" onde quer que você vá, é pra lá que eu vou
ninguém tem o amanhã garantido
então eu vou te amar toda noite como se fosse a última. "

─── DIE WITH A SMILE, Lady Gaga & Bruno Mars.

Já haviam passado-se três dias desde que um vírus estranho teria invadido a grande capital da Coreia do Sul. Pelo o que foi divulgado antes da civilização perder todo sinal que tinham com redes sociais, canais de televisão e rádio, uma caminhão de carga capotou no meio da estrada, expondo um contêiner do qual guardava algo que ninguém jamais acreditaria. Os soldados bisbilhoteiros se arrependeram amargamente ao verem o que ali estava escondido, mas já era tarde demais. Ali tinha um ser humano podre, mas não estava morto. Ele se movia e fazia grunhidos estranhos, sua pele extremamente pálida e feridas espalhadas pelo corpo, sem contar o mau cheiro que sentia-se de longe. Eles demoraram ao perceber o que aquilo de fato era, só o fizeram quando viram a criatura avançar em cima do soldado que tomava frente. Os outros atiraram, acreditando que resolveriam aquele problema, mas logo já estavam "mortos" também. Dois minutos depois, infectados com aquele vírus maldito. Não sabia-se como aquilo surgiu, não sabia-se se fora uma invenção amaldiçoada de um cientista desocupado. A única coisa que sabiam era que aquele era o início do fim.

No mesmo instante em que aquela catástrofe acontecia, não muito longe, Kim Donghyun jogava videogame com os seus melhores amigos; Han Dongmin, Myung Jaehyun e Park Sungho. Seus pais estavam no andar de baixo, recebendo a pizza que eles teriam encomendado.

De repente, ouviram gritos desesperados ao lado de fora. Curiosos, foram olhar para saber do que se tratava, e quando perceberam, o desespero foi inevitável. Sendo o cabeça da casa, o senhor Kim correu para trancar todas as portas e janelas.

Parecia improvável, coisa de filme, mas estava realmente acontecendo; era um apocalipse zumbi.

Agora, três dias depois, a cidade estava praticamente tomada por zumbis, rastejando-se para lá e para cá atrás de novas vítimas.

Os garotos pareciam cada vez mais assustados, mas os adultos do lugar tomavam frente e tentavam acalma-lós a todo custo. A comida não era muita, mas tinham esperanças de que durasse até os militares mandassem uma equipe de resgate para cada bairro, para assim, se livrarem daquela situação devastadora.

─── Taesanie, o que vai acontecer conosco? ── o loiro perguntou com lágrimas nos olhos. Não era a primeira vez que ele questionava o Han sobre aquilo, como se ele tivesse alguma ideia.

O mais velho respirou fundo, tentando manter-se calmo.

─── Eu não sei Ihan, mas espero que fiquemos bem. ── sorriu forçado, depositando um pouco mais de força em seus dedos entrelaçados.

Uma lágrima solitária escorreu pela bochecha pálida de Donghyun. Estava muito assustado. Dongmin respirou fundo, odiava ver o seu garotinho daquela forma.

Aquele dia passou como uma lesma, como todos os outros até então. A noite caiu, e com ela, o barulho dos mortos-vivos diminuiu um pouco. Eles não sabiam o porquê, mas todas as noites eles pareciam ficar quietos. Não que aquilo fosse ruim, afinal ajudava-os a descansar pelo menos um pouco, mesmo que parecesse impossível diante aquela situação.

Leehan agarrava-se ao tronco fino de Taesan, buscando todo conforto que precisava e que sabia que o mais velho tinha. Dongmin olhava para o teto, inquieto, respirando fundo vez ou outra.

─── Ihan, você está acordado? ── perguntou afundando seu dedo na bochecha alheia. O mais novo assentiu, então ele se levantou e o arrastou pela casa até chegar na cozinha, que estava vazia naquele momento.

─── O que foi hyung? ── perguntou sonolento. ─── Teve pesadelo outra vez?

O maior negou. Leehan deixou que a sua cabeça caísse sobre seu ombro, confuso.

─── O que foi então?

─── Preciso te contar algo muito importante.

─── Tão importante que não poderia esperar até amanhã? ── questionou com um vão no meio das sobrancelhas.

─── Nós nem sabemos se haverá um amanhã. ── respirou fundo. ─── Mas... ── deu uma pausa para observar os olhos do garoto a sua frente. Brilhavam, como de costume. Era inacreditável o jeito que Leehan conseguia manter-se radiante mesmo passando por aquela situação. ─── É por isso que eu preciso te dizer; eu te amo, Kim Donghyun.

Leehan sorriu abobado.

─── Eu te amo também, seu bobo. Agora vamos voltar para a cama sim? ── disse já agarrando seu pulso para voltarem para o quarto.

Taesan respirou fundo ao perceber que o amigo não entendeu o que ele estava querendo dizer com aquilo. Puxou sem pulso de volta, fazendo Leehan girar e ficar frente a seu corpo outra vez. Agarrou suas bochechas e puxou o rosto alheio na direção do seu, juntando os lábios em um beijo inesperado. O mais novo arregalou os olhos, totalmente surpreso. Por impulso, ele se afastou.

─── O que foi isso? ── suas bochechas queimavam em vergonha.

─── Isso foi o que eu tanto imaginei há anos. Eu te amo, Kim Donghyun, e não como um amigo idiota. Eu te amo como o amor da minha vida que eu sei que você é. ── confessou olhando-o nos olhos. O mais jovem se arrepiou. ─── Eu senti isso a minha vida inteira, mas eu sou um idiota e esperei o fim do mundo chegar para admitir isso.

O silêncio pairou sobre eles, e com ele, uma lágrima escorreu pela bochecha do maior. Leehan ficou imóvel, tentando digerir aquela informação. Jamais imaginou que o seu amor pelo seu melhor amigo seria correspondido em algum dia. Taesan só teria esperado o fim do mundo para dizer aquilo.

─── Eu te amo agora, e se houverem outras noites depois dessa, eu te amarei ainda mais. Eu te garanto. ── respirou fundo, acariciando as bochechas do menor. ─── E eu te prometo que vou tirar a gente desse buraco do inferno, para enfim podermos vivermos juntos como o casal que nascemos para ser.

Leehan nada disse, apenas tomou a iniciativa de puxar o maior para outro beijo, muito melhor do que o primeiro. Ali, dentro daquela bolha que criaram, esqueceram-se do cenário ao seu redor. Não haviam mais zumbis, e nem o apocalipse, apenas dois jovens apaixonados declarando-se um para o outro. Uma pena que aquilo não era o que realmente estava acontecendo.

─── Eu te amo, seu idiota. ── afastou-se apenas o suficiente para juntarem as testas. ─── Por que esperou o apocalipse para me contar isso?

O maior envolveu o pequeno em um abraço apertado. Aliviado por ter sido correspondido. O mundo poderia estar em ruínas, mas sentia-se feliz em ter Leehan ali, sorrindo e retribuindo seus sentimentos.

─── Eu vou te amar em cada segundo como se fosse o último. ── confessou em meio a um sorriso salgado pelas lágrimas. ─── E se eu morrer hoje ou amanhã, vou morrer sorrindo por saber que você me ama também.

FIM.

One shot bem curtinha apenas para boiolarmos. Mesmo que não tenha um final definitivo, imaginem que eles conseguiram ser salvos pelos militares e que viveram felizes o resto da vida, ok?

A capa dessa fanfic magnífica foi feita por: binchive 💕

Espero que tenham gostado dessa one amores, posso trazer mais se vocês quiserem. Obrigada por lerem, beijos! 💕