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XI. The anger in me

Canopus caminhava rapidamente pelos corredores em direção ao Salão Principal para o café da manhã, amarrando sua gravata durante o trajeto. Havia levantado às pressas ao não encontrar ninguém no quarto, nem mesmo seu irmão.

Iria dar uns bons tapas em Therion por não tê-lo acordado.

Quando entrou no salão, várias pessoas voltaram-se para ele e começaram a cochichar. Seguiu para a mesa da Sonserina e viu Draco olhar em sua direção, para então fingir desmaiar e começar a rir com seus amigos.

— Já estava na hora, Estrelinha. Desmaiou de novo hoje de manhã?

— Malfoy, eu acabei de acordar e se fosse você não testaria a minha paciência.

— Acordou com o pé esquerdo hoje? — o loiro continuou a provocar.

— Acordei. Agora cala essa boca!

— Quer uma poção calmante, Black? Acho que está precisando — disse Pansy, ao lado de Draco. Ela e o garoto riram.

Canopus respirou fundo e contou até dez mentalmente para controlar seu mau-humor matinal antes que afogasse duas pessoas no Lago Negro. Olhou por toda a mesa e não encontrou nem o irmão e nem Merliah.

— Viram o Therion?

— Saiu hoje cedo do quarto e disse para ninguém te acordar — Zabini quem respondeu.

— E Merliah?

— A sangue-ruim?

— Parkinson, prefiro quando você está de boquinha fechada. Continue assim, por favor — ralhou Black. — Alguém viu ela?

— Eu sou colega de quarto dela, caso não se lembre — continuou Pansy — Vi ela sair com seu irmão. Não me pergunte para onde.

— Obrigado por ter sido prestativa uma vez na vida.

Ele se sentou bufando e pegou uma torrada. Estava pensando onde o irmão e a melhor amiga haviam se metido, quando os dois adentraram o salão. Olhou para cima e agradeceu aos céus por eles aparecerem, antes de direcionar um olhar rígido para eles.

Merliah trazia uma garrafa em sua mão. Usava sua fiel faixa nos cabelos, a de hoje sendo listrada em verde e prata como sua gravata, com a franja — uma novidade em seu corte de cabelo — caindo sobre a testa. Sua capa estava caindo desajeitada por seus braços, mas ela não parecia ligar. Ela deixou a garrafa sobre a mesa e sorriu brilhante para o amigo.

Therion estava com o uniforme impecável, mas seus cabelos, que sempre estavam arrumado, estavam um tanto despenteados. Seu rosto estava calmo, e ele ignorou o olhar severo do irmão e exibiu um largo sorriso.

— Bom dia — cumprimentaram.

— Bom dia é o caralho! — exclamou Canopus irritado.

— Nossa! Acordou de mau-humor hoje, hein? — retrucou Merliah, sentando-se à sua frente.

— E quase não acordei, porque esse imbecil que eu chamo de irmão — apontou para Therion, que continuava calmo enquanto ia para o lado do outro — além de não me acordar, mandou os outros palermas com quem tenho o desprazer de dividir aquele dormitório…

— EI! — Malfoy, Zabini e Nott reclamaram ao ouvir o Black.

— Não é como se nós gostássemos da sua excelente companhia também, Black.

— Enfia esse suco de abóbora na goela e cala a boca aí, Dragãozinho albino — berrou o garoto na direção de Draco e então voltou-se de volta para o irmão e a amiga — Prosseguindo… Além desse infeliz não me acordar, mandou todo mundo me deixar dormindo. E eu que me ferre, perca o café da manhã e me atrase, não é?

— Acabou o show, Canis? Ou ainda vai berrar e xingar mais um pouco? — Therion provocou se sentou ao lado do gêmeo, que lançou-lhe um olhar mortal o qual foi prontamente ignorado. — Estava com o papai.

— E ainda foi ver o papai SEM MIM?

— Ele ficou bastante preocupado quando eu falei que você ficou acordado quase a noite toda.

— Você foi ver o papai sem mim, seu filho da…

— Pedir pra ele preparar um pouco de café — interrompeu Liah, apontando para a garrafa.

— Café?

— Para te manter acordado durante as aulas, maninho. Nos agradeça depois.

A expressão irritadiça de Canopus suavizou um pouco, enquanto seu irmão enchia um copo com o café na garrafa e colocava um pouco de açúcar. Suspirou e pegou o copo, sentindo a quentura em sua mão devido a temperatura alta.

Olhou para os dois, que estavam de braços cruzados encarando-o à espera de algo. Exibiu um sorriso leve, o primeiro sorriso verdadeiro do dia.

— Obrigado — agradeceu e bebeu um gole de café. Fez uma leve careta ao sentir o gosto forte e um tanto amargo. — Ficaria melhor com leite.

— Não abuse da nossa bondade. Coloque mais açúcar e beba logo essa porcaria — ordenou Merliah e colocou um pouco de café para si mesma e pegou um pedaço de um bolo na mesa.

— Horários para o terceiro ano! — anunciou o monitor da Sonserina, entregando os horário do terceiranistas.

Os gêmeos pegaram os seus e começaram a analisar suas aulas. Eles rapidamente procuraram pelos horários de DCAT, e um biquinho desanimado surgiu em seus lábios ao perceber que só teriam aula com o pai dali a dois dias.

A primeira aula que teriam seria de Runas Antigas. Ambos estavam ansiosos para essa aula, até mesmo já deram uma folheada no livro. A matéria lhes trouxe uma grande curiosidade, e a ideia de aprender a entender os significados por trás de símbolos antigos era bastante atrativa.

Remus lhes disse uma vez que certamente esse anseio por aprender coisas novas fora herdado de sua mãe, que vivia na biblioteca ou com algum livro novo nas mãos pelos corredores, sempre buscando aprender mais sobre o mundo bruxo e arrumando formas bastante criativas de ajudar os colegas a aprenderem também coisas que tinham dificuldade. Mas é claro que ele também tinha um pouco de culpa nisso, sempre incentivando-os a ler desde cedo, principalmente para passarem o tempo entretidos quando não podia dar atenção a eles.

— Boa sorte aturando o casal de supremacistas metidos na aula de Runas Antigas — disse Merliah enquanto saíam do Salão Principal, e se afastou dos amigos. 

— Você está adorando não ter escolhido essa matéria, não é? — Canopus indagou rindo.

A garota virou-se e caminhou alguns passos de costas, olhando para eles com um sorriso divertido.

— Com certeza! Esperei muito por esse momento de paz — declarou com ambas as mãos no peito, e então acenou para eles. — Vejo vocês na aula do Flitwick.

Ela mandou um beijo no ar para os amigos e virou-se novamente para seguir caminho para sua aula, enquanto os gêmeos mostram o dedo e também seguem para a sala de aula.

A aula de Runas Antigas foi, de certo modo, bastante agradável e gratificante. O professor apreciou o empenho dos Black com a matéria e em aprender o básico com seu livro antes da aula, o que os fez sentirem-se muito bem, até mesmo com os olhares maldosos de seus colegas em sua direção.

A aula de feitiços em seguida foi tão boa quanto. Os treinamentos em casa foram realmente vantajosos e auxiliaram no aumento de suas habilidades e da concentração para realizar os feitiços. E mesmo que não tenha treinado como os amigos, Merliah também se saiu muito bem e recebeu elogios de Flitwick.

Os meninos riram e apreciaram com muito gosto quando a amiga olhou com um sorriso vitorioso na direção de todos os sonserinos que a chamavam de "sangue-ruim" e diziam que nunca seria uma bruxa tão boa e talentosa quanto eles. Eram um perfeito trio de bruxos que se empenhavam em mostrar o poder que tinham e provar que eram capazes, e que, além de tudo, não aceitavam desaforo.

Aquelas aulas certamente melhoraram o humor de Canopus.

— Mal vejo a hora da aula de Trato das Criaturas Mágicas. Meu dia está sendo formidável e nada poderá estragá-lo.

— Aquele café e as aulas melhoraram muito o meu dia — concordou Canis. — Principalmente ver a cara do Malfoy quando Flitwick o corrigiu e logo depois disse que eu estava indo excepcionalmente bem.

— Teremos muito o que conversar com o papai durante o almoço — Therion disse. — Quer vir também, Liah?

— Não, obrigada. Melhor aproveitarem um tempo com o pai de vocês, só os dois. Na próxima vez eu vou.

***

Quando chegou o horário do almoço, Remus já esperava os filhos em sua sala com os pratos cheios que buscou na cozinha. Dumbledore disse que não haveria problema, afinal não havia nenhuma regra que o impedisse disso. Ter aquele horário livre para passar um tempo com seus meninos era tudo que precisava depois de uma manhã de aulas.

Ele contou como foi sua primeira aula, com os alunos do último ano que iriam prestar os NIEM's de DCAT da Corvinal e da Lufa-Lufa. Ocorreu melhor que o esperado. Sentiu-se extremamente bem e animado ao ensinar para aqueles um pouco do que conhecia sobre a matéria. E os gêmeos perceberam o brilho em seus olhos enquanto ele falava durante a refeição.

Isso aliviou um grande peso em seus corações, assim como Remus sentiu-se aliviado em ver os garotos um pouco melhor e mais animados depois das primeiras aulas. Eles contaram tudo a ele, que riu de alguns comentários que faziam sobre os colegas de casa.

— Não podíamos ter suas aulas hoje? — perguntou Canopus enquanto Remus limpava a bagunça do almoço.

— São muitas turmas, Canis. Foi assim que ficou dividido os horários. Mas depois de amanhã teremos nossa primeira aula e garanto que vocês vão gostar.

— Sobre o quê vai ser?

— Terão que esperar até lá, como todos os outros alunos, Therry.

— Mas somos seus filhos!

— Eu sei. E não serão privilegiados por isso.

Therion e Canopus exibiram biquinhos emburrados. Lupin apenas riu e pegou uma barra de chocolate, dividindo-a no meio e entregando uma metade para cada e em seguida pegando uma para si.

Os garotos comeram o doce, que seria sua sobremesa. Decidiram ficar por ali até a hora da próxima aula, e Remus insistiu que eles tirassem um cochilo e que ele os acordaria depois, já que não conseguiram dormir muito a noite. Até tentaram contestar, mas foi impossível manter algum argumento quando começaram a bocejar.

Haviam escadas que levavam até um mezanino no aposento, e lá em cima havia uma porta que levava ao quarto de Lupin. Eles foram arrastados até o cômodo e colocados na cama sem chance de mais questionamentos. Acabaram pegando no sono pouco depois e tiveram um merecido descanso sob o olhar atento e repleto de carinho do pai.

Doeu para Remus acordá-los depois, mas teriam aula daqui a pouco, então foi preciso. Ao menos eles pareceram bem com o descanso. Despediu-se deixando um beijo na testa de cada um antes de seguir para a própria aula.

Os garotos buscaram suas mochilas e então seguiram para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, junto de Merliah, que encontraram pelo caminho.

A aula ocorreria do lado de fora do castelo, junto com o pessoal da Grifinória. O trio seguia a multidão de alunos que se juntava e caminhava até o local onde Hagrid os aguardava, conversando sobre o quanto estavam animados e ansiosos, principalmente Canopus. Não era novidade nenhuma que o garoto era apaixonado por criaturas mágicas.

Enquanto caminhavam, um grifinório e uma garota da Sonserina passaram pelos gêmeos, esbarrando neles propositalmente.

— Olhem por onde andam, idiotas! — berrou Canis.

— São cegos, por acaso?

— O que fazem aqui, Black? Não deveriam estar ajudando o papai a se esconder? — ralhou o grifinório e a garota ao lado riu.

— Se duvidar, já ajudaram e estão apenas fingindo que não sabem de nada.

Eles saíram andando e os gêmeos cerraram os punhos, irritados.

Harry se aproximava junto de Rony e Hermione. Ele ouviu as provocações e suspirou. Ouviu muitas coisas piores depois do jantar na sala comunal noite passada.

— Ignorem eles.

— Agora que aquele desgraçado fugiu, ninguém vai nos deixar em paz — Therion bufou e olhou para o outro trio. — Nosso dia estava bom demais para ser verdade.

— Logo eles esquecem isso e param de provocar — disse Hermione.

Os seis seguiram até uma clareira na beira da floresta, onde Hagrid chamava ansioso a todos para se aproximarem. Dizia que havia preparado algo especial, o que deixou os alunos curiosos.

Os gêmeos passaram por entre as pessoas, ansiosos para ver sobre que criatura seria a primeira aula. Eles se aproximaram da cerca, olhando ansiosamente para Hagrid com os olhos brilhando de emoção.

— Certo, abram seus livros.

— Como?  — perguntou Malfoy logo atrás.

Todos traziam consigo O Livro Monstruoso dos Monstros, amarrado com uma corda ou um cinto, e encaravam o professor com olhares confusos ou de desdém. Era claro que ninguém sabia lidar com aquele livro monstruoso.

Bom… Quase ninguém.

— Como vamos abrir essa coisa? — Draco perguntou de novo, impaciente.

Canopus pegou seu exemplar na mochila e encarou os outros alunos. Absolutamente ninguém ousou desatar as cordas ou os cintos, apenas a espera de que Hagrid dissesse como controlar aquela coisa. Ele riu, começando a desafivelar o seu cinto que prendia o livro.

Hagrid olhou-os com uma expressão levemente desanimada.

— Ninguém descobriu como abrir o livro?

— O que você acha? Isso morde! — Malfoy apontava para o livro em sua mão, também preso com um cinto de couro preto. Ele pulou para longe quando Canis libertou o seu, que rapidamente começou a pular em suas mãos e tentar mordê-lo. — Prende essa coisa, Black! Está maluco?

— Está com medo de um livro, Dragãozinho? — ele provocou com um sorriso ladino no rosto.

— Isso não é um livro normal! Não dá pra controlar essa coisa.

— É só fazer carinho nele — falou como se fosse algo óbvio. A expressão dos outros alunos foi de pura confusão.

Black segurou o livro da melhor forma que pôde e então deslizou os dedos indicador e médio na lombar da capa, acariciando-o. O livro descontrolado logo acalmou-se em suas mãos e tornou-se um livro comum. Therion fez o mesmo com o seu.

Todos arregalaram os olhos, enquanto Hagrid retomava seu ânimo e sorria gigante para os gêmeos. Harry repetiu o que fizeram e viu que realmente funcionava.

— Muito bem, meninos.Viram? É fácil!  — disse Hagrid.

— Ah claro, muito simples. É só fazer carinho no livro. Como não pensei nisso antes?

— Porque a química do seu cabelo oxigenado e aquele gel horroroso que você usava já deve estar afetando o seu cérebro — caçoou Merliah, com seu livro também liberto e calmo em suas mãos. Muitos riram da brincadeira da garota, até mesmo Crabbe e Goyle. — Aliás, ainda bem que resolveu parar de usar aquele gel. Não te valorizava em nada.

— Oxigenado?!

— Não natural, descolorido com química. Entendeu? — disse Therion, caindo na risada também.

— Eu sei o que significa — berrou o garoto platinado e bufou. — Eu nem queria estar nessa aula idiota. Nos dar um livro que pode devorar nossa mão é loucura!

— Loucura é você dando piti no meio de todo mundo por causa de um livro, Malfoy — rebateu Harry, revirando os olhos.

— Calado, Potter!

— … Vocês já tem os livros, agora as criaturas… É, vou buscá-las. Esperem um minuto! — Hagrid falou um tanto atrapalhado e então correu para buscar as criaturas.

Harry, os gêmeos e seus amigos olharam feio para Draco, que permanecia com sua pose egocêntrica e de indiferença, enquanto se virava para falar com Crabbe, Goyle e Pansy.

— Ninguém merece esse pateta dando aulas! Quando o meu pai souber disso…

— Cala a boca, Malfoy! — berrou Potter.

— Chegou o Santo Potter para defender o guarda-caça.

— Sim. E você deveria aprender a hora de ficar quieto e parar de ser tão chato e mimado.

Draco encarou-o enraivecido. De repente, ele assumiu uma expressão assustada e apontou para algo atrás de Harry, apavorado.

— Dementador! Dementador!

Harry virou-se assustado, mas não encontrou nada. Malfoy caiu na gargalhada com seus amigos, enquanto Potter ficava vermelho de raiva e vergonha por ter caído naquela brincadeirinha idiota.

Therion cerrou os punhos, pronto para avançar no loiro, mas Canopus o conteve. O mais velho sorriu travesso e se afastou.

— Acha isso muito engraçado, não é? — bradou o Black mais novo, recebendo a atenção de Draco.

— Claro! — concordou e continuou a rir. — Viu como ele ficou com medo?

Enquanto Malfoy gargalhava com os amigos, Canopus aproximou-se sorrateiramente por trás. O garoto comentava e ria com os amigos, sem notar a aproximação de Black, que possuía um sorriso maldoso e uma expressão furiosa no rosto.

Ele levou uma de suas mãos próximo a boca, logo atrás de Draco e perto de seu ouvido. Viu o olhar do irmão e dos amigos em sua direção, todos começando a conter uma risada. Pegou sua varinha e colocou a ponta no pescoço, usando um feitiço não verbal para aumentar o volume de sua voz, como Dumbledore já usou certas vezes.

Fez uma contagem regressiva sem emitir som, apenas movimentando os lábios.

Três…

Dois…

Um!

AUUU! — Canopus imita perfeitamente o uivo de um lobo, sua voz soando muito mais alta por causa da varinha e do feitiço.

Draco gritou e saltou de susto, escondendo-se atrás de Crabbe e Goyle, tão assustados quanto. Ele olhou para todos os lados à procura de onde veio o som, até ouvir as risadas. Canis gargalhava, e recebeu um olhar enfurecido de Malfoy. O rosto do loiro estava vermelho, e ele olhava para Black com fogo nos olhos.

Canopus cessou a risada aos poucos e devolveu o olhar, cruzando os braços.

— Foi bom provar do próprio veneno, Malfoy?

— Isso não teve graça alguma!

— Então só tem graça quando é você quem faz? — retrucou.

— Eu… Grr! — Malfoy grunhiu e empurrou os amigos de sua frente, dando um passo na direção do outro — Você é insuportável, Black!

— Digo o mesmo sobre você, Malfoy. Insuportável, idiota, estúpido, metido, egocêntrico… — Canopus começou a enumerar insultos ao loiro.  — Quer que eu continue? Posso ficar aqui o dia todo dizendo tudo o que penso sobre você.

Seus olhos acinzentados focaram nas orbes gélidas de Draco. Ambos os olhares faiscavam raivosos e a tensão pairava no ar ao redor deles, tão grande que era quase palpável, enquanto eles estavam frente a frente, bastante próximos.

Black manteve o contato visual, sem falhar um milésimo de segundo, com o rosto endurecido pela raiva dentro de si. Depois de alguns instantes, Malfoy vacilou e acabou desviando o olhar, fazendo o outro sorrir vitorioso, antes de voltar a encará-lo.

— Odeio você, Black — Draco ralhou baixo entredentes.

— Partilho desse sentimento em relação a você, Malfoy — rebateu Canopus. — Também te odeio. — Apontou sua varinha para o loiro, ainda sem desviar os olhos dos dele. — Se mexer com meus amigos ou minha família, mexeu comigo.

Afastou-se e voltou para junto do irmão e dos amigos. Ainda era possível ver a raiva em seu rosto enquanto bufava.

— Por que estão me olhando assim? — perguntou impacientemente.

— N-nada, mas… Mandou bem. — Disse Rony.

— Foi engraçado — comentou Harry.

— Esse é o meu irmão — falou Therion e deu um hive-five com seu gêmeo.

— Eu apenas estou cansado de aturar o Malfoy. E hoje meu humor já não está dos melhores — respondeu. Então, seus olhos assumiram um brilho repentino e a raiva desapareceu de seu rosto. — POR MERLIN! Eu não acredito!

Todos os alunos ofegaram admirados — ou de susto — e exclamaram quando Hagrid retornou com uma manada de criaturas. O corpo era como o de um cavalo, mas as patas dianteiras e a cabeça eram de águia, com enormes garras e um bico cinza-metálico, além de enormes asas com belíssimas penas.

O Black mais velho pulou de felicidade, nem parecendo mais o garoto com um olhar tão furioso de um minuto atrás. Therion também estava empolgado, é claro, e sorriu tão largo quanto o irmão.

— Hipogrifos!

— São lindos, não são? — disse Hagrid.

— Parecem grifos, mas metade cavalo ao invés de leão — comentou Merliah, maravilhada. — Temos algumas lendas no mundo trouxa sobre eles.

— Já ouvi falar deles — disse Hermione ao lado da garota sonserina. — Será que eles existem também?

Hagrid segurava correntes presas nas coleiras de todas as criaturas. Ele olhou para seus alunos com grande animação.

— A primeira coisa a se aprender sobre os hipogrifos é o seu imenso orgulho — começou a explicar. — São bastante orgulhosos e se ofendem com facilidade. Nunca os ofendam, ou acabará mal para vocês.

— Como os sonserinos — comentou Simas e riu. Ele recebeu olhares mortais de vários dos alunos de gravata esverdeada.

— Como se vocês grifinórios não fossem assim, Finnigan — retrucou Daphne Greengrass.

— Vocês sempre esperam o hipogrifo fazer o primeiro movimento — continuou Hagrid. — É uma questão de cortesia, entendem? Vocês vão até eles, fazem uma reverência e aí esperam. Se ele retribuir o cumprimento, vocês podem tocar nele. Se não retribuir, então saiam de perto bem depressinha.

Alguns alunos olharam com certo medo para os bichos, sem a mínima vontade de se aproximar deles.

— Quem quer ser o primeiro?

— Eu! — Canopus ergueu a mão e largou sua mochila no chão. Ele pulou a cerca apressado, e Hagrid sorriu com sua animação.

— Muito bem… Er… Qual dos dois você é, mesmo?

— O Canopus. Mas pode me chamar só de Canis, Hagrid.

— Muito bem, Canis. Vamos ver como se sai com o Bicuço.

Hagrid soltou a coleira do hipogrifo acinzentado e o afastou dos demais. Canopus fez contato visual com a criatura, parado a uma distância segura.

— Certo, fez contato visual… Não pisque demais…

— Tudo bem, Hagrid. Essa é a minha especialidade. — Sorriu ladino.

Bicuço olhou na direção do garoto com seus olhos alaranjados.

— Faça a reverência… Devagar…

Ele curvou-se levemente, com uma mão atrás de suas costas, sem hesitar. Ergueu os olhos, sem sair de sua posição. Depois de alguns segundos, viu Bicuço também reverenciá-lo, curvando-se sobre as patas dianteiras.

Endireitou-se e estendeu a mão com cuidado, aproximando-se cautelosamente. Acariciou o bico do animal e sorriu da mesma maneira doce e confiante que o fez com o enorme cão negro em sua antiga casa semanas antes, quando não sabia que ali era na verdade o seu pai biológico. Ele realmente gostava muito de animais e criaturas mágicas.

Todos olhavam impressionados com a forma rápida que ele conseguiu a confiança de Bicuço para se aproximar. Surpreenderam-se ainda mais quando ele ousou deixar um beijo no rosto da criatura enquanto a acariciava.

— Você é incrível, Bicuço — disse. — Posso montar nele? Prometo tomar cuidado com as penas.

Hagrid assentiu, e o garoto logo o fez.

— Ele não tem medo dessa coisa? — um dos alunos indagou.

— Ele é maluco.

— Está mais louco que o pai.

— Calem a boca! — Harry e Therion exclamaram juntos.

Bicuço levantou voo e Canopus gritou animado, segurando-se firme. Voou ao redor da clareira, sob os olhares admirados e eufóricos de alguns. Não demorou para estar de volta ao chão, os cabelos agora completamente bagunçados por causa do vento.

Harry e Therion foram os próximos a se voluntariar e também foram bem com Bicuço. Em seguida, todos os outros alunos foram designados a hipogrifos diferentes. Os gêmeos e Potter compartilharam a animação de suas experiências com a criatura.

— É bem diferente de voar em uma vassoura.

— Mas é tão incrível quanto!

— Por um momento fiquei com medo. Quase chorei encarando ele sem piscar e esperando poder continuar — confessou Harry. — Você faz parecer fácil.

— Canis sempre levou mais jeito com criaturas. Até aquela vez quando o papai…

— Therry…

Therion contraiu os lábios ao perceber que quase falou demais.

— Enfim… Ele é o gêmeo das criaturas. Eu sou o das poções.

— Acho que vou precisar da sua ajuda na próxima aula de poções. Snape tira pontos por qualquer coisa que eu faço.

— Eu te ajudo com prazer, testa-rachada.

Eles voltaram sua atenção para os hipogrifos e se aproximaram de Bicuço novamente, que estava com Malfoy, Crabbe e Goyle. Os três sonserinos estavam visivelmente hesitantes e com medo, mas ao vê-los se aproximar, Draco imediatamente assumiu sua pose prepotente e indiferente.

— Sinto que isso não vai dar certo… — comentou Therion.

— Se vocês dois e o Santo Potter conseguem, eu também consigo lidar com essa galinha estúpida.

— Malfoy, se eu fosse você não… — Canopus tentou falar, mas foi interrompido.

— Ninguém te perguntou nada, Black.

Os acontecimentos seguintes foram rápidos demais para eles processarem. Quando todos foram perceber, Bicuço avançou com as garras em Draco, que caiu no chão choramingando de dor.

Hagrid rapidamente conteve o hipogrifo e o afastou, enquanto o garoto reclamava de dor no chão. O sangue do ferimento começava a manchar suas vestes, e a blusa branca do uniforme ganhou pequenos pontos avermelhados.

— Estou morrendo! Olha só pra mim? Isso tentou me matar! — choramingou ele.

— Foi só um arranhão, não vai te matar — disse Hagrid, ficando extremamente pálido.

— Claro que vai! Ai… Está doendo. Estou perdendo sangue, eu vou morrer!

Os gêmeos Black reviraram os olhos, olhando-o com ar de tédio.

— Não seja tão dramático.

— Não está vendo que estou morrendo aqui?

— Para de drama, Dragãozinho — bradou Canopus. — Nem tem tanto sangue, foi só um arranhão. Um lobo fez muito pior no meu braço por sua culpa, e eu estou vivíssimo. Chamaria isso de karma.

— Isso é culpa sua!

— Minha?!

— Não foi culpa dele, Hagrid! Nós vimos! — Harry apressou-se em defender o amigo.

— Draco que fez besteira e agora está fazendo drama — completou Therion.

— Não vê meu estado nesse momento? Quando o meu pai souber disso…

— Começou a falar do pai. Já estava demorando.

— Preciso levar ele daqui… Alguém…

Hagrid ergueu Draco em seus braços. Hermione correu para abrir o portão da cerca, e ele saiu em direção ao castelo. Foi então que as pessoas começaram a falar e comentar o ocorrido.

Os sonserinos, em sua grande maioria, estavam contra Hagrid pelo ocorrido. Pansy disse que ele deveria até ser demitido.

— Foi culpa do Draco, não do Hagrid! — disse Dino Thomas.

— Não, foi de um desses dois! — Parkinson acusou, apontando para os gêmeos. — O que foi primeiro. Ele ganhou a confiança daquele hipogrifo e o fez atacar o Draco.

— FICOU DOIDA?! EU NÃO FIZ NADA! — gritou Canopus.

— Não acuse sem provas, Pansy! — berrou Merliah em defesa do Black.

— Quer provas maior que ele estar perto, ter a confiança daquela coisa e ser um Black?

— Sendo filho de quem é, eu não duvidaria — concordaram com Pansy.

— Só podem estar de brincadeira — Therion falou incrédulo.

— Você é maluco como seu pai — outra pessoa da sonserina falou.

— Eu não sou igual a ele!

— Não gosto do Malfoy, mas não duvido de nada vindo de um filho de Sirius Black — disse um grifinório.

ELE NÃO É MEU PAI! — gritou enfurecido. — EU SEQUER O CONHEÇO!

— NÓS NÃO TEMOS NENHUMA LIGAÇÃO COM ELE. SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL ENTENDER?!

Therion segurou a mão do irmão e pegou suas mochilas do chão, arrastando-o para longe dali. Harry e Merliah os seguiram para tentar acalmá-los, deixando todos os outros para trás.

Não entendiam como tudo voltou-se para eles, mas apenas queriam fugir o mais rápido possível. O dia que estava melhorando, acabara de ser estragado completamente. Os dois amigos ali com eles partilhavam da revolta pelo ocorrido e fizeram o melhor para amenizar a situação; sabiam que não era culpa deles.

Chegaram até o Lago Negro. Merliah pegou duas pedras na grama e entregou aos gêmeos, apenas apontando pro lago em seguida. Os dois jogaram-nas na água com toda a sua força,para descontar o que sentiam.

— Jogar coisas sempre ajuda — disse ela.

— Eu vou jogar uma dessas na cara do Malfoy — Therion resmungou pegando outra pedra e jogando no lago. — Não fizemos nada e já estão nos acusando por causa daquele…

Ele bufou, abaixando o olhar para o chão.

— Quando Sirius der as caras de novo, eu juro que vou jogar tantas maldições que ele vai desejar nunca ter ousado fugir de Azkaban e vir atrás de nós — Canopus disse entredentes, jogando uma pedra que voou até metade do lago. — A culpa sempre cai sobre nós por causa dele.

— De novo? — Harry perguntou. — Ele já veio atrás de vocês? Viram ele?

Os gêmeos calaram-se e trocaram alguns olhares. Eles não contaram a ninguém que Sirius já os encontrou e que estavam fugindo dele antes de embarcarem no Expresso de Hogwarts.

Todos os seus pesadelos voltaram para suas mentes, e Canis fechou os olhos com força, enquanto Therry assumia um olhar triste e dolorido. O silêncio respondeu a pergunta.

Harry e Merliah apenas os abraçaram, na tentativa de mostrar apoio.

Quando Sirius Black pararia de atormentá-los, mesmo estando longe?

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Olá, meus amores!
Tudo bem?

A tensão está aumentando. O que mais está por vir?
Foi um primeiro dia e tanto.

Próxima capítulo teremos a primeira aula do Remus 🥳🥳
Aguardem, vai ser bem legal. E vou alimentar mais os futuros casais da história 😏
Acho que um deles todos já descobriram Rsrsrs

Não esqueçam de votar e comentar!

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋

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