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𝐈𝐕 ┇ os falsos lordes de telmar.


─── CAPÍTULO QUATRO
os falsos lordes de telmar.

     OS DIAS QUE SUCEDERAM o encontro entre o príncipe de Telmar e os narnianos foram dignos de poemas escritos pelos mais talentosos bardos: os atos de gatunagem de Eris e Caspian foram mais do que eficientes para fazer o arsenal rebelde crescer.

No dia seguinte à aceitação do príncipe como líder, Eris se transformou em um pássaro e passou o dia inteiro sobrevoando o rio onde os homens de Miraz iniciavam a construção da ponte que expandiria seus domínios. A artesã conseguiu identificar estradas que ligavam a região à povoados telmarinos e passou a noite em claro traçando mapas.

Mas foi na segunda semana que seus serviços como espiã fizeram toda a diferença.

Um acampamento telmarino havia se estabelecido ao redor da construção e Eris descobrira que um grande carregamento de armas passaria por lá para receber a vistoria de Lorde Glozelle, o general do exército de Miraz.

Era quando os narnianos iriam agir.

Eris passara dias reunindo forças para aquela missão. Tudo dependeria de suas habilidades como artesã e qualquer falha de sua parte seria o suficiente para fazer tudo dar errado.

O plano era claro: um grupo de narnianos interceptaria a rota de lorde Glozelle, atrasando sua chegada ao acampamento. Enquanto isso, Eris e Caspian adentrariam o local, ambos assumindo identidades que não eram suas: a feiticeira se tornando o próprio Glozelle e Caspian assumindo o papel de um de seus braços direito, lorde Gregoire.

Ninguém questionou quando ambos surgiram por uma rota oposta a que os generais de Miraz costumavam usar, nem questionaram o fato de (o falso) Glozelle estar carregando uma trompa negra pendurada em seu cinto, próxima bainha de sua espada. Espada esta que não seguia o padrão telmarino.

A única coisa que realmente chamou a atenção dos telmarinos foi o fato do lorde estar com a pele pálida, coberta por uma fina cama de suor, como se estivesse contraído um forte resfriado. Parecia um pouco tonto também e mais magro. Ninguém poderia supor que o falso general estivesse cansado pelo feitiço de transfiguração que aplicara sobre si e sobre seu amigo. 

Caspian passara os últimos dias tentando compreender a magia de Eris e percebeu que fazer transfiguração era uma atividade cansativa e complexa. Uma coisa era mudar a forma de um objeto sem vida, outra era transformar seres vivos em outros seres. Aquilo a cansava de verdade, principalmente quando transformava alguém além dela mesma. A artesã não conseguiria lutar durante o ataque se quisesse manter um pouco de energia sobre seu corpo.

Mas o que mais chamou a atenção do príncipe foi o fato de ferro ser o único material capaz de anular a magia dos artesãos.

Ninguém tem certeza, mas algumas lendas dizem que não existe ferro no Mundo Imperfeito, de forma que a nossa magia não o altera, porque não o conhece, Eris explicou, quando o rapaz questionou qual era o problema com o metal. Quando meus antepassados chegaram a Nárnia, descobriram que o ferro era como um escudo contra os feitiços artesãos. Não consigo transformar seres vivos que estejam o tocando e a única forma de impedir que um artesão pratique magia é acorrentando-o com ferro.

Ela também revelou uma coisa: magia artesã era uma faca de dois gumes. Quanto mais poderoso um artesão se tornava, mais sensível ao ferro ele ficava. Um artesão fraco não conseguia transformar um ser humano em um animal maior e mais complexo, enquanto um artesão poderoso poderia mudar até as cores do céu, ao mesmo tempo que teria sua magia confusa e anulada apenas por ficar cercado por ferro, sem sequer tocá-lo.

— Milorde. — o primeiro dos dois cavaleiros responsáveis pelo carregamento cumprimentou Eris, quando Caspian e ela se aproximaram. — O senhor está se sentindo bem?

— Estou. — Eris falou, usando o tom calmo e restrito que ela sempre via Glozelle usar. Ela era uma ótima atriz. Caspian (ou Gregoire, para os homens à sua frente) os cumprimentou com um aceno de cabeça, o olhar azedo. — Deixe-me ver o carregamento. Preciso enviá-lo o mais cedo o possível.

Acompanhada por Caspian, a feiticeira observou as armas no interior da carroça, como se realmente soubesse que quantidade e forma elas deveriam ter, acenando vez ou outra com uma expressão austera.

— Tudo em ordem. — anunciou, se virando para a dupla de telmarinos. — Preciso que enviem esta carroça imediatamente para a Terceira Rota.

O segundo cavaleiro uniu as sobrancelhas: — Terceira Rota? Recebemos ordens de transportá-la pela rota principal.

— Quer que enviemos um mensageiro ao Senhor Protetor para confirmar? — questionou Caspian, lhes lançando um olhar de desprezo que lorde Gregoire costumava lançar e usando o título que Miraz dera a si mesmo após a morte de Caspian Nono, seu pai.

Os cavaleiros arregalaram os olhos, ambos exasperados:

— Não senhor. — disse o segundo deles. — É só que eu não havia sido avisado sobre a mudança de planos.

— Agora foi. — Caspian falou, grosseiro. — Parta agora pela Terceira Rota. No final dela encontrará soldados que levarão o carregamento para o lugar correto.

A dupla acenou, obediente, e logo acatou suas ordens, adentrando com a carroça para a rota onde um grupo de anões negros os aguardava, prontos para saqueá-los.

Enquanto o carregamento desaparecia em sua nova estrada, Caspian e Eris andaram livremente pelo acampamento, aproveitando a autoridade dos personagens que faziam para enviar soldados para rotas espalhadas, afim de diminuir a defesa do acampamento para quando atacassem.

Antes de liderarem o ataque, observaram todo o inventário do lugar. Havia muito mais armas por lá do que os registros que Eris roubara diziam. O suficiente para armar dois regimentos, talvez mais, se incluíssem o carregamento que eles enviaram para a emboscada. Caspian se deu conta de que os planos de seu tio eram tão grandes quanto sua arrogância. Ele parecia verdadeiramente determinado a dominar toda a Nárnia de uma vez por todas.

Quando dez minutos se passaram desde que o novo carregamento partiu, Caspian se virou para Eris.

— Agora? — perguntou à feiticeira, que retirou a trompa negra do cinto, ainda sob a forma de Glozelle.

— Agora. — confirmou, antes de assoprar o instrumento.

O som ressoou por todo acampamento, fazendo os telmarinos se virarem na direção de sua fonte, confusos e curiosos, antes de um numeroso grupo de narnianos surgir do interior da floresta que cercava o acampamento, armados e cheios de alento.

O que permitiu o sucesso da missão nem foi o ataque em si. Foi a surpresa. Nenhum daqueles homens estava preparado para ver seres metade águia metade leão mergulhando do céu, camundongos armados com floretes, homens-touro ou homens-bode atacando-os com machados e lanças.

Eris pensou, divertida, que eles teriam largado suas armas com ainda mais facilidade, se os centauros estivessem lá também. Aquela espécie assombrava todos os que não a conheciam.

O ataque foi rápido. Em uma hora ou menos, todos os carregamentos de comida, mantimentos e armas foram tomados e os narnianos desapareceram pela floresta como se nem tivessem saído de lá.

Caspian e Eris, de volta à suas aparências originais, foram os últimos a partir.

O príncipe de Telmar até mesmo deixou um recado para o tio, escrito com a ponta de sua espada na madeira de uma das carroças que antes estava cheia de armas para o exército telmarino.

O recado dizia: Estava certo em temer a floresta. — X.

Xis? — perguntou Eris à Caspian.

O rapaz deu de ombros: — Caspian Décimo, para os mais formais.

A feiticeira riu e os dois logo subiram sobre o dorso de dois centauros que os esperavam, deixando o acampamento destruído para trás.

A expressão que lorde Glozelle fez ao chegar ao acampamento, recebendo a notícia de que ele e lorde Gregoire foram vistos liderando os rebeldes contra seu próprio povo, foi impagável.

O pobre coitado teve que se desdobrar para provar que não era um infiltrado e se desdobrar ainda mais para explicar a Miraz toda a situação. Mesmo sem ter presenciado a cena, Caspian se divertia só em imaginá-la.

Eris, por sua vez, estava mais orgulhosa de si do que nunca. Não era a primeira vez que ela conseguia transformar outra pessoa, mas era a primeira vez que conseguia manter o feitiço durante tanto tempo — e com tanto sucesso. Se sua mãe pudesse ver a bruxa artesã que vinha se tornando, teria orgulho.

Era assim que os narnianos se sentiam em relação a Eris: cheios de orgulho. Esperançosos. Sua presença parecia estar se tornando sinal de sucesso entre seu povo e todo sucesso era bem-vindo.



     NÃO DEMOROU MAIS do que dois dias para Eris ser nomeada como Mestre-Espiã do exército que se formava. Assim que a lua subiu ao céu, narnianos de todos os tipos se reuniram no esconderijo de Monte Aslam para vê-la sendo nomeada e foi a primeira vez que houve uma comemoração daquele porte nas últimas décadas.

Aquela era a única comemoração que aconteceu em todo o período de guerra entre narnianos e telmarinos.

Havia música, comida e dança — a maior parte do segundo item fora roubado do povo inimigo, e aquilo parecia divertir os rebeldes ainda mais, depois de anos com suas terras sendo exploradas para alimentar os humanos.

A moral do grupo vinha crescendo a cada dia, apesar dos Antigos Reis e Rainhas ainda não terem aparecido para os narnianos. Aquilo nem soava mais como um problema. A maioria finalmente vinha aceitando Caspian como líder e ele, ao lado de Eris, Ripchip e Glenstorm, formavam o Conselho de Guerra, que vinha fazendo um trabalho magistral em planejar seu caminho para a vitória.

E aquela noite no esconderijo era exatamente sobre aquilo: sobre uma de suas primeiras conquistas rumo à vitória e sobre a feiticeira que planejara aquele momento.

Caspian andava pelo salão, recebendo um sorriso como cumprimento da maioria dos narnianos, enquanto procurava pela nova mestre-espiã.

Quando encontrou Eris, cercada por faunos e animais falantes, seu coração quase parou. Ela estava deslumbrante.

Usava um vestido de veludo verde-musgo, com bordados dourados que desenhavam flores e folhas nas barras da saia e das mangas. O cabelo estava preso em um coque elaborado e dele saía um véu esverdeado, cheio de bordados. Vê-la daquele jeito fez Caspian pensar que ela deveria ser nomeada rainha, não mestre-espiã. E que ele provavelmente deveria pedi-la em casamento, um dia ou outro.

A feiticeira, com as mãos ocupadas por uma taça de vinho, conversava com um enorme leopardo, um felino lindo e feroz, de pelo dourado cheio de manchas negras. Quando o príncipe se aproximou, Eris logo ergueu sua taça para ele em um cumprimento, sorridente.

— Mestre-espiã. — Caspian a saudou, usando um tom brincalhão enquanto fazia uma profunda reverência com a mão sobre o coração.

— Alteza. — Eris respondeu com o mesmo tom, inclinando a cabeça em uma reverência com muito menos cortesia.

— Você está linda esta noite. — o rapaz logo elogiou, ganhando algumas risadinhas dos narnianos que observavam a cena. Foi um tanto estranho para ele ver um leopardo rindo pela primeira vez (parecia que ele estava prestes a ser devorado).

— Deve ser algum feitiço. Venho ficando boa nisso... — brincou a garota. — E vossa alteza gostou do vestido? Caça-Trufas trouxe para mim. Estava em um baú com roupas da minha mãe, na toca em que vivíamos quando eu era pequena.

— O vestido está tão belo quanto quem o veste. E duvido que haja algum feitiço. — Caspian disse, tomando a taça da mão de Eris e bebendo o restante do vinho telmarino.

A garota fez um som de indignação, segundos antes de um fauno começar a tocar alaúde no centro do salão, sendo acompanhado por um grupo de flautistas e tamboreiros, e todos comemoraram, como se aquela fosse uma melodia tradicional conhecida por todos.

Seres de diferentes tipos se reuniram em uma roda para a dança, e Caspian ficou observando tudo ao lado de Eris, antes de perceber que a feiticeira lhe lançava um olhar intrigante.

— O que foi? — perguntou o rapaz, curioso.

— Estou considerando chamá-lo para dançar. — revelou a feiticeira. — Mas Cornelius nunca me ensinou seus protocolos de corte telmarina sobre a dança. Será que apenas homem pode fazer o convite? Se eu o fizer, deverei me retirar da festa para retratar minha ofensa?

O rapaz lhe lançou um sorriso divertido: — Por que não tenta descobrir?

A garota devolveu o sorriso, antes de se curvar, como um rapaz que faz a corte, e dizer:

— Me concederia uma dança?

— Claro que sim. — Caspian respondeu e os dois entraram na roda, tentando imitar os passos dos outros dançarinos, rindo e dançando e cantando uma música de letra engraçada e sem sentido sobre postes de luz, faunos e crianças humanas. Parecia uma história antiga, que de tanto ser cantada, parou de fazer sentido.

A melodia estava sendo repetida pela terceira vez quando Caspian e Eris finalmente se cansaram de dançar, ambos zonzos de tantos rodopios pelo salão. 

— Por Aslam, há tempo que não me divirto assim! — a feiticeiraexclamou, quando os dois se estabeleceram em canto mais vazio do salão, onde tinham uma vista perfeita da comemoração ao seu redor. Os dois roubaram um prato da mesa do banquete, além de taças de licor de alguma fruta desconhecida.

Caspian não sabia dizer se estava tonto pela proximidade com Eris ou pela dança.

— Acho que não teremos algo assim tão cedo, mesmo quando os antigos reis e rainhas voltarem. — disse a garota.

— Você realmente acha que eles vão aparecer? — questionou o príncipe, antes de mordiscar um pedaço de bolo.

Eris arqueou as sobrancelhas: — Você não?

— Bem, já faz quase três semanas desde que eu assoprei a trompa e não há sinal deles até agora. — ele comentou.

— Talvez eles estejam se preparando. — Eris falou, simples e confiante, como um religioso ao ser questionado sobre a existência de seu deus, e Caspian decidiu mudar de assunto.

— Eu não sabia que vocês narnianos se divertiam tanto. — comentou ele. — Faz os bailes da corte telmarina parecerem uma piada formal.

— Isso não é nada em comparação aos bailes de antigamente. — Eris contou. — Nunca fui a um, mas meu amigo Magnus me contava várias histórias sobre. Duravam uma semana inteira, e a música não parava nunca. Centenas de bardos se reuniam para cantar, acompanhados por faunos com flautas, tambores e alaúdes.

Caspian arqueou a sobrancelha: — Seu amigo Magnus?

— Espero mesmo que você não esteja com ciúmes de um falecido fauno que me contou esta história no auge de seus duzentos anos, quando eu tinha apenas oito. — retrucou Eris, risonha.

— Duzentos anos? — repetiu o rapaz, incrédulo. 

— Sim. Magnus era incrível. Ele cuidou de mim desde o meu nascimento, até a sua morte, quando eu tinha dez anos. — Eris contou. — Ele teria vivido muito mais se tivesse tido a chance. Alguns faunos entre nós têm quase trezentos anos.

— Não consigo imaginar como é viver tanto tempo. — Caspian comentou.

— Nem eu. — disse Eris. — Mas sempre há o que fazer em Nárnia, então acredito que os faunos não se entediem muito.

Seu tom era normal, mas o príncipe percebeu uma pontada de tristeza nela. A garota parecia sentir falta de Magnus e era um fato um tanto claro que os últimos séculos de Nárnia — o último milênio, para falar a verdade — não foram os mais divertidos para o seu povo.

— Vamos para o outro lado do salão. — a artesã pediu, mudando de assunto. — Quero conversar com os músicos. Tenho quase certeza que aquele fauno tocando alaúde ali no canto é o neto do senhor Lucius, um dos irmãos mais queridos do senhor Magnus.

Então o rapaz deu o braço à feiticeira, que o enlaçou antes de começar a atravessar o salão, um hábito que eles vinham desenvolvendo nos últimos tempos, sempre que estavam juntos. Isso lembrava Caspian de alguns casais da corte de Telmar e pelos olhares que os dois recebiam quando andavam juntos, tinha a sensação de que alguns dos narnianos provavelmente pensavam que eles eram um casal também.

E, verdade seja dita, depois de quase oito anos juntos, a dinâmica entre os dois mais parecia a de um casal do que um líder rebelde com sua braço-direito e nova mestre-espiã.

— Sei que você não acha que os antigos reis e rainhas virão. — Eris comentou, quando os dois pararam para deixar seu prato e as taças sobre a mesa do banquete. — Mas sinto que nosso encontro com eles está para chegar.

— Assim como você sentiu que eu deveria vir até Nárnia? — o telmarino questionou.

— Assim mesmo. — confirmou a artesã. — E... Não sei, acho que eu, você e os quatro seremos importantes para o destino de Nárnia. Que compartilharemos um futuro juntos. Honraremos Aslam e a floresta.

— Não preciso ter a sua intuição mágica pra saber que você e eu temos um futuro juntos. — afirmou Caspian com um sorriso confiante e a narniana sorriu de volta, sentindo uma agitação em seu interior pela forma como o rapaz lhe sorrira.

— Bem, não é mesmo preciso muita intuição para isso. Só um pouquinho de observação. — comentou ela, e logo os dois foram até o círculo de músicos, conversando e dançando e aproveitando aquela comemoração como nunca. Sabiam que um momento como aquele seria improvável, com o avançar da guerra.

Na madrugada a festividade chegou ao fim e assim que o sol nasceu, grupos de ronda foram enviados à floresta, para manter os telmarinos afastados. Foi quando a poderosa intuição da feiticeira se provou real.



── NOTAS.

UM.    last hope bateu 1K de leituras, quem amou? 

DOIS.   ︴sempre que eu penso nesse capítulo, lembro da música soldier, poet, king, de the oh hellos. tem muito uma vibe de as crônicas de nárnia, juro! sugiro que ouçam para entrar mais atmosfera da história.

TRÊS.   ︴até o próximo capítulo, não deixe de comentar e me deixar uma estrelinha 🌟

©︎DEVILEVIE, 2021.
────── evie.

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