natal.

— Sabemos que são livros. Pode ao menos nos dar uma dica sobre o que é? — falou Canis.

— Não. Vamos indo.

— Não podemos ficar? Eu não vou sair de novo na próxima visita! Por favor, Professor! — implorou Harry.

— Já ficou tempo suficiente. Hora de voltar para Hogwarts.

— O senhor é o meu professor favorito, sabia?

— Bajulação não vai funcionar. Criei dois sonserinos, sei muito bem o que está tentando fazer.

— EI!

Potter choramingou, abraçando sua capa de invisibilidade. Levantou-se emburrado, arrumando os óculos em seu rosto.

***

O aniversário dos gêmeos Black chegou, e eles acordaram imensamente animados. Grandes sorrisos estampavam seus rostos ao se levantarem da cama naquela manhã do dia 21 de dezembro, quando ao nascer do sol recitaram o encantamento para animagos com a varinha apontada para o peito.

Estariam sozinhos no dormitório se não fosse pelo loiro na cama ao lado de Canis, que encarou-os com estranheza ao acordar e ver os Black já de pé bastante enérgicos.

Estavam de férias, mas para a infelicidade dos gêmeos — e de Draco —, Malfoy teve de ficar na escola com eles, e precisam aturar uns aos outros. 

— Por que estão tão felizes? Nem é Natal ainda — resmungou Draco impaciente enquanto se arrumava em frente ao espelho.

— Hoje é nosso aniversário — respondeu Therion, sorridente. — E nem você poderá estragar nossa felicidade hoje.

— É sério? Estão fazendo aniversário hoje? — perguntou surpreso.

— Sim. Não vai nos parabenizar, Dragãozinho? — disse Canis provocativo. — Nós até te demos os parabéns ano passado.

— Vocês destruíram o meu bolo!

— Ah, não foi por mal — disse Therion.

— Ainda aceitamos presentes.

— Não vou presentear vocês.

— Nossa, Dragãozinho! Que maldade! Nos conhecemos há tanto tempo — Canopus continuou provocando, num tom de falsa chateação com a mão sobre o peito. — Assim me deixa triste.

— Pois pode chorar. Nunca vou gastar meu dinheiro com alguma coisa para você.

— Pode guardar seu suado dinheirinho, Malfoy. Podemos não ser ricos como você, mas os presentes do nosso pai já são suficientes, por mais simples que sejam.

Malfoy franziu o cenho.

— Mas vocês são…

— Vamos indo, porque não quero me estressar com o Dragãozinho platinado no nosso aniversário — interrompeu Canis, saindo do quarto com o irmão gêmeo.

Saíram para a sala comunal e viram Merliah saindo do dormitório feminino. A garota correu para abraçá-los e parabenizá-los pelo aniversário, deixando um beijo na bochecha de cada um. Ela havia convencido os pais a deixarem-na passar aquelas férias na escola, contanto que voltasse para casa na Páscoa, então poderia estar junto dos amigos nas festividades.

Foram juntos para o Salão Principal, que encontrava-se muito mais vazio que o comum. A grande maioria dos alunos foram para suas casas e restaram muito poucos nas mesas. Eles avistaram Harry na mesa da Grifinória com Ron e Hermione.

Potter sorriu ao vê-los e abandonou os amigos para correr até os gêmeos.

— Feliz aniversário! — disse animado, abraçando primeiro a Canis e depois Therion.

— Obrigado — agradeceram.

Os garotos sorriram animados. Harry levou os três sonserinos até a mesa da Grifinória. Por estarem de férias e a escola estar praticamente vazia (se tinha três alunos em cada Casa era muito), Dumbledore não se incomodava que compartilhassem as mesas com outras Casas.

O sexteto de grifinórios e sonserinos ficou reunido na mesa, e começaram a comer juntos, parabenizando os Black e conversando sobre o que poderiam fazer durante o dia.

Em poucos minutos chegou o Correio Coruja do dia. A coruja de Liah entregou a ela uma carta de sua família, e Edwiges deixou com Harry uma carta e um embrulho.

Canopus observou outras corujas entregando cartas aos poucos alunos que estavam no salão, inclusive a coruja da família Malfoy trazendo os doces de sempre para Draco, que sua mãe enviava para ele todos os dias. O loiro encontrava-se sozinho na mesa da Sonserina, pois apenas ele e os Black ficaram na escola.

Enquanto isso, Therion roubou um biscoito do embrulho que Edwiges havia trazido. Ao dar uma mordida, foi como morder uma pedra, e ele logo gemeu de dor, levando a mão à boca.

— Quase quebrei meus dentes!

— Hagrid — falou Harry, balançando a carta. — Disse que fez para vocês dois e me pediu para desejar feliz aniversário por ele. Não veio pessoalmente entregar porque está cuidando do Bicuço, se preparando para a audiência no Ministério.

— Audiência?

— O pai do Malfoy entrou com uma queixa formal por causa daquele incidente na primeira aula. Foi encaminhado para o Conselho de Eliminação de Criaturas Perigosas e narcaram a audiência para abril.

— Como é?! — Canopus exclamou e desviou os olhos da mesa da Sonserina ao ouvir a declaração de Harry.

— Hagrid nos contou há alguns dias — disse Hermione. — Mas vamos ajudar a preparar uma boa defesa. Não vamos deixar condenarem o Bicuço.

— Aquele filho da p…

— Canis! — Granger o repreendeu.

Black cerrou os punhos, enraivecido. Depois de resmungar muitos xingamentos em voz baixa, ele se acalmou e prometeu ajudar na defesa de Bicuço junto com o irmão e Liah.

Mais tarde, ao fim do café da manhã, os garotos foram até a sala do pai com os amigos para falar com ele. Lupin havia tomado café da manhã por lá, ocupado embrulhando os presentes dos filhos.

Os dois abraçaram-no com força, enquanto ele lhes desejava parabéns pelo aniversário e beijava seus cabelos, tão feliz quanto eles. Ele sorriu largo, ajeitando os fios negros dos dois e observando como estavam grandes e crescendo tão rápido.

14 anos. O tempo passara tão rápido. Um dia eles eram dois pequenos bebês prestes a completar 2 aninhos de idade em seus braços, agora eram dois jovens adolescentes.

— Entregarei seus presentes a noite, como sempre fazemos.

— E vai ter bolo de chocolate? — perguntaram os gêmeos juntos.

— Claro que vai. E vão poder comemorar com todos os seus amigos — disse Remus, sorrindo carinhosamente.

— O senhor não quer vir com a gente para o pátio? — perguntou Therion.

— Podem ir se divertir com seus amigos. Mais tarde eu vou até vocês, está bem?

Os garotos concordaram e sorriram para o pai antes de sair. Remus acompanhou da porta eles se afastarem com os quatro amigos, parecendo realmente felizes. Era a primeira vez que teriam outra companhia além do pai no aniversário — tirando as duas únicas vezes em que tiveram o avô —, então ele quis deixá-los aproveitar o momento.

Os gêmeos e os amigos se reuniram no pátio. Eles jogaram algumas rodadas de snap explosivo e depois um pouco de xadrez bruxo. Therion e Rony travaram uma batalha honrável que precisou ser adiada durante o almoço e foi concluída logo que terminaram de comer. Eles até mesmo brincaram de esconde-esconde, com limitações quanto a área de esconderijos a partir do pátio e magias permitidas, é claro.

À noite, eles foram jantar no Salão Principal. Canopus arrastou todos para a mesa da Sonserina, e eles comeram ali, sob o olhar de confusão de Draco pela presença dos grifinórios.

Quando terminaram de comer, Remus levou até eles um bolo com velas, as quais os gêmeos assopraram juntos. Ele observou a cena sorrindo e depois entregou aos filhos seus presentes.

Rasgaram os embrulhos sem cerimônia, arregalando os olhos maravilhados. Normalmente ganhavam um livro cada um, mas dessa vez eles ganharam mais. Livros grandes e não tão baratos quanto os que ganharam nos anos anteriores, mas que com seu novo salário de professor, Remus não resistiu a vontade de compará-los para os filhos.

Therion bateu palmas de felicidade ao ver três livros grossos de capa dura de renomados Mestres de Poções que ele adorava e sobre variadas poções e seus efeitos, livros esses que ele queria muito mas sabia que não tinha condições de comprar.

Canopus observou com os olhos brilhando três livros escritos pelo magizoologista Newt Scamander, a quem ele admirava bastante. Animais Fantásticos e Onde Habitam era, certamente, um de seus livros favoritos. Quando ele abriu um dos exemplares, ofegou surpreso e perdeu todo o ar.

— POR MERLIN! EU NÃO ACREDITO! — ele se levantou e começou a pular de felicidade, atraindo olhares de todos no salão.

— Por Merlin, digo eu. Essa gritaria só por causa de um simples livro? — reclamou Draco.

— UM SIMPLES LIVRO?! — exclamou indignado e exibiu a parte interna do livro, onde havia uma assinatura. — É UM LIVRO AUTOGRAFADO! ESTÁ VENDO? UM AUTÓGRAFO DE NEWT SCAMANDER!

— Foi muito difícil conseguir, mas... — dizia Lupin, mas foi interrompido pelo abraço repentino de Canis, que pulou sobre ele.

— OBRIGADO! OBRIGADO! — agradeceu o garoto, beijando o rosto do pai. — Melhor pai do mundo!

Um grande sorriso surgiu no rosto de Remus ao ouvir aquela frase. Ver aquele brilho nos olhos dos filhos sempre aquecia o seu coração. Fazer eles felizes é o que o fazia feliz.

Harry entregou seu presente para eles em seguida. Havia comprado tanto presentes para o aniversário quanto para o Natal. Naquele dia, resolveu seguir as dicas do professor e deu-lhes mais livros que eles queriam, que conseguiu comprar com ajuda de Hermione.

Merliah também entregou seu presente; dois braceletes prateados com cobras adornadas — representando a Sonserina —, cortesia da joalheria da sua família.

— Obrigado mesmo! — agradeceram juntos.

— Hoje eu estou feliz, então farei um ato de misericórdia — disse Canopus, pegando um fatia do bolo. — Toma aqui, Dragãozinho.

— O quê? — Malfoy olhou-o confuso.

— Bolo, ué! Agradeça que estou de bom humor hoje — disse entregando um pedaço ao loiro, que encarava-o surpreso. — Não coloquei veneno, pode comer.

— Tá falando sério?

— Só aceita logo e não reclama, antes que eu me arrependa.

Therion conteve uma risada e não pôde deixar de se aproximar para provocar, murmurando baixinho para o irmão:

— Aquela festa amoleceu seu coração, foi?

— Eu já falei para não ficar me lembrando disso!

***

O Natal chegou em Hogwarts. Os alunos que permaneceram na escola acordaram com presentes ao pé de suas camas, enviados por suas famílias e amigos.

No único dormitório ocupado nas masmorras, Canis e Therion acordaram primeiro para fazer seu ritual ao nascer do sol, mas logo voltaram a dormir. Eles tornaram a acordar horas depois junto de Draco, praticamente no mesmo horário. Os garotos ficaram algum tempo espantando o sono e cansaço antes de olhares para o pé das camas e avistarem todos os presentes que receberam.

Malfoy ganhou vários dos pais, como os gêmeos já esperavam vindo da família dele. Mas os Black ficaram levemente surpresos ao ver que receberam mais presentes naquele ano. Um estava endereçado aos dois juntos, então resolveram abrir esse primeiro, que vinha junto a um cartão de Remus.

— Mais livros? — perguntou Canis.

— Acho que não — disse Therion abrindo o presente.

Era uma câmera fotográfica bruxa, como a que já viram com Colin Creevey, da Grifinória, no ano anterior. Aquela câmera foi o que salvou o menino de morrer pelo olhar do basilisco que andava pela escola.

Os gêmeos sorriram com o presente, bastante animados, analisando o objeto. Remus tinha uma câmera bruxa antiga em casa — presente de aniversário de 16 anos que ganhara de James Potter —, que ele usava para fotografar todo o crescimento dos meninos. Eles já a derrubaram muitas vezes no chão brincando, mas se quebrava, o pai logo consertava.

— Vamos testar com o Harry mais tarde! — Therion disse animado.

— Acho que ele e Liah nos mandaram presentes de Natal também — deduziu Canis ao olhar os outros presentes. E estavam certos.

Ganharam livros trouxas da melhor amiga, junto a um cartão que dizia:

É bom vocês gostarem desses livros, porque são meus favoritos e preciso de alguém para conversar sobre eles.
Feliz Natal!
Ass.: Merliah, a melhor amiga que vocês poderiam ter.

Eles riram e continuaram a abrir os presentes. De Harry, Canis ganhou um novo kit de manutenção para vassouras, que ele estava mesmo precisando; Therion ganhou novos equipamentos para preparo de poções, o que o deixou muito feliz, e disse que tentaria preparar algumas sozinho em casa. Potter havia guardado bem na memória a ligação com os gêmeos no verão.

Rony pediu para a mãe tricotar suéteres para eles com suas iniciais, dizendo que agora eles também faziam parte daquele grupo e mereciam os famosos suéteres de Natal de Molly Weasley.

— Estávamos mesmo precisando de roupas novas — Therion disse, admirando o seu, que era azul como o do irmão, mas com um T no lugar de um C. — Só vamos poder comprar mais nas férias de verão.

Havia restado apenas mais um presente, e os dois analisaram de cenho franzido os embrulhos grandes. Eram os maiores de todos os presentes, e eles ficaram bastante curiosos e intrigados, pois não havia nenhum remetente ou qualquer coisa que indicasse quem havia lhes dado aquilo.

Entreolharam-se confusos e deram de ombros, rasgando o embrulho sem muito cuidado. Seus olhos brilharam arregalados, ambos boquiabertos.

— Uma Firebolt?! — disseram em uníssono, animados e surpresos.

Draco teve sua atenção puxada dos próprios presentes ao ouví-los. Ficou tão surpreso quanto os gêmeos ao ver que haviam ganhado duas vassouras iguais a de Merliah, a mais ágil e veloz no mercado atualmente. Até a sua Nimbus 2001 não era párea para uma Firebolt.

Os Black deixaram as vassouras flutuando em frente a cama e começaram a admirá-las, analisando cada mínimo detalhe, desde a ponta do cabo até o último fio das cerdas escuras.

— De quem vocês ganharam? Do Lupin que não deve ter sido.

— Não faço ideia — respondeu Canopus.

— Elas custam uma fortuna! Quem pode ter comprado pra gente?

— Não tem nenhum cartão?

— Nadinha.

— Canis, quanto o vovô ganha no Ministério?

— Não o suficiente para duas Firebolt. Uma só, talvez, porque ele até que é famoso dentre os especialistas em não-seres.

— Ele pode ter economizado.

— Vamos perguntar ao papai para ter certeza — disse Canis. — Pode deixar essas patas longe da minha vassoura! — Ele deu um tapa na mão de Malfoy, que estava quase tocando a vassoura.

— Ai! Eu só estava olhando.

— Se vê com os olhos, não as mãos — retrucou. — Não ganhou nada tão legal dos seus pais e veio olhar o que eu ganhei?

— Deixe de ser chato por cinco minutos, Canopus!

— Só cuido muito de meus pertences. — Puxou a vassoura e abraçou o cabo, encarando o loiro com desdém. — Vai cuidar da sua Nimbus 2001 e me deixe com a minha Firebolt.

Draco resmungou algo, e Black respondeu mostrando-lhe a língua. Ele devolveu prontamente, voltando-se para seus presentes em seguida.

— Vão passar do selinho para beijo de língua agora, é? — caçoou Therion com um sorriso provocativo por entre os lábios. — Se for, avisem, que eu saio e deixo vocês mais à vontade.

Tanto seu gêmeo quanto Malfoy arregalaram os olhos, assumindo uma coloração avermelhada no rosto. Canopus cutucou com força a barriga do irmão com a ponta do cabo da vassoura, fazendo-o gemer de dor e bater com o cabo de sua própria no braço dele.

— Eca! Não diga isso! Só de pensar tenho pesadelos — reclamou o gêmeo mais velho com uma careta.  — Eu não o beijaria de novo nem por mil galeões, muito menos de língua.

— Você contou pra ele o que aconteceu?! — Draco perguntou exasperado, olhando de Canis para Therion.

— Ele é meu irmão gêmeo. Contamos tudo um pro outro.

— E pro Harry também.

— Não piora, Therry!

— A Liah descobriu sozinha porque te viu ir atrás do Canis e vocês dois agindo estranho.

— Por que não anunciou logo no Profeta Diário para todos saberem de uma vez? — falou Malfoy em um tom irritadiço de zombaria.

— Para todo mundo saber que encostei minha boca na sua? Pelo amor de Paracelsus, não! Imagina o que pensariam. Eu, Canopus Black, beijando o imprestável Draco Malfoy. Não, não.

— Não é como se eu ficasse feliz de pensar em todos sabendo que meu primeiro beijo foi logo com o ser mais insuportável e inútil do planeta.

— Inútil é o caral… Espere! Foi o seu primeiro também?

— Não te interessa!

— Ah, que lindo! Vão ser o segundo um do outro também?

— Calado, Therion! — os dois exclamaram ao mesmo tempo. Entreolharam-se ao notar isso.

Malfoy cruzou os braços, e o Black agarrou firmemente o cabo de sua vassoura enquanto os olhares queimavam um ao outro. Os dois ainda estavam de pijama, os cabelos bagunçados em uma verdadeira zona e os pés descalços contra o chão gelado do quarto.

Um flash repentino atraiu a atenção dos dois, que se voltaram para Therion. O outro Black agora sorria com a câmera na mão, imprimindo a fotografia instantaneamente.

— Funciona.

— Queime isso! — bradou Draco num tom ameaçador.

— É nosso primeiro Natal em Hogwarts, temos que guardar essa recordação.

— Therry!

Therion apenas riu, fugindo do alcance deles.

Eles então se arrumaram para o café da manhã, os gêmeos vestindo os novos suéteres. Malfoy foi o primeiro a deixar o quarto, trocando um olhar enraivecido com Canopus antes de sair.

Os Black saíram com suas vassouras em seguida e encontraram Merliah na comunal, vestida com um suéter verde igual o deles com um grande M na frente. Ela estava com a cara amassada de sono e os cabelos presos no alto, embora ainda um tanto bagunçados. Eles correram em direção a ela.

— Liah! Liah!

— Que é? — resmungou sonolenta.

— Não vai acreditar no que ganhamos de Natal.

— Vocês acordaram sincronizados hoje, meus Deus — disse ao notar os gêmeos falando ao mesmo tempo. — O que ganharam?

— Uma Firebolt! — Mostraram as vassouras.

— Legal. — Bocejou outra vez.

— Sim! Não é incrível?

— Bom, agora os três artilheiros da Sonserina estão muito bem equipados com as melhores vassouras. — Ela sorriu fraco. — Quase todos os meus parentes resolveram mandar presentes esse ano. Nem abri todos ainda.

— Parece que alguém dormiu mal essa noite — comentou Therion ao perceber todo o sono carregado na garota.

— Fiquei acordada até tarde desenhando e escrevendo cartões de Natal para minha família inteira. A condição para me deixarem ficar foi, além de ir para a Páscoa, escrever desejando Feliz Natal para todos os meus tios e primos que vieram nos visitar para compensar minha ausência — respondeu coçando os olhos para espantar o sono. — Até fiz um desenho bonitinho em cada um. Vou mandar uma carta para o meu primo pedindo para ele contar todas as fofocas e barracos da ceia ontem.

— Barracos? — perguntou Canis confuso enquanto eles saíam das masmorras.

— Você não conhece minha família quando se reúne todo mundo, principalmente quando os parentes do Brasil vêm nos visitar. Tem muita bagunça e muita briga — disse ela, voltando a bocejar. Por reflexo, os gêmeos acabaram bocejando também. — Me empresta o Hermes? Acho que a Stella não consegue levar todas sozinha. Ela chegou ontem com uma mensagem da minha avó me lembrando de mandar as cartas.

— Tudo bem. Ele está lá no corujal, provavelmente do lado da Edwiges. É fácil achar.

Eles seguiram para fora das masmorras e encontraram o trio de grifinórios no caminho para o café da manhã. Harry parecia bastante empolgado, enquanto Hermione lhe dava algum sermão.

— Não seja tão estraga prazeres, Hermione! — reclamou Rony.

— Mas não sabemos quem mandou!

— Hey! — Potter exclamou animado com um largo sorriso em seu rosto ao avistar os sonserinos e correu até eles. — Vocês não vão acreditar!

— O que foi? — Therion perguntou.

— Eu ganhei uma… — Ele parou ao ver as vassouras nas mãos dos gêmeos. —... Uma Firebolt! Vocês ganharam também?

Os gêmeos arregalaram os olhos surpresos, mas logo sorriram e assentiram.

— Nós também ganhamos! — confirmaram juntos. — Vamos mostrar ao papai agora!

— Foi ele quem comprou?

— Com certeza não. E não tinha nada que indicasse quem enviou, mas… — disse Canis.

— Ela é incrível! Quem quer que tenha mandado, vou agradecer pelo resto da minha vida.

— Também não tinha nenhum cartão com a minha. Mione está desde que acordamos tentando me convencer a ter cuidado, preocupada sem necessidade.

— Por causa de uma vassoura? — Therion riu. — Relaxa, Mione. E Harry estava mesmo precisando de uma nova.

— Vocês dois ganharam uma Firebolt cada um e não sabem de quem? Não acham estranho os três ganharem essas vassouras sem nenhum remetente? — indagou Hermione. — Quem gastaria tanto dinheiro?

— Tem certeza que não foi o Lupin? Ele é pai de vocês e gosta muito do Harry — perguntou Rony.

— O salário que ele ganha como professor é muito bom, e comparado aos anteriores é quase como ganhar na loteria, mas não é o suficiente para três vassouras dessas — respondeu Canopus.

— Ainda acho que há algo estranho nisso.

— Nos preocupamos com isso depois — disse Therion e voltou-se para Potter — Obrigado pelo presente, Hazz! — Sorriu largo.

— Você gostou? — Harry perguntou, ansioso.

Therion assentiu e pulou sobre Potter, abraçando-o e beijando sua bochecha. Foi um ato impulsivo, tomado pela energia e animação pelos presentes que ganhou, incluindo o dele. Harry ficou surpreso e envergonhado pelo ato repentino.

— Muito obrigado. Obrigado mesmo! — agradecia feliz, enquanto o rosto de Harry corava, e ele sorria tímido. — Eu adorei!

— Fico feliz que tenha gostado.

— E valeu pelos suéteres, Rony! Agradeça também a sua mãe por nós.

— Não tem de quê — disse Weasley e franziu o cenho ao olhar para Merliah. — Não lembro de pedir para mamãe fazer um para você também.

— Você é muito esquecido, Weasley — disse ela, mais alerta e acordada. — O que temos para hoje? Eu estou morrendo de fome.

— Vocês eu não sei, mas eu e Therry passaremos a manhã de Natal com nosso pai — disse Canis. — Vamos tomar café da manhã com ele. Quer vir, Harry?

— Papai vai gostar de ter você conosco.

— Ei! Por que só convida ele? — questionou Liah.

— Ele já é quase da família, não é, Mini Prongs?

— Acho que… Sim? — Harry disse incerto, coçando a nuca. Ainda raciocinava em sua mente o fato de o pai biológico dos gêmeos ser o seu padrinho, e o seu próprio pai ser o padrinho de Canopus. — Mas eu não quero incomodar vocês.

— Papai nunca se incomodaria com você. Mais tarde ficamos todos juntos para aproveitar o resto do Natal.

— Então eu fico com os dois leõezinhos — Merliah disse passando os braços pelos ombros de Rony e Hermione, colocando-se entre eles. — Mione e eu podemos ensinar alguns jogos trouxas para o Ron.

— Nem pense em trazer aquele seu gato demoníaco.

— O Bastet só te arranhou uma vez e nem quer mais pegar o Perebas.

— Ele quase chutou o Bichento hoje de manhã! — reclamou Hermione.

— Depois ele te arranha, e você reclama.

— Ele tentou atacar o Perebas de novo!

— Boa sorte, Rony — disse Harry, acenando e afastando-se com os gêmeos apressadamente, rindo.

— Harry! Vai me deixar com essas malucas?

Os três riram e foram para a sala de Lupin, enquanto Weasley ficava com as duas garotas reclamando do seu desgosto por felinos.

Eles seguiram para a sala de Lupin, que recebeu-os alegremente, feliz por ver Harry junto dos filhos. Os gêmeos logo entraram dizendo o quanto gostaram da câmera que ganharam, sendo seguidos por Potter.

Remus sorriu bobo ao notar a alegria dos filhos, mas franziu o cenho ao ver as vassouras novas. Não era especialista em vassouras, mas sabia que aquelas não eram as Nimbus 2001 que haviam ganhado junto de todo o time ano passado.

— Olha só, papai! Nós dois ganhamos uma Firebolt! — Therion exclamou animado, exibindo a vassoura.

— Eu também ganhei uma — disse Harry, também sorrindo animado.

— Quem deu a vocês? Até onde sei, essas vassouras não são baratas.

— Não tinha nenhum cartão — respondeu Canopus. — Nada. Só estavam embrulhadas junto com os outros presentes que ganhamos.

— A de Harry também não tinha nenhum cartão, não é?

— É. Não sei quem pode ter sido.

— Os três ganharam essas vassouras? — Remus perguntou, com certo medo em sua voz.

Os garotos assentiram com a cabeça. Lupin ficou pensativo e aflito, tentando colocar na cabeça que as possibilidades que vinham a sua mente não poderiam ser verdadeiras.

— Não sei quanto ao Harry, mas não pode ter sido um presente do vovô para nós? — sugeriu Therion.

— Er… Talvez. Ele pode ter esquecido de mandar um cartão — respondeu Remus, embora pensasse completamente o oposto. Sabia que não havia sido seu pai. — Bom… Venham. Estão com fome, não estão? Vamos comer.

Ele levou os meninos até a mesa, onde estava disposto o café da manhã. Serviu chocolate quente para eles, enquanto os via pegarem biscoitos.

— Está tudo bem com o senhor? — perguntou Harry ao notar um estranho nervosismo de Lupin.

— Estou sim, não se preocupe — respondeu rapidamente, sentando-se juntos dos garotos. Sorriu para Harry. — Fico feliz que tenha vindo.

— Espero mesmo não estar incomodando, Profes…

— Não, não. Gostei mesmo de você também ter vindo — interrompeu-o. — E não precisa me chamar de professor, não estamos em aula. Pode me chamar só de Remus.

— Eu falei, Hazz. Você já é da família também, nunca incomodaria — Therion disse.

Harry sorriu levemente, sentindo o peito aquecer com aquela constatação. Sentiu-se acolhido ali, como nunca esteve em todos os anos com seus tios, os Dursley.

Remus observou os três garotos ali, tanto nostálgico quanto preocupado. 

Lembrava-se muito bem das vezes em que visitou os Potter junto de Sirius e levaram os gêmeos para fazerem companhia ao pequeno Harry. Sabia que certamente eles não se lembravam disso, mas ele ainda guardava na mente a visão dos filhos com pouco mais de um ano brincando e arrancando risadas do bebê Harry de poucos meses.

Por outro lado, também se lembrava muito bem de como Sirius era próximo deles, afinal eram seus filhos e seu afilhado. Harry sempre ficava feliz quando estava com o padrinho, e seus meninos choravam quando ficavam muito tempo longe do pai. Saber que ele estava atrás deles, depois de tudo o que fez, tirava seu sono por muitas noites. Não queria que ele os machucasse, de qual modo seja.

Temia perder os filhos… Harry…

E para piorar seus temores, ele tinha uma forte suspeita de que Sirius dera aqueles presentes. Não sabia como, mas é exatamente algo que ele imaginaria-o fazendo.

Pensar em Sirius desestabilizava-o completamente, pois não o conhecia mais. Não sabia do que ele era capaz, quais seus planos. Tudo que pensava que sabia sobre ele foi destruído no dia em que traiu a todos.

Mas Lupin sempre guardava tudo isso para si. Pelo bem de seus filhos, de Harry, e dele mesmo. 

Não revelaria suas suspeitas a eles, pois o que menos queria era assustá-los, deixá-los preocupados demais.

— Papai, conta a história daquela vez que o senhor e o Tio James pegaram detenção por causa da pegadinha na aula de Herbologia — pediu Canis, tirando Remus de seus pensamentos. — Harry vai adorar ouvir essa.

Remus forçou um sorriso fraco e abandonou qualquer pensamento de sua cabeça. Por agora, Therion, Canis e Harry eram mais importantes.

——————————

Olá, meus amores!
Tudo bem?

E voltamos com uma bíblia de capítulo! Desculpa pelo tamanho rsrsrs pelo menos uma boa adiantada no progresso da história.

Comecinho meio triste, mas necessário. Precisava fazer o nosso querido Remus contar a história para o Harry, e mostrar mais um pouquinho de como ele se sente porque ele também é um personagem muito importante na história. E queria também aproximar eles mais um pouquinho 🥺🥺

E caso tenha ficado alguma dúvida, Liah só ficou na hora da história porque os gêmeos confiam bastante nela :)

Serasi Sirius tá tentando agradar os filhinhos e o afilhado com as vassouras? Rsrs

Gostam do capítulo? Não esqueçam de comentar e votar!

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋







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