V. Detentions
Em um mês, os gêmeos Black bateram o recorde de detenções acumuladas num período tão curto de tempo. E para a surpresa dos professores, isso não os fazia serem menos excepcionais durante as aulas. Eles sabiam usar de sua esperteza tanto para estudo quanto para aprontar.
Seria quase impossível enumerar todas as suas travessuras, mas pode-se dizer que é claro que eles se divertiram em todas. Realmente tentaram tornar os dias seguintes a primeira semana estressante que tiveram muito melhores.
Um dia eles colocaram na água de Snape uma poção que deixou sua voz extremamente fina por dois dias. Os alunos se seguraram para não rir durante a aula, mas caíam na gargalhada quando esta acabava. Em outro, Theorion enfeitiçou as roupas de três grifinórios que ficaram enchendo o saco com a história do pai deles para ficarem verdes e com várias flores enquanto entravam no salão principal para o café da manhã.
A travessura mais memorável certamente foi quando fizeram os cabelos de Snape ficarem verdes, como a cor de sua querida casa. Se o professor fazia questão de não ser amigável com eles, revidariam ao estilo gêmeos Black.
Uma de suas detenções foi por serem pegos fora da cama depois do toque de recolher para fugirem até a Torre de Astronomia ficar observando as estrelas.
Hogwarts não saberia dizer quem havia dado mais dor de cabeça para McGonagall naquele mês: os Black ou os Weasley.
E pode-se dizer que os gêmeos Weasley ficaram impressionados com seus jovens concorrentes sonserinos.
No dia de Halloween, logo após saírem de sua última detenção, Therry e Canis foram até uma árvore no pátio externo, onde se sentaram escorados ao tronco e começaram a ler dois livros sobre feitiços e História da Magia que traziam consigo. Logo Merliah acabou juntando-se a eles com seu livro sobre arte bruxa que ganhou de presente.
Os três eram certamente inseparáveis. Quase sempre eram vistos juntos.
No dia anterior havia sido o aniversário da garota, e os gêmeos pediram ajuda ao pai para dar um presente a ela. Ela havia dito que gostava de arte e vivia desenhando e pintando em um caderno que trouxe de casa. Resolveram que seria uma boa ideia apresentá-la a arte bruxa e pediram a Remus um livro sobre o assunto.
Lupin ajudou-os com prazer, afinal ele ficava muito feliz em saber que os filhos haviam feito uma grande amiga. E ela amou o presente.
Eles passaram boa parte da tarde ali lendo e conversando antes de voltarem para a sala comunal. Os gêmeos ficaram jogando xadrez bruxo, enquanto a amiga apenas observava e tentava aprender a jogar. Permaneceram ali até a hora do jantar.
No fim, Therion venceu quatro partidas e Canopus duas.
O jantar estava sendo como qualquer outro. Muita comida e os alunos conversando. O pequeno trio sempre junto, vez ou outra respondendo à altura seus colegas sonserinos quando restavam sua paciência.
Por ser Halloween, havia uma infinidade de doces, e abóboras decorativas flutuavam acima das mesas.
Tudo parecia normal, até o Professor Quirrel chegar.
— TRASGO... NAS MASMORRAS — ele gritava e corria pelo salão. — Eu só achei que deveria dizer…
E então ele desmaiou e caiu de cara no chão. Os alunos começaram a se desesperar e se levantarem para correr.
Dumbledore pediu calma a todos, o que era meio difícil numa situação como aquela. Uma criatura havia invadido a escola e todos os alunos corriam perigo. O pânico era inevitável.
— Iremos averiguar a situação — falou calmamente. — Todos os monitores, levem os alunos de volta aos dormitórios.
— Mas o dormitório da Sonserina fica nas masmorras! — Draco exclamou.
Pela primeira vez, os gêmeos tiveram que concordar com Malfoy. Eles estariam indo direto para o perigo.
Infelizmente, nada foi dito quanto a isso. Os sonserinos seguiram para fora do salão junto dos alunos das outras casas. Estava uma verdadeira bagunça de crianças assustadas e veteranos tentando pagar de corajosos, mas com tanto medo quanto.
Enquanto seguia na direção oposta à que os grifinórios iam, Therion acabou olhando para trás e viu Harry e Ron se afastando dos alunos de sua casa. Ele puxou a manga da capa do irmão para chamar sua atenção.
— Harry e Rony correram para lá — apontou na direção que os viu.
— O que aqueles idiotas foram fazer?
— Não sei, mas sinto que isso pode acabar mal.
— Vamos lá.
— Ei! Voltem aqui! Onde vão? — Merliah chamou-os quando os viu se afastar.
Ela revirou os olhos ao ser ignorada, imaginando que se meteriam em mais confusão.
Eles correram na direção que o mais novo viu os dois grifinórios irem. Correram pelos corredores até avistarem-nos próximo ao banheiro feminino. Corriam tão rápido que não conseguiram frear a tempo e se bateram contra eles, e os quatro caíram no chão.
Rony resmungou dolorido ao sentir o peso de todos os outros três sobre si, esmagando seu peito contra o chão. Os gêmeos se desculparam enquanto se levantavam e ajudavam os garotos.
— O que estão fazendo aqui? — Harry perguntou.
— Isso que eu pergunto a vocês! — exclamou Therion. — Vi vocês vindo pra cá.
— Querem morrer?
— Hermione não sabe sobre o trasgo! Ela ficou no banheiro até agora.
— Merlin! Ela…
O grito de Hermione foi ouvido pelos garotos, que não pensaram antes de correr até o banheiro. Eles escancaram a porta e deram de cara com o trasgo e Granger encolhida contra a parede oposta, apavorada.
— Hermione! — Harry e Ron a chamaram.
Os gêmeos começaram a jogar destroços do banheiro parcialmente destruído na criatura para chamar sua atenção. O trasgo parou de avançar até Hermione, atordoado, e virou-se para os garotos.
Os meninos engoliram em seco ao ter toda a atenção do monstro enorme. Tinha quase quatro metros de altura e pele acinzentada, com vários calombos pelo corpo. Não era nada bonito e fedia demais.
Harry e Therion, em um ato impulsivo de coragem, pularam sobre a criatura. Ambos agarraram-se à cabeça dele, enquanto eram chacoalhados de um lado a outro. O Black fincou suas unhas curtas no olho esquerdo do trasgo e Harry enfiou sua varinha no nariz dele.
O trasgo urrou de dor, erguendo um um bastão.
— Façam alguma coisa! — ordenaram em uníssono.
Rony e Canopus pegaram suas varinhas e olharam ao redor, pensando no que fazer. Black usou um feitiço para levitar a porta de uma das cabines quebradas e jogou-la contra a criatura.
— Wingardium leviosa! — Weasley ditou.
O bastão voou imediatamente da mão do trasgo e subiu no ar cada vez mais alto, até parar e cair com um baque estrondoso em sua cabeça. Harry e Therion gritaram, enquanto iam ao chão junto do monstro.
Todos ficaram olhando uns para os outros, ofegantes e assustados. O banheiro parcialmente destruído, um enorme trasgo desmaiado no chão e cinco crianças no meio de tudo isso. Quem diria que aquilo poderia acontecer em Hogwarts?
Therion se levantou e ajudou Harry, enquanto Hermione ia até eles devagar, ainda assustada com o ocorrido. Os olhos dela estavam vermelhos, denunciado o quanto havia chorado.
— Está morto? — Rony perguntou.
— Não, só desmaiado — Canopus respondeu, observando a criatura. — Como um trasgo entrou na escola?
Ninguém possuía uma resposta para aquilo.
— Obrigada pela ajuda — Hermione agradeceu, sincera.
— Não tem de quê. — Harry sorriu.
— Por que vocês dois nos ajudaram? — Weasley questionou aos gêmeos.
— Por que não ajudaríamos? — Therion inclinou a cabeça confuso.
— Er… Bem… Sabe, vocês são…
— Sonserinos e filhos de um assassino preso em Azkaban? — Canopus complementou friamente, cruzando os braços. Rony desviou o olhar, encabulado. — Sinceramente, não é porque meu pai é um criminoso cruel e sem coração que eu também sou. E nem porque sou sonserino que sou igual a outros tipo o Malfoy, ele com certeza deixaria vocês morrerem.
— Vocês parecem legais — Harry falou.
— Nós somos! Pode confiar, testa-rachada — Therion garantiu e sorriu para ele enquanto empurrava sua cabeça pressionando um dedo na cicatriz de raio. — E parabéns por ter entrado para o time de quadribol. Infelizmente, seu primeiro jogo contra a Sonserina será terrível.
Harry riu e sorriu de volta, tocando a marca em sua testa.
— Farei o meu melhor para provar que está errado, Black.
***
Com a chegada do inverno, veio também o recesso para as festas de fim de ano.
Durante o mês de novembro houveram as aulas e o início dos jogos de quadribol. Harry mostrou-se um excelente apanhador, mesmo ainda no primeiro ano, o que fez Therion e Canopus perderem uma aposta que resolveram investir com Rony e os gêmeos Weasley.
Eles estavam decididos a entrar para o time no ano seguinte e ganhar muitos jogos para a Sonserina.
Ao chegar dezembro, começaram as preparações para as festas. Os Black foram para casa passar as férias com Lupin, que buscou-os na estação de trem e juntos decoraram a árvore de Natal, como faziam todo ano. Não deixariam a tradição de lado mesmo com a escola.
Eles contaram a Remus sobre o início do ano letivo e levaram algumas broncas por aprontarem tanto, inclusive por darem um soco na cara de alguém. Esse último Lupin no fim perguntou se valeu a pena, e eles responderam que com toda a certeza valeu.
Remus pareceu um pouco abalado quando eles contaram sobre Harry Potter, mas exibiu um grande sorriso para os filhos quando lhes contaram que ele havia entrado para o time de quadribol. Ele imaginava que seu falecido amigo James ficaria muito feliz e orgulhoso com aquilo. Isso rendeu uma conversa sobre os jogos em sua época, mesmo que fosse apenas um espectador e não jogasse.
No aniversário dos gêmeos, ele fez um bolo de chocolate, como no anterior. Nevava bastante do lado de fora e os três estavam bem agasalhados em frente a lareira enquanto comiam o bolo e os meninos abriram seus presentes.
— Chegou algo para vocês pelo correio coruja hoje de manhã — Lupin avisou e pegou o embrulho, que vinha com uma carta. — Imaginei que fosse um presente de algum de seus amigos.
Canopus abriu a carta, enquanto Therion rasgava todo o embrulho sem nenhum cuidado, o que fez Remus rir. Eram duas pequenas caixas de couro preto com detalhes em dourado. No centro, gravado também em dourado, havia uma logo acima de um nome: STUART JOALHERIA E OURIVES.
— É da Liah. A família dela não tem uma loja de jóias no centro de Londres?
— Sim. Foi o avô dela que fez aquele colar que ela não tira do pescoço nunca.
— Ela escreveu essa carta. — Canis sorriu e começou a ler em voz alta.
“Caros Canopus e Therion,
Feliz aniversário! Muitos anos de vida, coisa e tal, essas baboseiras que dizemos.
Pedi ao meu avô para fazer esses colares de presente para vocês. Achei que eles seriam uma boa escolha já que vocês têm nomes de estrelas. Vovô preferia que fossem de ouro, mas acho que prata combina melhor com sonserinos e ainda tinha um pouco no estoque. Espero que gostem!
Obrigada por serem tão bons amigos. Amo vocês.
E eu e minha família desejamos um Feliz Natal adiantado para vocês e seu pai (o pai bonzinho).
Até a volta às aulas!”
— E a infeliz disse que não podia comprar um presente!
— Tecnicamente, ela não comprou. Ela pediu para o avô, que trabalha com isso, fazer pra gente. E olha, tem mais! — Therion colou no irmão para ver o que mais tinha.
P.S: Eu até poderia dar um presente de Natal, mas mamãe sempre diz que se você faz aniversário perto do Natal, um presente já vale pelos dois. Sintam-se satisfeitos, deu muito trabalho para ajudar o vovô a finalizar.
Remus caiu na risada quando leram essa parte em voz alta.
— Que caralhos de lógica é essa?
— Sem xingar, Canis! — Lupin cessou a risada para repreendê-lo.
— O senhor fala coisas piores. Com quem acha que aprendemos?
— Eu sou o adulto aqui, eu posso. Abram logo o presente, estou curioso para ver.
— Tem nossos nomes embaixo — pontuou Therion ao virar uma das caixas e ver uma etiqueta com o nome do irmão. Entregou a ele.
— Para não trocarmos, acredito.
Os garotos deram de ombros e abriram a caixa. Seus olhos brilharam ao verem os belos colares prateados ali e um imenso sorriso surgiu em seus lábios. Eles pegaram os acessórios com cuidado, admirando os pingentes.
Cada colar possuía uma estrela dentro de um círculo, com uma pedra azulada no centro, um pouco mais clara que seus olhos. Atrás, havia o nome deles gravado na prata, junto do nome de uma respectiva constelação:
Therion R. Black – O lobo, Constelação Lupus
Canopus A. Black – A estrela guia, Constelação Carina
— Tem nossos nomes e as constelações atrás! — Therry constatou animado.
— Constelação Carina. Meu nome vem da estrela mais brilhante dela — Canis disse com um grande sorriso. — Sirius escolheu por causa da nossa mãe, não foi? Era o nome dela.
— Sim. Karina Radcliffe. Nunca parei para pensar nisso. — Confirmou Remus.
— Preferia ter o sobrenome dela.
— Ou o seu — Therion sugeriu.
— Black pode ser um nome complicado de carregar, mas eu sei que vocês conseguem fazer ele ter um legado muito melhor. Vocês não são como nenhum outro Black.
Os garotos sorriram para o pai. Se aproximaram para que ele colocasse os colares em seus pescoços e depois o abraçaram com força, surpreendendo Remus, que não esperava pelo abraço.
— Mas o senhor tem que concordar que Canopus e Therion Lupin são perfeitos — Canis falou.
Remus riu.
— São sim — concordou. — Minhas estrelas perfeitas.
Beijou a bochecha de cada um e os aconchegou em seus braços. Eles deitaram a cabeça em seus ombros e permaneceram ali até adormecerem.
***
A volta às aulas foi tranquila.
Os gêmeos agradeceram pessoalmente a amiga pelo presente de aniversário ainda no trem. Segundo ela, era o mínimo que poderia fazer por eles.
Passaram bastante tempo na biblioteca estudando. A lua cheia de dezembro havia passado no período em que os garotos estavam em casa, o que os fez decidirem aproveitar da enorme disponibilidade de livros da escola ao voltarem para pesquisarem para seus objetivos futuros de um dia ajudarem o pai.
Na verdade, eles tinham uma pequena ideia inicial, mas parecia loucura e precisariam de muito estudo e preparo.
Os irmãos estavam na biblioteca quando viram mais uma vez Harry e Rony ali. Eles pareciam procurar algo incessantemente nos livros. Decidiram ir até onde o moreno de óculos e o ruivo haviam se sentado e se colocaram à frente deles.
— O que estão lendo? — Canopus perguntou.
— Estamos procurando informações sobre uma coisa. Estamos tentando achar desde o Natal — respondeu Harry.
— Sobre o quê?
— Nicolau Flamel.
— Nicolau Flamel? Por que não me procuraram antes? — Therion ofegou indignado e correu até uma prateleira. Ele buscou um livro sob o olhar curioso dos dois grifinórios. — Francamente, quando dissemos que podiam confiar em nós para ajudar, não estávamos brincando.
— Você conhece Nicolau Flamel? — Rony perguntou.
— É claro! Quem não conhece? Ele é um dos maiores alquimistas do mundo — o Black falava empolgado enquanto jogava um livro enorme sobre a mesa e abria em uma página.
— Nós lemos quase tudo sobre poções e alquimia, principalmente o Therry. Esse cara é uma lenda!
— Por quê?
— Por quê? Por quê, Harry? — Therion apontou para a informação no livro. — Simplesmente porque ele criou a Pedra Filosofal!
Rony e Harry encararam o livro e viram ali as informações sobre Nicolau Flamel. Hermione chegou logo depois e juntou-se a eles animada ao saber que haviam encontrado.
— Droga! Eu mandei vocês procurarem na seção errada. — Granger lamentou.
— A Pedra Filosofal sempre foi um dos grandes objetivos da alquimia, e Nicolau Flamel conseguiu — explicou Therion.
— Ela consegue transformar qualquer metal em ouro puro e dizem que consegue fazer muitas outras coisas, incluindo o elixir da vida. Flamel não completou 625 anos ano passado apenas cuidando da saúde e com uma alimentação saudável. — Completou Canis. — Incrível, não?
— Brilhante! — Harry exclamou.
— É isso que devem estar guardando naquele alçapão. A Pedra Filosofal está aqui na escola — Hermione deduziu.
— O QUÊ?! — os gêmeos arregalaram os olhos surpresos.
Harry pulou de pé e tapou a boca deles com suas mãos, pedindo para não gritarem. Eles o morderam.
— Ai! Por que me morderam?
— Ninguém mandou colocar a mão na nossa boca — retrucaram.
Eles concordaram em ficar calmos em seguida, mas ainda o encaravam completamente embasbacados.
Então Potter explicou sobre o grande cão de três cabeças guardando algo em uma sala e sobre a tentativa de roubo a um cofre no Gringots, o mesmo que ele visitou com Hagrid. Tudo indicava que aquilo seria a Pedra Filosofal e alguém está tentando pegá-la.
— Tenho certeza que é o Snape.
— Eu não duvidaria. Aquele cara é maluco.
— Maluco é pouco, Canis.
— Vamos falar com Hagrid hoje a noite. Prometem guardar segredo?
— Promessa de gêmeos — Canopus e Therion prometeram em uníssono, com as mãos direita erguidas.
Naquela noite, o trio de grifinórios foi até a cabana de Hagrid durante a noite para questioná-lo sobre a Pedra Filosofal. Os gêmeos decidiram de última hora ir também, afinal estavam morrendo de curiosidade sobre o assunto.
Mas para a infelicidade deles, eles não foram os únicos a sair da cama depois do toque de recolher.
Enquanto caminhavam sorrateiramente pelos corredores sob suas capas com os capuz em suas cabeças, Therion usou o feitiço Lumus para iluminar a ponta de sua varinha e lhes fornecer luz para seguir o caminho. Ao virar a direita, viram a forma de uma pessoa e rapidamente se esconderam em uma parede.
Therion disse "Nox" e apagou a luz de sua varinha. Eles espiaram discretamente para ver quem era que estava ali, também usando o feitiço de luz com sua varinha. Os irmãos abriram a boca surpresos ao ver os fios extremamente loiros e o corpo se virar na direção deles, o que os fez se esconderem novamente.
— O que aquele idiota está fazendo aqui? — Canopus resmungou num sussurro.
— Não sei! Ele não devia estar na cama? — Therry retrucou no mesmo tom.
— Tecnicamente, nós também deveríamos estar.
— Você não viu se ele estava dormindo quando saímos? Ele dorme bem do seu lado!
— Por que eu olharia para a cama do Malfoy para ver ele dormindo? — questionou o gêmeo mais velho, um pouco alterado, mas ainda num tom baixo.
— E eu que vou saber? Você olhou ou não?
Canopus comprimiu os lábios.
— Tenho quase certeza de que ele estava dormindo.
— Quase?
— Tem noites que ele não deixa nem um fio de cabelo pra fora do cobertor, não tem como ter certeza. De todo jeito, ele está aqui fora, não está?
Therion espiou de novo através da parede.
— Ué! Cadê ele?
— Acho que ele já foi — constatou Canopus ao olhar e também não ver mais o garoto. Os dois suspiraram aliviados.
— Ótimo!
— Vamos logo para a cabana do Hagrid e…
— O que vocês estão fazendo?
Os gêmeos berraram e pularam de susto ao ouvirem a voz atrás deles. Eles se viraram assustados, mas logo se acalmaram ao ver que era Draco.
Malfoy segurava sua varinha, a qual iluminava aquela parte do corredor ao redor deles com a luz que saía da ponta. Possuía uma expressão curiosa em seu rosto, e também estava vestido com sua capa da Sonserina.
— Por Merlin, Malfoy! Quer nos matar de susto? — Therion exclamou com a mão no peito.
— O que vocês estão fazendo fora do dormitório?
— O que você está fazendo fora do dormitório? Quer pegar uma detenção? — Canopus retrucou.
— Eu perguntei primeiro, Black.
— Não é da sua conta.
— Vão se meter em encrenca e perder mais pontos para a Sonserina se forem pegos.
— Obrigado por sua imensa sabedoria, não fazíamos ideia disso.
— Você volta como se não tivesse nos visto, e nós não contamos que te vimos se nos pegarem. Pode ir embora — propôs Therion.
— O que vocês estão aprontando?
— Nada que seja do seu interesse. Pode ir pelo mesmo caminho que veio e nos deixar em paz.
— Ou se preferir, posso te estuporar de volta até lá. — Canopus apontou sua varinha para Draco, que sorriu em desafio.
— Nem aprendemos este feitiço ainda.
— Quer pagar pra ver?
Malfoy bufou e virou-se para ir embora. Canopus fez a mesma coisa, virando para o lado oposto junto do irmão.
— Dragãozinho enxerido… Lumus!
A ponta da varinha se iluminou. Eles correram até a cabana de Hagrid e bateram na porta.
O meio gigante não demorou muito para abrir e demonstrou surpresa ao vê-los. Harry, Rony e Hermione já estavam lá do casebre e também demonstraram surpresa ao ver os gêmeos ali.
— Ora meninos! O que fazem aqui?
— O mesmo que o Harry e seus amigos — Therion respondeu e eles entraram.
— Até parece que iríamos perder a chance de saber algo sobre a Pedra Filosofal. Infelizmente, tivemos um pequeno contratempo no caminho, mas aqui estamos.
— Que contratempo? — Harry perguntou.
— Draco Malfoy.
— Mas não se preocupem, nós já resolvemos.
— Isso é um ovo de dragão? Parece prestes a chocar!
— Parece que você entende de criaturas, garoto. É sim!
Hagrid se sentou em uma cadeira e os gêmeos se aproximaram da mesa para ver o filhote de dragão. O ovo começou a chocar e de lá saiu um pequeno dragão.
As crianças observaram admiradas e com sorrisos no rosto. Hagrid parecia incrivelmente feliz e até mesmo fez carinho no filhote, que olhou para ele.
— Ele é lindo, não é? Olha! Ele reconhece a mamãe.
— Eu sei o que é! É um dragão norueguês. Meu irmão Charlie estuda sobre eles na Romênia.
— Seu irmão trabalha com dragões? — Canopus perguntou impressionado.
— Sim!
— Eu sempre quis ver um… Ai!
O dragão mordeu Canis quando ele tentou tocá-lo. Recolheu sua mão imediatamente, observando o sangue escorrer da ferida. Apesar de filhote, os dragões tinham um grande instinto de defesa.
— Norberto, não seja tão rude.
— Norberto? — Hermione encarou Hagrid confusa.
— Ele precisa de um nome, não é?
Rubeus ficou paralisado e pálido de repente.
— O que foi?
— Acho que temos companhia. — Rony apontou para a janela.
Eles se viraram a tempo de ver alguém se afastar.
— Quem era?
— Se aquele dragão de meia tigela nos seguiu… — Canopus dizia saindo para fora a tempo de ver Draco correndo para longe. — Mas é agora que eu lanço uma maldição nesse filho de uma…
— Canis! — Therion e Harry seguraram-no antes que ele fosse atrás.
Eles não ficaram muito mais tempo na cabana. Hagrid cuidou do dedo machucado do garoto, enquanto tentavam ter esperanças de que aquilo não daria muito errado.
Quando saíram, foram caminhando apressados de volta pra escola. Harry contou o pouco que sabiam sobre a Pedra Filosofal para alimentar a curiosidade dos gêmeos sobre o artefato mágico.
— Será que o Malfoy vai dizer algo? — Rony perguntou com medo enquanto caminhavam pelo corredor.
— Espero que não — Canopus disse seco.
— Vamos voltar para nossos dormitórios sem ser vistos e…
Therion parou de falar ao darem de cara com a professora Minerva. Junto dela estava Draco, de braços cruzados e um olhar vitorioso sobre o quinteto. Os gêmeos o fuzilaram com o olhar, antes de encarar a professora.
Eles com certeza iriam se dar muito mal agora.
Canis se arrependeu amargamente de não jogar uma maldição em Malfoy quando teve a chance.
— Cinquenta pontos serão descontados da Grifinória e da Sonserina — disse Minerva.
— Cinquenta?!
— De cada um.
O quinteto bufou, todos olhando mortalmente para Draco, que estava mais afastado sentindo-se triunfante. Se dependesse deles, aquele olhar presunçoso não duraria muito tempo.
Depois de serem pegos, foram levados até a sala da Professora McGonagall, onde levaram uma bronca por estarem fora da cama tão tarde, zanzando pela escola. Somente os cinco haviam sido chamados atenção até então.
— Os seis ficarão de detenção.
— Mais uma para o currículo — Therion fingiu animação e bufou.
— Um momento, professora. A senhora disse os seis? — Fraco questionou, aproximando-se do grupo.
— Exatamente. Por mais boa que tenham sido suas intenções, senhor Malfoy, também estava fora da dormitório na hora errada.
Harry e os gêmeos sorriram vitoriosos com aquele dizer. Ao menos não seriam punidos sozinhos naquela empreitada, o que alimentou um pouco de seu senso de justiça. Enquanto isso, Malfoy parecia odiar a ideia.
Canopus colocou a mão no ombro do loiro.
— Bem vindo ao clube da detenção, Dragãozinho.
— Cala a boca, Black!
______________________
Olá, meus amores!
Tudo bem?
E lá vem mais detenção para os gêmeos!
O que acharam do capítulo e da ceninha de Natal com o Remus?
Quem estiver curioso sobre a mãe dos meninos, que foi citada naquela parte, mais informações sobre ela serão liberadas aos poucos :)
Estão gostando da história?
Não esqueçam de votar e comentar!
Em breve retorno com mais.
Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋
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