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5. this is the life when you're nothing more than kids on the run

"Esta é a vida, quando você é nada mais do que crianças fugindo"

- Mcfly (Lucky Ones)


sábado, 15h30min

Sohye apoiava o corpo no carrinho de compras pela metade enquanto tentava decifrar a letra do irmão no pedaço de papel. Ela não entendia porque Seokjin, como uma pessoa vivente daquele século, não podia escrever a lista de compras no bloco de notas no celular e facilitar a vida dela.

Ela odiava fazer compras, nossa, como odiava. Porque tinha a sensação de perder horas importantes, procurando os produtos e as promoções e comparando os preços dos produtos um por um. Toda vez que achava que já tinha aprendido onde ficava cada repartição do supermercado, os funcionários pareciam entrar no consenso de mudar tudo de lugar e fazer Sohye se perder no mínimo umas 15 vezes.

Literalmente obrigou Jungkook a ajudar daquela vez. Para o azar dele, ela estava saindo no momento em que o menino de moletom levantava a mão para tocar a campainha. E ele vivia mais na casa dos Kim do que na própria então nada mais justo que ajudasse a carregar as caixas também.

Ela percorreu o olhar pelos corredores procurando o ser que em plenos 30º graus daquele sábado saia de casa com roupa preta dos pés a cabeça, mas desistiu e voltou para perto do carrinho. Jungkook saiu para procurar o sabão em pó haviam 20 minutos e não tinha voltado ainda. Talvez a percepção espacial dos dois fosse realmente péssima, ou o responsável pela separação dos setores gostasse de se divertir vendo pessoas andando pelo local como baratas tontas.

— Isso é amaciante ou maionese? — sussurrou para si mesma, semicerrando os olhos, tentando compreender o próximo item da lista. Jin não se dava nem ao trabalho de escrever os itens de limpeza separados dos alimentos o que incomodava Sohye, a preenchedora assídua de colunas e linhas em tabelas organizadoras. Ela expirou desistindo e decidiu que levaria os dois.

— Precisa de ajuda com o código morse? — Jungkook apareceu e colocou a caixa de papelão no carrinho. Sohye assentiu, entregando o papel para o amigo. — Preciso urgentemente convencer Jin hyung a usar o bloco de notas do celular — ajeitou o boné na cabeça, e encarando o papel, completou — Eu acho que é margarina.

— Certeza que não é maionese? — Eles se encararam por um tempo até Sohye decidir tirar uma foto do papel e enviar para o irmão no aplicativo de mensagens. Torceu para que ele estivesse com o celular no bolso, já que aquela hora provavelmente a cafeteria estaria com grande movimento e ele estaria se desdobrando em dois para cuidar do forno, e ajudar a funcionária no caixa.

Pelo menos Yuna não estava com eles naquele dia, senão a criança já estaria correndo de um lado para o outro, enchendo o carrinho com pacotes de chocolates e batendo o pé fazendo pirraça quando Sohye dissesse que ela não poderia levar mais doces. Ela pegou dois pacotes de jujubas de ursinhos, um para ela e um para a menina.

— Jeon Jungkook? — eles ouviram alguém chamar e Sohye olhou para frente assim como o próprio Jungkook. O coração dela errou uma batida e o do amigo provavelmente parou de bater. Tanto Jungkook quanto Sohye se lembraram do ocorrido com a foto no Instagram, quando viram o dono da voz e do carrinho de compras cheio de soju e miojo apimentado. — Oi, meu nome é Park Jimin, acho que você não me conhece — o loiro falou entusiasmado e esticou a mão na direção de Jungkook que se encontrava com o olhar como o da personagem que dava o nome à série da Disney, As visões da Raven.

Sohye se perguntou se ele era inocente ou se estava se fazendo de besta: quem fazendo faculdade na Yonsei não conhecia Jimin? Ela observou o amigo corresponder o aperto de mãos, mas com o rosto completamente vermelho e os olhos arregalados. Ao lado do Park, ninguém mais ninguém menos que Kim Taehyung. Este que parecia confuso porque possivelmente não esperava encontrar Sohye ali, mas sorriu educadamente.

— Hm, oi — Jungkook falou esfregando o cabelo na nuca, visivelmente nervoso.

— Caramba, eu sigo o seu canal e você canta tão bem! — Jimin continuou, realmente empolgado de encontrar com o outro, quase como se Jungkook fosse um idol de algum grupo de kpop.

— Nossa — foi tudo o que o amigo de Sohye conseguiu dizer. Então Park Jimin não só tinha seguido seu canal, como também já tinha visto seus vídeos. E ele gostou deles!

— E você curte Troye, não é? Vi que fez vários covers e eu amo as músicas dele. — sorriu fofo. Mesmo que Jimin não estivesse falando com ela, Sohye sentiu aquele calorzinho de fã quando ouve outra pessoa falar bem de alguém que você admira tanto.

Muito cedo para gostar de Park Jimin? Porque por ela, ele e Jungkook já poderiam sair por aqueles corredores saltitando de mãos dadas ao som de Dance to this. E falando em Jungkook, ele aparentava estar tão tenso que Sohye calculou quanto tempo ele levaria para desmaiar ali do seu lado.

— Oi — Taehyung mexeu os lábios sem som algum, cumprimentando Sohye. Ela sorriu de volta porque ainda não tinha absorvido toda aquela situação e não sabia muito bem o que fazer.

— E você é a Sohye, não é? — Jimin mudou o destinatário da fala, aumentou o sorriso e olhou de relance para Taehyung — Taehyung falou de você — apontou para o amigo e pela cara que este o fez, parecia que a alma do garoto tinha saído do corpo para correr uma maratona pelo supermercado.

Sohye sorriu muito sem graça com o comentário, mas Park Jimin era assim: direto ao ponto e sem enrolação. Desesperado em ajudar, principalmente quando o assunto era relacionamentos, Jimin se parecia com aqueles cupidos atrapalhados de desenho animado. Era exagerado e apesar dos planos infalíveis darem certo no final, sempre rendiam situações um tanto vergonhosas. Taehyung sabia disso e morria de medo de como aquele encontro inesperado poderia acabar.

— Espero que bem — Sohye falou, mas se arrependeu logo depois, se preocupando como a frase tinha soado para o outro lado da conversa. Jimin sorriu largamente mostrando o dentinho torto chegando a alguma conclusão que ele mesmo tinha entendido. Taehyung ajeitou os óculos apoiados no nariz desviando o olhar um pouco constrangido.

— Nós vamos reunir uns amigos hoje lá em casa, vocês querem ir? — o loiro perguntou e recebeu um "Nós vamos?" do mais alto. Taehyung recebeu um cutucão do amigo na costela e se contorceu um pouco, Sohye fingiu não notar, mas um risinho escapou pelos lábios — Sim, nós vamos — falou entredentes e o Kim assentiu se recompondo.

Então eles dividiam o apartamento, Jungkook e Sohye pensaram juntos. E eles pareciam dividir o mesmo neurônio, já que só assentiram concordando.

— Te mando o endereço mais tarde por dm, pode ser, Jk? — Jimin perguntou. Jungkook nunca tinha gostado tanto de ouvir seu apelido ser dito pela boca de alguém. — Não é muito uma festa, é só uma reuniãozinha com uns amigos.

— Nem tem espaço lá para fazer uma festa — Taehyung resmungou. Jimin cutucou ele de novo e ele o encarou chateado porque aquilo doía. Taehyung não conseguia entender o que estava se passando na cabeça do amigo e talvez se descobrisse, se arrependesse.

— Vou esperar vocês — o loiro falou. Jimin tinha, o que Taehyung chamava de o poder de convencimento de Park Jimin, que era justamente conseguir fazer qualquer pessoa fazer o que ele quisesse. E ele chegou a conclusão que o amigo tinha conseguido fazer aquilo mais uma vez.

— Chamem a Gaeul também — Taehyung disse para Jungkook e Sohye, envergonhado com a cena do amigo, na tentativa de não deixar as coisas tão estranhas assim.

Só que foi exatamente o que ele fez: deixou as coisas o mais estranhas o possível.

E Sohye se sentiu boba quando percebeu que talvez o motivo daquele convite na verdade poderia ser sua melhor amiga. Jimin encarou o garoto ao seu lado sem entender nada, e muito menos sem saber quem era Gaeul. Park pensou que ele e Taehyung deveriam voltar a ter conversas decentes já que ele estava com a sensação de não saber sobre alguns assuntos da vida do melhor amigo.

Não dá para mentir e dizer que o coração de Sohye não doeu um pouquinho com aquilo. Ela até poderia estar colocando o carro na frente dos bois — Seokjin teria orgulho se soubesse que a irmã estava usando uma de suas expressões —, mas talvez Taehyung pudesse estar interessado em Gaeul.

E as duas tinham um trato: a amizade delas vinha antes de uma lista de coisas e no topo dessa lista, estavam garotos. Então não era justo ela ficar chateada com aquilo. O argumento de "eu o vi primeiro" era infantil e até possessivo e aquilo ia contra todos os princípios de Sohye de que ninguém é dono de ninguém e cada um faz o que quer. Se o Kim estava interessado em Gaeul, e essa estivesse nele também, ela não ficaria no meio para atrapalhar.

Ela assentiu em resposta, sorrindo meio afetada, mas decidida a jogar aquele sentimento para longe. Até porque nada justifica algo tão pesado como isso direcionado a alguém, principalmente alguém tão importante para ela como a amiga. Taehyung acenou com a cabeça, puxou o carrinho para longe e se afastou antes que o amigo falasse mais alguma coisa. Jimin se despediu com mais um sorriso e seguiu o outro. Jungkook e Sohye observaram os dois virarem no final do corredor.

— O que acabou de acontecer aqui? — Jungkook sussurrou e piscou os olhos repetidas vezes encarando a mão que Jimin apertou, como quem estava saindo de um transe. Sohye deu de ombros meio desanimada. Seokjin usaria a palavra jururu. — Desde quando vocês se conhecem? — Jungkook perguntou meio confuso.

— Desculpa, Kookie, eu achei que não fosse tão importante assim — Sohye respondeu percebendo a falha, porque ela tinha conhecido um dos amigos de Jimin e não tinha contado ao melhor amigo. Ela sentiu o celular vibrar no bolso e o pegou — Eu falei com o Kim uma vez no metrô e tudo graças a Yuna. — ela encarou o aparelho, abrindo o kakao e vendo a mensagem do irmão. Jungkook não entendeu, mas depois Sohye explicava aquilo, ele não era de ficar cobrando explicações ou fazendo drama. Aquilo era bem mais a cara de Gaeul. Jungkook esperaria ela querer falar sobre, e se ela não quisesse, talvez nunca mais tocasse novamente no assunto.

— Tudo bem, Soso — ele falou —, só achei bem estranho eles aparecerem do nada e puxarem assunto assim — Sohye assentiu. Quem puxou assunto mesmo foi Jimin, porque Taehyung parecia tão sem graça quanto ela.

— Era margarina mesmo — disse ainda olhando para o celular e mudando totalmente de assunto. Jungkook fez pose de super herói levantando um dos braços como se aquilo fosse uma competição, o que arrancou um sorriso da amiga. Eles voltaram a caminhar pelo mercado, indo até a parte dos frios e laticínios.

— Você quer mesmo ir lá? — Jk perguntou sobre a tal reunião. Ele conhecia Sohye o suficiente para notar que a menina tinha murchado um pouquinho com o que Taehyung havia dito, mas que fingiria até os fins dos tempos que nada tinha acontecido. Ela assentiu, já sendo a Sohye de sempre. — Ei, eu te conheço. Posso dar uma desculpa qualquer se não quiser ir, e nós ficamos em casa comendo as suas jujubas favoritas e chorando com animação da Disney. — Jungkook disse, Sohye parou de andar, colocou as mãos na cintura se virando para o garoto.

— Não vou cair nessa, Jeon Jungkook — ela disse rindo, porque apesar de estar também tentando fugir do assunto, ela sabia que aquilo iria se tornar mais uma desculpa para ele fugir de Jimin. Jungkook revirou os olhos inconformado. — E foi ele quem te chamou, sabe o avanço disso? — o garoto resmungou alguma coisa que ela não entendeu, e colocou um pote de margarina no carrinho — Essa não tá na promoção — ela colocou no lugar novamente, a substituindo por uma mais barata.

— Centavos, Sohye — Jungkook a zombou. Ela deu língua como resposta.

E eles esqueceram o último assunto, ou só deixaram para lá mesmo. Sohye e Jungkook eram amigos desde sabe-se lá quando, desde bem criancinhas mesmo e apesar de Jungkook ter se mudado para o outro lado da cidade com a separação dos pais durante a adolescência, eles se mantiveram amigos e até foram para a mesma faculdade, apesar de cursos diferentes. Não existia um mundo sem os dois estarem juntos. Um era o equilíbrio do outro e sempre seria daquele jeito.

Sohye esperava manter a amizade de Jungkook dentro da vida dela até o fim de todos os tempos. E se para que Jungkook ficasse feliz ao se aproximar de Park Jimin ela precisasse pisar um pouquinho no orgulho e fingir que não estava chateada com o possível interesse de Taehyung em sua melhor amiga, ela poderia até sapatear no próprio coração.


sábado, 20h

— Eu ainda estou tentando entender o que aconteceu — Gaeul falou confusa enquanto eles entravam no prédio que Jimin tinha informado a Jungkook — Vocês foram no mercado fazer compras, deram de cara com Jimin e Taehyung e horas depois nós estamos a ponto de entrar na casa deles? — a menina de short, camisa amarela com estampa de abacates e a famosa jaqueta vermelha falou indignada caminhando atrás dos outros dois. Jungkook deu os nomes para que pudessem subir e sorriu amarelo para o porteiro que achava engraçado como a menina de cabelos longos não parava de falar.

O senhor de cabelos grisalhos checou um papel na bancada e os deixou passar. Os três correram até o elevador que por pouco não fechou os deixando para trás. Sohye sorriu educada e deu boa noite para uma senhorinha de cabelos brancos que lhe sorriu de volta. Em seu colo um cachorrinho cor de caramelo, daqueles bem bonitinhos que dá vontade de abraçar e não soltar nunca mais. Sohye apertou o botão para o 7º andar.

— Gente, qual é? Vocês não os conhecem. E se forem sequestradores? Traficantes de órgãos? — A senhora arregalou os olhos encarando os três amigos, provavelmente preocupada de morar no mesmo prédio que alguém que fazia aquele tipo de coisa.

Sohye bateu a mão na testa sem saber mais o que falar para ajeitar a situação. Jungkook tapou a boca de Gaeul que a segurou e tentou puxar para baixo. Não conseguindo, ela a lambeu, o que fez o garoto retirar a mão e limpá-la na calça com nojo. Sohye sorriu amarelo para a senhorinha que desceu no andar que o elevador parou. Eles não sabiam se ela realmente morava no 3º andar ou só se achou eles três esquisitos demais e decidiu descer ali.

Sohye respirou pesado encarando o próprio reflexo no espelho do elevador, ao fundo Jungkook e Gaeul continuavam a discussão.

Ela usava calça jeans com uma camiseta de banda, casaco xadrez e all star branco. As olheiras gritavam e nem a maquiagem tinha disfarçado as marcas embaixo de seus olhos. Lápis de olho talvez não tivesse sido a melhor opção e agora ela não estava longe de ser confundida com um panda. Os cabelos um pouco fora do corte e naturalmente mais claros do que era comum ver na Coreia, estavam bagunçados a lá Sohye e ela até tentou ajeitar, mas logo chegaram ao andar e saíram do elevador.

O corredor era simples assim como o restante do prédio e havia alguns vasos de plantas ali. Jungkook e Gaeul continuavam a discutir e a cena até seria engraçada, se Sohye não estivesse tensa com aquele encontro. Ela sequer sabia quem eram os amigos que Jimin tinha falado e não estava muito a fim de inventar assuntos superficiais apenas para socializar. Os três pararam à frente da porta com número 704. Sohye quem depois de alguns longos segundos, teve coragem de tocar a campainha.

— Dá tempo de voltarmos — Gaeul falou. Jungkook revirou os olhos porque sabia que tanto ele quanto Sohye estavam ali um pelo outro, ou senão já teriam escutado a menina e voltado correndo da portaria.

— Nós já estamos aqui, Gaeul. Qualquer coisa podemos ir embora — Gaeul riu estranho com a fala de Jungkook.

— Você sabe quantos deles têm aí? — ela rebateu e Jungkook voltou a tentar explicar a menina que ela estava exagerando e que estava tudo bem.

— Por que eu ainda ando com vocês... — Sohye disse se virando para eles, mas a porta abriu e ela voltou a olhar para frente — Oi! — sorriu amarelo vendo Taehyung parado no vão. Ele sorriu de volta e ajeitou os óculos na frente do rosto. Sohye achou que roupas pretas ficavam bem nele. Jimin, apareceu atrás do amigo, mas o empurrou para trás. Ele usava jeans rasgado e um moletom vinho que devia ser 2 vezes maior que ele. Sohye achou fofo. Jungkook nem se comenta.

— Vocês vieram! — ele disse animado, talvez um pouco sem acreditar que eles iam topar o convite repentino — Entrem, entrem! — deu abertura para que os três adentrarem o apartamento e assim fizeram, tirando os sapatos antes. O lugar era realmente pequeno, como Taehyung havia dito, mas ainda sim era maior que a maioria das construções coreanas que universitários costumavam alugar. Talvez por ser bem longe do centro da cidade o preço deveria ser mais acessível. Por alguns segundos Sohye quis morar sozinha também, mas o pensamento logo sumiu quando ela imaginou ficar longe do irmão e da sobrinha. Um dia aconteceria, mas não precisava ser agora.

Havia o pequeno hall, um corredor que tinha uma passagem para a cozinha e para o outro lado uma porta que Sohye imaginou ser um banheiro. Depois de poucos passos seguindo Taehyung e Jimin para dentro do lugar, eles chegaram a uma sala de tamanho médio que tinha duas portas de madeira em paredes diferentes.

Haviam três pessoas na sala, e estranhamente Sohye reconheceu os três rostos. Um era Hoseok que estava sentado no sofá e abriu um sorriso encantador quando os viu. O cabelo antes com mechas rosas agora dava lugar para um castanho uniformizando em uma cor só.

O de óculos de grau que estava sentado no chão e sorriu discreto, ela apenas conhecia como o "namorado de Hoseok" até Jimin o apresentar como Min Yoongi. Sohye achou bonitinho o Jung mexendo no cabelo do Min que resmungou alguma coisa e ajeitou as madeixas o fazendo rir.

O terceiro que estava no outro sofá, ao lado direito de Yoongi, era Namjoon. Sim, Kim Namjoon, ex de Seokjin, seu irmão mais velho. E ele parecia tão confuso quanto ela enquanto se encaravam.

Sohye conhecia Namjoon das poucas vezes que Seokjin o levou em casa para apresentar a irmã e assistir Friends com eles na Netflix. Ele tinha sido o único relacionamento de Jin depois do término com Sunhee e ela nunca tinha entendido porque eles tinham terminado já que se davam tão bem.

E apesar de tentarem manter uma amizade, Sohye tinha aprendido que algumas pessoas entram na nossa vida para exercer determinado papel e não adianta tentar encaixá-las em outro lugar.

Uma música tocava na TV e na tela estava escrito que era o lyric video de comethru de Jeremy Zucker. Ela não conhecia, mas tinha gostado do ritmo e da letra.

Na sala haviam dois sofás, um menor embaixo da janela onde Namjoon estava e outro na parede ao lado onde Hoseok ocupava. Entre eles uma mesinha de canto com um porta retrato dos donos da casa: os dois faziam pose para foto sorrindo, Jimin com um dos braços sob os ombros de Taehyung que usava beca e capelo.

Ao lado, alguns itens de decoração que Sohye não conseguiu identificar muito bem o que eram. Haviam puffs extras que pareciam ter sido colocados ali para o caso de faltar lugar para as visitas e no meio dos assentos a mesinha baixa com uma grelha, alguns copos e alguns potes coloridos com aperitivos.

— Fiquem a vontade — Jimin disse apontando para onde estavam os amigos e os três se sentaram, Sohye e Jungkook nos puffs e Gaeul, que há minutos estava quase ligando para polícia, ao lado de Hoseok como se nada tivesse acontecido.

— Com a gente ele não é receptivo assim por quê? — o ruivo comentou e Namjoon e Hoseok riram.

— Eu vou trazer as bebidas e a comida para grelhar — o loiro falou ignorando o amigo, e o namorado de Hoseok pigarreou — que nosso amigo Yoongi fez — completou indicando ele. Yoongi limpou a garganta mais uma vez — Porque ele cozinha muito bem...? — o ruivo levantou uma das sobrancelhas, claramente não satisfeito — Porque se não fosse por Min Yoongi, não teria nada comestível nessa casa? — Yoongi assentiu sorrindo debochado enquanto Jimin deu as costas indo para cozinha, contrariado.

Hoseok, Taehyung e Namjoon riram, e Sohye entendeu que devia ser normal Yoongi provocar Jimin. Taehyung foi atrás do amigo para ajudar.

— Então vocês também são da Yonsei? — Hoseok perguntou iniciando o assunto e quem respondeu foi Gaeul. Sim, a mesma que ficou o caminho todo falando o quanto os dois amigos eram loucos de aceitar um convite daqueles. Jungkook olhou para Sohye ainda sem estar acostumado com o jeito da menina e ela deu de ombros rindo.

— Jk faz Inglês e eu e Sohye, Pedagogia — Hoseok assentiu. Ele tinha achado Gaeul parecida com a própria irmã, mas com o gosto para roupas como o dele.

— Achei que fizesse algo relacionado com música, Jungkook — Yoongi entrou no assunto — Jimin não para de falar que você canta bem — Hoseok puxou de leve o cabelo de Yoongi que se virou para trás para encarar o namorado de cara feia. Jungkook sorriu envergonhado.

Yoongi... — Hoseok disse entredentes, envergonhado já que era a primeira vez que eles falavam com os três.

— O que? Mas não foi? Ele nos mostrou seus vídeos e tudo — Yoongi falou alto porque sabia que Jimin estava ouvindo da cozinha e logo apareceria ali querendo o matar. Dito e feito: o loiro colocou o rosto acima da bancada e fuzilou Yoongi com o olhar.

— Não liga para ele, Yoongi não perde a chance de provocar o Jiminie e vice versa — Hoseok sorriu forçado, falando entredentes novamente, para ver se o namorado entendia e parava

Rum — Foi tudo o que Yoongi falou, voltando a atenção ao celular.

— Mas vocês fazem Pedagogia, não é? Eu amo crianças! — Hoseok mudou de assunto rapidamente já sendo tomado novamente por aquela aura colorida — Eu e Jimin sempre falamos de abrir uma escola de dança e dar aulas para crianças também, mas o Yoongi diz que a gente precisa aprender a lidar com elas primeiro, etc etc. — ele fez careta, o que fez aparecer duas covinhas que Sohye teve vontade de levantar e apertar suas bochechas. Ela sorriu envergonhada com o pensamento, principalmente porque era alguém que tinha acabado de conhecer.

— Não é isso, amor — Yoongi disse tirando os olhos do celular e olhando para Hoseok — É só que os dois acham que controlar mais de 10 crianças juntas em um salão cheio de espelhos é fácil — falou agora olhando para as meninas. Sohye e Gaeul sorriram, porque elas tinham clara consciência de que a última coisa que era fácil era controlar crianças.

— Os filhos do seu irmão são crianças maravilhosas, Yoon — Hoseok disse fazendo bico com os lábios depois. Yoongi sorriu de lado, achando bonitinho a insistência do namorado.

— Eu tenho dois sobrinhos e eles ficam parados brincando de lego ou de cartinhas toda vez que a gente vai na casa do meu irmão os visitar. — Yoongi explicou aos outros três — Só que já cansei de explicar para o Hobi que eles fazem isso porque nós somos visitas e vamos lá de vez em quando. No momento que eles pegarem confiança, já era. — todos riram, incluindo o próprio Hoseok.

— Não é como se elas fossem nos amarrar e trancar no estúdio, amor — Hoseok disse pegando e depois levando até a boca o que ela achou ser um salgadinho frito.

— Não quero te decepcionar, Hoseok hyung — Jungkook disse, ainda meio tímido — Mas meus irmãos mais novos já me amarraram em uma cadeira e saíram para brincar no quintal de casa. Eu fiquei três horas lá gritando, até minha mãe chegar em casa e me soltar. — ele falou sendo engraçado e rindo sem jeito. Sohye o olhou carinhosa vendo que Jungkook deveria ter lutado muito com ele mesmo para falar. Gaeul gargalhou alto imaginando a cena e Namjoon e Sohye os acompanharam. Hoseok tinha os olhos arregalados.

— Viu, amor? — Yoongi falou apontando na direção de Jungkook, feliz porque alguém ali tinha o dado razão — E eram dois. Imagina dez. — falou levantando as sobrancelhas e todos riram de novo, dessa vez, Hoseok também.

— Resumindo: eu amo crianças, mas não sei o que fazer com elas — o de roupa colorida disse e deu de ombros meio chateado.

— Você já pensou em assistir algumas aulas de Psicologia Infantil como ouvinte? — Sohye se pronunciou pela primeira vez ali e todos a olharam, inclusive Namjoon que parecia ocupado digitando alguma coisa no celular — Assim, não existe um truque infalível para aprender a lidar com crianças porque elas são uma caixinha de surpresas, mas costuma ajudar um pouquinho — falou sincera —, pelo menos tem funcionado um pouco comigo.

Lidar com crianças era algo que só se aprendia na prática e convivência, mas tinha todo um encanto em tentar desvendar os mistérios daquelas cabecinhas. Hoseok assentiu feliz, porque sentia que estava dando um passo na direção certa para realizar um sonho que tinha há bastante tempo. Jimin voltou da cozinha empilhando várias vasilhas e Taehyung colocou algumas bebidas na mesa.

— Vocês bebem? — ele perguntou direcionado as visitas, porque seus amigos já pegavam as garrafas verdes e se serviam. Os três assentiram, porque daquela vez tinham combinado que chamariam um carro para os levar em casa. Na verdade mesmo, a senhora Jeon não quis emprestar o carro daquela vez para Jungkook porque ele tinha discutido com Saya e segundo ela, ele como mais velho deveria dar exemplo ao do meio, mas ninguém além dos três precisava saber daquilo.

— Me passa uma cerveja, por favor — Namjoon pediu a Hoseok, já que as bebidas estavam na outra ponta da mesa, diferente da que ele estava. Yoongi ajeitou a grelha para colocar a carne enquanto Jimin o ajudava colocando pratos pela mesa.

— Tem suco e água na geladeira, se quiserem podem pegar, a casa é de vocês — Taehyung sorriu — Eu vou na cozinha para terminar minha comida — ele se justificou e voltou para o outro cômodo. Os três olharam confusos para Jimin que parecia ter sido o único a prestar atenção.

— Ah, o Taetae é vegetariano — um "Ah" em uníssono foi ouvido na sala. Sohye achava o estilo de vida e a luta em proteção dos animais bonita, apesar de nunca ter tentado seguir a dieta vegetariana.

Então Jimin engatou em uma conversa com Jungkook sobre grupos nacionais. Na verdade Jimin praticamente falava sozinho enquanto as respostas do outro poderiam ser resumidas em interjeições do tipo "ah!", "oh!". Ele, possivelmente de nervoso, já tinha virado um copo de cerveja em menos de 1 minuto. Namjoon e Yoongi falavam de alguma coisa de software para computadores que ela não entendeu uma palavra sequer e Hoseok e Gaeul continuaram o assunto crianças. O terceiro era provavelmente o único campo em que ela poderia se encaixar, mas aí estava um dos defeitos de Kim Sohye: ela nunca sabia direito como entrar em conversas que já tinham sido iniciadas sem ela.

Ela olhou na direção da cozinha e se assustou quando viu Taehyung atrás da bancada a encarando e balançando a mão como quem chamava ela até lá. Ela olhou na direção de Gaeul para ver se não era com ela e viu que a amiga ainda conversava com Hoseok, inclusive ria de algo que ele tinha falado, alheia ao resto da casa.

Sohye o encarou e ele sorriu mais, ainda mexendo a mão. Ela se levantou e foi até a cozinha. E achou que ninguém pareceu notar, já que todos aparentavam estar cada um em um planetinha do universo sala de Taehyung e de Jimin.

— Eles são meio sem educação, mas são gente boa — Taehyung que estava na frente da bancada colocou os cubinhos de tofu em um pote. Sohye chegou na cozinha naquele momento e riu.

— Digo o mesmo dos meus — respondeu e o rapaz sorriu em resposta, fazendo as bochechas parecem maior. Por que Yuna tinha falado que ele parecia um ursinho? Sohye não sabia se ia conseguir parar de associar Taehyung ao animalzinho peludo. Ele misturou alguma coisa dentro de um pote redondo e ela até pensou em se oferecer para ajudar, mas ficou com medo de fazer alguma besteira e acabar com a refeição do rapaz.

— Senta aí, já estou acabando — falou descontraído e apontou na direção das banquetas. Ela sentou-se, ficando de costas para sala enquanto olhava Taehyung concentrado transformando a mistura recém feita em várias bolinhas coloridas e colocando elas organizadas em um tabuleiro. Ele colocou no forno e voltou para a bancada, montando espetinhos do que Sohye acreditou ser tofu, tomate e alguma erva aromática. Ela cresceu com a família de cozinheiros fazendo reuniões na cozinha então pelo cheiro arriscava ser manjericão — Hm, você se importa de me ajudar aqui? — Taehyung falou meio sem graça rindo e Sohye acabou o acompanhando já que tinha sido ele mesmo que disse estar acabando quando na verdade estava no meio do caminho. Foi até a pia lavando as mãos e depois de secar no pano de prato que o menino lhe esticou, foi ao lado dele esperando instruções. Montar espetinhos não incluía mexer no forno, então até aí ela poderia ajudar sem colocar fogo na cozinha.

O observou começar o espetinho com um tomatinho, depois manjericão e um pedaço de tofu, terminando de jeito espelhado com mais uma folhinha e uma bolinha vermelha: — Eu normalmente não faço isso tudo, mas é porque eles sempre acabam comendo da minha também — Sohye assentiu, ela mesma já estava com vontade de comer os bolinhos que estavam no forno e já cheiravam — Isso é tão legal, não é? É bambu, sabia? Como será que eles dão esses nós na ponta? É bem doido pensar que todos estes foram dados na mesma maneira, porém nenhum deles é 100% igual — Taehyung falou encarando um palitinho. Ela não sabia se ele falava sozinho ou com ela e normalmente acharia aquilo meio estranho, mas a única coisa estranha foi que ela achou aquilo fofo — Achei em uma lojinha aqui embaixo — disse terminando mais um e colocando na bandeja retangular — Você gosta de cozinhar? — "Putz" Sohye pensou.

— Hm, então... — ela arrastou um pouco a voz e fez careta, o que fez o rapaz ao seu lado rir.

— Eu também não curtia muito, mas eu meio que tive que aprender a me virar depois que me tornei vegetariano — Sohye terminou um espetinho e ajeitou ao lado do de Taehyung —, antes eu sobrevivia a base de fast food, mas depois eu vi que as opções sem carne eram muito mais caras e eu ia acabar sem dinheiro para outras coisas. E eis me aqui. — ele falou fazendo graça e apontando para a bancada. Gaeul e Hoseok gargalharam tão alto na sala que Taehyung e Sohye acabaram se indo para o lado para olhar na direção do outro cômodo.

Taehyung riu junto ao ver Hoseok fazer sua clássica imitação de robô enquanto Gaeul batia palmas animada, Jimin parecia ter uma crise de risos curvando o corpo para frente, Jungkook e Namjoon riam junto e Yoongi sorria com um olhar que demonstrava que apesar da vergonha, adorava ver o jeitinho do namorado de encarar o mundo. Sohye até riu junto, mas também sentiu aquela pontadinha no coração de novo e imaginou se não deveria ser Gaeul ali e não ela. Pelo menos a amiga gostava de cozinhar e poderia ajudar o Kim muito mais rápido já que tinha habilidade. Cuidou para não murchar na frente de Taehyung. Ela só tinha que terminar aqueles espetinhos e voltar para sala. Ele voltou a atenção a bancada ajudando Sohye.

— Você gosta dos Beatles? — perguntou do nada.

— Que? — a menina perguntou de volta, porque não tinha entendido da onde tinha saído aquela pergunta. Ele apontou para a camiseta — Ah! Gosto — sorriu encarando o desenho do submarino amarelo — Meu pai era muito fã deles, é tipo uma forma que eu tenho de manter ele comigo ainda — Taehyung assentiu, percebendo que tinha tocado em um campo um pouco delicado e se arrependeu um pouco.

— Ele criou bem você — disse por fim e sorriu carinhoso. Sohye sorriu de volta, encarando o espetinho em sua mão, porque não sabia se ele dizia aquilo por ela aparentar ser uma boa pessoa, ou por ter uma gosto musical que lhe agradou. Sentiu um negócio esquisito, como se borboletas tomassem conta do seu interior, começando do estômago e subindo na direção do peito. Independente de qual fosse o motivo do elogio, ela tinha gostado. E se sentiu muito, mas muito mesmo, boba.

— Não vim atrapalhar vocês, só vim pegar o kimchi — Jimin, que surgiu na porta da cozinha, anunciou indo até a geladeira, não sem antes dar um sorriso zoando o amigo que fingiu não notar. Logo ele voltou para a sala, fazendo uma dancinha com o pote de vidro, deixando claro que o álcool começava a fazer efeito. Outra que o álcool já deixava sinais claros, era Gaeul que dizia que era ela quem dava os empurrões para que Jungkook e Sohye fizessem as coisas. Sohye ficou preocupada dela começar a falar o que não devia, porque eles não estavam nem 30 minutos ali.

Enquanto ela terminava o último espetinho, Taehyung foi até o forno tirando os bolinhos e colocou o tabuleiro em cima do descanso na pia. Ele queria puxar mais algum assunto, mas parecia que sua cabeça era uma sala vazia com algumas mariposas voando.

Não vinha nada.

— Você toca tem muito tempo? — Sohye perguntou. Ela sentiu orgulho dela mesma de ter mexido com comida e não ter terminado com a cozinha com cheiro de queimado ou de algo estragado e chegou a conclusão que talvez o problema dela fosse com utilizar o forno e não cozinhar. Taehyung tirou os bolinhos do tabuleiro com cuidado, os colocando em uma travessa de louça.

— Hm, acho que desde a adolescência. — ele falou depois de parecer pensar — Meu avô me ensinou a tocar violão, mas eu não gostava de cantar até pouco tempo porque não gostava da minha voz. Mas Jimin que me convenceu que eu podia fazer isso — ele falou fazendo careta, e Sohye ficou surpresa com a resposta. Taehyung tinha uma das vozes mais bonitas que ela já tinha escutado e era no mínimo estranho ouvir ele mesmo dizer que não gostava dela.

— Vocês vieram plantar os tomates e estão esperando para colher? — Yoongi apareceu na cozinha, pegando mais cerveja na geladeira. Sohye sorriu sem graça pegando uma garrafa que o ruivo a ofereceu. Com a mão livre, ajudou Taehyung a levar as comidas para a sala e colocaram as coisas na mesa, depois se sentando com os amigos. Sohye no puff que ocupava antes, e Taehyung ao lado de Namjoon no sofá.

Era estranho ver como Jungkook e Gaeul já estavam tão inteirados com Hoseok, Yoongi, Namjoon e Jimin e não pareciam mais dois grupos e sim todos amigos de longa data.

E talvez fosse daquele jeito que seria dali para frente.

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