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32. written on these walls are the colors that I can't change

"Escritas nessas paredes estão as cores que não posso mudar"

- One Direction (Story of my life)


sexta, 8h45min

Sohye abriu a porta da sala devagar, ignorando os olhares curiosos daqueles que compartilhavam além daquela aula, também a de terça-feira vulgo a da última apresentação desastrosa. Talvez ela até se importasse com aquilo caso não estivesse com a cabeça trabalhando a mil, ainda tentando encontrar alguma maneira de conseguir conversar com o namorado sobre a prova de intercâmbio. Prioridades, não é? Ela só não queria que ele ficasse tão chateado por esconder essa história por tanto tempo. Taehyung não merecia aquilo.

Equilibrando os livros que pegou na biblioteca e que seriam seus companheiros nas próximas semanas, Sohye subiu os degraus com as cadeiras rumo ao local em que se sentava com os amigos. Antes, claro, notando a mudança de duplas entre eles.

Na fileira da frente Jimin e ao seu lado Hobi, ocupando o lugar onde todo o semestre foi de Jungkook. Em contrapartida, agora o Jeon estava sentado ao lado de Gaeul na fileira de trás.

Sohye deu um sorriso discreto aos dois rapazes na primeira fileira. Jimin mal a viu, de fones de ouvidos em volume máximo e os olhos que apesar de vidrados na tela, não pareciam estar absorvendo nada do vídeo de dance practice de "I can't stop me" do Twice. Hobi sorriu de volta, o sorriso tão sem empolgação quando o da Kim. Se ela não soubesse dos últimos ocorridos, arriscaria que a tensão era graças a proximidade das provas finais, mas estava claro que Jungkook e Jimin não tinham resolvido o mal-entendido ainda e sobrou até para Gaeul e Hoseok que naquele dia não iriam nem conversar sobre o último episódio do kdrama das 9 que eram tão fãs.

Ela estava de bom humor após a viagem com o namorado e até pensou em fazer algum comentário engraçado sobre o fato de Gaeul e Jungkook, que há uma semana estavam se xingando sobre gostos literários, agora estarem com os seus trocados e parecendo muito interessados cada um na história em que estava lendo, mas o clima já estava pesado o suficiente e ela não levava jeito para piadas. Jin ficou com aquele dom todo para ele.

Sohye se sentou ao lado de Jungkook e este, diferente de Gaeul que se manteve com a cara enfiada na HQ, levantou o olhar para a amiga lhe dando um sorrisinho de lábios fechados e apertados. Quando viu que ele voltou a atenção ao Guia do mochileiro das Galáxias em suas mãos, ela deixou os livros na cadeira e abriu o primeiro da pilha, na página em que parou a leitura.

Sohye não parou de pesquisar e ler sobre os assuntos da prova durante os últimos meses, mas, após receber o email da faculdade com o 6,8 de nota do seminário, viu que teria que se esforçar bem mais do que o planejado até aquele momento. A nota abaixo de 8 poderia fazer uma diferença considerável em sua média final, consequentemente, na nota que também seria avaliada com a da prova para conseguir a bolsa. Tinha consciência que só os melhores alunos tentavam aquela bolsa e um décimo poderia fazer muita diferença no fim.

Ela engoliu a saliva se sentindo inconformada por terminar com uma avaliação tão baixa no trabalho depois de tanta dedicação. Se lembrou de Gaeul a falando para tentar reclamar o ocorrido na secretaria ou com o Centro Acadêmico, que eles levariam aos superiores, mas Sohye simplesmente não estava com forças e nem estado de espírito para comprar uma briga daquelas com alguém de peso tão grande naquela Universidade. 

Ela piscou os olhos com força, abaixando a cabeça novamente e tentando ler o parágrafo do início da página. Não durou muito porque logo voltou a pensar em Taehyung e em como iria explicar sobre aquilo para o namorado. Ela nem sabia se poderia chamar aquilo de mentira, mas de qualquer forma não foi correto ter começado a namorar o Kim sem o informar sobre o fato de estar planejando ir para o outro lado do mundo em alguns meses.

Ela bufou, fechou o livro, cruzou as mãos sobre ele e deitou a bochecha ali fitando a janela. A aula, que durava 3 horas, pareceu levar o dobro de tempo para terminar já que entre os amigos ninguém parecia muito empolgado em ler o texto dado pelo professor e nem mesmo debater sobre ele. O máximo de conversa foi Gaeul pedindo a Jimin para pegar a borracha que ela deixou cair no chão, Hoseok perguntando se ele poderia fazer as anotações com o que cada um entendeu do texto e Gaeul passando a limpo depois, porque ele insistiu que sua letra não era boa.

Ao enfim, o professor comentou sobre algum projeto que ele estava desenvolvendo na faculdade, mas Sohye não conseguiu prestar atenção do que se tratava. Ele pediu que deixassem as anotações sobre a mesa e liberou a turma sem falar mais nada. Mesmo o professor Jung não parecia muito empolgado naquele dia.

Ao sair da sala Jimin e Hobi se despediram dizendo precisar ir mais cedo para o estúdio. Não precisava muito para saber se tratar de uma desculpa esfarrapada para irem embora logo já que Hoseok gaguejou, ficou sério demais e pareceu todo estranho. Antes de se afastarem, Sohye e Gaeul notaram Jimin observar Jungkook por alguns segundos, mas o Jeon mexia no celular e não reparou. De outro ponto de vista, Sohye viu que ele só rolava o feed do Instagram, sem parecer prestar atenção em nada.

Ficando apenas os 3, Gaeul pediu para eles esperarem ela ir ao banheiro antes de irem ao restaurante universitário e Sohye e Jungkook a esperaram no corredor.

— Você quer conversar? — Sohye perguntou, fitando o melhor amigo. Ele apertou os lábios, olhou para longe e balançou a cabeça de um lado para o outro.

— Você quer? — Jungkook devolveu, se encostando na parede.

— Não... — ela o viu dar um sorrisinho e encarar os coturnos pretos nos pés. Ela também fitou os seus, uma versão bem parecida, mas com bem menos detalhes.

— Que merda, né? — Sohye acabou rindo, ao se ouvir falar.

— É...

Ela sorriu olhando para frente, assim como ele. Sohye achava incrível como mesmo depois de tantos anos, sempre se sentia confortável com Jungkook. Tanto quando apenas ficavam em silêncio, ou quando, mais novos, viravam noites conversando sobre músicas e bandas. Ela percebeu o quanto estava afastada do amigo e que apesar de se verem sempre, não sabia muito bem o que estava acontecendo com Kookie. No caso, a visão dele da história.

Eles eram grudados desde crianças, mas assim como Yuna comentou pouco tempo antes, eles quase não passavam mais tempo juntos. E justamente por o conhecer a tanto tempo, Sohye sabia bem que ele até queria conversar, mas não abriria a boca ali para que qualquer pessoa pudesse ouvir. Não iria mesmo.

— Kookie... você quer dormir lá em casa hoje? Amanhã é sábado e você não trabalha, não é?

— Hm... Pode ser, mas você sabe que eu dormir na sua casa é certeza do Dae infernizar para ir junto, não sabe?

— Tudo bem, acho que o Jin não vai se importar. — Jungkook assentiu, e eles trocaram um sorriso.

— Achei que tivesse caído no vaso, já ia chamar por reforço. — Jungkook disse ao ver Gaeul passar pela porta e ela rolou os olhos.

— Se você chamasse o Tony Stark, talvez eu não reclamasse.

— O Tony têm coisas mais interessantes para fazer do que desentupir Gaeuls de dentro de privadas.

— Tipo o que? O que poderia ser mais importante do que salvar euzinha?

— Tipo... salvar o mundo com os Vingadores e... ser rico. Ta aí duas coisas que ele é muito bom. — Gaeul lhe deu língua, arrancando uma risada de Jungkook.

Sohye sorriu ao perceber a interação entre eles e notar que, mesmo após tanto tempo, os melhores amigos encontraram algo em comum. O gosto por histórias.

— Vocês sabem o que tem no cardápio hoje? 'To morrendo de fome. — Gaeul mudou de assunto, parando entre Jungkook e Sohye e segurando cada um por um braço. Jungkook abriu a boca e ela o interrompeu. — E sim, eu sempre estou com fome, Kookie. Eu sei.

— Uau, e você não vai me xingar? — Jungkook perguntou surpreso enquanto eles caminhavam pelos corredores.

— Não. Porque eu preciso da próxima edição da HQ do Homem de Ferro... — ela sorriu tentando ser fofa.

— Você já acabou essa também? É a quinta que eu te empresto esta semana. Eu mal saí do terceiro capítulo do livro que você me emprestou.

— Pode ler com calma, não se preocupa. — Gaeul respondeu. Sohye quis rir porque, apesar de estar feliz pela amizade deles enfim estar evoluindo, ainda assim, era esquisito não os ver brigando em um intervalo de 5 minutos. — Mas você vai me emprestar, não vai?

— Vou sim, Ga. Relaxa. — Gaeul se soltou deles e bateu palminhas, mas logo estava de braços dados com os dois de novo. — Você devia ler, Soso. São muito boas.

— Eu sei, eu falo isso para ela tem mais de 10 anos.

— Ah não. Estava demorando. — Sohye rolou os olhos.


16h20min

— Ga, você está com pressa? — Sohye perguntou, chegando até o hall principal da escola. Gaeul, que brincava de roda com Daeho e Yuna, parou para a olhar. Os dois prestaram atenção na conversa também.

— Só se a gente fosse de metrô, porque odeio pegar aquilo cheio, mas como o Jungkook vai nos buscar de carro, por mim 'tá tranquilo, por quê? — ela se aproximou da amiga e as crianças voltaram a brincar sozinhas.

— Você viu que marcaram reunião de funcionários para segunda-feira? E no horário que eu marquei para ir à secretaria resolver a papelada para poder fazer a prova — ela bufou, vendo no celular se tinha algum outro horário que pudesse resolver aquilo e que não precisasse faltar mais um dia de trabalho na cafeteria, aula ou estágio.

— Você quer ir lá agora? Costuma fechar só às 20h e hoje é sexta, não deve ter ninguém. Pode ser que te atendam.

— Será que não vai demorar? Não queria atrapalhar vocês dois e as crianças devem estar cansadas.

— Cansadas? — Gaeul virou para onde Daeho e Yuna ainda rodavam. Ela riu e acabou fazendo Sohye rir junto. — Eu fico com os pestinhas enquanto você estiver lá dentro resolvendo isso, não tem problema.

— E a novela nova? Não é hoje que sai episódio?

— É, mas eu já atrasei uns 3 porque combinei de ir amanhã à casa do Hobi para maratonar. Ele está tentando inserir o Yoongi no mundo mágico dos kdramas e me pediu ajuda. O Jimin também vai. A gente ia chamar o Jungkook, mas... — ela fez uma careta triste e deu de ombros. — Enfim, você já sabe...

— É... Tudo bem, obrigada, Ga.


17h56min

Com a demora de Sohye, Jungkook acabou deixando Gaeul vigiando as crianças no corredor da faculdade e entrou na secretaria atrás dela. Ao ver a amiga em pé a frente do balcão e parecendo esperar algo, ele se aproximou e parou ao seu lado.

— 'Tá tudo bem? Tem quase uma hora que você está aqui.

— Eu não estou muito em condições de reclamar, Kookie. Já estão me atendendo sem eu ter marcado horário — sussurrou de volta e sorriu forçado. Ele apertou os lábios e assentiu, vendo o atendente do outro lado voltar com algumas folhas de papel e colocar sobre o balcão.

— Kim Sohye, certo? — o rapaz pareceu checar algo no papel. — Você pode confirmar o número da sua ID?

Sohye fez careta. Estava há um passo de se formar e não lembrava de cabeça o tal número que ela usava para tudo na Instituição. Vasculhou a mochila em busca da carteira e ao encontrá-la, tirou a carteirinha de plástico entregando ao homem.

Enquanto esperava o rapaz digitar o número no computador, Sohye se virou para Jungkook a tempo de ver o rapaz de olhos arregalados, encarando os papéis com a declaração de matrícula e as mensalidades. Ele levantou o olhar e a encarou, ainda assustado.

— O que foi? — ele abriu a boca, mas o atendente a chamou mais uma vez, devolvendo o documento e a pedindo para assinar uma das folhas após checar os papéis. Ela guardou suas coisas na mochila e olhou para Jungkook de novo. Ele agora não encarava nem o papel, nem ela, mas ainda mantinha o rosto estranho. — Kookie? É sério, o que foi? Está me assustando.

— Soso... — ele engoliu a saliva e fitou os papéis novamente — Ai.

— O que foi? Vai me dizer que tem coisa errada aqui... — ela pegou a pilha para olhar. Jungkook até se moveu para frente, mas depois recuou, levando a mão a nuca e a coçando. Sohye passou as folhas, uma atrás da outra, mas ao descer o olhar pela última folha com os comprovantes de pagamento, paralisou.

— Não, não pode ser. — foi a única coisa que ela conseguiu dizer, antes de fazer careta e olhar para Jungkook. — Kookie, não...

Sohye continuou passando as folhas sem acreditar. Viu as mãos começarem a tremer e sentiu os olhos marejarem. Só podia ser alguma brincadeira de mal gosto.

— Kookie... não pode ser... — ela olhou na direção dele mais uma vez. Jungkook, tão chocado quanto, segurou a amiga e olhou para o atendente, resmungando, mesmo que tímido, algo sobre se sentarem nas poltronas que tinham ali para lerem os papéis com calma. O rapaz deu de ombros pouco se importando e dando as costas para eles, ocupado com outra coisa.

Jungkook guiou Sohye até as poltronas de espera e depois que ela sentou em uma delas, sentou-se também. Ao ver que ela ainda segurava e apertava os papéis, os tirou de suas mãos e os colocou sobre a mesinha de centro. Sohye levou um bom tempo encarando as folhas e depois levantou os olhos para ele.

— Kookie... o Jin, ele me disse que... como que... — ela levou as mãos a cabeça, os dedos deslizando por dentre os fios, com força — Não. Isso é impossível.

Jungkook se inclinou sobre a mesa, pegou as folhas meio amassadas, e as analisou do primeiro pagamento até o último. Ele mesmo engoliu a saliva várias vezes e olhou ao redor, sem conseguir acreditar.

— Aqui... Nos primeiros extratos realmente está no nome dele, mas a partir de maio de 2017... não está mais — ele engoliu a saliva mais uma vez.

— 3 anos depois que ela foi embora, Kookie — Sohye falou, e surpreendentemente sua voz saiu limpa. Jungkook a fitava, os olhos amendoados ainda assustados — O meu pai faleceu em setembro de 2014, ela foi embora no começo de outubro. 2017 já tinham 3 anos que ela foi embora e nós não nos falávamos mais. Isso não faz sentido. — Sohye completou, ainda o encarando.

Os dois ficaram em silêncio.

— O Jin nunca falou que...

— Que a minha mãe que pagou a minha faculdade durante todos esses anos? — Sohye o interrompeu, a voz mais alta — Não, Kookie! Claro que não! Eu nunca iria concordar com isso! — ele apertou os lábios e coçou a nuca envergonhado, percebendo o quanto a pergunta que fez, era idiota. — Meu Deus, desculpa. Você não tem nada a ver com isso...

— Relaxa Soso, eu não consigo nem imaginar como você está se sentindo. Foi uma pergunta bem bosta mesmo.

— Não justifica eu falar desse jeito com você — ela expirou pesadamente. — Desculpa... É só que, eu também nunca perguntei diretamente sobre isso. Quando eu passei e fui obrigada a falar sobre as mensalidades com o Jin, ele só me disse que a gente ia dar um jeito. E depois que eu comecei os estágios, das outras vezes que eu disse que poderia ajudar a pagar, ele me disse que não, que não era obrigação minha pagar por isso. — ela suspirou mais uma vez, passando a mão pelos cabelos — Eu devia imaginar quando ele falou isso de obrigação... Eu sou uma idiota.

— Não, você não é. Não tinha como você saber. Tipo, como, como você ia saber?

— Quatro anos neste lugar e só agora que venho checar isso, Kookie? É claro que eu tinha como saber! E ele e a vovó insistindo tanto para eu falar com ela. Meu Deus, eu sou muito burra! — ela apoiou os cotovelos próximos aos joelhos e apertou os cabelos.

Jungkook se achava péssimo para consolar pessoas e desde que Gaeul entrou na vida deles, era ela quem conseguia acalmar a amiga quando algo ruim acontecia. Se vendo sem opções de chamar a Park, ainda no corredor com as crianças, ele se sentou na ponta da poltrona e acariciou as costas de Sohye. Putz, ele acompanhou aquela história aquele tempo todo e sabia bem o quanto a machucava.

— Eu estou me sentindo uma idiota, sério, não tem outro nome para isso — ela voltou a repetir, os olhos vermelhos — Kookie, não era para ela ter feito isso. Simplesmente, não era... — a voz dela falhou.

— Sohye, ela ainda é sua mãe. Ela fez merda de ter ido embora assim, mas pode ter sido o jeito que ela arrumou de se desculpar com você...

— Ótimo jeito de se desculpar — ela passou as mãos nas bochechas. — E eu sou patética. Fiquei esses anos todos sem falar com ela e Deus e o mundo sabiam o que estava acontecendo. Meu Deus, até a tia Misuk me jogou indireta sobre isso e eu não percebi!

— Sohye, desculpa, mas a sua tia não é a pessoa mais confiável do mundo para gente sacar o que são as indiretas dela. Ela encrenca com os brincos do Saya e com as plantas da sua avó. Era óbvio que ela ia usar alguma coisa para te atingir. — ele gaguejou nervoso, e depois se arrependeu por estar tentando consolar a amiga falando mal de outra pessoa. Ele realmente não sabia fazer aquilo.

Sohye ficou quieta e apertou os lábios mais uma vez. Apertou as unhas nas palmas, sentindo o coração acelerar e a boca parecer seca. No mesmo momento, Jungkook se virou na direção da porta ao ouvi-la abrir.

— Gente, por que vocês estão demorando assim... Meu Deus, o que aconteceu? — Gaeul, empurrou a porta de vez e até caminhou até eles, mas parou no meio do caminho, ainda assustada.

— Ga, calma. — Jungkook se levantou, indo até ela — Distrai as crianças, ok? Se eu for lá fora, não vou saber o que fazer com eles. Eu vou ficar aqui e tentar acalmar a Sohye. — Ele a segurou pelos ombros a encarando, Gaeul o fitou de olhos arregalados.

— Ela 'tá passando mal? O que 'tá rolando?

— Depois eu te explico, é coisa sobre a mãe dela...

Gaeul assentiu, e antes de sair novamente para o corredor, olhou na direção de Sohye. Ela sentiu vontade de chorar ao ver a amiga meio encolhida e com o rosto sendo lentamente tomado de lágrimas.

— Moço, será que a gente pode levar os papéis e ela assinar depois? — Jungkook gaguejou, nervoso demais. Putz, ele não sabia fazer aquelas coisas. Se não fosse uma emergência, pensaria milhares de vezes naquela frase antes de realmente a falar em voz alta. Mas como era, ele só saiu gaguejando mesmo, sem conseguir encarar o atendente diretamente nos olhos.

— Eu não posso deixar vocês levarem sem ela assinar. É protocolo da direção.

— M-mas não dá pra abrir uma exceção? — ele forçou um sorriso que se desfez quando o homem negou com o rosto. — Então eu posso assinar por ela?

— Ela está passando mal? — Jungkook assentiu — Você se responsabiliza se tiver algum problema? — quando ele assentiu mais uma vez, o homem arqueou as sobrancelhas sem muita paciência e colocou uma caneta na bancada a frente do rapaz.

O Jeon só reparou que também tremia quando a pegou. Ele que achava a sua letra feia, nunca mais diria o mesmo ao se lembrar de como saiu aquela assinatura. Ele encarou o homem pegar o papel, lê-lo, apertar um carimbo na parte inferior e fazer um sinal de positivo com a mão.

Depois juntou os papéis na mesa, os colocou na ecobag e ajudou Sohye a se levantar. Eram 19 anos de amizade e apesar dele saber das crises de ansiedade que ela teve na adolescência, nunca tinha a visto daquele jeito. Jungkook se perguntou se ela estava tendo aquelas crises antes ou se foi algo do momento. Se sentiu um bostinha por não saber, já que ela era sua melhor amiga.

Quando eles saíram para o corredor, não encontraram Gaeul e as crianças, e quando Sohye perguntou por eles, Jungkook explicou rapidamente enquanto a guiou até o estacionamento. Sohye entrou no carro, no banco do passageiro, e ele deu a volta indo ao de motorista, a esperando se acalmar. Ainda sem saber o que fazer porque, apesar dela não estar mais chorando, ainda respirava muito rápido e tremia um pouco.

— Desculpa, Kookie, eu...

— Não começa, Sohye. Desculpas por quê? Porque passou mal? Porque você está nervosa com esse rolê todo da sua mãe? Você não tem que pedir desculpas, porque nada disso é culpa sua. — ele despejou nervoso.

— Você se assustou e não precis...

— Você vive me dizendo que amigos são para isso e para aquilo, mas quando é com você não conta? Só conta quando eu tomo um pé na bunda? Caramba, a gente se conhece há 500 anos e o mínimo que eu posso fazer é ficar do seu lado agora. Até eu 'to nervoso para caralho com isso tudo, porra, caralho... — ele sussurrou e apoiou os cotovelos e tampou o rosto com as mãos. Sohye esboçou um riso fraquinho ao ouvi-lo adicionar vários palavrões, um atrás do outro. Ele a encarou. — Eu não sei fazer isso de acalmar. Isso é o papel da Gaeul.

— Você se saiu muito bem — ela esfregou a mão pelo rosto, ainda com um arzinho de riso. Sohye deitou a cabeça no ombro de Jungkook e eles ficaram em silêncio, encarando o estacionamento pelo para brisa do carro.

— Soso... Isso... — ele abriu a fechou a boca a apertando. — Isso foi uma crise de ansiedade? Como as que você tinha antes?

Sohye desviou o olhar. Se lembrou que da primeira vez, quando era mais nova, foi ele quem percebeu o que estava acontecendo, mas agora e com medo de o preocupar, ela nem comentou nada com o amigo. Jungkook já tinha tantos problemas para resolver em casa, que não precisava de mais uma dor de cabeça.

— Você me disse que elas pararam...

— E pararam. Mas voltaram agora, recentemente. — ela respirou fundo, envergonhada, se endireitando no banco. — Vamos embora? As crianças devem estar cansadas e com fome, a Ga também tem as coisas dela para fazer.

Jungkook a encarou por um tempo em silêncio. Depois assentiu, pegando o celular para mandar mensagem para a Park.


19h35min

Depois de algumas batidas discretas na porta e de ouvir Sohye lá de dentro dizer para entrar, Jungkook a empurrou com cuidado e fechou logo em seguida com medo das crianças ouvirem. Logo avistou Sohye enrolada entre os edredons e ela o encarou de volta, o vendo se aproximar e sentar ao seu lado.

— Como você 'tá? — ele perguntou primeiro e então a ouviu bufar, e enfiar o rosto no travesseiro.

— Não sei, Kookie. Eu estou confusa.

— Não tem como não ficar. Eu também não estou entendendo nada. — ele esticou as pernas e apoiou as costas em um dos travesseiros — Você está brava com o Jin hyung e a halmeoni?

— E eu até quero ficar brava com eles, mas não consigo. O Jinnie cuidou de mim esse tempo todo e a halmeoni, meu Deus, como que fica com raiva dela?

— Nem quando ela nos xinga, dá para ficar com raiva dela. — Jungkook abaixou a cabeça, disfarçando o riso, e Sohye deu uma risadinha também.

— É só que... — Sohye suspirou e Jungkook a olhou mais uma vez. — Ele desconfiou de algo? Do porque eu não estava lá embaixo com vocês?

— Você pode, por favor, confiar nos meus dons hollywoodianos? — fingiu estar ofendido. Sohye continuou o encarando e sem mudar a expressão apenas arqueou as sobrancelhas. — Tá, tá. Eu disse que você estava com dor de cabeça e ele claramente não acreditou, mas aparentemente o assunto do momento é a minha vida amorosa desastrosa, então ele achou que eu tava esquisito por isso. — Jungkook apertou os lábios, incomodado. Depois enfiou a mão no bolso e tirou um pacote de jujubas de lá. — Ele até me deu isso. Sabe, o lance dele dar doce quando a gente está triste. Mas eu guardei para você, porque acho que você precisa muito mais do que eu.

— Eu não quero, pode ficar.

— Sério que você vai negar? — Jungkook encarou Sohye, de olhos arregalados. Ela riu um pouquinho e ele continuou a cena. — Como assim? É o fim do mundo? É o retorno de Thanos?

Sohye riu, e se sentou puxando o pacote da mão dele.

— Nós dividimos, pode ser?

— Devemos ter mais uns 10 minutos antes dos pestinhas darem falta de mim, ou então vamos ter que dividir entre 4. — Sohye assentiu, sorrindo, e abriu o pacote. Pegou uma jujuba de ursinho e virou para o garoto, que fez o mesmo.

— E você? O lance com o Jimin... — "Ah..." foi a resposta de Jungkook, e após isso, ele deu de ombros.

— Acho que só não era para ser. Sei lá.

— Kookie, você gosta dele desde que entramos na faculdade e agora que tem a possibilidade de acontecer, não era para ser?

— E daí? Ele não gosta de volta. Fazer o quê? Vida que segue. — deu de ombros mais uma vez, e dessa, encheu a boca dos ursinhos coloridos.

— Mas a questão é que ele gosta de você! É só olhar para cara que ele estava hoje lá na sala.

— Cara de incomodado. Ele se sente mal por ter me dado um pé na bunda e ainda ter que conviver comigo, isso sim — Jungkook respondeu, ainda mastigando as jujubas e colocando outras seguidamente, na boca. Sohye puxou o pacote de suas mãos, o fazendo a encarar com as bochechas inchadas.

— Você disse que eu precisava mais das jujubas e já comeu quase a metade sozinho! — Jungkook bufou, se jogando na cama mais uma vez, mas dessa batendo com a cabeça na cabeceira e levando a mão ao local, se encolhendo. — Machucou?

Nah, eu to bem. — ele se ajeitou, dessa vez com cuidado.

— Sobre o Jimin, pensa com carinho, 'tá? De verdade eu acho que ele gosta mesmo de você. Às vezes o Tae deixa escapar umas coisas e eu não consigo acreditar que isso que aconteceu não seja só um mal-entendido. Mas eu e o Kim combinamos que não vamos nos meter, mas independente da sua decisão, eu vou te apoiar.

— Obrigado, Soso... — Jungkook disse, após assentir. — E você? Vai falar com o Jin hyung?

— Eu preciso, né? — ela fez careta. — Não sei como, nem quando, mas eu preciso tentar entender o que aconteceu. Parece que abriram a caixa de pandora da minha vida e não para de aparecer problemas. A verdade é que tudo começou a dar errado em 2015, desde que o Zayn saiu da One Direction — Sohye fez piada, fazendo Jungkook rir.

— Falando em One Direction... Reino Unido... Você não falou do intercâmbio para o Taehyung hyung ainda, não é? — ela balançou a cabeça e fez bico — Você já pensou como vai ser isso se você passar? Namoro a distância é meio complicado, mas não acho que seja impossível...

— Não consigo nem pensar em como falar isso para ele, quem dirá em como será depois. — ela suspirou — Eu sinto que vai doer independente do que nós dois decidirmos e isso me apavora. É estranho porque eu não me arrependo nem um pouco de estar com o Tae, mas também me sinto irresponsável demais de ter aceitado e de não ser sincera desde o começo. Eu que deixei as coisas chegarem a esse ponto, sabe?

Jungkook apertou os lábios e assentiu. Sohye pegou uma jujuba e levantou o pacote com a última na direção do amigo que aceitou. Logo após o gesto eles ouviram batidas discretas na porta do quarto e rapidamente o Jeon pegou a embalagem da mão da amiga, a enfiando no bolso. Quase no mesmo instante ela se abriu e dois rostinhos apareceram pela fresta.

— Pode entrar, tia Soso? — Yuna chamou.

— Pode sim, Yuyu.

— O quê? Ela bate na porta agora? Yuyu, que tal ensinar isso para o seu amigo aí que sai entrando em quartos alheios sem anunciar? — Jungkook disse, observando as crianças entrarem no quarto. Já de pijamas de bichinhos os dois subiram na cama, sentando-se de frente para os dois adultos.

— Deixa de ser bobo, Kookie. A Yuna só quer ser educada porque está se preparando para quando o irm... — a menininha abraçou o garoto de lado, tampando a boca do mesmo. Ela forçou um sorriso quadrado e Sohye disfarçou o riso.

— Então, como foi o dia de vocês hoje? — a Kim perguntou para as crianças.

— Foi bem legal! Nós aprendemos algumas palavras e fizemos desenhos delas e no recreio minha turma brincou de super-herói. Eu fui o Hulk! Hulk Esmaga! — Daeho bateu as mãozinhas e falou sendo agitado, como sempre.

— Que legal, Dae — Sohye sorriu para ele — E você Yuyu, que super-herói você foi?

— Nenhum, tia, a Yuna não brinca mais no recreio. — Daeho deixou escapar. Depois ele e Yuna se encararam, a menina apertava os lábios, parecendo brava. — Desculpa, eu não sabia que não podia falar... — ele sussurrou.

— E, porque não poderia? — Sohye perguntou, olhando de um para outro, percebendo ter algo mal explicado ali — Yuna, o que está acontecendo?

— Nada, tia Soso. Eu só não queria brincar, eu não gosto dessa brincadeira.

— O Dae acabou de dizer que você não brinca mais nos recreios e não que você só não gostava dessa brincadeira.

— Ele falou errado.

— Yuna...

— Eu só não entendo essas brincadeiras, tia Sohye. Eu demoro a entender, e aí não tem graça. Só isso.

— E você falou para a professora da sua turma sobre isso? Que você não se sente confortável de brincar? — Yuna assentiu devagar — E o que ela disse?

— Que eu não precisava brincar se não quisesse. — falou baixinho.

Sohye suspirou, olhou para a sobrinha por algum tempo e depois apenas assentiu. Não dava para passar por cima das decisões de todas as professoras da escola, cada uma tinha sua metodologia e nos dias de estágio tinha aprendido que em alguns momentos precisava respeitar diferentes posições profissionais, apesar de não concordar.

— Ok. Mas se algo estiver te incomodando, você precisa falar com algum adulto, tá? E lembra que você não é pior que as outras crianças por ter dificuldade em algumas atividades. Você pode não saber fazer algumas coisas, mas é boa em outras, entendeu?

Yuna manteve os olhinhos atentos e tímidos na tia por alguns instantes, e assentiu mais uma vez.

— Ok, tia Soso. Eu entendi. 

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Oiii, tudo bem? 

Eu sempre fico surpresa quando percebo o tempo que demorei para atualizar o capítulo :( Mas é que nem sempre consigo fazer tudo o que eu planejo e não gosto de postar os capítulos sem ter certeza de que ele passou a ideia que eu queria. A Learning é muito importante para mim e sempre tento dar o melhor aqui. Espero que entendam, não é por mal.

Estou nos últimos períodos da faculdade (até me arrepiei escrevendo isso, haha) e estou precisando finalizar as coisas para não ficar nada pendente. Além das disciplinas finais, faço pesquisa científica e é algo que também me toma um pouquinho de tempo. 

Voltando a Learning... que barra a Soso descobrir que na verdade a mãe que pagava as mensalidades, né? Qual a opinião de vocês sobre isso? Me contem, pfvr haha

E sobre os meninos? Viram o AMA? Estão acompanhando a volta deles aos palcos? Eu confesso que tive um surtinho de fã e chorei com a apresentação deles de My Universe, sou fã do Coldplay também e para mim foi um dos feats do século haha 

Queria aproveitar também para falar que tem coisa novas no perfil ♥ Fiz um conta no Instagram para deixar registrado algumas coisinhas das nossas histórias por aqui. O user é o mesmo (@thestarvante) e logo logo vou começar a postar coisas lá. 

Postei também uma short do Jimin que tinha um tempinho que estava querendo liberar aqui. Nas notas finais eu explico um pouquinho do porquê demorei tanto. Ela tá lá no meu perfil e tem também uma playlist dela na minha bio. Espero que gostem dela também, vai ser uma honra ter vocês por lá ♥

Abraços coloridos, Polly ♥

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