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um feliz aniversário / 64/

Os primeiros raios de sol esgueiraram-se pelas cortinas pesadas, tingindo o quarto com um brilho dourado que dançava sobre as pedras escuras das paredes. Respirei fundo, sentindo o calor reconfortante do cobertor macio ao meu redor, relutante em deixar o conforto do meu leito. Mas então, lembrei-me que era o meu aniversário, e o dia prometia surpresas.

Depois de um banho delicioso de banheira, onde a água quente acariciava minha pele como um abraço suave, eu saí do banheiro e me deparei com um espetáculo de Natal perfeito. A decoração, meticulosamente planejada, transformou nosso quarto gótico medieval em um cenário de conto de fadas sombrio, mas acolhedor.

Enquanto meus olhos percorriam a paisagem festiva, fui atraída por uma visão irresistível: dezenas de pacotes de presente alinhados em minha cama. Cada um deles emanava um brilho sedutor, prometendo segredos e tesouros guardados em seus interiores.

Era como se o Natal tivesse chegado mais cedo para mim. Os pacotes, embrulhados com perfeição, revelavam marcas de grife e cuidado meticuloso, refletindo o amor e a generosidade do meu marido.

Com um sorriso de criança prestes a abrir seus presentes de Natal, meus dedos tocaram suavemente as fitas e os laços, ansiosos para desvendar os mistérios que esperavam por mim. O dia, o quinze de dezembro, ganhou uma aura ainda mais especial, impregnada de expectativa e alegria.

Decidi vestir-me para a ocasião. Escolhi um elegante vestido de seda italiana, adornado com renda francesa azul. O modelo, com mangas princesa e um transpasse sutil, destacava o decote discreto no colo, enquanto uma fenda ousada na coxa esquerda acrescentava um toque de sensualidade.

O azul, uma cor amada por meu marido e que refletia a tonalidade de meus próprios olhos, envolvia-me como um abraço gentil. À medida que eu me preparava para explorar os presentes que me aguardavam, senti-me grata pela beleza da vida e pelo amor que enchia cada canto do nosso forte.

Inicialmente, fiquei perdida, até que meu esposo, com seu corpo quente e suas sardas encantadoras, envolveu seus braços ao meu redor e murmurou baixinho:

— Feliz aniversário, minha papoula...

Eu sorri, sentindo-me envolvida pela doçura de suas palavras.

— Obrigada, amor. —  Respondi, me aconchegando mais em seus braços.

— Está preparada para os jogos de hoje? Eu estou! — falou mordendo meu pescoço.

Curiosa, não pude deixar de perguntar sobre o jogo que ele havia preparado. Seus olhos brilharam com um brilho travesso enquanto ele explicava que era uma caça ao tesouro, um desafio apenas para nós dois até o jantar, quando teríamos companhia.

— Intrigante.. —  murmurei, meus olhos brilhando com empolgação. — E qual é o prêmio se eu ganhar?

Seu sorriso se alargou, e ele respondeu com um tom de mistério: 

— Ah, isso será uma surpresa. Mas se você não ganhar, bem...—  Ele fez uma pausa, lançando-me um olhar provocador.

— O que acontece se eu não ganhar? —  perguntei, rindo da sua ousadia.

Ele se inclinou mais perto, sussurrando em meu ouvido: 

— Então o meu prêmio será uma noite inteira fodendo o seu cú apertadinho com muita vontade. Estou louca para encher a sua bundinha de porra quente.

Minha respiração ficou presa por um momento quando ele sugeriu o que seria o prêmio dele. As palavras, carregadas de desejo e provocação, ecoam em minha mente, fazendo-me morder os lábios em antecipação.

Com uma voz ofegante, respondi sussurrante: 

— Então eu espero que os dois ganhem esse jogo. — falo virado de frente para ele e agarrando seus lábios quentes com os dentes, enquanto desejo intensamente a recompensa que ele prometera, mas ansiosa pelo desafio e pela diversão que viriam com seu corpo mais tarde.

Ao adentrar o grande salão de jantar, senti a expectativa no ar enquanto meus passos ecoavam pelo chão polido. Meu vestido de seda rosada, com suas camadas delicadas e uma saia fluida e vazada, ondulava graciosamente a cada movimento. As mangas caídas em estilo cigano adicionavam um toque etéreo ao meu visual, quase como uma ninfa em meio ao salão imponente.

Fiz questão de criar esse vestido eu mesma, desenhando o modelo há alguns meses atrás. O design sem a marcação da cintura ainda se encaixava perfeitamente em meu corpo, realçando minha figura de maneira sutil. A ausência de uma cintura definida apenas destacava mais meu colo, valorizando meus seios que agora pareciam mais altos e cheios. Dale sempre apreciou essa mudança, especialmente o fato de meus mamilos estarem mais avermelhados e um pouco maiores. Às vezes, ele passava a noite inteira os acariciando e brincando com eles, falando animadamente sobre como adoraria mamar quando eu tivesse leite. Essas palavras o excitavam a ponto de ele confessar que ficava melado só de imaginar.

À medida que avançava pelo salão, a luz suave das velas dançava sobre minha pele, refletindo o brilho nos meus olhos e a antecipação pulsante em meu peito. Este seria um jantar especial, e eu estava pronta para desfrutar de cada momento ao lado do meu amado Dale, e meus novos amigos. 

Ao me aproximar da grande mesa medieval, meus olhos se encheram de maravilha diante da visão deslumbrante diante de mim. Os talheres de prata brilhavam à luz das velas, refletindo a riqueza e o requinte que adornavam a mesa. Taças de cristal caríssimas, com seus padrões intricados, reluziam em tons de âmbar e esmeralda, enquanto as louças centenárias acrescentavam um toque de história e elegância ao ambiente.

Porém, o que mais me encantou foram os vasos e mais vasos de lindas papoulas que decoravam a mesa. Papoulas brancas, rosadas e em tons suaves, espalhavam sua beleza delicada por todo o cenário, criando uma atmosfera de serenidade e romance. Eu não conseguia conter a admiração diante de tamanha perfeição.

Surpreendentemente, eu me perguntava como meu esposo havia conseguido essas flores em uma estação tão rigorosa, estando praticamente no meio do oceano. Mas então, lembrei-me de quem ele era. Se alguém pudesse realizar algo tão espetacular, era ele, o meu leão, com sua determinação e habilidade para realizar até os sonhos mais impossíveis.

Observo tudo com o peito formigando de alegria, ao mesmo tempo que aliso minha barriga ainda pequena.

— Está vendo, meu filho? Em breve você estará aqui com a mamãe, e comemoraremos seus aniversários com muito amor. Mal posso esperar para conhecer você e sentir seu cheirinho. — falei, doce e quase sonhadora, para o pequeno ser de amor em meu ventre.

Sinto uma deliciosa vibração e penso que ele me entende, que já compreende a linguagem do meu amor por ele.

— Se continuar alisando a barriga desse jeito e falando com essa voz gostosa com ele, vou mandá-lo estudar bem longe de casa. Não quero perder minha esposa...

Dale disse em tom humorado, e um receio momentâneo acende em mim, mas ao olhar para ele vestido tão bem em um kilt preto que combina magestosamente com o terno, eu suspiro.

— Eu sempre vou te amar e querer perto, junto e dentro de mim... — respondo, erguendo-me nas pontas dos pés e envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço.

Ele circula minha cintura com seus braços fortes, elevando-me do chão, e nossos lábios se unem com desejo quente.

Nossas línguas se tocam e se exploram lentamente, degustando cada pedacinho um do outro. E quando já estamos gemendo e aquecendo nossos corpos, ouvimos passos pesados e um resmungo irritado.

— Poderiam começar e terminar isso no quarto, precisamos comer, pombinhos! 

James adentra o salão de jantar, deixando-me desconcertada. Ele está lindo e também usando um kilt verde.

— Desculpa, Poppy, sou um escroto sem noção. — O visconde fala, vendo o meu desconforto.

Antes que eu possa dizer algo, ao menos dar risada, meu esposo faz por mim:

— Um sem noção, mas em breve um sem dentes também! Se falar novamente com minha esposa desse jeito, darei um jeito rápido em seu humor.

Um sorriso carregado e medonho aparece na expressão cínica de James, e automaticamente dou um passo para trás, apoiando-me em Dale. Sua grande mão me acalma, alisando minhas costas.

— Controle-se, James, você está assustando minha mulher!

Sendo assim, o visconde pisca algumas vezes. E pega uma garrafa de vinho no centro da mesa de jantar farta, servindo uma generosa dose.

— Desculpa, Marquesa, apenas desculpe-me.

Uma onda de alívio percorre meu corpo, e uma felicidade suave me envolve por estar ali com eles, desfrutando do meu aniversário.

— Estou tão feliz por comemorar esse dia com vocês. — digo, animada.

Meu esposo me encara com uma sobrancelha arqueada, e desvia o olhar para o primo, que brinda a nós dois com a taça.

— Muito melhor, Visconde, muito melhor. — diz Dale, enquanto James, levanta sua taça a boca, bebendo longos goles do vinho raro que meu marido mantém em sua adega.

Sorrindo, vejo Lady Standford se aproximando da grande mesa de jantar. Seu vestido vermelho é um contraste vívido, refletindo sua personalidade marcante.  Cada parte do tecido escarlate escuro como o sangue, abraça as curvas lindas dela. Chega a ser quase como uma pintura. Margareth Standford está arrebatadora em todos os níveis. O choque preenche minha expressão e a de Dale ao meu lado. Porém, nada se compara à reação do Visconde, que rosna em tom baixo.

"Puta merda! Ela está fazendo de propósito, essa maldita!"

Tanto eu quanto meu esposo percebemos o desconforto de James, que se remexe e rosna irritado na cadeira.

— Boa noite a todos! Vejo que só faltava a minha presença para essa noite espetacular. — Margareth fala, dando-me um sorriso felino e piscando um dos olhos vítreos.

Acabo rindo, pois Lady Standford é uma provocadora, e não consigo ficar imune às suas gracinhas.

Ela se aproxima e faz um galanteio segurando uma das minhas mãos e beijando o dorso lentamente, ao falar.

— Isso é para você, coelhinha, espero que goste.

Ela coloca uma caixinha de veludo preto em minha mão, e quando a abro, vejo um bracelete fino e delicado de platina, com dois pingentes maravilhosos. O leão tem olhos de topázio, e o coelhinho tem olhos de turmalina. Uma peça linda e com toda certeza muito cara. Fico chocada com os detalhes da pelagem gravada nos dois pingentes de metal precioso.

Encaro a mulher à minha frente, definitivamente emocionada, pois nunca ganhei nenhum presente além de appa, sunchon e Dale. Margareth foi a primeira mulher a me dar algo que dedicou atenção e um pingo de carinho para comigo.

— Gostou, coelhinha? — ela pergunta, sorrindo, arrumando o cabelo curtinho.

Uma risada misturada com choro e lágrimas me vencem, e quando ela, quanto Dale me olham com estranheza, é apenas James que responde.

— Ela amou, Standford, dessa vez você olhou realmente para alguém à sua frente. — sinto um toque de amargura na voz do primo do meu esposo. Mas quando mirei em sua direção, seus olhos muito injetados, estavam cálidos em uma expressão gentil e aparentemente contente.

O rosnado baixo do meu leão anunciou que como sempre, ele não queria Lady Margareth muito perto.

— Standford, você é abusada. Já falei para segurar seus impulsos com a minha esposa.

O olhar desafiador da elegante mulher zombou descaradamente do meu marido, deixando-me surpresa e atônita.

— Ahhhh, Vossa Graça, não está vendo que você também está aí pendurado em seu braço. Olha o fascinante leão!! Acredite, esse não é de Tróia. — ela disse, gargalhando.

A menção ao presente que quase arruinou nossa vida e nossa futura família me deixou tensa e cabisbaixa.

— Retiro o que disse, Standford. Você não consegue manter as sensações boas. Sua infinita capacidade de arruinar tudo sempre ganha. — James fala profundamente, deixando a mulher pela primeira vez desconfortável.

Ao olhar para o rosto delicado dela, percebi um raio de vulnerabilidade, uma humanidade que tanto eu quanto Dale identificamos, antes dela virar e alfinetar o Visconde, animando a noite de forma cômica com as farpas trocadas.

Parecia que esse momento não poderia ser melhor, agora que nos sentamos à mesa e desfrutamos do banquete especialmente preparado, com todas as iguarias que mais amo, desde a comida ocidental até a oriental.

Margareth expressou seu amor pela culinária oriental, e trocamos vários comentários sobre os melhores pratos e especialidades tradicionais. A todo momento, meu leão não desgrudava dos meus dedos, que estavam entrelaçados com os dele sob a mesa.

Ele está contente, sinto isso! Na verdade, não sei onde a minha felicidade começa e a dele termina; parece que estamos tão conectados que a sensação é inebriante.

Durante todo o jantar, percebi o Visconde mais leve, e até mesmo sorrindo muitas vezes.
Em algum momento ele chamou todos para brindar, dizendo confessando alegre para meu esposo:

Não foi você que certa vez, um pouco antes do baile onde conheceu Poppy... Que disse, disse “Não quero ter filhos meu império, meu legado e meus segredos vão morrer comigo?"  — James forçou a voz grossa de Dale, fazendo Mag e eu darmos risadas. Meu leão até tentou se manter sério, mas também rompeu uma gargalhada.

Isso com certeza foi antes de Poppy.

James olhou para mim e para Dale e sorrio, como se o que estivéssemos sentindo o tivesse aliviando como um bálsamo curativo.

Agora, depois da sobremesa, olho para o lindo bolo à minha frente. Um naked cake, de red velvet coberto com morangos e outras frutas vermelhas. O recheio tem um aroma delicioso de baunilha e caramelo com flor de sal. Minha boca chega a salivar, e sem resistir passo um dedo pela leve cobertura açucarada, fazendo meu esposo rir quando levo o mesmo à boca.

— Hummm... bom... — digo gargalhando e ouvindo James falar.

— Faça um pedido, Marquesa. Faça-o com muita força, e tenho certeza de que se concretizará.

As velas dançam, as chamas à minha frente, e fecho os olhos, mentalizando tudo o que tenho e tudo o que mais desejo ter, agradeço as coisas boas também. A única coisa que vem à minha mente são duas palavras: Força e coragem.

Quero ter força e coragem para lidar com minhas batalhas e as batalhas do meu casamento e filho no futuro. Quero ser uma sobrevivente, quero ser mais forte que as rochas dos círculos de pedra, e mais resiliente que os ventos dançantes da floresta. Quero poder lutar como as poderosas ondas do mar, para poder guardar esse momento e muitos outros, enquanto meu corpo puder amar...

O desejo ressoa como uma promessa em minha alma, e quando soprei as velas, apagando todas de uma vez, um alívio preencheu meu coração, e pensei que tudo estava caminhando como devia ser.

Dale está com James no pátio, e posso vê-los através das grandes janelas do salão principal. A neve encobre toda a parte gramada, assim como o piso de pedra. Em meio ao cenário invernal, ambos se destacam com suas belezas ruivas. James é mais alto que Dale, e meu esposo é mais forte de um jeito opressor. Não sei porque, mas a sensação que eu tenho olhando para os dois é que Dale é um leão forte, feroz e o rei do seu jogo perigoso, enquanto James é um tigre, um felino maior, paciente e traiçoeiro. Sim, sei que antes nunca veria isso, mas o Visconde tem algo nele traiçoeiro! Sei que isso não se aplica ao elo que ele tem com Dale, porque sinto a cumplicidade e lealdade dos dois. Mas eu não gostaria de ser inimiga de James; há algo abaixo da superfície que me diz que ele é mais do que sorrisos de chapeleiro maluco e chás relaxantes de emoções.

Entretanto, quem sou eu para dizer algo sobre alguém?

Deixando os dois, vou até o meu quarto, mas vejo a porta da biblioteca aberta. Acho que posso pegar algo para ler antes de dormir sem ser mais um dos livros de Sherlock Holmes.

Adentro o ambiente escuro que antes sempre me trouxe medo e uma sensação rastejante de horror, e agora mergulho em sua escuridão sem temor. Passo os dedos pelas prateleiras e vejo os títulos sedutores antes de escolher um.

Moby Dick... Um sorriso ganha meu rosto, porque já queria ler há algum tempo esse romance. E nada mais empolgante do que lê-lo entre as ondas furiosas do mar.

Retiro o livro grosso da prateleira e, sem pensar muito, viro-me para sair do grande cômodo quando algo chama minha atenção.

O nome em negrito Fargus Disimore preenche o cabeçalho de uma página. Com o coração aos saltos, dou dois passos para frente. Na minha mente, as palavras do meu desejo ecoam: "Tenha força e coragem..."

Sim, preciso exterminar esse mal da minha vida. Não posso ter medo do seu nome nem do que foi descoberto. Então, sem hesitar, pego a página e vejo que é um dossiê, mas não sobre mim, e sim sobre uma vítima daquele monstro.

Antes de começar a leitura, vejo a foto do algoz que atormentou meus sonhos por anos. Ele está jovem, no máximo com vinte e quatro anos de idade, e tenho que confessar que tinha uma beleza que não externava sua podridão.

Jogando a foto dele sobre a mesa, como se fosse brasas sobre meus dedos, pego o dossiê e começo a leitura no mesmo momento em que me sento na grande cadeira de veludo vinho e madeira escura.

As informações são brutais, e penso que a infeliz provavelmente não sobreviveu a tal ataque. Ao olhar o dossiê médico e investigativo sobre o estado em que foi encontrada, vejo que durante o documento a vítima apresentou uma gravidez, e foi de risco, mesmo estando imobilizada pelas fraturas. As inúmeras infecções no sangue por causa das bactérias de excrementos e abusos sexuais feitos por animais a deixaram um mês em estado crítico.

Coitada...

Penso que meu appa e sunchom esconderam minhas doenças por um motivo, eles estavam me protegendo do impacto. Tenho certeza de que, se fosse antes, eu entraria em surto só com as primeiras consequências do que aquele diabo fez comigo. Agora, lendo o dossiê médico de uma das vítimas, posso afirmar isso.

Quando penso que nada poderia ficar mais triste ou mais impactante do que o texto que li anteriormente, duas palavras chamam minha atenção: Bridget Macay.

— O quê???

Confiro a informação e tudo começa a se encaixar pouco a pouco. As peças que sempre estiveram ali na minha frente, parte ignoradas e parte não percebidas, começam a fazer sentido.

Foi Bridget que sofreu esse ataque brutal de Fargus, foi ela que engravidou e foi ela que deu à luz a uma criança fruto de um estupro. O laudo dos traumas após o parto é assustador, ela teve que fazer uma microcirurgia, porque a criança era grande demais. Fora o fato de que ela perdeu muito sangue e precisou de transfusão durante um bom tempo.

A data do ocorrido bate com o mesmo número de anos que se aplicaria ao meu esposo.

Então... AÍ MEU DEUS! Dale é filho do Fargus!

A data de nascimento da criança, e o histórico de ligação com os estupros. Tudo faz sentindo agora! Os olhos, o ar perigoso e maldoso no olhar... Minha mente começa a ficar mais turva, mas me seguro na mesa com força. E quando penso que tudo ao meu redor está desmoronando, escuto e vejo um vulto ao meu lado. Antes que eu perceba, mãos aprisionam os meus braços e tentam reter meus movimentos.

Por instinto, me debato, e mesmo fraca dou uma cotovelada na garganta do meu agressor. Ele cambaleia, e esse é o tempo de eu pegar o livro e usá-lo como arma para bater em sua face encoberta.

Nesse instante, o sangue foge do meu rosto, porque diante de mim está um ninja. O que só significa que...

Não há tempo para raciocinar, mais um homem me imobiliza e encosta um punhal gelado em meu pescoço, e nesse momento a minha visão está mais nublada e meus membros mais pesados.

O que é isso? O que está acontecendo comigo??? Porque não consigo ficar em pé???

Tento reagir e gritar, mas minha boca é tampada por luvas grossas e ásperas que tiram meu ar. Nesse momento, penso que estou em um pesadelo sem fim, mas ao olhar para a porta, me deparo com James entrando calado e me vendo nessa situação.

Como um homem guiado por todos os espíritos ruins, ele me chama e ataca sem piedade meus agressores. Eles são muitos. Escuto som abafados de golpes, mas James os abate com força e algo mais que me traz a sensação de ânsia de vômito.

"Dale, onde você está??"

Esse é meu último pensamento, ao testemunhar uma grande sombra emergindo por trás do Visconde que derruba seus oponentes como gravetos no chão. Sem que eu possa avisar, assisto James ser perfurando com uma katana mortal. Mesmo com a boca aprisionada, não consigo conter o grito que emana do meu âmago.

A sombra gigante retira a espada, e faz o visconde cambalear tonto. James coloca a mão na ferida, mas novamente seu corpo é atravessado pela katana. Sangue, sangue. Posso até sentir o gosto. Seu rosnado de fúria é quase uma avalanche sensorial, fazendo minha visão turva, e o bile subir por minha garganta.

O nome de James tenta escapar de meus lábios de maneira chorosa, enquanto o vejo cair ferido no chão. E encarar os agressores, agora com os olhos completamente injetados de sangue e boca transbordando o liquido vermelho também.

 Ai meu Deus, eles mataram o James, eles mataram o James...

Sangue, muito sangue, jorra pelo piso de carvalho, a escuridão e uma sensação de dor e morte tomam conta do ambiente. Vejo alguns dos homens vestidos de preto cambaleando, e percebo que, mesmo morrendo, o primo do meu marido quer levar consigo o máximo de inimigos possíveis.

Entretanto, quando o vejo fechar os seus lindos olhos de íris esverdeadas, sinto minha visão escurecendo, tenho plena consciência de que o terror não está mais à espreita. Ele está aqui, e tem o nome da morte.

Pisco as pálpebras pesadas, meu corpo parece flutuar junto com uma vontade de vomitar, mas nada é nítido ou racional. Gemidos de dor e gritos em línguas estranhas preenchem meus ouvidos, uma cacofonia de tormento e desespero.

Pisco algumas vezes, tentando desesperadamente trazer clareza ao meu redor, mas tudo o que vejo é um borrão de ferro cinza escuro, com uma aparência claustrofóbica. Algo está errado, sinto-me de volta à masmorra, mas por quê? Não entendo...

A confusão me envolve, as forças se foram, e tudo o que consigo fazer é abrir os lábios, mas as palavras se recusam a surgir. Viro meu rosto, e uma porta de arco arredondado entra em foco. O corredor é estreito, mas tudo parece como um sonho onde os elementos estão fora do lugar e girando na minha frente.

Ouço passos se aproximando, e faço um esforço tremendo para manter os olhos abertos. Sou recompensada com um vislumbre de pesadelo: dois homens arrastam um corpo grande, forte e quase desfigurado. Os fios vermelhos ainda mais vivos com sangue pingando chamam minha atenção, e quando a dor atinge meu peito, tudo parece desvanecer novamente, como se estivesse sendo arrastada para dentro de um túmulo em minha mente.

Então, uma voz familiar penetra a escuridão, sussurrando:

— Em breve estaremos em casa, em breve você será só minha.


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