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VIII. Everything we have

Quase um ano se passou.

É. O tempo voa tão rápido quanto um apanhador atrás do pomo de ouro num jogo de quadribol.

O segundo ano letivo dos gêmeos foi levemente conturbado, graças a alguns eventos incomuns em Hogwarts, mas ainda melhor que o primeiro em alguns aspectos.

Os dois entraram para o time de quadribol de sua casa como artilheiros e ganharam vassouras próprias — cortesia da mãe do apanhador da Sonserina, vulgo Draco Malfoy, que comprou as vassouras mais recentes e mais rápidas para todo o time. Remus assistiu ao primeiro jogo deles, contra a Grifinória, e torceu fervorosamente, mesmo que na época de escola fosse da casa adversária — afinal, eram os seus filhos jogando.

Quando estavam anunciando a entrada dos jogadores, Therion e Canopus entraram manobrando nas vassouras e arrancando gritos da arquibancada da Sonserina.

— Exibidos — Malfoy resmungou em seguida.

— O sujo falando do mal lavado — Therion rebateu.

— Se preocupe em pegar o pomo, Malfoy. Não vai querer fracassar com seu papai assistindo — Canopus também retrucou, indicando com a cabeça a arquibancada onde Lucius estava assistindo ao jogo.

— Calados!

Os gêmeos riram. Por muito pouco — muito pouco mesmo — a Sonserina ganhou o jogo. Harry Potter ganhou um braço quebrado e um bando de sonserinos caçoando (exceto os Black, claro) quando Lockhart fez seus ossos sumirem ao falhar em tentar ajudar.

Enquanto Harry era levado a ala hospitalar, Remus cumprimentou e parabenizou aos filhos pelo excelente jogo.

— Vocês foram muito bem — falou com um grande sorriso orgulhoso em seu rosto.

— Eu preciso melhorar meu passe — disse Canis.

— Errar aquele aro foi humilhante. Irei treinar mais.

— Não se preocupe, foi apenas o primeiro jogo de vocês — tranquilizou-os. — Estou orgulhoso de vocês, minhas estrelas.

Lupin abraçou a ambos com força e beijou suas testas. Não permaneceu muito mais tempo e despediu-se antes de ir.

Nesse ano, também houve o infeliz incidente com a abertura da câmara secreta no subterrâneo do castelo, em que um basilisco começou a atacar os nascidos-trouxas, incluindo a melhor amiga dos gêmeos, que foi uma das primeiras. Felizmente, ninguém foi fazer companhia a Murta-Que-Geme na lista de vítimas fatais. Harry derrotou a criatura com uma ajudinha de Canopus, que lhe contou sobre a fatalidade do veneno e disse para em hipótese alguma olhá-la nos olhos.

Alguns alunos de outras casas desconfiaram que os gêmeos tivessem aberto a câmara, por causa do pai. Também desconfiaram de Harry por ser, surpreendentemente, um ofidioglota, mas era óbvio que a maior suspeita cairia para os filhos sonserinos de um assassino.

Houve um certo período que Harry, seus amigos e os Black desconfiaram de Malfoy, e até mesmo os ajudou a entrarem na Comunal disfarçados pela poção polissuco de Crabbe, Goyle e uma das colegas de quarto de Merliah — eles acabaram pegando pelo do Bastet, que era o príncipe daquele dormitório que passava de braço em braço, ao em vez de cabelo da garota sem querer, então a poção não deu muito certo na Hermione — para tentar descobrir algo.

Eles até poderiam ter se disposto a tomar a poção polissuco ou conseguir por si próprios alguma informação, mas a ideia de Harry e Rony disfarçados era muito mais divertida. Além de que fizeram isso nas férias durante as festas de fim de ano, e eles não sacrificariam o feriado com o pai, por melhor que as intenções fossem.

Se divertiram com a história quando Harry os contou assim que voltaram. Segundo ele, o garoto reclamava bastante tanto de Potter quanto dos gêmeos, principalmente do mais velho deles.

Draco não tinha nada a ver com a situação, mas não deixou de demonstrar seu preconceito com nascidos-trouxas e certa satisfação com os acontecimentos recentes, o que rendeu muitas brigas no dormitório e azarações para todo lado entre ele e os gêmeos Black até tudo se resolver.

No fim, tudo foi esclarecido e a maioria parou de incomodá-los com o assunto do pai dos gêmeos ser quem é e isso ser motivo de desconfiança, principalmente por causa de Harry, que dizia a todos que eles eram boas pessoas e o ajudaram a descobrir sobre o basilisco. Quando o ano acabou, eles estavam mais próximos que no anterior.

Com a chegada do verão e a volta para casa, todos voltaram para suas casas com a promessa de trocarem cartas. Harry até mesmo passou o número do telefone da casa dos tios para o caso de algum deles conseguir um, para assim poderem conversar.

Com exceção de Hermione e Merliah, que nasceram trouxas e viviam entre eles, ninguém sabia como diabos um telefone funcionava e nem o que viria a ser aquilo.

Tudo ia muito bem nas férias após o encerramento do ano letivo com os Black, até que Remus começou a agir de forma estranha durante o café da manhã dois dias atrás, depois de ler o Profeta Diário. Ele não deixou os garotos sequer chegarem perto do jornal e nem levou-os para comprarem os novos materiais que precisarão para o terceiro ano.

— Papai? Está ouvindo? — Therion chamava, porém Remus permanecia distraído e com o olhar distante. — Pai… PAPAI!

Lupin pulou de susto ao ouvir o grito do gêmeo mais novo e só então percebeu que estava parado de pé com a xícara de chocolate quente em sua mão há quase cinco minutos. Os garotos estavam sentados à mesa encarando-o, confusos e um tanto preocupados.

O homem andava demasiado distraído; avoado e sempre preso em seus pensamentos. No entanto, nunca dizia o motivo para isso.

Os garotos não entendiam, mas Remus queria apenas protegê-los. Eles sabiam que alguma coisa estava muito errada e queriam entender o quê.

— O senhor está bem? — Canopus perguntou com cautela, preocupado com o pai.

— Estou, eu só…

Remus não concluiu sua frase. Suspirou e sentou-se junto a eles, sob o olhar atento das outras três pessoas ali presentes.

Lyall Lupin olhava para o filho tão preocupado quanto os garotos. Mas diferente deles, ele sabia a razão. Ele vira as notícias e sabia que aquele fora um dos motivos para a visita tão repentina. Não era sempre que Remus aparecia na porta com os filhos e um olhar perdido e desesperado.

Ele visitava o pai de vez em quando, mas não gostava de fazer com frequência pois não queria atrapalhar sua vida e ser um estorvo, como sentia que havia sido durante os mais de doze anos que se seguiram depois do ataque de Greyback que lhe ocasionou a licantropia. Contudo, sabia que Lyall sempre ficava feliz em vê-lo e em também poder passar um tempo consigo e os netos adotivos.

Ainda se lembrava da primeira vez que foi até lá com dois bebês prestes a completar três anos que o chamavam de pai, após quase quatro anos sem vê-lo. Depois de um longo discurso sobre como esteve preocupado e um sermão por ele não ter pensado em pedir ajuda antes, os gêmeos fizeram um ótimo trabalho em conquistá-lo com suas risadas alegres e jeitinho apegado que possuíam com Remus.

Agora, dois anos após a última visita, Remus retornava a casa do pai naquela manhã com um claro pedido desesperado de ajuda em seu olhar. Detestava precisar de ajuda, principalmente de Lyall, mas foi a melhor alternativa que encontrou para distrair os filhos de tudo que acontecia.

— Está pensando na proposta de Dumbledore? — Therion perguntou.

— Também.

— Eu acho que deveria aceitar.

— Estaríamos mais perto e podemos passar mais tempo juntos — argumentou Canopus.

— Ensinar em Hogwarts é uma oportunidade de emprego que não recebemos todos os dias, Remus — Lyall interveio na conversa.

— Eu sei… Mas não sei se posso aceitar.

Remus respirou fundo e bebeu um gole de seu chocolate quente, pensativo. Ele estava em um grande surto interno há dois dias, tanto que em casa sua magia encontrava-se instável devido seu nervosismo. Nunca esteve com tanto medo ou tão preocupado como naquele momento.

Precisou ir para a casa do pai para se acalmar e distrair os filhos antes que percebessem algo errado, e para impedir que descobrissem por agora o que acontecia mundo afora.

A oferta que recebeu para ser professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts era apenas uma e a menor de suas preocupações.

— Onde está seu exemplar do Profeta Diário, vovô? Nunca bebe seu chá pela manhã sem um para ler — o gêmeo mais velho acabou desviando o assunto.

— Esqueci onde coloquei, Canis.

— Não está ali no balcão? — Therion apontou para o jornal no balcão e se levantou para pegar.

— Ah sim. Não precisa pegar, não lerei agora.

— Bateu com a cabeça? O senhor e o papai nunca passam um dia sem ler o Profeta Diário.

— Papai não leu as últimas notícias. Estou curioso sobre o que acontece de interessante. Pega pra gente, Therry.

Lyall apressou-se em convocar o jornal com sua varinha antes que o garoto colocasse suas mãos nele e rapidamente enrolou os papéis. Os meninos encararam-lhe confusos.

— Nada de notícias! Estou tão feliz em ver vocês de novo, quero aproveitar. O que acham de eu ensinar-lhes alguns feitiços de defesa? Nunca se sabe quando podemos encontrar um bicho-papão por aí, e vocês já estão grandes o suficiente para aprender alguns truques dos Lupin.

— Eu quero! — os gêmeos se animaram e rapidamente esqueceram o jornal, terminando de beber suas xícaras de chocolate quente antes de sacarem suas varinhas.

— Vamos treinar lá fora. Vão indo enquanto converso com seu pai.

Os garotos assentiram e correram para a porta.

— Pai, você trabalha no ministério. Sabe que... — Remus tentou intervir.

— Eu sei, mas você e eles são mais importantes que leis contra magia feita por menores no momento — disse baixo e sorriu caloroso. — Isso vai mantê-los distraídos. Eles não são burros, Remmy. Além de que pode ser útil caso ele venha atrás deles antes que retornem a Hogwarts.

— Desculpa por aparecer assim de repente, eu só… Eles descobririam logo se continuassem em casa. Não sabia mais como distraí-los.

— Eu entendo, não se preocupe. Sabe que sempre estarei aqui para ajudar, filho.

Remus sorriu fraco, abaixando o olhar para sua xícara. Viu o pai deixar o exemplar do Profeta Diário sobre a mesa e ir atrás dos garotos, deixando-o sozinho. Suas mãos não perderam tempo em pegar o jornal para que pudesse observar a primeira página.

A imagem em movimento do homem de cabelos negros na altura dos ombros vestido em roupas de prisioneiro sendo segurado por aurores estampava a manchete de destaque novamente. Aquela era a grande novidade do momento, presente nas capas dos jornais com alertas para a população bruxa redobrar sua atenção e cuidado.

Sirius Black fugiu de Azkaban.

Depois de doze anos, ele conseguiu a enorme façanha de ser o primeiro bruxo a escapar da prisão. Ninguém que tenha tentado sobreviveu o bastante para conseguir. As circunstâncias e o que havia feito para obter sucesso na fuga ainda eram um grande mistério.

Isso apavorava o mundo bruxo britânico e a Remus. Ele estava desesperado, com medo.

Harry estava em perigo.

Seus filhos estavam em perigo.

Não sabia mais o que esperar de Sirius a partir do momento que ele traiu a confiança de seus amigos e se aliou a Voldemort. Ele poderia fazer qualquer coisa, a qualquer instante. Poderia tentar concluir o que houve no dia 31 de Outubro de 1981. Poderia tentar levar seus meninos embora.

Sequer tinha tido coragem de contar a Canopus e Therion. Queria protegê-los o quanto pudesse de toda a confusão que viria. Infelizmente, não poderia esconder isso para sempre. Aqueles garotos eram espertos o suficiente para notar que algo estava acontecendo, além de que todos no mundo bruxo comentavam apenas sobre tal ocorrido. Eles não poderiam escapar.

Seus olhos estavam fixos na fotografia impressa no jornal enquanto as lágrimas começavam a surgir sem sua permissão. Elas molhavam seu rosto e as lembranças tomavam sua mente ao que o medo começava a sufocá-lo.

O medo de algo acontecer a seus filhos, de não ter forças para agir contra Sirius...

O medo de perder suas estrelas.

— Por que você resolveu fugir agora, Padfoot? — perguntou para a imagem, mesmo que ela não fosse respondê-lo.

Mordeu com força o lábio inferior, encarando a foto e tentando falhamente não chorar. Lembrou-se de cada momento ao lado de Sirius e dos outros amigos, até ele traí-los.  Jogou o jornal longe e levou as mãos ao rosto, cobrindo também sua boca para sufocar um grito. Somente Sirius Black para desestabilizá-lo e destruir todo o seu autocontrole, mesmo depois de tantos anos.

A preocupação com os filhos tinha um grande papel nisso, mas não era a única razão. E a outra ele nunca admitiria nem para si mesmo.

Sua mão se guiou intuitivamente para o cordão em seu pescoço. Um cordão dourado simples com um pequeno pingente que usava há pouco mais de 13 anos e quase nunca tirava. Servia para lembrá-lo de nunca confiar demais em alguém.

Foi lembrando-se disso que Lupin se recompôs e secou suas lágrimas. Respirou fundo várias vezes, até o nó em sua garganta desaparecer e ele sentir que estava minimamente normal para os filhos. Tentou apagar qualquer pensamento sobre Sirius de sua mente enquanto se levantava e ia até a porta, saindo por ela e encontrando o pai ensinando feitiços de defesa para os gêmeos, que pareciam bastante animados com isso.

Ele seria forte nesse momento, por eles.

— Papai, o vovô disse que vai nos ensinar o feitiço do patrono! — Therion exclamou alegremente ao vê-lo.

— Feitiço do patrono? — Remus arqueou as sobrancelhas e viu Lyall dar de ombros. — Sabem que não é fácil, meninos. Eu já falei isso.

— Nós somos os melhores bruxos da Sonserina, papai — gabou-se Canis. — Conseguimos conjurar um patrono.

Expelliarmus!

A varinha de Canopus voou de sua mão com o feitiço dito de surpresa por Therion. Ele encarou o irmão.

— Ei!

— Você quem se distraiu, maninho.

Remus riu e balançou a cabeça de um lado para o outro, observando os garotos treinando feitiços entre si.

Era bom eles poderem se distrair com algo enquanto podiam. Então, apenas decidiu deixá-los se divertir assim.

Ele pegou a varinha caída no chão e entregou ao dono, que rapidamente desafiou o irmão para um duelo.

Lyall e Remus apenas observaram os garotos se posicionarem como aprenderam durante as aulas de duelos com o Professor Lockhart no último ano — uma das poucas coisas que ele realmente ensinou além das histórias sobre si mesmo. Eles lançaram feitiços um contra o outro ao que o pai tentava impedí-los de usarem algo poderoso o bastante para se ferirem e até mesmo os ajudava a fazer alguns de forma correta.

Ficaram ali até chegar a hora do almoço e voltarem para dentro. A ideia de usar aquilo para distrair os garotos funcionou, pois nem pensavam mais no que andava acontecendo.

Lyall convenceu o filho a almoçar ali, com muita insistência. Remus detestava incomodar e não queria dar trabalho ao pai, mas deveria saber que ele era incrivelmente insistente quando queria. E a ideia de ele permitir que os garotos usarem o telefone da casa, que antes era usado por Hope Lupin para se comunicar com parentes trouxas, para poderem ligar para Harry os fez bater o pé para ficar mais um pouco.

Remus não entendia porque manter o artefato trouxa na casa se sua mãe já havia falecido há tanto tempo e nunca mais fora usado. Nenhum bruxo usava telefones para comunicação.

Enquanto os Lupin preparavam o almoço — que Remus fez questão de ajudar para sentir que estava fazendo algo e não apenas atrapalhando —, os gêmeos Black tentaram ligar para Harry Potter.

Precisaram chamar o avô para dizer como funcionava, mas deu tudo certo. Eles arregalaram os olhos ao ouvir a voz do amigo pelo aparelho, quase como se fosse um berrador, só que não era uma mensagem gravada. Lyall lhes disse que era só falar que o outro escutaria.

— Harry? É você?

Therry? — A voz de Harry soou surpresa, mas ao mesmo tempo feliz pelo telefone.

— Wow! Essa coisa funciona mesmo — Canopus comentou, a cabeça colada a do irmão para poder ouvir também.

— Como sabe que sou eu, Harry?

— Pela sua voz?

— Eu e Canis temos quase a mesma voz — riu Therion. — Esquece, isso não importa. Ele está aqui do lado… Ainda estou surpreso com como essa coisa funciona.

Harry riu. Os Black não podiam ver, mas Potter possuía um imenso sorriso no rosto por poder ouvir a voz dos amigos. A felicidade era tanta que mal cabia em seu peito, e suas mãos apertavam o telefone enquanto ele se controlava para não pular de alegria.

Ele queria muito poder falar de verdade com alguém, mas a última tentativa, quando Rony ligou sem saber como funcionava e começou a gritar, não deu muito certo. Infelizmente Valter Dursley tinha atendido, e as coisas não acabaram bem. Esperava que mais algum amigo conseguisse um telefone para falar consigo e tivesse mais sorte.

E a sorte parecia estar ao seu favor, já que seus tios haviam saído para almoçar fora com o filho, Duda, na casa de sócios do Válter.

— Não é tão difícil de usar. Como conseguiram?

Canis pegou o telefone e um pouco hesitante levou até sua orelha. O irmão colou-se a ele para ouvir também.

— Estamos na casa do nosso avô — começou a explicar — Tem um telefone que a vovó usava de vez em quando. Acho que já mencionamos que ela era uma trouxa. Ainda bem que ele não jogou fora.

— Ele não se livrou de nada que era dela.

— Verdade.

— Enfim... — Therion pegou o telefone de volta. — Merliah disse que a Hermione contou a ela que Rony disse que tentou te ligar e não deu certo. E sinceramente, estou surpreso que elas tenham ficado amigas nas férias.

— Infelizmente, foi o tio Valter quem atendeu naquele dia — Harry fez uma careta enquanto falava — Eles saíram para almoçar fora há pouco.

Canopus tentou pegar o telefone, mas Therion não deixou e continuou falando com Potter.

— E não te levaram?

— Não.

— O que você vai comer?

— Eu me viro…

— Eles não podem te deixar com fome!

— Não seria a primeira vez que deixam. Mas não precisam se preocupar, eu dou um jeito.

— Vou jogar uma azaração nos seus tios na estação.

Canis então tomou o telefone das mãos do irmão, ouvindo reclamações dele. Empurrou-o para longe quando tentou pegá-lo de volta.

— Recebeu nosso presente de aniversário? — perguntou.

— Sim! — Harry respondeu. — Aquele pomo de ouro era mesmo do meu pai?

— Papai disse que James vivia andando com esse pomo para todo todo na escola. Ele achou que seria uma boa ideia dar a você.

— Eu… Nem sei o que dizer. Obrigado mesmo.

Therion pegou o telefone e recebeu um olhar mortal do irmão, que tentou pegá-lo de volta. Ele se levantou e ficou em pé no sofá com o objeto em mãos.

— Aqui é o Therry e espero que tenha gostado.

— Eu adorei! Obrigado, de verdade. — Harry sorria largo, de pé ao lado do telefone. Mesmo sem poder ver, o Black mais novo conseguia sentir que ele estava feliz e realmente agradecido pelo presente. — Prometo que vou tentar comprar um presente legal no aniversário de vocês. Quando é mesmo?

— No solstício de inverno.

— 21 de dezembro, certo?

— É. O dia mais sombrio do ano. Maneiro, não acha? Para, Canis! Eu estou falando com ele.

— Eu quero falar também! — Canopus usou um feitiço para dar choque no irmão, que deu um gritinho fino enquanto ele pegava o telefone. — Se estiver falando no nosso aniversário, aceito um novo estojo para manutenção de vassouras ou um livro sobre criaturas mágicas da América. Li sobre uma certa vez e fiquei curioso, mas papai não tem livros sobre.

— Eu quero o melhor livro de poções que encontrar — Therion disse alto para que Potter pudesse ouvir. — E um kit completo se puder.

Os gêmeos se empurravam e chutavam, brigando pelo telefone para poder falar com o amigo. Do outro lado, Harry apenas ria quando ouvia eles brigarem para falar consigo, a cada momento um tomando a posse do aparelho para poder falar.

Em dado momento, Therion estava novamente falando com Harry, perguntando sobre o dever que havia sido passado para as férias, sobre a caça às bruxas na idade média, pelo professor de História da Magia. Canis tentou acertar um feitiço no irmão, que rapidamente se defendeu, com a varinha em uma mão e o telefone em outra.

O mais velho dos gêmeos bufou e cruzou os braços. Iria tentar novamente, mas avistou o Profeta Diário jogado no chão. Franziu o cenho e pegou-o, observando a primeira página.

O garoto paralisou. A risada de seu irmão parecia estar sendo ouvida a vários metros de distância e o mundo estava girando ao seu redor. Permaneceu parado de pé, encarando fixamente a manchete e a imagem que se movia no centro.

SIRIUS BLACK FORAGIDO

Ainda não se sabe como conseguira tal proeza, mas Sirius Black, preso há doze anos em Azkaban por assassinar um bruxo e doze trouxas e explodir uma rua movimentada, além de aliar-se ao Lorde das Trevas, está foragido há dois dias.

O ministro da magia, Cornelius Fudge, diz para a população permanecer calma e que tudo será resolvido em breve.

O Departamento de Aurores do Ministério da Magia britânico pede cuidado a todos os cidadãos bruxos e que quaisquer indícios de Black pelos arredores seja imediatamente avisado às autoridades.

As mãos de Canopus começaram a tremer. O sorriso de Therion abandonou seu rosto ao notar o estado de choque do irmão e um silêncio ensurdecedor instaurou no cômodo. Nunca vira o gêmeo com um olhar tão paralisado de tamanha surpresa.

Harry estranhou o silêncio repentino e por um momento pensou que a ligação tivesse caído.

— Therion? — chamou — Ei, Therry! Ainda está na linha?

— Um momento, Hazz — pediu e afastou o telefone da orelha. — O que foi, Canis?

— E-ele fugiu…

— Ele quem? De onde?

Canopus nada mais disse, apenas mostrou o jornal para o irmão. Foi a vez de Therion paralisar de choque ao ler a manchete. O telefone caiu de sua mão ao que ele agarrava o Profeta Diário, tremendo muito, e verificava se não estava vendo coisas.

A respiração do mais novo encontrava-se acelerada ao que sentia como se sua garganta fechasse e os pulmões parassem de funcionar. O maior pesadelo deles havia se tornado realidade.

— Therry? Canis? — Harry continuava a chamar, mas eles estavam muito em choque para dar atenção. — Tem alguém ouvindo?

Silêncio.

— Mas que porr...— Potter estava prestes a xingar, quando viu a porta se abrir.

— Com quem está falando, garoto?!

— Foi engano. — Ele encerrou a ligação.

Os gêmeos continuavam paralisados, ambos tremendo e com olhares apavorados.

Remus saiu da cozinha quando notou um silêncio repentino e incomum. Ele abriu a boca para perguntar se estava tudo bem quando notou o jornal nas mãos de Therion. Engoliu em seco e xingou-se mentalmente por não ter desintegrado aquele maldito jornal.

Os garotos viraram-se para ele. Ver o desespero daqueles olhos acinzentados partiu seu coração em milhares de pedaços e doeu muito mais que o pior dos ciclos.

— Oh minhas estrelas… — disse com pesar e apertou os lábios, sentindo-se culpado por eles descobrirem daquela maneira.

— O senhor sabia, não é? — Canopus perguntou com a voz falha.

Remus não disse nada, mas seu olhar entregava que, sim, ele sabia.

— Desculpa não ter contado. E-eu… — Não sabia o que dizer. Não estava preparado para isso.

Não sabia o que fazer naquele momento além de ir até eles a passos lentos e cautelosos. E nada poderia prepará-lo para o que sentiria ao ver as lágrimas brilharem na imensidão de um azul cinzento que possuíam em seu olhar.

Eles tentaram segurar, mas não conseguiram.

— E-ele vai vir atrás de nós… Não vai? — Therion perguntou, sua voz tão trêmula quanto suas mãos.

— Não sei. Realmente não sei o que ele pode fazer agora.

— Devia ter contado.

— Eu só… Queria proteger vocês.

— Como ele fugiu? Ninguém foge de Azkaban! — Canopus questionou num volume alto. — E-ele pode estar em qualquer lugar!

— O que vamos fazer agora? Ele não pode estar mesmo solto. Deve ter havido algum engano, papai! Ele não fugiu de Azkaban… E-ele...

Lupin abraçou seus meninos com força e tentou acalmá-los. Com todas as suas forças, conteve a própria vontade de chorar para deixar que eles derramassem suas lágrimas em seus ombros. Aquela situação estava abalando todas as suas estruturas, mas não poderia desabar na frente deles. Não podia.

Apenas apertou-os o mais forte que pôde em seus braços e beijou seus cabelos, acariciando os fios negros de ambos, enquanto eles enterraram os rostos em seu peito.

— Eu estou aqui e não vou deixar nada acontecer a vocês. Nada.

— Papai — Remus abaixou o olhar em direção a Therion, observando a dor e o medo em seus olhos. — Vamos nos mudar de novo… Não vamos?

— Vamos, por precaução. Para o mais longe que pudermos… onde Sirius não nos encontre.

***

Lupin e os filhos realmente foram para o mais longe que podiam. Estavam há duas semanas vivendo em uma pequena casa no interior de uma cidade ao norte da Inglaterra, próximo a um vilarejo bruxo a centenas de quilômetros de Londres.

A residência ficava próximo a uma floresta, o que ajudou bastante quando chegou a lua cheia. Remus se transformou por lá, enquanto a casa permanecia trancada com os mais poderosos feitiços de proteção que conseguiu colocar. Therion e Canopus muito em breve completariam 14 anos, e mostraram ao pai que ele poderia confiar que eles estariam seguros sozinhos e longe de sua forma lupina. Ele retornou de manhã e encontrou o café da manhã pronto junto a dois meninos prontos para curar seus ferimentos.

Lupin ensinou-os alguns feitiços novos de defesa também, incluindo o feitiço do patrono — embora eles ainda não tenham tido sucesso neste. Se eles entrarem em alguma enrascada ou Sirius aparecer, queria que eles estivessem preparados.

Dumbledore havia o visitado mais uma vez no dia anterior, para insistir que aceitasse o emprego de professor. A proposta pareceu ainda mais tentadora quando ele ofereceu quantas doses da Poção Mata-Cão precisasse e disse que a Casa dos Gritos continuava firme e forte como antes, pronta para recebê-lo. Além, é claro, da chance de estar próximo dos filhos num lugar seguro.

Estava realmente pensando seriamente na proposta.

Agora, Remus encontrava-se justamente considerando os prós e contras, enquanto os filhos treinavam alguns feitiços na frente de casa. Eles estavam muito afastados de qualquer outra residência, então ninguém poderia vê-los. Estava sentado ao lado da janela com uma xícara de chocolate quente e uma barra de chocolate, enquanto ouvia um disco de um cantor trouxa na vitrola e de vez em quando mirava o olhar nos garotos.

Ele acabou por pegar um livro para ler, antes que sua cabeça explodisse por tanto pensar na proposta de Dumbledore, e também na fuga de Sirius. Voltou sua atenção para as páginas e tentou limpar sua mente, ficando na leitura.

— Você não acabou de transfigurar minha boina em um texugo, né? — Therion encarou o irmão, segurando o animal em suas mãos depois de tirá-lo de sua cabeça.

— Desculpa — Canopus desculpou-se e caiu na gargalhada. Aproximou-se do irmão e fez um carinho na perfeita imitação do animal lufano. — Sua boina é lufana! — caçoou.

— Muito engraçado, estou morrendo de rir — forçou uma risada. — Transfigura de volta, o sol está forte hoje.

Canis fez o que o irmão pediu e viu ele colocar o acessório na cabeça, a aba protegendo-o um pouco dos raios solares.

Ambos usavam boinas pretas sobre os cabelos escuros e vestiam roupas mais leves por conta do calor do verão. Suas camisas brancas de algodão tinham as mangas dobradas até acima dos cotovelos e as calças de tecido mais leve estavam presas com suspensórios, as barras dobradas até pouco abaixo do joelho. Estavam descalços, mas não se incomodavam nem um pouco em pisar diretamente no chão.

Desde que limpassem os pés antes de pisar na casa que Remus acabou de limpar, estaria tudo bem. Ou então, levariam uma grande bronca.

Voltaram a praticar os feitiços. Enquanto isso, conversavam sobre o fim das férias próximo e o início do terceiro ano.

— Pesquisamos bastante sobre animagia na biblioteca e durante as férias, mas… Será que funcionaria mesmo? — Therion perguntou enquanto conjurava um escudo.

— É provável. Pense: um lobisomem não ataca animais a menos que seja necessário. Logo, se nos transformarmos em animais…

— Papai não irá nos atacar enquanto estiver transformado na lua cheia — concluiu. — Parece uma ideia maluca.

— Parece. E pode dar muito errado, mas… E se der certo?

— E se der errado?

— Você é um empata-chapéu com a Grifinória! Deveria ser mais impulsivo e pensar menos.

— Meu lado sonserino calculista me faz ponderar melhor as opções. E você foi um quase empata-chapéu com a Grifinória, não pode falar nada de mim.

— O chapéu demorou quatro minutos e meio comigo. Com você foram onze!

— Não me lembre disso. Sabe como foi vergonhoso ficar mais de dez minutos naquele banquinho com todos me encarando como se eu fosse um monstro quando ouviram o nome "Black"? Eu gosto de atenção, mas não desse tipo.

— Eu sei.

— Quase soquei a cara do Finnigan no dia seguinte quando começou a falar daquele maldito no corredor.

— Agora fala como um grifinório.

— Cala a boca. Você socou o Crabbe quando ele insinuou que nós abrimos a câmara.

— Ele já estava me irritando mais que o Malfoy. Snape me deu uma semana de detenção limpando os banheiros por causa disso.

Therion riu.

— Mas foi divertido quando explodimos o caldeirão dele depois por isso. O cabelo dele ficou com o cheiro daquela poção que ele estava fazendo por dias.

— Foi mesmo — Canopus concordou. — Quando Snape vai entender que a cada detenção, faremos uma pegadinha a altura?

— Deixar a capa dele cor-de-rosa foi engraçada. Podíamos fazer isso com o uniforme do time adversário no primeiro jogo de quadribol.

— Gostei da ideia. Merliah vai adorar ajudar.

— Se recusarem ela no time de novo, ela vai querer fazer isso com os próprios sonserinos.

Ambos sorriram maldosos com os planos para travessuras futuras em Hogwarts. Quem sabe eles convidassem o queridíssimo amigo Harry Potter para participar de alguma delas.

Therion tentou jogar um feitiço de surpresa no irmão, mas ele foi rápido em erguer um escudo de defesa, enquanto ria da tentativa falha.

— Boa tentativa, irmãozinho.

— Mas foi um belo ataque surpresa, admita.

Confringo!

O mais novo pulou para o lado para desviar do feitiço e acabou caindo no chão. Os dois começaram a rir, se divertindo com isso, por mais perigoso que tal brincadeira pudesse parecer. Ouviram um barulho vindo dos arbustos próximos a eles.

Eles cessaram as risadas, e Therion continuou no chão. Puderam vislumbrar alguma coisa escura ali perto e apertaram as varinhas em sua mão. No entanto, relaxaram e abaixaram a guarda ao avistar pelos escuros e ver que era apenas um cachorro.

Um cão enorme. Porém, pareceu inofensivo, principalmente quando fez barulhos que eles identificaram como um choro.

Eles eram bruxos, então animais com tamanhos não muito convencionais não seriam novidade.

Canopus sorriu fraco e se ajoelhou no chão, enquanto Therion se sentava. O mais velho estendeu a mão devagar e acariciou os pelos negros do cão quando este se aproximou devagar, ainda chorando.

— Hey, amigo. O que houve? — falou num tom de voz doce, enquanto fazia um carinho no animal. — Você é bem grande, hm? E bonito… Apesar de um pouco sujo.

— Será que está machucado? Ele está chorando.

Canis apenas balançou a cabeça, sem saber.

Therion aproximou-se devagar e também começou a acariciar os pelos do cachorro, que permanecia manso. Também sorriu, rindo logo em seguida quando ele cheirou seu rosto e o lambeu.

Enquanto o irmão ria com o cão, Canopus analisou-o com cuidado, conversando com ele. Percebeu que estava machucado, mas não muito. E talvez estivesse com sede naquele calor.

— Parece que alguma coisa feriu você. Se foi algum de nossos feitiços, juro que foi sem querer.

— Acha que ele entende algo do que dizemos?

— Claro! Qualquer criatura consegue entender. Pode não compreender todas as palavras, mas sabem quando estamos sendo gentis — disse olhando para o irmão e então encarou o cão. — E você parece ser um cachorrão bem inteligente, não é? Consegue nos entender, hm? — agora sorria largo e afagava as orelhas do animal. Quando ele lambeu seu rosto, riu e encarou os olhos dele. — Está com sede? Therry, conjura um pouco de água.

— Eu não lembro o feitiço.

— Pega lá em casa então. Eu vou fazer um feitiço de cura. Está calor hoje, ele deve estar morrendo de sede.

— Okay, você é o especialista.

O cão deitou-se no chão e apoiou a cabeça no colo de Canis, que sorriu com o ato.

Therion correu para dentro de casa. Remus apenas ergueu o olhar para ele e depois voltou para seu livro, atento demais a história.

— O que está fazendo na cozinha, Therry? — perguntou passando uma página.

— Só pegando água.

— Está calor. Bebam bastante água e não façam esforço além do necessário. Quer chocolate?

O garoto assentiu e pegou um pouco de chocolate antes de sair com a água. Lupin sequer ergueu os olhos de seu livro.

Enquanto isso, Canopus usou sua varinha para realizar um feitiço de cura simples e um que fazia bandagens se enrolarem a feridas, as quais rodearam as patas dianteiras do cachorro. Therion chegou depois com um copo d'água, o qual o irmão transfigurou num pote.

O cão bebeu a água, alvoroçado, mostrando que realmente estava com sede.

Therion deu metade do chocolate que pegou para o irmão, e eles rapidamente morderam um pedaço.

— Eu até te daria um pouco, mas isso aqui pode te matar — Canis disse. — Acho que temos mais chocolates do que comida em casa.

— Você ainda duvida disso? — Therry riu. — Viu minha varinha? Acho que deixei cair.

O cachorro então afastou-se e pegou a varinha do garoto caída no chão com a boca. Os gêmeos riram, e o mais novo pegou sua varinha de volta.

— Você é mesmo inteligente.

— Eu falei. Deve conviver com bruxos e reconhecer o que é uma varinha e ligá-la ao som da palavra.

— Ele parece bem melhor agora. Nem está chorando mais.

— Ele só precisava de alguns curativos e um pouquinho de água.

O cão se abaixou nas patas dianteiras, abanando o rabo. Os garotos riram e ficaram de pé, já completamente sujos. Suas blusas antes brancas agora estavam encardidas, assim como eles por si só, mas realmente não se importavam. Nem um pouquinho.

Eles se afastaram um pouco, risonhos, e o cachorro correu por entre eles. A água e os feitiços de cura haviam mesmo ajudado. Isso deixou os meninos felizes e mais sorridentes, e começaram a brincar com ele.

Até o cão latir e chamar a atenção de Remus.

O homem ergueu o olhar de seu livro no mesmo instante que ouviu o latido, encarando a janela. Seus olhos se arregalaram ao ver o grande cachorro de pelagem negra e seu coração acelerou, descompassado, por reconhecê-lo. Não tardou em abandonar a leitura e alcançar sua varinha, correndo para fora de casa.

Não pensou, apenas agiu.

— Afastem-se!

— Hã? — os dois garotos encaram Remus, confuso.

— Fique longe deles.

— É só um cão de rua, pai — Canopus disse e fez menção de se aproximar do cachorro outra vez.

— Não é!

Lupin puxou-os para longe do animal, que encarou-o enquanto ele apontava a varinha em sua direção. Então o cão correu para longe, e, sem pensar, ele correu atrás.

Seus pés moviam-se por si só, perseguindo o animal. Sequer olhava o caminho que seguia, apenas agia por impulso.

SIRIUS!

Ao não prestar atenção, acabou por tropeçar na raiz de uma árvore grande e velha e caiu no chão. Grunhiu dolorido pelo impacto e olhou ao redor.

Não ouviu nada além de pássaros. Havia perdido ele de vista.

Remus apertou sua varinha com força enquanto o desespero tomava conta. Sirius havia se aproximado dos seus filhos. Ele os encontrou e chegou perigosamente perto deles.

A adrenalina corria por suas veias e uma força inimaginável se apoderou de Lupin. Com os punhos cerrados, o medo e vontade de proteger seus filhos tomou conta de si enquanto ele se levantava lentamente e ficava de pé.

— Eu sei que é você, Padfoot — declarou, ofegante, mesmo que não avistasse nada. — VÁ EMBORA! NÃO VOLTE! — começou a gritar com toda sua força, colocando todos os seus sentimentos de raiva, frustração, desespero, medo e tristeza na voz. As lágrimas queriam voltar aos seus olhos mais uma vez, mas ele as conteve e engoliu o nó que se formava em sua garganta. — NÃO SE APROXIME DOS MEUS FILHOS OUTRA VEZ, ENTENDEU?

Ele colocou bastante ênfase em "meus filhos". É isso que aqueles meninos eram, os seus filhos. Sua família. Eram tudo para ele. Absolutamente tudo.

— Se chegar perto deles de novo… — Não conseguiu concluir seu pensamento em palavras. Apenas grunhiu alto, levando as mãos aos cabelos e descontando seu desespero nos fios loiros escuros.

Seus olhos percorreram os arredores, mas não viu nada. Não sabia se ele tinha ouvido, e não ficaria muito mais tempo para descobrir.

Mas ele ouviu.

— Vamos embora — disse ao voltar para frente de sua casa, onde os gêmeos aguardavam preocupados e confusos.

— O quê? Por que? — Therion perguntou sem entender.

— Arrumem suas coisas e vamos sair daqui, AGORA!

— Mas papai... O que está acontecendo? — foi a vez de Canis questionar enquanto seguia o pai transtornado para dentro de casa.

— Era o Sirius! Entenderam? Não era só um cachorro, era ele! Eu explico melhor depois. Agora, arrumem as malas e vamos embora.

Os garotos arregalaram os olhos. Ainda não entenderam, mas deixariam as perguntas para depois. Obedeceram ao pedido de Remus e correram para o quarto, usando suas varinhas para guardar tudo dentro das malas.

Guardaram tudo às pressas, sem pensar muito. Remus queria ir embora o quanto antes.

Enquanto os garotos terminavam, Lupin escreveu em um papel com certa pressa uma carta anunciando sua decisão a Dumbledore de forma urgente. Guardou-a em um envelope sem se preocupar em dobrar o papel da maneira certa.

Canopus e Therion saíram do quarto puxando suas malas e usando magia para mandar tudo o que restasse para dentro de uma caixa que foi colocada nos fundos de uma mala do pai, encantada para caber tudo durante as mudanças.

— Hermes — Remus chamou e assobiou alto. A coruja negra pousou sobre a mesa, e ele entregou-lhe a carta. — Leve a Dumbledore o mais rápido possível e nos encontre depois. Vá!

A coruja voou pela janela em direção aos céus.

Lupin saiu da casa com os meninos, fechando todas as portas e janelas, sem deixar nada para trás. Seguiram em direção ao vilarejo próximo.

— Para onde vamos? — Canopus perguntou.

— Não sei. Mas vamos sair daqui e arranjar um lugar para ficar até o início das aulas semana que vem.

— O senhor vai…

— Sim, Therry. Apressem-se!

Não disseram mais nada, apenas seguiram caminhando a passos rápidos.

Remus havia decidido. Ele iria para Hogwarts com os filhos e aceitaria ser o professor de DCAT a partir daquele ano. Não estavam seguros com Sirius a solta, e ele precisava estar por perto para protegê-los. Não os deixaria sozinhos.

Estaria ao lado deles a todo momento, porque eles são suas estrelas, tudo que ele tem e mais ama no mundo.

E ele é tudo que aqueles garotos têm.

—————————

Olá, meus amores!
Tudo bem?

Sirius retornou. É agora que as coisas começam a se movimentar na história.

Como será que irão lidar com isso agora, hm? Ansiosos para verem tudo se desenrolar? Rsrsrs

Agora se inicia a segunda fase da história, que contará o terceiro ano e tem início com a fuga do Sirius. A primeira foi apenas os dois primeiros anos e o comecinho da jornada deles, estabelecendo as principais relações e explicações da vida deles.

Volta e meia posso acabar trazendo alguma lembrança do segundo ano que tenha seja importante. Decidi fazer essa quebra de tempo e apenas um resumo pois nem tudo seria interessante trazer e não quero apenas estender as coisas demais.

Desculpa se o capítulo ficou grande demais rsrsrs

Espero que estejam gostando!
Não se esqueçam de votar e comentar, okay?

Em breve retorno com mais.

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋

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