Liguei pra ela...
Hey como estão Creampuffs? A musica desse cap mudou umas três vezes, mas vou deixar a q ficou mais fluida pro cap. 10CC - I'm Not in Love:
Preparados, apostos então partiu Latch 5!!!!
***
- Que, que eu acabei de fazer? – Perguntou assim que desligou o telefone – É isso mesmo chamei ela pra sair? – Dois segundos depois – EU CHAMEI ELA PRA SAIR!!! – Elise se arrastou para a geladeira procurando nervosamente em cada andar – Eu posso dizer que comi um iogurte que tava passado...DROGA NÃO TEM NADA PASSADO!!! – Caiu no chão em posição fetal imaginando todas as possíveis dores de barriga que poderia inventar para não ir – ...mas...ai eu não ia ver o sorriso dela, não ia poder abraçar ela, sentir o cheiro dela...eu quero te ver Nat...mas espera eu vou sair com você, é vamos sair!
Para onde foi o pânico? Elise pegou o celular e mandou ao menos quatorze mensagens adornadas de corações. Visualizadas? Por azar o WhatsApp da colega era bloqueado, daqueles que não se sabe se a santa viu, os risquinhos permaneciam apagados, na agonizante falta de azul. A incerteza bateu, e se Natasha não quisesse responder? Ou se ela tinha caído, batido a cabeça e agora quem poderia salvar a morena? Todas as neuras atacaram o imaginário da loira a calçar os sapatos desesperada, até que o celular tocou.
- Alô?! Natasha é você? Esta tudo bem? Porque não atendeu – Esbaforiu tremendo ao telefone.
- Antes eu pudesse ser essa gostosa, não ia precisar de namorada – Respondeu uma voz masculina.
- Spencer? – Ele não faria uma piada idiota dessas, não nesse tom malicioso.
- Também não, mas se for bonito pode ser.
- Desculpe, quem é?
- Não lembra? – Disse desanimado – Tudo bem as pessoas não lembram de mim, sou eu Elise, o cara da poltrona errada no avião, Dikky – Um pouco de silencio, Elise pensou bem.
- Ah! Você – Disse animada – E ai Dikky, como vai?
- Indo.
- Eu também, mas o que tem feito? Ou o que te fez ligar? – Ria a garota se jogando sentada no sofá – UUUAAAIIIHHH?! – Um macio rosnante apalpou seus glúteos, logo antes de um "MIAUUUH!" e unhas na banda esquerda – AAAH!!! E eu tenho culpa que você parece uma almofada Almondega?! – Esfregou o lado arranhado, ardia como corte de papel.
- Elise? Elise?! O que foi? Esta tudo bem? – Perguntava o desesperado publicitário a dividir a atenção com a bola de belos obesa no sofá.
- Tá tudo bem, é só uma gata arisca – A gordinha lambia as almofadinhas rosadas, penteava o topo da cabeça com as patinhas, produzindo aquele som de lixa, ao mesmo tempo começava a ronronar deitando a cabeça na perna de sua humana – Como você é sem vergonha – Disse à gata que, a pouco usara de sua retaguarda como arranhador, e agora esperava por comida ronronando e mexendo a pontinha do rabinho – Sem vergonha – Desaprovava.
- Eu?
- Não, não, desculpa, é essa gata – Puxou os bigodes da bolota.
- Você tem gatos?
- Quase, essa aqui só entra aqui pra comer, depois me deixa, e volta quando sente fome – A peluda foi subindo até preencher todo o colo com a pança quente.
- Então bora?
- Oi?
A distração da loira o fez rir.
- Você é fofa Elise, mas eu perguntei sobre sairmos hoje, tenho tempo, e você me disse que agora eu teria com quem dividir a pizza – Gargalhava uma risada mais rouca. O convite animado quase a convenceu, mas ela sabia por que tinha se distraído, era por uma gata, mas não a interesseira em seu colo. Sorriu ao pensar nos cabelos escuros dela, no olhar abaixo do lápis – Então vamos? As sete, é daqui a pouco, no...
- Dikky desculpa, vou ficar devendo essa amigão, hoje eu já tenho compromisso, marcamos outro dia, pode ser?
- Tudo bem, como sozinho então – A melancolia escorria pelo celular.
- Man, Dikky não fica assim, eu prometo que não furo na próxima.
- Promessa é divida! – Deu uma animada – Então nos vemos Elise Janae Bauman.
Elise desligou o celular, então:
- Ele disse daqui a pouco? – Pregou os olhos no relógio na parede – MEU DEUS!!! – Uma Almondega esvoaçou no ar, girando, e caindo de pé sem se aguentar do peso da pança – Tenho menos de uma hora!
Correndo na velocidade do papa-léguas, a loira se jogou para dentro do box, errou o shampoo pelo condicionador, caçou o sabonete saltitando entre seus pés, até por fim aprisiona-lo nos dedos, fazendo espuma e quase virando um boneco de neve. Saiu correndo do banheiro ao closet em três saltos e meio. Vestiu o que estava no primeiro cabide – foi fácil de entrar na roupa – escorregou para dentro da calça de joelhos rasgados, amarrou seu all star, jogou a mochila nas costas, correndo para a bike.
- Teh mais tarde Almondega, não coma demais! – Despediu-se cruzando a porta.
Subiu na bike como numa largada de corrida, naquela arrancada para tomar vantagem dos outros competidores. A brisa era gélida, transformada em agulhas de gelo pela pressa. O cabelo secava no caminho, com os sopros nas frestas do capacete, as luvas grudavam em sua pele ainda úmida, cheirando a óleo de bebe.
- Que bom que fica perto – Ofegou atando a magrela no estacionamento. Avistou Natasha através do vidro, a mesa perto da porta para varanda para o mini jardim japonês.
Respirou fundo passado a porta, atenta a cada detalhe daquela mulher tocando os lábios na beira do copo, o vapor do café embaçando seus óculos, como sempre sacudia a cabeça antes de tira-los para limpar o embaçado na blusa. Um burburinho de risos abafados emergia no salão.
"Aquela mecha que sempre cai pra frente quando ela abaixa o rosto" – Pensou, apoiando os dedos na mesa.
- Oi linda – Disse Nat terminando de limpar os óculos.
- Do que esse povo tá rindo? – Disse olhando para os lados.
- Sei lá, pera que vou ver – Ajeitou os óculos, dando mais um gole, para então cuspir tudo num mix de susto e riso – ELISE! Ai meus Deus HAHAHAHAHAHHAHAHA!!!
- Que? Qual a graça?! – Disse impaciente enxugando o braço pintado de café no vestido vermelho.
Vestido?
- Cristo – Não conseguia parar de rir – Vem, vamos no banheiro.
Natasha pendurou a bolsa no ombro e tomou a mão de Elise, guiando-a para ao toalete, conforme andavam a loira ficava cada vez mais constrangida, percebendo ser ela motivo piada. Longe dos olhares, Natasha travou a porta pelo lado de dentro.
- Ai meu Deus, faz muito tempo que não riu assim, céus! HAHAHAHAHAHA!!! – A morena fazia força para manter-se em pé diante da atrapalhada, trajada em vestido de alcinhas para gala enfiado dentro de uma calça jeans e, all star.
- THAFUCK?! – A quase Laura olhava descrente o espelho, se mico premiava, ele teria de se esforçar para recuperar o titulo dela – Meus deus, caramba não acredito!
- Não acredita no que esta diante de você? – Mais ria que outra coisa, segurando a barriga com uma das mãos, enquanto a outra a apoiava num dos box.
- Meu – Escondeu o rosto na palma.
- Ai calma, pera vamos dar uma arrumar – Natasha controlou as gargalhadas, ficando de joelhos frente a amiga – Anda tira isso.
- Tirar?
- É, quer ficar de calça e topless?
Não dava para argumentar, não era moda, a não ser que fosse para tentar barrar a cueca por cima da calça do Superman, e como raios e trovões diria "não tire as minhas calças Natasha", se o que sentia vontade era de tirar tudo com ela.
- Droga – Elise perdeu a força nas pernas, tendo de apoiar na pia.
- Opa desculpe, levanta uma perna, te ajudo a tirar – Natasha gentilmente segurou um dos calcanhares, sem tirar os olhos da colega.
- Pera, nossa, pedalei forte – Levou os dedos entre os cabelos.
- To vendo, ta até fraca das pernas, então senta – A morena abraçou suas coxas, sentando-a na pia e, mais uma vez na posição menos segura possível entre as pernas da loira - Agora vamos tirar uma perna de cada vez tá?
- Ta – A loira manteve-se imóvel, que gana de pular nela, qualquer movimento poderia desfazer a fina linha de segurança e, ali mesmo saciar a sede que atacava seu corpo – Nat – Gemeu apertando os ombros de Vanlis.
- Elise? Ta tudo bem?
- Dói – Ofegou.
- O que?! Onde?! – Apreçou-se em verificar tudo no corpo da outra.
- Calma, não é nada, sentei da Almondega de novo.
- Ai meu Deus Elise – Riu – Não me assusta assim – A abraçou, rindo em seus ombros. Elise correspondeu o abraço, com os braços entorno do pescoço e, as pernas no quadril. Sem perceber lagrimas corriam – Hey, não chora, ah vai foi engraçado. Baby – Beijou sua nuca – Desculpa ter dado risada, vai não fica assim – Manhou.
Antes fosse isso o motivo, mas era na verdade, a vontade, essa sede, essa fome de ter, e não poder.
- Nat – Murmurou.
- Vamos fazer assim, termina de tirar essa calça, e vamos fazer todo mundo engasgar conosco.
Nisso tirou da bolsa o estojo de maquiagem. Elise tirava a mochila, dobrou a calça e a guardou na mochila, admirava-a pelas costas da morena.
"Deus como ela é linda"
- Achei, quer que eu passe pra você? – Perguntou voltando o tronco, acentuando a cintura na camisa escura.
- Passar o que? – Respondeu abobada.
- Ai, hoje é você que esta distraída – Riu achegando-se – Eu passo então, vem aqui – Tirou a tampa de um batom em cilindro dourado, revelando um vívido vermelho espelhando o vestido – Isso, me sinto de volta a escola, quando íamos para o banheiro usar o batom roubado da mãe de alguém. Borrei tudo, uma amiga teve de passar pra mim – Terminava de pintar seus lábios que, inquietos desejavam borrar o rubro na outra – Pronto, agora deixa eu pentear seu cabelo.
Umas ajeitadas para cá, outras para lá, Natasha finalizava o Construindo Um Sonho, ou Saindo de uma fria. A galega não tirava os olhos dela, de Natasha Negovanlis. Cuidando dela, as pontas dos dedos passeando pelos cabelos, o tento com detalhes mínimos.
- Para onde vamos então mi lady? – Natasha lhe estendeu a mão.
- Ir? Mas não era aqui?
- Com você nesse vestido? Que desperdício, vamos a um lugar que seja mais usável pra você, daí você me conta o que aconteceu pra isso ai – Ria.
- Qualquer lugar, se for com você – Pegou a mão que a levaria.
Foi de engolir as risadas, passaram elas de mãos dadas no meio de todos uns mais boquiabertos que o outro. Elise não tinha ideia de como estava, mas pelo modo como a olhavam era de cair o queixo. Natasha insistiu para deixar a bicicleta da loira em casa. Bem estacionada, a magrela servia-se da companhia dos outros carros na garagem do prédio.
Duas quadras abaixo e mais uma ladeira, estavam no Rissolete – restaurante italiano bem ambientado na Itália de Veneza – sentaram-se á uma mesa do segundo andar na varanda de metal adornada de plantas trepadeiras, vista da baia através da majestosa e curva janela, do chão ao teto. Inúmeras velas coloridas adornavam-nas de luz. As nuvens cobriam o céu, a noite prometia frio.
- Ta muito frio aqui? – Perguntou Natasha vendo a loira tremer.
- Não eu to bem, é só que... – A rapper distraia-se das cintilantes luzes no rosto da mulher a sua frente.
- É o que? Me conta, por que desde cedo esta tudo bem estranho. Pra começar por que você não ligou no meu celular? Ligar no telefone de casa, só minha mãe ainda faz isso – Ria da galega de outro século.
- Ora eu liguei, liguei, mandei mensagem e nada.
- Sabe que meu whats é bloqueado.
- Mas eu ligue e dava caixa postal.
- Mas como?
A desentendida dava nos nervos, começava a irritar, de repente não sabia por que estariam discutindo, mas era errado gostar de cutucar e provoca-la? Afinal era tão linda zangada, a forma como as sobrancelhas torciam e apontavam para o nariz. Nem estava verdadeiramente zangada, era mais uma disputa de crianças, sobre quem tem razão. Pareciam mesmo crianças discutindo, ainda mais quando estavam duelando com as baguetes.
- Tuxe – Disse Natasha com a ponta com pão no nariz de Elise – Não vale comer a espada – Disse enquanto sua arma era mastigada pela praticante de yoga – Então por que o vestido?
- Me diz você por que não atendeu – Elise limpava a boca e, Nat olhava o batom marcado em seu pão.
- Já disse que, pera ah man, Elise, acredita se eu disser que esqueci de recarregar o celular?
- Acredito se bancar hoje – Riu.
- Tudo bem, eu que convidei né.
O espaguete chegou com almôndegas de soja para a vegetariana. Lasanha de molho branco para a eclética de comidas. Entre as risadas discutiram a semana de folga, seria uma boa saírem mais, pois o projeto COMT demonstrava ser bem mais intenso que, a série original, competindo até com o filme no quesito "HOT SCENE", nada melhor que se conectarem.
"Shape da série, shape da série, shape da série" – Repetia em sua mente, mas era quase impossível não pensar em algo mais com o terremoto da jenga a uma mesa de distancia.
- Vinho para as moças? – Perguntou o garçom.
- Claro, deixa a garrafa.
- Quer virar hoje Elise? – Ria a morena.
- Não, só quero aproveitar a companhia – Devolveu um sorriso e, a morena copiou o gesto.
Encheram as taças. Relembrando os momentos da série e do filme.
- Senti falta disso, jantar com você – Disse Natasha com a taça entre os dedos.
- Eu também – Elise corou inclinando sobre a mesa. A morena segurou sua mão, passando o calor da pele em seu braço.
- Elise... – Chamou rouca perto de seu ouvido.
Uma enxurrada de memórias embebidas de vinho desceu sobre a mente da loira, naquela noite a um ano, com esse gosto.
"Esse gosto" – A loira agarrou a garrafa e a virou nos lábios, certeiro como um raio, o peito pesou, o calor subiu, e a lembrança era nítida.
Estava escuro, chovia, era o Blackout do ano e, dentro do apartamento dela, permeava o som de beijos abafados, ofegos esganados. Entre as pernas de Natasha. Sentiu as mãos dela arrastando-se da cintura aos ombros, erguendo sua blusa.
-Natasha...
- Elise...
Quando percebeu saiu da lembrança, estava no restaurante; estava beijando Natasha que, esgueirara-se por de baixo da mesa.
- Nat? – Chamou perdendo o fôlego. As nuvens afastaram-se deixando um feixe de luz lunar ilumina-las naquele momento.
- Elise, você ta tão linda com esse vestido – A morena escalou suas coxas dando-lhe mais um beijo com gosto de tinto doce. Seus braços foram entornando a morena, as mãos nos cabelos negros, o beijo suculento sem qualquer resistência.
"Lembrei daquilo, aconteceu, mas ainda não sei se isso ta mesmo acontecendo agora" – Deixou que outro beijo a levasse, e para onde iria depois, talvez o gosto do vinho lembrasse-se do caminho, mas não haveria volta dessa escolha.
***
Como fomos Creampuffs? Ai Deus do céu, não foi sonho? Gostaram da Almondega? Eu me apaixonei por essa gata, reparei que tenho fraco por pelins gordinhos iguais a ela.
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