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31. daddy, do you not care? is there nothing that you want to say?

"Papai, você não se importa? Não há nada que você queira dizer?"

- Coldplay (Daddy)

sábado, 8h43min

Taehyung bocejou preguiçosamente e piscou os olhos devagar, tentando criar coragem para sair do quentinho da cama e se dirigir para o próprio quarto. Ele não conseguiu pregar os olhos durante a noite, não sabia se era por dormir antes ou por preocupação da conversa que teria naquele dia. Com o pequeno movimento para o lado, ele sentiu Sohye se mexer e se aconchegar mais nele, mas ainda sem acordar.

Ele a abraçou de volta e enfiou os dedos com cuidado entre os fios bagunçados dela, fazendo uma espécie de cafuné. Taehyung sorriu ao ouvi-la resmungar algo e parecer se afundar mais ainda no sono que estava. Sohye tinha tanta dificuldade para dormir, que ele sempre tomava o dobro de cuidado para não a acordar quando eles estavam juntos.

A cortina no quarto era de um tecido leve e o sol começava a iluminar timidamente o ambiente, o que o fez notar que a cada centímetro que o cabelo dela crescia, ficava em mais evidência o quanto ele era mais claro que o comum por ali. Ele enrolou o dedo em uma mecha e riu baixinho quando a mesma ficou uma mola engraçada e bonitinha, diferente do restante do cabelo espalhado.

Ele acabara de encontrar mais uma coisa que amava em Kim Sohye.

Ela, assim como o irmão, herdou os cabelos da mãe, não era? Taehyung se perguntou se, somente se, eles tivessem filhos se eles teriam os cabelos daquele tom também.

Se bem que os cabelos de Kim Yuna eram bem escuros e nada parecidos com o do pai. Mas se bem, também, que se parecesse com a Yuyu, iam ser espertos e fofos, e bochechudos, então ele estava no lucro do mesmo jeito.

Taehyung riu sozinho ao perceber que os pensamentos estavam indo longe demais, já. Ele sentiu o corpo se afundar mais ainda na cama e decidiu tomar coragem de levantar, antes que a mãe fosse até seu quarto e notasse que ele não estava por lá.

Taehyung deixou um beijinho na testa de Sohye e se desvencilhou dos braços dela com cuidado, colocando um travesseiro no seu lugar. Ele quis rir quando a viu apertando e enfiando o rosto nele, mas depois se sentiu um bobo porque era ele quem saiu perdendo. No momento, sentiu inveja de um travesseiro e viu que aquilo não tinha mesmo graça nenhuma.

O Kim pulou por cima dela com cuidado, calçou as pantufas e caminhou até a porta com mais cuidado ainda para não fazer barulho. Saiu para o corredor e encostou a porta de maneira mais silenciosa que conseguiu. Ia se virar em direção ao seu quarto, mas acabou decidindo ir até à cozinha pegar água antes.

Ele nem chegou a terminar o passo porque deu de cara com o pai o olhando curioso, há poucos metros, iluminado apenas pela luz externa que entrava pelas janelas da sala.

Taehyung arregalou os olhos e levou a mão na boca, dando alguns passos para trás, se sentindo pego no pulo. Nunca fez nada do tipo na adolescência e ali estava ele, no auge dos 25 anos, sendo flagrado pelo pai, saindo escondido do quarto da namorada.

— Não é o que você está pensando... — a típica frase só saiu por sua boca, sem que ele notasse, e ao ver o homem rir, achando graça, ele se sentiu muito idiota.

— Eu não vou falar para sua mãe, pode ficar tranquilo. Por mim vocês nem precisavam dormir em quartos separados, mas acho que ela não entendeu que você já é adulto e que se passaram mais de 5 anos desde que você terminou o colégio... — ele falou baixo, mas mesmo assim a voz forte tomou conta do local. O outro sorriu, ajeitando a franja, envergonhado.

Gradualmente, Taehyung pareceu terminar de despertar, e se lembrou de toda a situação mal resolvida entre os dois. Ele engoliu em seco, fitando o piso, e o pai pareceu se recordar também.

— Você quer aproveitar que elas estão dormindo, e conversar? — o Sr. Kim perguntou, sem muitos rodeios.

Se estivesse de óculos, teria os empurrado para mais perto dos olhos, mas como os esqueceu em seu quarto antes mesmo de ir para o quarto de Sohye na noite anterior, Taehyung apenas levantou o olhar do chão para fitar o pai, e assentiu. 




Kim Taehyung encolheu os dedos dentro das pantufas e fitou a superfície branca da mesa. Ele apertou as mãos umas nas outras, ouvindo o pai, na cozinha, despejar o líquido quente na caneca. Aquilo pareceu levar uma eternidade, mas duraram apenas 3 segundos. 

Ele, que esperou tanto, tanto, por aquele momento, agora tudo o que queria fazer era pegar sua mochila e fugir para a rodoviária para pegar o primeiro ônibus rumo a Incheon.

Se sentiu muito covarde com aquele pensamento.

Dentro dele, estava tudo muito esquisito. Taehyung queria sim resolver aquela situação, mas era como se parte de seu coração simplesmente o falasse baixinho que talvez fosse melhor continuar do jeito que estava, e seguir seus dias fingindo que nada aconteceu. Sabia que tocar no assunto só iria machucar mais e ele se questionou se realmente estava pronto para aquela conversa.

Viu o pai contornar o balcão-ilha que integrava a pequena cozinha a sala de jantar, equilibrando com cuidado as duas canecas com vapor subindo delas. As colocou sobre a mesa, uma à frente de Taehyung e outra do outro lado, onde ele ocupou a cadeira logo depois.

— Você ainda gosta de chocolate quente? Não ficou como o da sua avó, mas eu tentei...

— 'Tá ótimo. Obrigado, pai. — Taehyung falou. Depois ele mesmo estranhou o quão sua voz pareceu seca, porque não era a intenção. Do outro lado da mesa, o mais velho assentiu, e bebericou a própria caneca.

Silêncio. No relógio deviam ter passado quase 2 minutos.

Taehyung encarou os dedos, os nós quase brancos de tanto que ele apertava uma mão na outra. Aquilo estava tão esquisito, e parecia que só iria piorar cada vez mais. Silêncio era a última coisa que havia nas suas memórias naquela casa, já que, apesar de o pai sempre ser mais quieto, quando ele ou Joeun estavam por perto, eles falavam por todos os Kims, juntos.

— A mamãe disse que você voltou a estudar — Taehyung falou primeiro, fazendo o pai desviar o olhar das cortinas da janela, para ele. O homem engoliu a saliva, e assentiu. —  Isso é... bem legal. — ele completou encarando as mãos de novo, sem saber muito bem o que dizer.

— Pois é... — o mais velho sorriu, também nervoso. — Acho que eu percebi que acabei cobrando de você algo que eu não consegui fazer por conta da falta de oportunidade que eu tive na sua idade. Direito era o meu sonho, não o seu.

Taehyung levantou os olhos, surpreso, e o encarou.

— E quando você percebeu isso? — ele perguntou de volta, curioso, e viu o pai apertar os lábios encarando a caneca em suas mãos.

— Acho que não houve um dia específico, mas o que mais me marcou foi quando sua mãe viajou para ver seus avós e eu fiquei sozinho aqui. Precisei de uma caneta para terminar de fazer a lista de compras e como estava muito tarde para ir comprar outra, acabei indo até seu quarto procurar — ele parou um tempo antes de continuar. — Não precisa ficar muito tempo lá dentro para entender que Direito nunca foi muito a sua praia. Só não vê quem não quer... — ele riu anasalado e Taehyung acabou sorrindo timidamente também.

Eles ficaram em silêncio novamente  o mais novo olhou da sua caneca para o pai, e depois para a parede com todas as fotografias, atrás dele. Ele tentou desviar o olhar, mas algo o manteve preso na última, na foto com a mãe e os avós no dia da sua formatura. Taehyung sentiu o nariz arder e abaixou a cabeça, os olhos começaram a marejar segundos depois quando se tocou do motivo. Ele respirou fundo e levantou a cabeça mais uma vez, para encarar o pai.

— Eu pensei que você iria com a minha mãe... eu realmente acreditei até o último segundo, que você iria. — Ao ver o homem o encarar confuso ele completou: — Na minha formatura.

Taehyung, mesmo com a pouca iluminação, viu que o pai piscou os olhos, nervoso, e virou o rosto para a janela mais uma vez.

— Eu imaginei que você não iria me querer lá depois do que aconteceu e como...

— Eu queria — Taehyung o interrompeu. Eles se encararam mais uma vez. — Eu nunca deixei de querer que você estivesse lá também.

— Eu não sabia... — ele falou em um sussurro, parecendo surpreso, e sem conseguir desviar o olhar do filho. — Eu pensei em ir, mas fiquei com medo de causar problemas. Eu sabia o quanto era importante para você.

— Era importante você estar lá também, pai. — Taehyung percebeu a voz falhar e se sentiu envergonhado por não conseguir disfarçar. Ele abaixou a cabeça e encarou as mãos mais uma vez. — Não era só o meu sonho... Vocês se esforçaram tanto para me mandar e me manter em Incheon. Eu imagino o quanto deixaram de fazer coisas por vocês dois e pela casa, tudo para que eu não precisasse desistir. Mesmo a halmeoni e o harabeoji me mandaram dinheiro durante esse tempo todo, mas eu queria muito que assim como eles e a minha mãe, você também me visse receber o diploma. Era uma coisa da nossa família, não só minha.

— Eu assisti a sua formatura, Taehyung. — o mais novo levantou o olhar, mesmo embaçado de lágrimas e fitou o pai, sem entender. —  O seu amigo, o do apartamento. Ele fez chamada de vídeo comigo e por algum milagre a internet não caiu naquele dia. Eu consegui assistir toda a cerimônia.

— O Jiminie? — o Kim perguntou, meio choroso ainda, e o pai assentiu. Ele engoliu a saliva e piscou os olhos algumas vezes. — Aquele idiota... ele nunca me contou... — ele mordeu os lábios e olhou para o lado, tentando não ser tomado de vez pelo choro, mas sem sucesso. Ele queria ao mesmo tempo, o abraçar e o socar todo. Aquele filho da mãe iria ver só... mas precisava o dizer que Jimin era o melhor amigo que poderia ter e que o amava mesmo assim.

— Eu sei que não é a mesma coisa, mas eu nunca iria me perdoar se não visse você se formar. Mesmo que não fosse em algo que eu estava esperando e mesmo que não fosse pessoalmente. E eu senti tanto orgulho te vendo receber o diploma e fazer o juramento que mais nada importou naquele momento.

Taehyung mordeu os lábios inferiores com mais força, ainda encarando a janela. O rosto já estava tão molhado que ele nem soube dizer se ainda estava chorando ou se já tinha esgotado todas as lágrimas que tinha dentro dele. 

Taehyung chorou por pelo menos mais uns bons minutos, sem conseguir parar, como se agora colocasse para fora o que ficou preso dele por todos aqueles anos. Ele só queria que aquele peso em seu peito, o deixasse em paz.

O pai apenas o fitou, secando em silêncio as lágrimas que escorreram por suas bochechas. Ele não sabia muito como reagir. Não era como quando o filho tinha 4 anos e chegou da escola reclamando de alguém o provocando e o homem foi resolver a situação com a diretora e os pais do aluno no dia seguinte. Ali, já estavam resolvendo a situação e era ele, aquele em que Taehyung pedia ajuda, quem estava o fazendo chorar. Taehyung tinha crescido, e mesmo ele falando minutos antes que Joeun não parecia ter notado aquilo, ele mesmo só se tocou, naquele momento. 

Quando o rapaz conseguiu se acalmar, a sala estava praticamente toda iluminada pela luz do sol. Ele viu o pai se levantar e contornar a mesa, parando ao lado dele. Ele fungou mais uma vez quando sentiu a mão grande do pai, segurar seu ombro.

— Vou fazer mais chocolate para você. Esse já esfriou.

Taehyung assentiu. Observou o pai, com as duas canecas de cores diferentes em mãos, se afastar e seguir em direção à cozinha. O fitou em silêncio, o vendo parar em frente a bancada, de costas para a sala de jantar. Taehyung logo percebeu quando o Sr. Kim abaixou a cabeça e segurou a ponta da pedra, os ombros começando a balançar no ritmo dos soluços que tomaram conta dele.

Ele sorriu fraquinho em silêncio, e se levantou, indo até o mais velho e segurando em seu ombro. 

— Eu faço o chocolate, pai.

Taehyung viu o homem assentir quieto, lhe dar alguns tapinhas nas costas e voltar para a sala.

Joeun não chorava fácil assim. Ele tinha que ter puxado aquele lado sentimental de alguém, e se sentia comovido por agora saber que era do pai.


10h52min

Após responder às mensagens que o irmão enviou naquela manhã, Sohye saiu do quarto de hóspedes e encostou a porta devagar antes de seguir pelo corredor até a área social da casa. Quando ela levantou e tentou acender a lâmpada do quarto, percebeu que a luz ainda não havia sido restabelecida, mas quando caminhou pela casa e notou que a única iluminação ali era a que vinha das janelas abertas, não houve dúvidas.

Apesar do pequeno incidente que poderia deixar o feriado um pouco esquisito, o dia amanheceu mais ensolarado e quente que o anterior. Particularidades que ela tanto amava do outono.

Com a temperatura mais agradável, após tomar banho, arriscou colocar o vestido amarelo que ia até os joelhos e que levou na mochila, junto a jaqueta que usou na viagem. Penteou o cabelo e ao ver um cacho largo perdido entre os fios, acabou se empolgando em fazer mais outros por ele. Tinha algum tempo que não o usava cheio daquele jeito, e até gostou de como ficou. Talvez adotasse o penteado por mais vezes.

Sohye parou de andar quando viu o namorado atrás do balcão da cozinha, parecendo concentrado em preparar algo. Ele tinha as mangas do moletom verde, suspensas até o cotovelo, e a franja caía à frente dos olhos, já que mantinha a cabeça abaixada. Como se percebesse estar sendo observado, ele levantou o olhar e encontrou Sohye o olhando. Jogou a cabeça para o lado, afastando o cabelo da frente dos olhos e sorriu. Ela até sorriu junto, mas então ele fez careta, a confundindo toda.

— Poxa, achei que iria te ver andando de cabelo para o alto e pijama pela minha casa, mas não foi dessa vez. — Sohye rolou os olhos se aproximando dele e Taehyung sorriu. Ele se inclinou para a beijar, ao mesmo tempo, em que ela ficou na ponta dos pés. — Você está linda. — sussurrou.

— Obrigada. — respondeu de volta, lhe dando mais um selinho e depois parando sobre os dois pés. — Onde estão seus pais?

— Então... Mudanças de planos. Não vamos mais almoçar em casa e como ninguém fez reserva em lugar nenhum, quase que nosso sábado foi por água abaixo, mas não foi desta vez — ele empurrou um dos pratos com melão cortado para Sohye. Ela pegou uma das fatias e deu uma mordida, prestando atenção — Minha mãe ligou para a distribuidora de energia e eles disseram que só vão conseguir mandar alguém parar religar hoje depois do almoço. Então, meus pais se sentiram mal por estragar nosso dia por descuido da minha mãe, então ela surtou e decidiu sozinha, sem consultar a ninguém além dos neurônios dela, que vamos para um parque fazer churrasco. — Sohye tentou não rir da cara que ele fez quando disse a última frase, mas não conseguiu.

— Por mim tudo bem, mas uau, como ela conseguiu que aceitassem ligar a luz hoje?

— Você não conhece Kim Joeun, Sohye, você ainda não conhece essa mulher — ele levantou as sobrancelhas, fazendo careta e ela riu mais uma vez. — Respondendo sua pergunta, eles foram ao mercado antes que fechasse e eu estou encarregado de cortar as frutas e os legumes que ela me obrigou a colher lá atrás. Cai umas 3 vezes na lama, então tive que tomar banho e me atrasei todo.

— Por que não me chamou antes, Tae? Eu poderia te ajudar.

— Primeiro, porque eu fiquei com pena de você estar toda encolhida no edredom e ter que levantar para ir aos fundos ter que revirar terra comigo, e segundo, porque ela decidiu de última hora e saiu gritando pela casa que era para eu vir para cozinha adiantar enquanto eles saiam.

— Ainda assim... Mas, okay... — Sohye apertou os lábios, aceitando a resposta dele. — Tem mais alguma coisa para fazer?

— Acho que não. A panela não terminou de preparar o arroz, os legumes já estão cortados e essa é a última — ele apontou com o queixo para a fruta em suas mãos. Sohye assentiu, apertou o ombro do namorado de leve, e lhe deu um beijinho na bochecha. — Você lavou a mão ou limpou no meu casaco, Sohye? — ele a encarou por baixo dos óculos.

Ela lhe deu língua e ele a encarou de olhos semicerrados. Taehyung fingiu que iria a puxar para perto e Sohye riu, desviando das mãos meladas de melão dele. Sohye foi até a pia e lavou as mãos, e ainda as secava quando eles ouviram barulho de buzina e logo depois uma movimentação vinda do lado de fora, indicando que os pais de Taehyung já estavam de volta.

— Soso — ela o olhou lavar as mãos no local em que ela estava segundos antes — Talvez você conheça um outro lado da minha mãe hoje, mas, isso não quer dizer que ela não gosta de você, ok? Ela só fica meio, agitada, quando as coisas não saem como ela planejou... — ele sorriu quadrado para a namorada.

Antes mesmo que ela pudesse responder qualquer coisa, a porta da frente foi aberta.

— Taehyung, faz o favor de ajudar com as compras? — eles ouviram Joeun falar da entrada. Ele sorriu quadrado mais uma vez e saiu da cozinha, deixando Sohye lá. Voltou logo após pegar as sacolas das mãos da mãe. 

— Bom dia, Joeun. Precisa de mais ajuda? — Sohye perguntou, sem jeito, e Taehyung começou a assentir, mas quando a mãe respondeu que não, ele negou com a cabeça.

— Não querida, não precisa — Joeun sorriu para ela, enquanto o marido passava pelas duas com mais sacolas e Taehyung seguiu apressado para o lado de fora mais uma vez. — Você dormiu bem? Eu sinto muito, foi culpa minha cortarem a energia. O Taehyung disse que você não se sente muito bem sobre isso...

— Hm? Não, não. 'Tá tudo bem. Eu dormi super bem. — se apressou em dizer.

— Mãe, onde eu coloco isso? — A conversa foi interrompida e Sohye fitou o namorado abraçado a uma sacola de papel.

— Coloca na bancada, porque já vou mexer nelas... — ela se virou para a garota de novo — Ainda assim Sohye, eles disseram que só precisam religar na central e logo... Não nessa bancada, Taehyung!

Ela voltou a olhar para a cozinha e o viu parado, com cara de perdido, sem saber o que fazer.

— Mãe, eu não estou entendendo o que você quer! — ele reclamou, batendo as mãos nas pernas.

— Quer saber? Não quero que você faça nada! Fora da minha cozinha, os dois, andem! — O Sr. Kim, que não tinha nada a ver com a história, parado no canto, apenas prendeu o riso e passou olhando para Sohye, lhe dando um sorriso quadrado como o do filho. Taehyung veio logo depois, e a puxou pela mão, a levando para o lado de fora da casa.

— "Ah querida, não precisa. Oh meu Deus! Você dormiu bem? Foi minha culpa!" — Taehyung resmungou e chutou uma pedrinha, enquanto eles estavam sentados no balanço a frente da casa. Sohye negou com a cabeça, um ar de riso no rosto.

— Só quero ver se ela te escuta falando...

— Eu a amo, mas quando ela fica assim... — Taehyung bufou. — Mas, tudo bem, eu aceito que eu consigo ser pior. Ainda não sei como eu consegui a proeza de sair de casa brigado com o meu pai e não com ela. Ele é o mais calmo entre nós. — Taehyung expirou, deixando os ombros caírem, finalizando seu drama.

— Inclusive... — ele fitou Sohye — Tá, tudo bem? Vocês já conseguiram conversar? — ele franziu o nariz ao ouvir a pergunta.

— Acho que sim. Nós conversamos hoje cedo. Bem, bem, ainda não está, mas acho que estamos melhor que antes.

Sohye assentiu ao ouvi-lo e então os dois ficaram em silêncio logo depois, Taehyung fitando o jardim da casa e Sohye de olhos fechados, a cabeça direcionada para cima, aproveitando do sol. Ela o ouviu rir sozinho e abriu os olhos, o fitando.

— O que foi?

— Sabia que quando eu era criança, quando eu não estava correndo com meus amigos, eu estava bem aqui? — Sohye o olhou, curiosa. — Eu passei boa parte da minha infância, sentado neste negócio. Eu gostava porque daqui eu via quando meu pai voltava do trabalho, e, ao mesmo tempo, dava para ver minha mãe lá dentro de casa. — ele apontou para os locais, e Sohye percebeu que realmente dava para ver o portão e Joeun e o marido parados em frente a bancada da cozinha, preparando algo. Ela sentiu o coração quentinho de agora estar compartilhando da lembrança com ele.

— Estava tudo bem, até o belo dia em que eu achei que seria uma boa ideia me balançar em pé. — Taehyung falou do nada.

— E não me diga que você caiu... — Sohye fez careta, quase fechando um dos olhos.

— Eu não ia só cair de um jeito sem graça, não é? Eu praticamente voei e sai rolando até lá onde está aquela plaquinha de sapo. — ele apontou para uns 4 metros à frente de onde estavam. Sohye suspendeu as sobrancelhas, chocada. — Antes que você me dê bronca, eu me ralei todo, mas dessa vez não quebrei nada. Eu sei, eu sei. Eu era uma criança muito agitada.

Só agitada? — Sohye falou em um misto de riso e descrença — Deve ser por isso que sua mãe sempre foi toda preocupada com você, Taehyung. Você vivia aprontando, misericórdia — ele riu da reação dela.

— Você não está entendendo, Sohye. Eu só tinha muita energia armazenada e precisava gastar.

— Aham. Tá. — ela riu, o empurrando de leve.

Sohye o fitou observar o jardim e teve certeza que ele se perdia em algumas memórias naquele momento. Ela não conseguiu disfarçar o sorriso que tomou conta de seus lábios porque não tinha como negar o quanto era uma cena confortável.

Taehyung segurou nas correntes que prendiam o balanço na árvore e deu um pequeno impulso para frente, sentindo o vento bater no rosto. Sohye, distraída, por impulso o abraçou pela cintura e eles riram, com a própria cena atrapalhada. Passando o susto, tirou os pés do chão gramado e sem o soltar, deitou a cabeça em seu ombro.

Ficaram ali, por hora se balançando e por outras, como Taehyung dizia e sempre arrancava risadas de Sohye, apenas parados no sol, fazendo fotossíntese.

Ela acabou deixando alguns suspiros escapar enquanto pensava em como conversar com o namorado, e ele apenas a olhou de volta, sabendo ter algo acontecendo, mas também não sabendo bem como perguntar. Taehyung não queria invadir o espaço de Sohye, mas estava mais que óbvio que havia algo a incomodando muito, já que, apesar de estar parecendo se distrair com a viagem, em um momento ou outro, ela também parecia estar completamente em outro planeta.

Após compartilharem do tempo juntos, ouviram a porta da frente ser aberta, Joeun aparecer por ela e pedir a Taehyung para explicar logo como temperar bife de soja antes que o pai dele fizesse besteira e estragasse o almoço de vez. Ele riu, parecendo não ligar mais para a cena com a mãe no começo da manhã, e os dois se levantaram do balanço, entrando para a casa junto dela.


14h45min

Sohye não conseguia colocar em palavras o quanto, apesar dos pensamentos esquisitos e de culpa que vinham de tempos em tempos, estava sendo bom passar aquele tempo com Taehyung e sua família.

Em nenhum momento eles a deixaram se sentir de lado ou sobrando e, diferente das preocupações que estava antes de chegar ali, eles nem sequer tocaram no assunto dela não ter origem apenas coreana. Com o cabelo maior, ficava em mais evidência todos os traços herdados da mãe, e, portanto, sua nacionalidade. Mas os Kims não pareceram se importar muito.

Em parte da tarde, ela refletiu que, mesmo que ainda houvessem pessoas que se incomodassem com aquela questão, não parecia ser o caso deles. Como era algo que a acompanhou a vida toda, talvez aquele assunto fosse algo muito mais forte para ela mesma, o que a fazia se preocupar e querer encontrar soluções o tempo todo, mesmo que ainda nem tivesse acontecido. Devia ser algum mecanismo de autodefesa.

Ainda estavam no parque e além deles, ainda haviam várias outras famílias dividindo o espaço e o tempo de seu feriado. A maioria estava como eles, sentados em uma toalha, usando uma das churrasqueiras do local e conversando ou ouvindo música. Ao redor, haviam algumas crianças correndo de um lado para o outro, brincando de pipa, ou nos brinquedos infantis que haviam espalhados por ali.

Taehyung já tinha se revezado em cuidar da churrasqueira com o pai, preparando a comida, e ele pareceu mais confortável de o fazer, já que o mais velho que criticava sempre o estilo de vida do filho, agora fazia perguntas, parecendo realmente interessado no assunto e no universo do vegetarianismo.

Eles almoçaram, e para a surpresa de Taehyung, que ficou todo bobo, os pais só fizeram opções sem origem animal. Em um momento de distração dos dois, ele sussurrou para Sohye que aceitaria aquilo como uma bandeira branca, pedindo paz, o que a fez rir da bobeira dele.

Ela conversou bastante com os pais do namorado sobre mais assuntos de sua rotina, e também sobre a deles. Enquanto o pai de Taehyung se abriu dizendo ter se surpreendido com a quantidade de conteúdo das aulas da faculdade, e que entendia agora o cansaço do filho, Sohye acabou deixando escapar sobre Yuna, os alunos e até mesmo sobre a cachorrinha do abrigo que ela tinha se apegado tanto e que conheceu graças à Taehyung.

Enquanto pai e filho compartilhavam algumas risadas à frente da churrasqueira, Joeun disse para Sohye sobre querer aproveitar estar sozinha em casa para começar um curso EAD de decoração, já que após assinar, sem querer, um dos canais na TV, acabou descobrindo gostar muito daquilo e até estava praticando em casa, mas ainda assim sentia falta de orientações melhores vindas de profissionais.

Em determinado momento, Sohye até se surpreendeu ao notar o quanto estava tagarela no meio dos Kims e sorriu sozinha, imaginando como alguém que a conhecia fora daquele cenário, poderia acabar não a reconhecendo ali, falando pelos cotovelos.

Após a refeição, e quando os dois mais velhos se distraíram com as outras pessoas em uma conversa sobre plantações que ela não estava entendendo nada, Taehyung sorriu, também meio perdido, e se afastou aos poucos, segurando na mão da namorada discretamente e a puxando para longe dali.

— Direito Agrário... Certeza que eu não duraria uma semana trabalhando com isso, não entendo nada. — ele disse enquanto eles caminhavam, lado a lado, pela grama levemente amarelada. Sohye sorriu, fitando as botas nos pés, e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta.

A luz do sol, amarelada, por entre as várias árvores de folhagens amarelas e laranjas que ainda não caíram, deixava tudo mais bonito ainda.

— Soso? — ela levantou o olhar para Taehyung e no automático, sorriu para ele. Ele manteve o olhar mais sério do que o de costume e parou à frente dela.— O que foi?

E então o sorriso em seu rosto, se desfez, gradualmente, e eles pararam de andar.

— O que foi, o quê? — ela retrucou, a voz vacilando de leve. Se Taehyung tinha a sensação de que havia algo de errado mesmo, ali ele não teve dúvidas.

— Não sei, você está diferente. Meio avoada, mais calada que o normal. E não é de hoje que eu notei isso. — Sohye abriu a boca, surpresa com o comentário, e fechou de novo, sem saber o que falar. Ela encarou o espaço entre suas botas e os tênis brancos dele e respirou fundo, apertando as unhas na palma da mão. Ela já tinha decidido que não iria falar ali, pelo menos, não no meio da viagem, e agora sendo questionada, não sabia o que fazer.

A surpreendendo mais ainda, Taehyung segurou a mão tensa e a fazendo afrouxar o aperto, entrelaçou os dedos aos dela. Com a livre, encostou o dedo no queixo de Sohye a fazendo o fitar. — Você quer conversar? Foi algo que aconteceu na faculdade?

— Sim e não — Sohye respondeu depois de um tempo, expirou, e encarou uma árvore atrás dele. — Eu preciso mesmo conversar com você. Mas, eu não sei como.

— É algo grave? Você 'tá sentindo alguma coisa? — Taehyung abriu os olhos um pouquinho mais, já em estado de alerta, preocupado. Ao entender as perguntas, ela negou, balançando a cabeça. Ela só estava piorando tudo!

— Não, Tae, não é isso. Eu 'to bem.

— A sua cara não está dizendo isso...

Sohye ficou quieta, o encarando sem realmente saber como começar o assunto. Ela sentiu o coração acelerar e passos as mãos no rosto.

— Eu só, de verdade, não sei como falar... como começar a falar... — ela colocou o cabelo atrás da orelha, e desviou o olhar.

— Não tem a ver com doença mesmo então, não é? — Sohye negou mais uma vez, ainda sem conseguir o encarar. Sentiu o coração ainda bater acelerado, e respirou meio atrapalhada. Ela não era só a pior namorada, como também devia ser uma das piores pessoas que já cruzou o caminho dele. — Soso, olha para mim... Sério, o que foi? Você fez algo muito grave? Você maltratou algum cachorrinho?

— O quê? Não! Que horror. — ela arregalou os olhos e se mexeu toda, nervosa. — Eu nunca faria isso.

— Ah, que bom... — ele empurrou os óculos para perto dos olhos. Taehyung respirou fundo antes de tentar mais uma vez. — Você não gosta mais de mim e está a fim de outra pessoa? Se for isso, eu vou entender. Sério. Entender é o mínimo que eu tenho que fazer, você não é obrigada a ficar com alguém que... — ele destrambelhou a falar, mas parou quando Sohye fechou os olhos e negou, balançando a cabeça desesperada, pensando o quanto a falta de coragem dela estava agora também afetando o rapaz. Ela abriu os olhos, e deu um passo na direção dele, segurando sua mão mais uma vez.

— No meio de toda a guerra que ta acontecendo aqui dentro de mim, a única coisa que eu tenho certeza é que eu gosto muito, muito, de você. E é principalmente por isso que eu não quero te machucar.

— Mas como assim machucar? É isso que eu não estou entendendo.

— Eu não fiz algo... no caso, eu vou fazer... — Ela passou a mão no cabelo, e bufou, confusa — É só que eu sempre penso muito bem antes de fazer qualquer coisa, Tae, mas pela primeira vez que eu não pensei direito, parece que vai dar muito ruim, entende? Eu não quero que você fique mal por minha causa.

— Mas o que você vai fazer? Sohye, olha, não vai dar nada errado, ok? Se você ainda não está confortável para me falar, e se não for nada urgente, seja o que for, você não precisa se cobrar assim. Eu vou estar aqui quando você estiver pronta para conversar.

— É que talvez eu nunca esteja pronta, Tae. — ela o encarou, fazendo uma careta triste. — Eu não queria comentar antes para não estragar a viagem. Você já teve que resolver outras coisas e nós viemos para descansar, não seria justo eu vir com mais uma coisa...

— Ei. 'Tá tudo bem. Não se preocupa, porque nada vai estragar o feriado, porque a ideia era eu me resolver com meu pai e respirar um pouquinho da confusão de Incheon e eu já fiz isso. Você vai se sentir mais confortável se conversarmos depois que voltarmos da viagem, para casa? — ele segurou mais firme a mão dela, a encarando nos olhos. Sohye ficou um pouco surpresa quando ele se referiu a Incheon como casa, e não Daegu. Ela assentiu e ele fez o mesmo.

Depois suspirou, cansada, e ficou na ponta dos pés. Contornou os braços ao redor dos ombros dele, encaixando a cabeça em seu pescoço. Ela sentiu Taehyung a envolver pela cintura.

— Você não está doente, não é? Você passou mal do estômago de novo? Não é melhor ir ao médico ver isso? — ele sussurrou, preocupado, e ela negou de novo, se afastando para o fitar, enquanto fazia carinho nos cabelos de sua nuca.

— Não estou, Tae. Meu estômago está melhor, já. Desculpa te assustar... — Taehyung balançou a cabeça, aceitando a resposta. Ele a puxou para perto mais uma vez, a acariciando os cabelos, após deixar um beijinho neles.

Mas ela estranhou que o carinho durou muito mais tempo que o de costume, então se soltou dele, prestes a perguntar se não era melhor eles voltarem, mas Taehyung parecia ter o olhar em algum ponto não fixo. Em determinado momento, apertou os lábios e inclinou a cabeça para o lado, parecendo pensar.

— O que foi? — ela perguntou. Ele o olhou, parecendo assustado.

— Sohye... K-kim Sohye... — Sohye arqueou uma sobrancelha, e dessa vez foi ela quem inclinou a cabeça, surpresa, ao ouvir o nome completo sair da boca do Kim. Mal se lembrava de quando foi a última vez ou se aquilo tinha acontecido em algum momento. O rosto de Taehyung começou a ficar pálido e ele empurrou os óculos mais uma vez, a mão tremendo. Sohye continuou o encarando, sem entender. Agora ela quem estava nervosa.

— Tae? O que foi? — insistiu.

— Soso... Existe, assim, uma possibilidade, mesmo que bem pequena e remota de, ér...

— De...? — ela moveu a cabeça para frente, como quem o incentiva a continuar.

— No caso... Hm... Você 'tá grávida? — ele jogou de uma vez, a encarando. Com os segundos sem resposta dela, Sohye viu o garoto ficar mais pálido ainda, quase igual um daqueles fantasmas de desenho animado. Ela abriu a boca, depois fechou. Depois abriu de novo.

— Não? — Sohye franziu a testa, confusa.

Não? ou Não!? Tipo, não de dúvida ou não de certeza, certeza? Porque...

— Não! — ela falou mais alto, em um quase grito, e depois riu, ao ouvir a própria voz. — Não, Tae. Não, mesmo. — mais uma risada, nervosa, escapou.

Ele levou a mão ao peito, os olhos paralisados, respirando nervoso, o sangue parecendo voltar a circular pelo corpo. Sohye até sentiu pena, mas começou a rir ainda mais.

— Por que você está rindo? — ele olhou indignado para a namorada. Ela levou as mãos a frente da boca, tentando segurar, mas o riso só aumentou. Literalmente, Sohye estava rindo de nervoso. — Sohye? Eu to falando sério!

— Eu também estou falando sério. E não. Eu não estou grávida, ok? Não é isso. 

Ele assentiu, mas ainda parecia meio travado. Estava se sentindo até um pouco patético. Naquela mesma manhã estava pensando sobre o assunto e agora que ele existiu uma possibilidade de ser real, por pouco não infartou ali mesmo. Taehyung só conseguia pensar no caos que seria ter uma criança naquele momento, onde ele dividia, aos trancos e barrancos, um apartamento com o melhor amigo e Sohye ainda morava com o irmão e mal tinha terminado a faculdade. Ela segurou a mão dele e se assustou com o quanto estava gelada. Ela acariciou o dorso dela, com o polegar.

— Amor, pelo amor de Deus, você está bem? — ela o fitou, preocupada.

— Eu 'to bem. Eu to legal.

— Parece que você vai desmaiar, Tae. — ela continuou o encarando. Se ele desmaiasse de verdade, era fato consumado de que ela não iria aguentar o segurar. E aquela sim, seria uma ótima maneira de terminar um feriado: com o namorado no pronto-socorro, porque teve uma síncope graças a uma gravidez que nem existia.— Taehyung, olha para mim.

Ele o fez. Mesmo que com os olhos arregalados e parecendo um robô.

— Você está legal mesmo? Você quer sentar? Ali tem um banquinho vazio. — ela apontou, o segurando agora pelo antebraço. Ele balançou a cabeça, negando. Apesar de tudo, ele parecia realmente menos pior que segundos antes.

— Você disse que não era grave, mas, já parou para pensar no que iria acontecer? Tipo, imagina a cara do seu irmão ouvindo uma coisa dessas? Claro que ia ser grave! Meu Deus, ele iria me matar na base da panelada!

Sohye o encarou por um tempo e voltou a rir. Ela levou a mão a testa, mal conseguindo se lembrar do pavor todo que estava por quase falar com ele sobre a tal prova, e a viagem, e o intercâmbio.

— Eu falo que seu irmão vai me matar e você acha graça? É sério?

— Para de drama, Taehyung. Chega. Vem, seus pais devem estar procurando a gente. — ela se virou, o puxando pela mão.

E diferente do que eles acharam, os pais dele não estavam os procurando. Na verdade, até deram falta, já que o pai de Taehyung estava agora se vangloriando do filho morar em Incheon e ter se formado na Yonsei para os outros frequentadores do local. Era no mínimo engraçado ver Joeun, que falava aos montes, sentada lendo um livro e o Sr. Kim, tímido, enchendo a boca para falar do filho. Taehyung, ao pai o puxar para o centro da conversa, sorriu todo atrapalhado para o casal que o olhou praticamente encantado. Ele nem sabia o que o homem falou para eles o olharem daquela maneira, e tremeu só com a ideia. Em determinado momento, sobrou até para Sohye, que ao Sr. Kim citar o nome dela, deu um tchauzinho tímido, sentada ao lado de Joeun, ao longe do grupo.

Taehyung, após longos minutos sorrindo forçado, não entendendo uma vírgula do que os outros três estavam falando, se afastou e se sentou com a mãe e a namorada.

— Será que já arrumaram a energia? — ele perguntou a Joeun, que levantou o olhar do livro, para o fitar. Ela ajeitou os óculos e deixou o livro de lado.

— Pela hora, acho que sim. Já falei com seu pai umas 3 vezes para gente ir embora e ele não sai dali. Não para de falar do filho artista dele... — ela deu de ombros, fazendo uma careta engraçada para Taehyung e voltando a atenção ao livro em suas mãos.

Ele sorriu, fitando o Sr. Kim, agora em silêncio, prestando atenção em algo que o outro homem dizia. Como se sentisse o olhar nele, se virou na direção do filho, o dando um sorriso discreto.

É. Taehyung tinha mesmo razão quando disse a Sohye que as coisas estavam melhores.

Agora era função do tempo deixar as coisas como antes.


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Oiiiii, tudo bem?

Começo as notas finais me desculpando pela demora para a att do capítulo. Acabei me enrolando, porque última semana de férias e tive que resolver várias coisas :( Mas o próximo já está próximo de ser finalizado , então acredito que logo, logo, ele está por aqui também.

Se eu fiquei chorosa escrevendo a cena da conversa do Tae com o pai? Sim, claro ou com certeza? E escrever ouvindo "Daddy" do Coldplay deixou tudo mais emotivo ainda.

E segue Soso lidando com os conflitos internos :( São várias questões muito pesadas e essas coisas realmente demoram a ser resolvidas, não seria diferente com ela. Mas como diriam uns garotos aí que eu gosto muito, "A noite é sempre mais escura antes da primeira luz do amanhecer."

Esse foi um dos meus capítulos favoritos da Learning ♥ Me contem o que acharam dele também, tá?

Fiquem bem, Polly ♥

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