Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

para guerra nós lutamos /67/

" Garoto, saia do chão.
Está na hora de ser homem.
Cuspa seu sangue e mostre seus dentes de leão.
LUTE, SELVAGEM. "

▪️ 04 DE NOVEMBRO DE 2010 ▪️


Gilmer, o velho negro, mestre da sabedoria e paciência assobiava com lerdesa uma melodia há muito esquecida, quase quanto sua juventude que fora tomada pelos cabelos grisalhos e crespos. Os olhos dele, enterrados sob profundas rugas e cobertos pelos óculos de grau sem aro, alternavam vagarosos entre o desgastado livro da mitologia celta preenchido por anotações e, o jovem Visconde, vestido num pijama branco ensopado, descalço no meio do pátio, fustigado pela violenta tempestade e quase encoberto pelo nevoeiro que cercava as altas muralhas do forte de pedra.

- Quantas horas ele está ali? É mesmo necessário?! - O jovem Conde repreendeu em um grito que entrecortou a tempestade, aproximando-se da cobertura onde o mestre assobiava, alheio à chuva e ao granizo que ricochetaavam no telhado.

Despreocupado e intolerante o mestre olhou de esguelha para o Conde de dezessete anos. Assustou-se ao ver o quanto o jovem havia crescido em tão pouco tempo, o agasalho da cor de estanho delineava os músculos proeminentes e bem distribuídos dele e apesar da idade sua postura era invejável. Poucos homens com trinta anos tinham o mesmo tamanho físico, notara há muito sua semelhança com Aindan Macay - o grande patriarca - conforme crescia. Dando de ombros, o mestre não precisou de palavras para dizer que o castigo escolhido para James não era uma ordem sua, mas sim uma ordem superior vinda do confidente e melhor amigo, prezado e intransigente Charles o Fauno.

O Conde pegou uma capa de chuva presa aos ganchos do portal de entrada do armazém na divisa com o quartel, vestiu-se com a casaco transparente e atravessou o passadiço antes que pudesse ser detido pelo mestre. Em virtude dos méritos ou da autoridade e consideração, Gilmer não berrou para o rapaz, nem fez nenhum movimento contra a rebelião. Era sábio o suficiente para confiar, embora seu trabalho fosse voltado para ensinar James e despertar nele certos sentimentos, Gilmer teve que servir ao Conde por uma ou duas vezes, o bastante para conhecer seu gênio maléfico e prefirir à distância. O mestre prostrado optou apenas por manter sua boa postura, seus olhos percorreram para às atalaias vigilantes e as ameias dos bastiões de pedra, e por fim, pousaram nos dois garotos que encaravam as gárgulas.

***

O céu cinzento daquela tarde iluminou-se com trovões estrondosos que cortavam o mar e ameaçava retalhar tudo que estivesse pela frente.

- James! JAMES! - O Conde se enfureceu, odiando o fato de suas botas estarem encharcadas devido às poça de água pelas quais andou para chegar até o primo, precisou estreitar os olhos para vê-lo através do nevoeiro que de perto parecia ainda maior; os cabelos ruivos do Visconde de catorze anos escorriam, os dedos das mãos e dos pés estavam roxos e enrrugados como uvas passas, Dale concluiu que o jovem devia estar ali por horas e se continuasse teria um enorme resfriado no dia seguinte.

Catatônico, James parecia Catatônico. O pescoço estava inclinado, olhava vidrado como se hipnotizado pelas duas figuras inanimadas que tanto temia. A chuva acertava-o feito lâminas afiadas, mas exceto os lábios que tremiam de frio, o Visconde não demonstrava importância, não demonstrava estar em alerta de nada que acontecia a sua volta; que o mundo fosse pro inferno, ele não dava a mínima!

O Conde deixou a preocupação aquietar-se em seu peito. Encarou o bastião, as misulas sustentavam as enormes gárgulas que cuspiam a água acumulada das chuvas incessantes, sabia que o primo tinha medo dos grotescos seres agachados com gigantescas asas de morcego, corcundas, escamas e bicos salientes. Foram projetados para ajudar com a chuva, contudo, em casos raros eram manuseados para despejar óleo fervente sobre os invasores, que experimentavam uma morte lenta e terrível. Talvez daí tenha vindo o medo, acompanhado das muitas histórias macabras que Charles compartilhava à respeito. Era óbvio que para Fauno - o mestre cruel e hediondo - seria um castigo deleitavel.

O treinamento deles era anual e durava todo o inverno. James não suportava o Líder, eles sempre discutiam e atacavam um ao outro. Fauno não trocava palavras com o neto mais novo e sua preferência pelo Conde era notável de longe - afinal, esse tinha o mesmo temperamento sanguinário e era obediente - Ahh, essa maldita comparação faz as veias do jovem Conde pulsarem, ferverem de revolta, entendera que Fauno queria despertar no primo amigo o mal que ele ainda não tinha no coração...

Algumas pessoas tinham medo de altura, outras tinham medo de figuras horríveis. Porém, naquele momento glorioso, não era medo o que o visconde estava sentindo e Dale sabia, na verdade, tinha certeza que "medo" seria a palavra deletada do pomposo dicionário de seu amigo após aquela tarde.

- Não sei o que aconteceu, mas já chega! Você não precisa provar nada ao velho. - Dale ponderou com a voz rascante para o temporal.

James nem piscou, fitava as gárgulas com desforra, se elas estivesse vivas e respirando teriam medo. Será que Fauno finalmente conseguira despertar o que tanto desejava no neto?

- Certo. Eu vou ter uma conversa com ele! Tá mais que na hora de por um fim nessa merda!

De onde estava o mestre sábio parou de assobiar, fechou o livro e sentiu a pele de seu corpo franzino ressudar suor frio. O Conde ciciou palavras para o primo que o mestre não conseguira ouvir, mas decifrou exatamente o que iria fazer a seguir, quando ele o viu marchando, os olhos amarelos lanpejando, trovões e neblina o cercavam com a mesma eletrizante fúria. Dale não seguira o mesmo caminho, pois sabia que o mestre não pouparia sermões, saiu do pátio, atravessou a artilharia e caminhou em direção às torres e desapareceu entre as altas muralhas.

O mestre ousaria soltar um dos fortes palavrões guardados para situações fora do controle como aquela, estava preso em sua garganta. Com certeza não era um homem desajustado, mas puxa vida! Ele era um homem, um homem velho! Entretanto, antes de soltar a bucha, seus olhos castanhos arregalaram-se com a cena a sua frente, para um homem como Fauno seria a quinta-essência da arte grotesca e surrealista. O que James fez naqueles segundos marcariam para sempre a existência do mestre. Este já vira muitas coisas, mas adoraria arrancar os próprios olhos.

"Que Taranis o proteja, que Taranis o proteja!" Gilmer implorou ao deus celta das tempestades e fertilidade a quem cruéis sacrifícios humanos foram feitos para apaziguar a sede de sangue, e então deixou cair o livro quando correu para controlar o visconde...

***

As sentinelas prostradas diante da porta dupla de carvalho revestida por camadas de aço inoxidável, deram espaço e a abriram para que Dale pudesse entrar na sala de armas, uma das salas, à exclusiva de Fauno e onde ali passava a maior parte das tardes, equipando mais de um de seus projéteis, às vezes acompanhado dos netos.

A capa de chuva de Dale pingava no chão laminado, o que poderia ter irritado muito o vovô, mas não era com isso que ele se preocupava. O interior aconchegante da sala oval o acolheu, assim como a sobriedade e a magnificência. As paredes vermelhas emolduradas por todos os tipos de armas brilhavam à luz do lustre: espingardas, revólveres, fuzis, carabinas, submetralhadoras, uma diversidade infinita de armas de fogo. Um mezanino levava a diversas categorias adjacentes, uma só para defesas, lutas, outra só para munições e a categoria preferida do Conde, as armas brancas e de hastes, compostas por espadas, adagas, lanças, baionetas e outras mais queridas que Fauno guardava em armários e vitrines.

Dale parou diante à mesa do avô, repuxou o sorriso ao ver seu machado em cima da estrutura metálica do artesão. Charles esculpia novos símbolos no cabo da arma e cantarolava aquela velha canção na entoação descontraída:

"pegue a foice capitão e tra lá lá lá para guerra nós lutamos para guerra nós lutamos."

- Para guerra nós lutamos, matamos e com a foice o gado desmenbramos... - Dale cantarolou num sussurro impassível. Charles, que já havia notado a sombra do neto, ergueu os olhos claros abaixo da boina e recostou-se na cadeira.

- O que você está fazendo aqui a esta hora...?

- Por que James está de castigo, na verdade, por que ele está sempre de castigo?

Charles sorriu, um lampejo de alegria trouxe franqueza para o rosto envelhecido, em juventude devia ter sido um homem muito charmoso.

- Não sabe? Isso me surpreende. James não tem nossa paixão, precisa aprender...

- Então treine-o. Não entendo, você o pune por muitas razões idiotas. Se quer que ele seja um homem mau como eu sou, então devería...

- Ele não é mau como você mini Conde, nunca será! James foi criado por Lindsey e Edward, eles têm seus segredos, mas criaram o filho com amor. Eu já entendi que vocês dois são muito diferentes. Você teve Bridget como mãe e apesar dela ser uma bruxa, ela influenciou quem você é hoje, ela colocou escolhas no seu caminho, algo que nunca foi colocado antes! Mas sei que em algum momento ela permitirá que o diabo entre, porque uma mãe sempre será mãe. E uma bruxa sempre se curva diante de sua prole.

Um raio que cairá muito perto do forte repercutiu, por um segundo todo recinto se iluminou e estremeceu. Dale achou ter escutado gritos, mas a voz sepucrual do avô que contrastava-se com a chuva atraiu totalmente sua atenção.

- Sua mãe tentou afastar o mal, ela fez isso por muitos anos, ela nunca teve sorte, mas vejo que ela vai entender no futuro, quando chegar a hora vai compreender o chamado....

- Ela não entende nada sobre mim!

- Sim, ela não sabe nada. Mas eu sei... Eu sei tudo a respeito do seu futuro, até mesmo quando eu já não estiver mais nessa estrada. Conheço seus objetivos Dale... Sei que gostaria de matar ela e deseja isso todas as noites antes de dormir. Eu sei todos os seus segredos - um sorriso resvaladiço ampliou-se nos lábios de Fauno - sei que adora se divertir com algumas mulheres nobres, as vezes mais de uma...

Dale respirou fundo, suas bochechas queimaram e ele virou o rosto para um ponto bem distante da sala, uma peça de armadura que estava ali. A vontade literal de crucificar o avô surgiu. Como o velho poderia saber todos os seus segredos mais sujos? Ele não conseguia fazer papel de bobo, era um dos jovens nobres mais procurados e desejados de seu país e tinha apenas dezessete anos. Ele havia iniciado a vida sexual aos catorze, em busca de fuga, não tinha e nunca teve uma garota especial, eram todas prostitutas de luxo, até mulheres mais velhas, muito mais velhas, e outras jovens nobres e estúpidas. O sexo não lhe proporcionava o prazer que ele imaginava e para alcançar o prazer que gostava, estimulou-o de formas muito cruéis, das quais ele precisava ter o cuidado de esconder os vestígios. Era um depravado de primeira mão e sabia disso. Algum dia haveria uma garota especial?

- Como o senhor sabe? - proferiu cuspindo as palavras. Os olhos astutos de ambos se cruzaram.

- É porque tenho conversado com o diabo. Algum dia você vai conversar com ele também.

Charles levantou-se, pegou o Machado de dois gumes, as lâminas perfeitas e afiadas reluziam. Havia rumores de que Charles falava com o Diabo, alguns acreditavam e outros não. Dale sabia que era verdade porque naquela mesma noite ele foi visitado pelo próprio.

- Empunhe, quero vê o quão ágil está, temos uma longa caminhada até as catacumbas. Estava ansioso para jogar com você meu neto.

O Conde segurou o machado com as duas mãos, era pesado, mas já tinha experiência no manejo da arma. Fez alguns movimentos rotativos para sentir a precisão. Depois ambos conduziram-se para as catacumbas, onde no lado subterrâneo o mal em sua fórmula mais profunda despertaria de suas próprias almas. Não eram homens, eles eram feras, famintas de carne e sangue.

Aquela foi uma noite interessante que nenhum dos envolvidos esqueceria, Dale se divertira no último treino com o Avô, pois Fauno não acordaria na manhã seguinte.

Charles nunca imaginou ou o diabo nunca lhe contou sobre a arma poderosa que ele tinha nas mãos, mas que nunca conseguio controlar, porque no final das contas... James ainda era um Macay.

MOMENTO ATUAL:

Meu coração bate disparado na garganta, cada batida um motor sem freios. A respiração pesada condensa no ar gelado, um lembrete de que algo em mim ainda permanece humano.

Como se meu corpo estivesse sendo pregado por demônios, o suor escorre dos meus cabelos e das minhas roupas rasgadas, consigo alcançar meu revólver no chão de linolio e me apoio na mesa da biblioteca, cerrando os dentes levanto num impulso.

Eu não sou mais o mesmo. O lado negro me devora pouco a pouco e possui cada músculo, cada partícula que me reveste.

A escuridão me envolve com maldade, e eu desfruto. Os olhos de SHAX piscam em algum lugar próximo, acima de mim.

"A noite, em meio ao silêncio, concentre-se no último local em que ela esteve. Pense nela, force a conexão"

Foi o que Bridget disse, de alguma forma, ela sabia, com certeza sabia o que iria acontecer. Mamãe deixou o diabo vir até mim para negociar minha alma e seja lá qual mais tenha sido o preço; o selo foi quebrado, SHAX sempre poderá entrar em contato e não me arrependo de nada, foda-se, só preciso achar minha mulher!

"O sangue de Satã correrá nas suas veias, tudo para você ir atrás dela..."

Ahh o sangue de Satanás ferve dentro de mim! E pelas veias salientes dos meus braços, não tenho dúvidas, algo ínfimo foi dilacerado, nunca estive tão perto das trevas, coberto por algo novo, mais sombrio, mais letal que um exército.

Eu sou uma legião, uma legião de demônios gritando por vingança, uma legião inteira de demônios sedentos pelo paraíso que somente ela possui.

Mordo o lábio inferior num sorriso lívido de ódio. Já posso sentir o gosto, a textura do sangue que estou prestes a me banhar, o gosto amargo do sangue de Joon Soo Hu Park.

E lá no inferno, no cantinho especial, meu avó deve estar gargalhando, triunfante, afinal ele sempre esperou por esse momento.

Ando pelos corredores escuros, todos os sentidos em alerta. Passei pelo quarto de Siena e uma brisa suave de papoulas fez meus músculos se contraírem, foi como se uma lâmina tivesse me atingindo em cheio.

Tive que desviar o olhar e focar em outra coisa, com a arma na mão transitei pelos andares admirando as naturezas mortas e as pinturas renascentistas que decoram as paredes.

Tenho que tomar banho e trocar de roupa, pois minha cabeça está latejando com a quantidade que enchi minha cara e uma força furiosa queima incontrolavelmente em meu peito. Eu adoraria, neste instante, ir às catacumbas só para liberar tanta força sobre os miseráveis que lá estão condenados.

A ideia não parece nada ruim, ascende todos os meus desejos bárbaros, mas o som baixo de choramingos me atrai para o antigo quarto de James, onde ele estava dormindo há poucos dias.

***

Porra!

Estou no limite, senão matar um desgraçado a balas, farei isso com os punhos.

Com o cano do revólver engatilhado, empurro a porta de mogno que estava entre-aberta. A luz do banheiro ilumina parte do aposento pouco mobiliado, mas a decoração em si continua sombria e fúnebre, sim parece que um homem morto jazia aqui. Continua o mesmo desde que James o ocupou, aos nove anos de idade. A mesma cama de casal, mesa de estudos e uma lareira apagada, o mesmo armário e a mesma estante de livros com poucos exemplares escolhidos a dedo.

James é um homem que gosta de ostentar, tem um ar dionisiaco: descomedido, desinibido, espontâneo e muito vivo. De fato, nunca conseguira ficar bem no forte, reconheço que talvez seja porque emana a verdeira face que ele sempre negou desmascarar. O Facínora.

Entro furtivamente no banheiro e me deparo com o espelho de cristal acima da pia, rachado com um formato de punho no centro. Dentro do box, o chuveiro pinga no chão de cerâmica e os vários produtos do meu primo; xampus, cremes, sabonetes, colônias e sais de banho estão vazios e espalhados.

Que merda aconteceu aqui?!

Levanto as sobrancelhas, ao escutar os gemidos baixos ressoando novamente e reconheço. Standford!

Standford? Como pude me esquecer. É certo que com tantos problemas eu estou pouco me lixando para a sapatinho, mas que surpresa, ela está vulnerável? Já imaginava que os dois estavam se comendo pelos cantos havia tempo, mas não esperava que ela se preocupa-se tanto, que estivesse caidinha pela pica ruiva dele.

- Standford? - chamei no quarto vazio e caminhei com passos lerdos para onde o cheiro de perfume forte me levava.

As portas envidraçadas da varanda estão abertas, as cortinas escuras balançam no vento frio obscurecendo o quarto.

De fininho paro na soleira da porta, afasto as cortinas e viro o pescoço para o canto. Encostada no muro de pedra. Espio a forma magra, pálida e seminua deitada em posição fetal no chão gélido de calcário. O cabelo de corte masculino desgrenhados oscila no sereno, vejo a tatuagem de uma quimera nas costas dela, e diversas outras nas costelas, coxas e braços que são iluminadas com a luz do amanhecer que dá seus primeiros raios no leste.

Observo-a por alguns minutos, seu corpo de lingerie preta treme de frio.
Quando sinto dó, o mais próximo de pena que seja, respiro fundo e aproximo-me da sapatinho. Reprimo um xingamento ao vê-la segurando algumas blusas, roupas de James, chorando contra às peças.

- Margareth?

Apenas o silêncio mortal e implacável, espero que responda ou de sinal, mas sem sucesso chego mais para perto dela e a chamo com a voz rude, o olor da fragrância masculina de James incrustado na sua pele incomodando minhas narinas:

- Margareth? Caralho!

Ela estala a língua com desdém, outrora eu teria chutado o rabo dela pelo pouco caso, todavia dou-lhe o benefício da dúvida.

- Não me faça arrastá-la...

- Veio rir de mim? - ela fala manotona, a voz entremeada pelo choro.

Eu bufo. Percebo que James conseguiu foder a cabeça dela, quem diria, ela está apaixonada por ele? Ela nem o conhece direito, James sempre teve algumas garotas para se divertir, mas quem pensava que ele gostava de uma moça enrustida, sem falar que eu acreditava que Mag era mais forte, mais macho, dei crédito demais.

- Eu adoraria rir Standford, mas tenho muito mais com o que me importar...

- É? seu idiota, na verdade, o que está esperando para me matar? - ela resmunga, os lábios trêmulos ao ver de relance o revólver na minha mão, nos poucos segundos que seus olhos encontraram os meus ela se encolheu mais contra os trapos do meu primo.

Meus olhos vão da arma para ela, dela para as gárgulas no bastião lá embaixo, iluminados pelas lâmpadas dentro dos olhos bestiais. Meu avô deu esse quarto a James para que ele pudesse ter essa visão, se sentir vigiado por aquilo que ele mais temia. Minha garganta se fecha, um arrepio, uma má intuição, a essência do meu primo não está mais perto nem existente. Sinto que perdemos James, e a consciência está amarga, motivadora porque os minutos estão correndo, as horas estão passando e minha esposa e filho estão em perigo. Eu preciso agir, ser rápido, ser o próprio demônio vivo para recuperá-la.

- Por que quer que eu te mate Standford? - replico, apertando o revólver com força.

- Tiraram ele de mim, agora eu, eu sinto que nunca poderei dizer para ele a verdade. - ela dá um sorriso lutoso ao choro, mostrando os dentes trincados, cravando as unhas quebradas na blusa dele - Ele sempre falou que eu era vazia, mas o bastardo não tinha ideia do quanto eu me apaixonei, o quanto o amo!

Faço um movimento com a arma e guardo-a no cós da calça. Caminho de um lado para o outro, cercando-a, tornando o espaço e atmosfera entre nós dois mais escolerizada, densa e fria.

- É temos um inimigo muito forte... Ao menos aquele oraguntango de paletó pensa que é forte, mas ele está tão enganado...

Eu sei que lembrá-la do nosso obstáculo, do causador da dor, em vez da dor em si, coibirá parte do sofrimento e estimulará a repulsa que acessará uma forte onda de cólera. Ela precisa do impulso certo, enxergo nela uma inteligência que não pode ser ofuscada diante o adversário.

Coitadinha, está tendo apenas a primeira crise de abstinência sensorial. Com toda certeza, a frieza e ausencia de emoções de Margareth, foram fatores preponderantes para James vicia-la em seus sentidos. Ela não sabe, mas meu primo sempre jogou com as emoções das pessoas. O que me intriga é o porquê dele ter feito isso com ela, por que ela?
Não é a maior coisa que me importo no momento, a parte que me importo é que eu reconheço o poder e a força dessa mulher jogada no chão com uma tatuagem de quimera nas costas, e seria eu um homem muito terrível se jogasse com a determinação dela? Seria eu um homem benevolente se fizesse dela meu melhor soldado nessa guerra? Não melhor que eu, mas ainda sim boa o suficiente, preciso dela.

- Levante-se!

- O quê?

- Tá surda? Ficar a noite inteira no sereno lamuriando-se te deixou surda?

Ela resmunga, mas não faz nenhum movimento.

- Standford, não sei você, mas eu estou louco para acabar com aquele coreano, essa noite foi importante...

Ela não se move e ouso ficar de cócoras, esticando um sorriso mortal:

- Você não lembra o que falou para mim quando descobrimos o que aconteceu? Deixe eu refrescar a sua memória! "Eu irei queimar a Yacusa, e quando você estiver com sua mulher eu irei virar esse coreano do avesso!" - revelo gesticulando, a entoação afiada para demonstrar sua voz. - Já desistiu? Foi uma grande tolice minha confiar em você?

Ela me lança um olhar lameliforme. Finalmente consigo atiçar as chamas que voltam a ferver. Mag rasteja no chão, sentando-se e abraçando as pernas.

Minha expressão ladina atribue um desafio oculto, lacônico, mas que paira descaradamente entre nós dois.

- Você disse isso? - pergunto firme.

- Eu disse! - afirma, os lábios crispados.

Faço um muxoxo.

- Estou lhe entregando o ônus da minha confiança. Você quer desistir ou ser a porra da Margareth Standford que eu conheço?! Vivo ou morto, não podemos perdoá-lo e deixar barato... - Digo me curvando. Nossos rostos quase nivelados, suntuosos de raiva abundante. - ele conseguiu vencer uma ou duas vezes, mas vai precisar de muita sorte agora... Porque, ele pode até ter muitos aliados, mas terá que enfrentar eu e você! Nós dois.

Ela suspira entre o pranto, rangendo os dentes, soluçando, respirando pesadamente e com as mãos cerradas em punhos, ela declara com firmeza:

- TÁ! VOCÊ ESTÁ CERTO. Eu vou queimar a Yakusa! Eu vou queimar aquele coreano maldito e cuzão, eu prometo, por Poppy e por James!

O peso em meus ombros diminui. A sua obstinação me dá orgulho, sooa como o dulçor de um canto ofeonico. Levanto-me estendendo a mão para minha aliada, o desejo lupino pelo massacre e a vingança atravessando meu rosto.

- Levanta, fique de pé! De agora em diante vou lhe transformar na melhor, vou te treinar todos os dias, até que você seja a melhor dos melhores entre os meus, e nós dois vamos queimar a Yacuza. Juntos, vamos queimá-los e reduzi-los a nada mais do que cinzas!

Margareth Standford abandonando a dolencia, as roupas de James, os tremores e o chão frio, segura minha mão e levanta.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro