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XII

O ar na Caverna Man se encontrava denso, a atmosfera composta por raiva e desespero em iguais medidas. Um pequeno grupo de adultos conversava em sussurros na sala principal, as cabeças inclinadas enquanto discutiam um plano de defesa contra a retaliação que sabiam que estava por vir. O homem alto e de aparência exausta passava as mãos em estresse por seu cabelo curto, não ousando sair do lado de sua irmã recém encontrada. A mulher baixa e cansada se encontrava sentada no banco redondo, um cobertor quente sobre seus ombros amenizando o frio que provocava arrepios por seu corpo, enquanto com dificuldade informava sobre o que seu raptor era capaz de fazer. Observando os dois em silêncio, Schowz tentava ajudar como podia, apesar da dor inquietante que o assolava ao lembrar da perda do seu melhor amigo.

O corpo de Capitão Man estava sendo mantido em uma sala afastada, protegido em uma caixa especial para evitar futuras complicações. O anúncio de sua morte se alastrava feito fogo por Swellview, os gritos de angústia e lágrimas de tristeza tomando seus moradores graças à uma gravação amadora de um transeunte. O vídeo de poucos segundos mostrava o momento em que o super-herói fora atingido por um tiro fatal. Kid Danger deveria dar uma declaração, porém, Henry mal possuía energia para falar sobre a morte de seu mentor e a pouca que tinha estava sendo gasta tentando compreender como sua irmã havia tido coragem de ir contra o que ele lutava todos os dias para proteger.

Henry Hart estava furioso, queria que Elio pagasse pelo o que havia feito, mas seu juramento foi honrar e proteger a vida, Ray o fez prometer que nunca tentaria contra a vida de outra pessoa. Seu trabalho era levar justiça e não vingança. E ele estava tão cansado, de tudo, mas Piper não colaborava. Em um dos quartos da Caverna, os dois discutiam aos gritos, isolados dos outros que tinham uma situação mais urgente para resolver. Ele sabia que estava andando em círculos, soube que nada do que falasse iria mudar a atitude de sua irmã, confirmação que se deu no momento em que tirou a arma dos braços dela. O olhar vazio que ela o lançou o assombraria para sempre, era como se uma parte de sua irmã tivesse queimado junto com Elio.

- Que porra você tinha na cabeça?!

Com os rostos avermelhados e os olhos marejados, os dois irmãos se encaravam em conflito. Piper Hart abriu os braços em desespero, gesticulando para o irmão enquanto gritava furiosa:

- O que você queria que eu tivesse feito? Apenas implorado para aquele louco libertar a Eta?!

- Piper... - tentou argumentar, mas foi rapidamente interrompido.

- Não! Até porque seria de muita utilidade apenas me ajoelhar e pedir por clemência, não é mesmo?

- Eu...

- Oh, senhor sádico, liberte minha futura filha e minha versão futura. Vamos todos esquecer que tudo isso aconteceu e fazer as pazes com um grande e fodido abraço. - a risada que saiu de seu corpo era um som quebrado e histérico que ecoaria sem cessar na memória de seu irmão. - Era isso que você queria? Que eu estendesse a mão pra quem quer me ver sofrer? O que eu deveria ter feito então, sua porcaria de super-herói?!

- Qualquer coisa menos tentar matar ele!

- Era o mínimo que ele merecia! - gritou à plenos pulmões, a respiração pesada fazendo-a arfar em busca de ar. Seu lábios tremeram, lágrimas grossas trilhando um caminho sinuoso por suas bochechas avermelhadas. - Ele merecia a morte pelo que fez.

- Piper!

- Henry, ele ia matar todos vocês! Ele ma-matou... ele... por quê?

O Hart não soube o que responder, ele também não sabia o motivo. O corpo espalhado no chão, os olhos vidrados e a boca aberta na última palavra que ele falou, um "Corra" que Henry nunca iria escutar novamente. Ele deveria ter morrido no lugar de Ray, era para ele ter sido acertado pelo tiro. A vingança de Elio era contra ele, mas Ray o salvou e se foi para sempre. Piper o encarava em busca de um reconhecimento que ele não poderia dar, Henry não queria dizer que ela estava certa porque não era certo, mas Ray havia morrido e ele não sabia o que pensar. Não tinha conhecimento do que era o certo a se defender naquela situação.

- Piper, por favor. - ele precisava que ela o entendesse, mas o olhar que recebeu fez suas esperanças caírem por terra.

- Eu não vou me desculpar por isso.

Henry sentiu todo o ar sair do seu corpo após a fala de Piper. Não conseguia acreditar que ela não se arrependia de quase ter matado alguém, aquela era uma linha que uma vez transpassada não possuía volta. Sua irmã sustentava seu olhar com uma fúria que o fez se sentir pior, ele passou muito tempo olhando para longe em vez de se preocupar ao menos um pouco com sua irmãzinha.

- Não me olhe desse jeito, Prudence. O babaca ainda está vivo. - praticamente cuspiu a palavra, o dando às costas enquanto praticamente corria para longe da sala e de sua presença.

Henry sentiu seu corpo pesar e se forçou a sentar no chão. Fechou os olhos, as lágrimas escapando em uma torrente contínua. Em poucos segundos seu corpo chacoalhava em soluços desesperados, mal sentiu braços o envolvendo antes de desabar completamente contra o corpo quente que o segurava. Uma voz firmemente suave o embalava, sussurrando promessas vazias, mas acalentadoras de que tudo ficaria bem. Após algum tempo conseguiu retomar o controle de seu corpo, porém, não saiu de sua posição, a cabeça apoiada no colo de sua melhor amiga, a qual passava a mão pela extensão do seu braço em conforto.

- Vai ficar tudo bem, Hen. - repetiu novamente, beijando a lateral de sua cabeça.

Ele quis tanto acreditar nela, se segurar na crença de que Charlotte sempre estaria certa, mas nada daquilo parecia ser o seu normal. Em um mundo virado de ponta a cabeça, a certeza de Charlotte Page se tornava inexistente e os dois sabiam disso.

- Como, Char? - a pergunta veio em um sussurro de uma voz quebrada. - Ela foi longe de mais. Como eu não vi isso acontecendo?

A raiva, o ódio puro que adornou seu rosto após sair do transe quando ele a segurou em seus braços, quando observou o estado de seu eu futuro e de Eta chorando desesperada nos braços da Charlotte mais velha. Era de mais. Se sentiu pequeno novamente, inútil perante o que estava acontecendo com sua irmã e por tudo pelo o que ela iria passar. Escutou Charlotte soltar um profundo suspiro, os dedos passando por seu cabelo em um carinho presente. Henry continuou com os olhos fechados, esperando por um conselho ou palavra amiga, mas nada o preparou para as próximas palavras dela.

- Ela fez o que achou melhor, Hen.

Rapidamente sentou-se, saindo de seus braços e a encarando incrédulo.

- Assassinato? Por fogo, Charlotte! Como isso seria o melhor?

Charlotte desviou o olhar, fechando os olhos e respirou fundo como se para não deixar seu controle escapar. Naquele momento notou o quão forte ela apertava as mãos em punho e o leve tremor que dominava seu corpo; Henry não aguentou, as lágrimas recomeçaram a cair quando viu que sua melhor amiga estava tão quebrada quanto ele. Estendeu os braços, a puxando para o seu colo quando notou seu corpo tombar para frente, Charlotte o apertou forte, escondendo o rosto na curva de seu pescoço quando falou baixo, em um murmúrio exausto:

- Ela salvou a Eta, Henry, ela se salvou.

Ele não queria mais falar, ele sabia que Charlotte tinha uma parcela de razão, mas nada daquilo aliviava o fato da sua irmã quase se transformar em uma assassina. Talvez se ele estivesse mais presente, tivesse insistido mais em conversar com ela, em entendê-la... quem sabe o futuro não seria o que ele estava vendo, quem sabe ela não estaria segura e feliz em casa? Mas não podia fazer algo, aquela janela havia sido fechada há anos e Piper estava mais perto de acabar presa por anos por um lunático do que antes. Ele só queria proteger a todos, lutava a cada dia por uma cidade mais segura para as pessoas que amava, porém, no fim, não conseguiu. Sua irmã foi sequestrada, sua sobrinha havia crescido sem a mãe, sua filha estava sendo procurada, um dos seus melhores amigos morto e Charlotte se encontrava presa no meio de tudo isso. Ela merecia mais, ela sempre mereceria.

- Não ouse sumir também.

A ameaça veio em um tom de voz embargado, a apertou mais forte em seus braços. Ele não a merecia, mas ela o tinha escolhido, ela havia escolhido ficar e Henry faria de tudo para não vê-la sofrer. Apoiou a lateral do rosto sobre a cabeça dela, inspirando seu perfume e se forçando a permanecer ao seu lado. Sua mente pedia por uma fuga, tentava escapar do presente para longe daquela dor, mas ele não podia deixar Charlotte sofrendo sozinha. Forçando-se a permanecer, colou seus lábios sobre a pele quente de sua bochecha, a sentindo real, viva e segura em seus braços. Seu lugar era ali, era o máximo que conseguia fazer no momento.

■ ■ ■ ■ ■

Em um respiro profundo, inclinou a cabeça para trás contra a parede de tijolos gelados, o céu nublado a sugava em direção à uma realidade a parte. Era como se saísse lentamente de seu corpo, indo para longe da dor e do medo, deixando a angústia e a ansiedade para trás enquanto se perdia nas nuvens escuras e na sensação do vento frio. Uma tempestade começava a se formar, assim como a que trovejava em seu peito

- Oi.

Girou a cabeça quando escutou a voz baixa. Observou sua versão mais velha a olhar com cautela, as tranças estavam amarradas em um coque firme no alto de sua cabeça, a possibilitando notar o quanto o tempo havia passado entre elas. Charlote abriu um pequeno sorriso, a dando permissão de sentar ao seu lado. Desviou a atenção novamente para o topo dos prédios à sua frente. Estavam sentadas em um dos prédios conectados ao Junk and Stuff, no terraço da construção de cinco andares, a uma altura suficiente para ter um pouco de paz. Ela sempre ia parar ali quando necessitava de uma pausa e naquele instante, precisava de um tempo após o colapso anterior. Então, deixou Henry descansando um pouco em um dos quartos da Caverna assim que conseguiu sair de seus braços, ele a segurava tão forte, precisou de muita resistência para sair do seu lado.

- Está tudo bem? - perguntou à outra, ainda sem encará-la.

- Vai ficar.

A reposta trouxe um sorriso verdadeiro aos seus lábios, era irônico até, ser a única a se consolar.

- Fico ao menos aliviada por ver que meu otimismo ainda está inteiro.

- Quando fomos otimistas? - brincou sua versão futura, tendo sua atenção total.

- Pelo visto, após nos tornarmos mãe.

- Precisamos ser, não por nós, mas por elas. - afirmou, soltando o ar lentamente pelos lábios enquanto rodava a aliança em seu dedo anelar. - Olha, o Elio não morreu e agora ele deve estar ainda mais sedento por sangue. Porém, não podemos ficar muito tempo nessa realidade, a quantidade de versões futuras nesse presente pode desencadear ramificações das quais não temos conhecimento.

- Eu sei, mas como vocês vão voltar se ele vai sempre estar procurando por vingança? - ele não pararia, todos sabiam disso e essa era a certeza mais assustadora.

Charlotte mais velha franziu a testa, torcendo os lábios em desagrado, mas logo retomou o controle de seus pensamentos. Era estranho se ver em tempo real, passando por todas as possibilidades antes de tomar uma decisão.

- No futuro temos apoio, iremos ficar bem.

- E a Eta? - notou que a criança alternava a atenção entre os pais, contanto que o outro estivesse longe da Piper do futuro.

- Procuraremos ajuda, ela precisa conversar com alguém de fora. Eta necessita de uma ajuda que não podemos oferecer.

Compreendia, todos iriam necessitar dessa ajuda em algum momento, se é que já não precisavam. Mas Eta se encontrava sobrecarregada, era nítido o quão perdida ela estava e o quanto era perigoso. E por falar em desespero, a imagem de sua amiga mais velha ajoelhada aos pés daquele babaca, sangrando e coberta por hematomas, a provoca arrepios a cada recordação. Em um tom hesitante, indagou:

- E a Piper?

A mulher mais velha desviou de seu olhar, torcendo as mãos em seu colo, seus ombros baixaram como se mais um peso tivesse sido adicionado à montanha que apoiava. Ela deveria estar soterrada de sentimentos e Charlotte sentia tanto por ela.

- São muitos anos de dor e mágoa, ela passou por situações que não está pronta para compartilhar, sem falar que ela parece estar a um passo de desaparecer novamente.

- Ela quer ir atrás dele. - não era uma pergunta, as duas sabiam que Piper, em qualquer idade, nunca iria deixar seu destino nas mãos de outras pessoas.

- E eu sei que não vamos conseguir impedir, por mais que o meu Henry esteja fazendo de tudo para mantê-la confortável. Ele não a quer perder novamente.

"Assim como o meu". Charlotte pensou sarcasticamente, mas logo se corrigiu, ele não era dela, no presente estava namorando e o futuro do jeito que estava não se encontrava garantido de acontecer. Mas lembrou da segurança que sentiu quando estava entre seus braços e na confiança que ele depositou nela ao se permitir desabar em seu colo. Eles eram uma bagunça, um enorme desastre apenas esperando para acontecer.

- Quanto tempo temos?

- De acordo com os cálculos de Schowz, mais uma hora antes de algo acontecer. - declarou, esticando as pernas à frente do corpo antes de apoiar a cabeça na parede e olhar para o céu cada vez mais fechado pelas nuvens de chuva. - Schwoz acha que a realidade vai querer simplesmente nos enviar de volta para o nosso tempo, mas eu acredito que não seja apenas isso.

- Você acha que tudo pode ser apagado? Todas as mudanças?

- Eu só sinto que não vai ser tão simples quanto apenas voltar.

E Charlotte sabia que ela estava certa, a sensação que a dominava era a de que tudo estava por um triz, apenas uma linha fina segurando os tempos, pronta para se partir e enviar a todos para o esquecimento. Talvez fosse o melhor, acabar logo com tudo, recomeçar do zero. Porém, o sorriso fácil de Alia veio em sua mente, suas mãos gordinhas, seus cachinhos fechados, assim como sua gargalhada leve e os balbucios animados. O calor que sentia ao segurá-la, bem como o carinho que Eta plantou em seu coração, cada parte das pequenas meninas iria desaparecer. Assim como a tristeza seria apagada, a alegria e o crescimento também. Não havia como ganhar, em qualquer alternativa ela perderia algo.

Talvez ela e Henry não terminassem juntos, quem sabe ele encontraria Clair mais cedo, ou talvez mais tarde, e começassem uma vida tranquila e feliz. Quem sabe Charlotte não iria para uma faculdade mais longe ou talvez nunca tivesse encontrado Henry Hart e Jasper Dunlop no parquinho quando crianças, nem iniciado uma amizade ou ter aceito suas loucuras. Eram tantas variáveis e inúmeras possibilidades de nunca mais ter sua família em sua vida. Não percebeu o quão assustada estava até estar frente a um futuro inexistente. Não era justo.

- Eu sei. - sua versão futura apertou forte sua mãos entre as suas, o que a fez perceber que havia verbalizado parte dos seus pensamentos.

Charlotte observou seu eu mais velho com os olhos marejados, observando as linhas do tempo em seu rosto amadurecido, bem como o sorriso triste que ela a lançava. A mulher mais velha obviamente se encontrava em igual estado de medo, suas filhas eram mais do que uma possibilidade, eram uma certeza que poderia desaparecer em um piscar de olhos. Seu medo era o de uma mãe que deixaria de ser mãe. Cada memória dos carinhos trocados, das lágrimas de alegria, cada instante de festas e comemorações, de noites juntas e dias compartilhados, cada mísero momento de amor seria obliterado como pó. Charlotte sentiu por ela. Não era justo.

Ficaram assim por alguns segundos, de mãos dadas e perdidas em seus próprios pensamentos, mas logo se puseram em movimento. Levantando-se lentamente, Charlotte observou a outra mulher olhar tristemente para a aliança em seu dedo anelar, era uma peça fina de ouro, completada com um anel de noivado. A pedra em um tom verde escuro possuía um corte delicado, sabia ser uma esmeralda, era uma de suas pedras preferidas. Soltou o ar que não havia notado estar prendendo, a confirmação de uma ligação futura com Henry era de mais. Se forçou a caminhar para longe dela, decidindo por ignorar o aperto em seu peito ao perceber que o amor entre eles cresceria para além do que sentiam, o que sempre achou ser impossível de acontecer.

A escutou segui-la, porém, antes de adentrarem as escadas, uma movimentação nas ruas ao longe chamou a atenção das duas. Uma orda barulhenta se aproximava da loja, entre vilões conhecidos e mercenários perigosos, picapes e motos invadiam o trânsito. Charlotte apertou a mão de seu eu futuro, a encarando em desespero. Eles eram muito pouco comparado à invasão. Pensou que encontraria lá o mesmo sentimento estampado no rosto da mulher, mas com o que se deparou a fez perceber o quanto ela deve ter enfrentado ao longo dos anos ou o quão valioso era o que ela tinha para defender. Pois, nos olhos de Charlotte Page-Hart, só o que se via era fúria, a mais crua e perigosa e ela era completamente destinada ao homem responsável por seu sofrimento. Ela não cairia sem lutar e sua versão mais nova se viu tendo a certeza de que também não hesitaria.

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