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3. he looks like a winter bear

"Ele parece um urso de inverno"


segunda-feira, 6h30min

— Urso! — Yuna, literalmente do nada, falou e se levantou da mesa de café da manhã. Seokjin parou com a mão segurando um pedaço de bolo a caminho da boca. Sohye a olhou por cima da caneca de café. — Ele parece com um ursinho! — ela disse novamente fazendo uma carinha fofa, parecendo orgulhosa de si própria já que depois de pensar um tempão conseguiu lembrar qual personagem o garoto a fazia lembrar.

— Que? — Sohye perguntou, descansando a caneca na mesa.

— O menino do metrô. — a garotinha respondeu como se fosse óbvio. Sohye arqueou a sobrancelha.

— Garota, do que você está falando? — Seokjin perguntou confuso com o que a criança falava e se perguntou se ela tinha caído da cama enquanto dormia. Ela bateu a mão na testa e riu, se sentando novamente.

— Ah, vocês não conhecem ele! — riu sozinha mais uma vez e colocou uma mãozinha na frente da boca — O ursinho do metrô. — respondeu feliz, dando uma colherada no cereal. Sohye e Seokjin se encararam. Ele com o olhar que gritava "Quem do metrô?" e o de Sohye respondia "Eu sei lá?"

— Esse ursinho? — Sohye apontou para a própria caneca de Ursos sem curso, porque tinha notado a sobrinha a encarando por um tempão antes de abrir a boca. Yuna assentiu, apesar de ainda não ter chegado à conclusão de qual dos três ele se parecia realmente — Quem parece com ele?

— Eu não sei o nome dele — fez bico — Ele estava no metrô que pegamos para vir para casa aquele dia. Mas eu não falei com ele — ela correu em se justificar para o pai que já abria a boca para chamar-lhe a atenção. Seokjin encarou Sohye esperando alguma explicação que fizesse sentido, porque a de Yuna não tinha pé nem cabeça. O pai da menina só conseguiu pensar que ela tinha entrado na fase dos amigos imaginários ou se algum novo amiguinho era bochechudo e por isso ela associou a um ursinho. 

Na cabeça dele, se não era uma criação da cabeça dela e se não era um amiguinho com bochechas grandes,  não fazia sentido aquela comparação da menina. Sohye pensou e pensou e não lembrava de nenhuma criança na sexta passada no vagão em que elas entraram. Ela sequer se lembrava se tinha visto a criança falando com alguém, e segundo a mesma, ela não tinha.


Logo Yuna já estava de mochila nas costas, sentada nos degraus da escada de casa esperando o transporte oferecido pela escola chegar. Seokjin já tinha feito de tudo para que deixasse ele a levar, mas toda vez que Yuna via a van da escola passando em frente a casa deles era uma choradeira que só. Ela já tinha 6 anos e era grandinha o suficiente para ir com os amiguinhos para escola, era tão difícil de entender assim?

Sohye sentou-se em uma das cadeiras que tinha ali, pegou o celular e abriu o Instagram vendo que Gaeul tinha, no dia anterior, postado uma foto delas com Jungkook na noite de sábado. Provavelmente só tinha se lembrado de postar depois de ter acordado do porre alcoólico que sofreu. 

A Park deveria fazer parte da porcentagem de pessoas que ficavam bêbadas na segunda cerveja. Sohye tinha passado boa parte do domingo a noite com a amiga no telefone chorando dizendo que era uma vergonha e que não era uma boa influência para os próprios alunos. Ela esperava que Gaeul já tivesse superado aquilo e não voltasse ao assunto na escola. A van chegou e Sohye levou a sobrinha até a moça sorridente responsável por ajudar no transporte escolar. Ela deu tchau para Yuna e voltou para varanda para esperar o irmão pegar o carro.


Não demorou muito para que Seokjin deixasse Sohye na frente do prédio no Departamento de Letras e Educação, onde assistiria uma palestra. Ela não pensou sobre a realidade de acordar mais cedo do que o costume quando se inscreveu para o evento. Estava acostumada a chegar na cafeteria às 9 horas, e não sair de casa as 6 de casa. Sohye praticamente se arrastou até a escadaria que dava para o prédio e sentou-se ali, com o copo de café na mão. Santa cafeína salvadora dos universitários cansados, pensou.

Pegou o celular e abriu o grupo com os amigos. Gaeul tinha acabado de pegar o ônibus interno e estava chegando, Jungkook já estava na faculdade porque não teve como terminar a tempo a tradução de um texto. Esse texto aí mesmo. Aquele que ele disse para as amigas que faria depois. No fim ele acabou se enrolando com a correção dos exercícios dos alunos e precisou terminá-lo na segunda de manhã.


No final, a pauta levantada na palestra tinha gerado interesse em Sohye. A menina com sotaque e cabelos ruivos naturais que guiou o bate papo, fazia parte de uma pesquisa sobre a utilização da tecnologia para levar educação a áreas remotas. Todo o estudo que eles fizeram mostrava que as pessoas dos lugares até tinha interesse em estudar, mas por serem lugares de difícil acesso, muitas vezes era considerado impossível levar material atualizado para lá.

A pesquisa ajudou na criação de uma grade curricular que realmente atendesse as necessidades daquelas pessoas. Porque era nada mais lógico que pessoas que vivessem na área rural tivessem necessidades diferentes das que vivessem na área urbana. Porém isso não as deixavam exclusas do direito à educação de qualidade, e que isso fosse adequado ao modo de vida que tinham.

Sohye queria ser igual aquela menina: ela queria ser parte de algo que fizesse a diferença. E talvez ela não precisasse ir tão longe pra fazer aquilo. Poderia começar ali mesmo, na Coreia do Sul, na salinha com adesivos colados e desenhos pendurados nas paredes. Poderia começar a fazer a diferença com suas crianças na escola de educação infantil no centro de Incheon.

Chegou uns 5 minutos antes do fim do almoço das crianças, o que só lhe deu tempo de vestir o avental com letras e flores coloridas até Yejin entrar na sala com eles em uma fila organizada. Logo estavam todos sentadinhos nas cadeiras coloridas esperando a "tia Soso" com a atividade do dia. Ela ajudava Yejin ali havia alguns meses e as crianças já estavam acostumadas com a presença da menina. Sohye percebia que aos poucos a professora oficial deixava elas mais sob sua responsabilidade, porque em pouco tempo, teria que se virar sozinha na sala de aula e não teria ninguém para pedir orientação. 

Segunda costumava ser o dia em que os pequenos pareciam mais agitados do que nunca e daquela vez não foi diferente. Sohye observou as crianças conversarem sobre os passeios que fizeram com os pais no final de semana, e como uma das meninas ganhou uma bicicleta sem rodinhas de aniversário, tinha se tornado o centro da atenção entre os coleguinhas. E foi com essa deixa que Sohye pegou as folhas com desenhos da letra "B" e foi até eles apresentar a letra do alfabeto ocidental que eles aprenderiam naquela semana.


— Acho que hoje a gente chega cedo em casa, Yuyu — Sohye disse para a sobrinha enquanto elas caminhavam pelos corredores vazios da escola em direção à saída. Ela continuou andando por um tempo até notar que a menina tinha parado. Sohye olhou para trás olhando a criança que fazia um beicinho. — O que foi? — perguntou.

— Tia Sohye, — colocou as mãozinhas na frente da barriga — eu acho que preciso ir ao banheiro — fez careta. Sohye assentiu, foi até a menina lhe deu a mão, e dando meia volta no corredor seguiu até o banheiro. Ir ao banheiro não era algo que podia ser argumentado. E com crianças então, o melhor era encontrar um o mais rápido possível.

— Você quer fazer xixi? — perguntou enquanto abria a porta do banheiro infantil dando passagem para menina.

— Eu acho que não é só xixi não, tia. — falou entrando em uma das cabines coloridas e fechou a porta logo depois. Sohye suspirou percebendo que não sairia antes do horário de sempre e que havia comemorado cedo demais. Enviou uma mensagem para Gaeul que já as esperava do lado de fora da escola.


— Você tem certeza que não precisa de ajuda aí, Yuna? — Sohye perguntou. Ela entendia que Yuna já sabia se limpar sozinha há bastante tempo, mas com o drama que ela estava fazendo dentro daquela cabine sanitária, ela ficou apreensiva.

— Não, eu sei fazer isso sozinha — falou. A porta do banheiro foi aberta e Gaeul entrou preocupada.

— Tá tudo bem aqui? Tem quase 40 minutos que eu to esperando vocês lá fora. — a menina de calça jeans e casaco listrado colorido disse, acrescentando depois — Desse jeito nós vamos pegar o metrô no horário de sempre. — Sohye suspirou novamente, talvez pela décima vez naquele dia. A descarga foi ouvida, Yuna saiu da cabine que estava e foi até a pia lavar a mão. Tudo naquele banheiro era pensado e planejado na altura das crianças, então Sohye deixou que ela pegasse o sabonete, o papel, tudo sozinha. A escola pregava que as crianças deveriam aprender a ser independentes e Yuna adorava aquilo porque não precisava pedir ajuda dos adultos sempre. E poxa, ela já tinha 6 anos, né?

— Terminou? — Sohye perguntou e a sobrinha assentiu — Então vamos — falou e elas saíram do banheiro, seguindo o corredor e indo em direção a porta de saída novamente. Alguns funcionários da escola ainda estavam ali, limpando e ajeitando as coisas para o dia seguinte. Elas se despediram do senhor que ficava no portão e seguiram andando até a estação de metrô, não sem antes Yuna mostrar interesse na hora.

— Tia Sohye — ela chamou — Que horas a gente pega o metrô para ir para casa? — perguntou enquanto elas subiam as escadas até o interior da estação.

— O de 16:30min — Yuna assentiu com a resposta.

— E a gente vai pegar esse hoje? — Sohye concordou com a cabeça enquanto elas passavam o cartão na catraca de acesso ao meio de transporte. Yuna sorriu enquanto caminhavam até a área de espera do transporte. O plano tinha dado certo então? Ela esperava que sim.

Assim que o transporte chegou, ela correu até o interior do vagão sendo seguida por Gaeul e Sohye. Logo que ela notou o rosto conhecido, correu e sentou-se ao lado da pessoa em questão. Ainda tinham 3 bancos vazios quando Gaeul se acomodou em um deles , mas a mais alta das três decidiu que não iria sentar também. Logo um senhor bem mais velho que elas e de terno, ocupou o lugar.

Assim que a amiga pegou duas bolsas de Sohye e colocou no colo, pegou no sono e cochilou. Enquanto isso, Sohye praticamente abraçou uma das barras verticais e fechou os olhos. Ela não queria se sentar porque sabia que iria acontecer o mesmo que tinha acontecido com Gaeul, e ela realmente não queria ter que pegar outro metrô do outro lado para voltar até a estação próxima de sua casa.

— Tia, Sohye, você não está ouvindo? — a garota sentiu alguma coisa puxar a barra do casaco e ela abriu os olhos olhando para a sobrinha — Ele perguntou se você não quer sentar. — Ela piscou algumas vezes tentando focar e olhar na direção que Yuna apontou. O quão idiota isso soaria se Sohye afirmasse com todas as forças que ela não tinha notado que ele estava sentado ali? Porque qualquer pessoa comum que entra em um transporte público olharia as pessoas ao redor, não é? Yuna parecia ter escolhido aquele lugar de propósito já que era exatamente o mesmo lugar em que elas pararam na última sexta-feira. Ou talvez não, talvez fosse só coisa da cabeça de Sohye e elas tivessem parado novamente ali por coincidência mesmo — Tia Sohye! — Yuna pareceu impaciente já que a tia não respondeu.

— Oi — ela sorriu com vergonha — Não precisa, obrigada. — respondeu com entonação formal ao rapaz de óculos de grau e suéter verde escuro que a observava.

— Tem certeza? Você não está cansada? — foi a primeira vez que ela ouviu a voz dele. No caso, a voz falada e não cantada. Porque cantada ela já tinha escutado antes e era tão bonita quanto.

— Ela tá cansada sim, ela acordou tão cedo hoje, né tia Sohye? — Yuna perguntou a tia, mas sem lhe dar chance de responder — Ela acordou beeeeem cedo, beeeem mais do que ela já acorda. Ela faz faculdade, sabe? E ela foi em uma palestra e...  — Yuna tagarelou e Sohye a interrompeu. Ela queria era mesmo que surgisse uma rolha de garrafa em seu bolso para enfiar na boca daquela criança. Mas ela só sorriu educada.

— Muito obrigada, mas realmente, não precisa. Uma de nós duas precisa ficar acordada — ela apontou com o queixo na direção de Gaeul que tinha a cabeça jogada para trás, pendendo para o lado e a boca aberta. Sohye implorou aos céus que ela não começasse um ronco ali naquele instante.

— Ela acha que eu não sei onde é a nossa estação, essa bobinha — Yuna falou rindo e Taehyung sorriu também. Ele gostava de crianças, apesar de não conviver muito com elas, e aquela garotinha parecia ser muito esperta para o tamanho o que o surpreendeu — E você já está dormindo né, tia? Pelo menos dorme sentada. — falou abrindo os braços como se fosse óbvio. A mochila escorregou de seu colo e ela abaixou para pega-la novamente. Sohye sorriu  imensamente envergonhada. Taehyung sorriu de volta. — Você já viu Ursos sem curso? — Yuna perguntou, do nada, enquanto se ajeitava novamente no banco. O que o desenho tinha a ver com o fato dela aceitar o lugar ou não? 

E foi aí que Sohye ligou os pontos da situação: O menino do metrô que ela se referiu no café da manhã, não era imaginário e nem uma criança, como Seokjin tinha arriscado. Na verdade era um adulto e ninguém mais, ninguém menos que Taehyung. O Taehyung da voz bonita, amigo de Park Jimin, que era crush suprema de Jeon Jungkook, seu melhor amigo. 

O quão pequeno poderia ser esse mundo?

— Não, eu nunca vi — Taehyung falou para a menininha. Ela fez bico com a resposta.

— Você devia ver, é o meu desenho favorito de todos — falou. Às vezes Sohye sentia inveja do quanto Yuna era igual o irmão e era extremamente sociável, diferente dela que sempre gaguejava e falava alguma coisa idiota. E nem aulas de teatro na adolescência tinham a ajudado nisso 100%. — Qual o seu nome? — a menininha perguntou. Foi a tia que falou primeiro com ele, então o pai não poderia lhe dar uma bronca por falar com estranhos. Por outro lado, Sohye não sabia nem como interromper o assunto de tão surpresa com a situação. Ela só olhava para os dois conversando como se fossem amigos de longa data, e poxa, ela não se lembrava de uma viagem de metrô até em casa ter demorado tanto a terminar.

— Kim Taehyung e o seu? — ele perguntou enquanto ajeitava os óculos na frente do rosto. Yuna sorriu maior ainda. Ela enfim tinha descoberto o nome dele!

— Kim Yuna! — ela disse abraçando a mochila — Legal, né? Nós dois somos Kim. — falou balançando as perninhas para frente e para trás já que o banco era alto para ela apoiar os pés no chão. Taehyung riu com a inocência da menina. Kim era tão comum na Coreia como Smith era nos Estados Unidos e Silva no Brasil. — Essa aqui é a tia Gaeul — ela apontou para a menina que ainda dormia — e essa aqui é a tia Sohye. — apontou para a outra que usava jardineira com camiseta branca e all star vermelho. Sohye sorriu sem graça e a voz no metrô anunciou a próxima parada, que era a delas. Taehyung assentiu e sorriu, mais uma vez em resposta. Sohye reparou que quando ele sorria as bochechas pareciam maiores ainda e ela achou aquilo fofo.

— Prazer, tia Sohye — ele se curvou um pouco para a frente em sinal de respeito e eles ouviram a risada alta de Yuna porque por algum motivo ela tinha achado aquilo muito engraçado.

— Prazer, Kim. — Sohye disse e sorriu educada. Taehyung reparou que ela fechava os olhos enquanto sorria. Ela cutucou Gaeul que se endireitou no banco e assim que o metrô parou, elas saíram. Não sem antes Sohye olhar para trás e ver que Taehyung também as olhava de dentro do vagão.


— Ele não parece um ursinho, tia? — Yuna perguntou enquanto as três caminhavam pela calçada, rumo a seus lares. No caso, a menor saltitava enquanto sacudia para frente e para trás a mão de Sohye ao invés de somente andar.

— Sim, ele parece — Sohye respondeu sincera porque não tinha porque negar aquilo para criança, principalmente porque Yuna dizia com tanta certeza e ela não queria deixar a sobrinha chateada só por aquilo. Ela a ouviu dar uma risadinha.

— Quem parece um ursinho? — Gaeul perguntou sem entender a conversa.

— Kim Taehyung —  Yuna falou. Gaeul parou no meio da caminhada associando os Kims.

— Kim Taehyung? — ela perguntou, mais direcionado para Sohye do que para Yuna. Mas foi a criança que parou e virou-se para ela.

— Kim Taehyung — ela repetiu, fingindo não entender a pergunta da menina de rabo de cavalo alto. Sohye queria rir, mas continuou caminhando sem olhar para trás. Gaeul correu atrás dela, assim como Yuna.

— Kim Taehyung? — ela perguntou, de novo, mas a entonação indicava que ela queria especificar se era exatamente aquele Kim Taehyung que ela estava pensando.

— Ele mesmo — Sohye disse por fim e deixou um sorrisinho escapar.

— Ai tia Sohye, acho que você não entendeu a brincadeira. Agora era sua vez de repetir "Kim Taehyung". —  Yuna disse fazendo uma expressão fechada e Sohye riu vendo que Yuna sequer imaginava que elas já conheciam o tal menino do metrô.

— Depois você me conta essa história direito, Soso — Gaeul disse e agitou as duas mãos no ar de forma engraçada já que haviam bolsas penduradas em seu braço. Ela virou duas quadras anteriores a que Yuna e Sohye entravam.

Elas chegaram em casa por volta de 17h30min, antes de Seokjin como era de costume. Sohye deixou as várias bolsas que ela carregava para cima e para baixo com as xerox da faculdade e com as atividades das crianças em seu quarto, e foi até o banheiro no final do corredor encher a banheira. 

Colocou os brinquedos na água e foi até o quarto de Yuna que já tinha escolhido uma muda de roupa. Não demorou muito para ela estar dentro da água, com Sohye sentada no chão na frente da banheira. Ela tinha criado um amor tão grande por aquela criança que ela não imaginava mais uma vida em que não ajudasse Sunhee e Seokjin a cuidar dela. Sohye sentia um aperto no coração só de imaginar.

O que talvez não tenha ficado tão claro assim, era o por que ficou decidido que Seokjin ficaria com a maior parte da guarda da filha. Na verdade não tinha sido uma decisão judicial nem nada. Eles tinham passado 4 anos juntos desde a gravidez da menina, fora os quase 6 de namoro, mas logo depois do aniversário dela de 3 anos, a decisão do divórcio foi conjunta e Sunhee quem decidiu sair da casa em que eles moravam, para morar com a mãe na casa que era mais perto do campus da Universidade de Utah, na Coreia do Sul. 

Depois que o pai de Seokjin e de Sohye faleceu e a mãe dos dois decidiu ir morar fora do país, Sohye acabou saindo da casa da avó, para morar com o irmão e a sobrinha . E ela sabia que lá no fundo, Yuna tinha sido um dos pontos que a tinha feito se apaixonar pela Pedagogia.

Dizer que Sunhee teve 100% de certeza em 100% do tempo seria mentira, já que ela voltou atrás várias vezes. Ela não queria abrir mão de acompanhar de perto o crescimento da filha, mas sabendo que o mundo era tão machista e opressor, seria ainda pior se não aproveitasse a chance de ter uma profissão justamente para ajudar no futuro da menina. Ela tinha em mente que Seokjin não estava fazendo nada menos do que a obrigação dele como pai, mas ela se sentia grata do mesmo jeito. 

Foram dias em que Jin passou em silêncio, mas dias que a mente dele parecia uma bagunça. No final ele informou a família sobre a conversa com Sunhee e que achava que aquilo era o mínimo que ele poderia fazer para ajudar, já que a gravidez tinha feito a mãe da filha trancar a faculdade por 4 semestres e a feito atrasar todo o futuro que tinha planejado.

Ele, diferente da mulher, terminou os estudos enquanto Yuna estava a caminho, já Sunhee havia terminado a faculdade de jornalismo há pouco tempo, e a moça de cabelos longos que apresentava o jornal da manhã era na verdade a ex cunhada de Sohye.

Se não pela gravidez, talvez já pudesse estar com um quadro próprio na TV, ou apresentando o jornal da noite falando de assuntos mundiais com um alto nível de audiência, mas ela estava começando a carreira ali, falando sobre acontecimentos do bairro no jornal de 9h30min.

— Tia — Yuna chamou a outra que estava com a mente longe — A tia Gaeul já conhecia o Taehyung? — perguntou. Sohye sorriu involuntariamente porque ela achava incrível como Yuna parecia entender mesmo nas entrelinhas. Ela assentiu para a menina. — E você também?

— Na verdade eu, a Gaeul e o Jungkook fomos a um lugar no sábado e o Taehyung canta e toca violão lá. Mas a gente não se falou nem nada. — Yuna assentiu demonstrando que entendia.

— Ele canta o que? Kpop? — a menina perguntou enquanto Sohye esfregava o bracinho dela com a esponja com rosto de patinho. Ela sorriu e negou com o rosto. Yuna gostava tanto dos grupos nacionais que as vezes parecia que aquele era o único estilo de música existente.  — Aquelas músicas em inglês que o Tio Kookie canta na internet? — Sohye assentiu e o assunto encerrou ali, com a criança dando de ombros, demonstrando que aquilo não a interessava muito.

Com o banho terminado, Sohye ajudou a sobrinha a se secar e a se vestir e elas desceram para o primeiro andar da casa. A menina foi até a sala e ligou a TV para assistir Toy Story. Sohye não fazia ideia como ela não se cansava nunca e até já repetia algumas falas junto com o desenho.

Sohye foi até o quarto, pegou uma calça listrada e uma blusa de manga simples, indo logo depois até o banheiro. Se despiu, entrou na área molhada e ligou o chuveiro se enfiando embaixo dele. Sohye sentia as costas doerem de todo o peso que ela tinha carregado durante o dia. Ela pensou na quantidade de vezes que entrou e saiu do metrô naquela segunda feira. Até quando ela conseguiria manter aquela rotina? Pensou se não deveria perder o medo de dirigir e se matricular em alguma auto escola. Mas ela não teria dinheiro para um carro tão cedo, então não adiantaria ter pressa.

Pegou o xampu de morango e colocou um pouco na mão, esfregando depois no cabelo. Ela se perguntava como as pessoas da idade dela conseguiam ter tempo de fazer todas aquelas coisas e ainda sim, manter uma vida social para manter o Instagram e o Facebook atualizados. Ela mal se lembrava quando tinha postado a última foto em alguma rede social e no máximo entrava no Twitter para reclamar de alguma coisa quando Jungkook e Gaeul não estavam disponíveis para ouvi-la. Ela se lembrou do bar no sábado e para que aquilo tivesse acontecido, ela e Gaeul tinham ficado das 9 horas da manhã até as 17 horas da tarde adiantando todos os trabalhos. E ela não tinha limpado a casa e muito menos arrumado o quarto. 

Depois que terminou o banho, Sohye se vestiu e foi até o quarto secar os cabelos, desceu e foi até a cozinha. Com o episódio da dor de barriga de Yuna, ela mandou mensagem para Jin perguntando o que ela deveria dar a menina para comer, já que havia acabado de chegar uma mensagem dele dizendo que iria resolver algumas coisas e que chegaria bem mais tarde do que o de costume. Resumindo, a mensagem deixava subentendido que ela teria que dar um jeito de preparar alguma coisa mastigável para que elas pudessem se alimentar.

O problema seria convencer a criança a comer alguma coisa que a tia preparasse, porque ela sabia bem da falta de jeito da irmã de Seokjin com o fogão. Se fosse um dia comum, ela pediria algum lanche, mas o medo que ela estava de dar algum fast food para ela foi maior que a preguiça.

Seokjin lhe disse para pegar as ervilhas e batatas congeladas na geladeira, esquenta-las no forno microondas por alguns minutos e bater no processador. No final aquilo resultaria em uma espécie de purê ou papinha, como preferir chamar, e não deveria ser tão difícil assim de fazer já que não iria ser preciso usar o fogão. Yuna não demorou a aparecer na cozinha atrás da tia, perguntando porque o pai não tinha aparecido ainda e Sohye a explicou a situação.

— Então quer dizer que a gente vai pedir lanche? —  ela falou mais alegre que o de costume —  Pizza ou hambúrguer? Ou cachorro quente? Não, não, já sei! Batata frita! —  ela levantou os braços feliz.

— Nenhuma dessas coisas aí, eu que vou preparar o jantar hoje —  Sohye falou enquanto tirava os ingredientes do freezer e colocava na ilha da cozinha. A expressão de pavor tomou conta do rosto da menina de 6 anos.

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