Capítulo 36
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- Jeon. Na sua sala. Agora. - Vociferou Kim Wonshik, antes de dar as costas e sair da sala de Park.
Jungkook congelou no lugar por alguns instantes, tentando assimilar o que estava acontecendo. Nunca ninguém havia o tratado daquela maneira na empresa, nem mesmo o seu pai, e não seria agora que permitiria isso. O moreno endireitou a postura, ajeitando as roupas com calma, maxilar tenso e olhos fixos na porta à sua frente. Não havia motivos para abaixar a cabeça para o ex-sogro, e nada que ele falasse mudaria a sua decisão com relação ao casamento.
Jimin olhava para Jungkook com uma expressão de espanto misturada com admiração. Aquele homem que antes estava rendido em seu colo, tinha se transformado novamente no CEO daquela empresa, altivo e seguro.
- Jungkook... - Jimin tocou a mão do moreno.
- Não se preocupe, querido. Está tudo sob controle. - Deu um sorriso reconfortante para o loiro, saindo sem pressa em direção à sua sala.
Era de se esperar uma reação imediata de Wonshik. Ele havia investido muito tempo e dinheiro naquele casamento, esperando unir a sua única filha ao promissor empresário. Jungkook sabia que os acordos matrimoniais na Coréia ainda eram levados muito a sério pelas famílias tradicionais, e a quebra dos mesmos era uma questão de desonra para ambas as partes.
Quando o CEO entrou em sua sala, o senhor Kim já estava sentado no sofá do escritório. Com postura nobre, expressão fechada e ameaçadora. O pai de Yeri acompanhou Jungkook com os olhos até que ele ocupasse a poltrona à sua frente. Os dois homens se encaram por alguns instantes, nenhum dos dois tomando a iniciativa da conversa.
- E então, não vai me dizer nada? - Wonshik disse minutos depois, fuzilando o ex-genro com os olhos.
- O senhor que me chamou para conversar, creio que você tenha algo para me dizer. - Se ajeitou melhor na poltrona. - Mas já que prefere que eu comece... Como está a Yeri?
Wonshik riu sem humor, ficando ainda mais impaciente com a resposta de Jungkook.
- Ainda tem coragem de perguntar como ela está? Está arrasada, humilhada. Ou você acha que ela estaria feliz por ter que cancelar a cerimônia e devolver todos os presentes que já tinha recebido? Escute bem, Jungkook. Eu vou te dar uma chance para se desculpar por essa confusão toda e acabar com esse absurdo de cancelamento do noivado.
- Eu sinto muito, senhor Kim. Esta é a minha decisão final, eu não tenho nenhuma intenção de reatar com a sua filha. E eu acho que fui bem claro com ela quando disse que não a amava e que nós dois merecíamos um relacionamento honesto. Será melhor assim.
- Seu tolo! - Levantou um pouco mais a voz. - E quem você pensa que é para passar por cima de um acordo como esse. Sua família se comprometeu com esse casamento, ou a palavra dos Jeons não significa nada?
- Eu entendo a sua frustração, meu pai também não está contente com a minha decisão, mas me deu uma chance para provar que isso vai ser melhor para todos. Nós estamos tratando de pessoas aqui e não de negócios.
- Aí que você se engana, Jungkook. Isso sempre foi uma questão de negócios. Você sabe muito bem que casando com a minha filha, as minhas ações iriam parar nas suas mãos. Você teria maior controle da empresa e não dependeria dos votos de sócios como o Oh Sehun, que sempre teve um pé atrás com você. Seu poder no mercado coreano se expandiria, você ficaria ainda mais rico...
- Você ficaria ainda mais rico também. - Interrompeu.
- Mas é claro! Isso aqui não é caridade, Jeon. E parece que você ainda não entendeu a importância do seu cargo. Talvez os outros sócios tenham razão ao duvidar da sua competência na liderança de uma empresa como esta. Você acabou de desperdiçar um contrato de bilhões de wons de uma empresa de software em ascensão e nós se quer sabemos o porquê.
- O dono não era confiável. - Limitou-se a dizer.
- Não estávamos comprando o dono, Jungkook e sim a sua empresa. Pense só na quantidade de dinheiro que entraria com a aquisição de um negócio como aquele.
- Senhor Kim, eu tenho meus motivos para ter desistido da compra. E vou provar para toda a diretoria que não valeria a pena investir tanto dinheiro nisso.
-Ah... - Zombou. - Você tem "motivos"... estamos todos muito curiosos para saber. Mas eu não estou aqui para falar disso, você vai ter que se virar com isso na reunião que se aproxima. Eu vim aqui para tentar entender os "motivos" para você não querer mais casar com a Yeri, uma moça tão linda, inteligente, bem educada?
- É por isso mesmo. Justamente por ela ser tudo isso, ela merece ser feliz com quem a ame de verdade. Você não quer que sua filha seja feliz?
- Ela seria feliz ao seu lado, te ajudando a se tornar o grande homem que você sempre disse querer ser. Ela te ama e seria uma esposa perfeita. Yeri é sua grande chance de realizar os seus desejos, você não pode ignorar isso. - Wonshik estreitou os olhos na direção do moreno. - Eu não estou mais te reconhecendo, Jungkook. Você parece ter mudado de personalidade de uma hora para outra.
- Eu mudei sim, senhor Kim. Eu não posso te explicar como ou porquê, mas algo se acendeu dentro de mim e me mostrou que eu estava seguindo para o caminho errado. Eu decidi que prefiro abrir mão de alguns objetivos profissionais para poder viver em paz e sem me sentir sufocado.
- Está dizendo que minha filha te sufocava? - Wonshik se levantou do sofá.
- Sem querer faltar com o respeito, senhor... Sim, ela me sufocava! E eu não queria passar o resto da minha vida desse jeito. Eu quero casar com uma pessoa que eu ame de verdade.
- Você é mesmo um moleque irresponsável! Seu pai cometeu um grande erro em te colocar como CEO desta empresa. Você vai acabar perdendo todo o patrimônio que ele construiu com tanto esforço. - O rosto do pai de Yeri estava vermelho de raiva, e ele respirava com certa dificuldade. - Os outros sócios tem razão! Você é só uma mera sombra do seu pai.
Jungkook também se levantou, o sangue fervendo com o rumo que aquela conversa estava seguindo. Mais do que decepcionar as pessoas, ele odiava ser menosprezado e ter suas habilidades postas em dúvida. Já tinha provado para todos de que poderia ocupar o cargo de CEO e jamais aceitaria que o diminuíssem daquela maneira. -
Kim Wonshik... - Tentou respirar profundamente. - Abaixe a bola, você pode ser mais velho do que eu, mas eu ainda estou no comando dessa empresa e você me deve respeito.
- Você deveria se dar ao respeito primeiro, Jungkook. Ou você acha que todo mundo acreditou que aquela com você na varanda da minha casa era a Yeri? Você não estava traindo somente ela, mas também toda a família, bem debaixo dos nossos narizes. Você é uma vergonha para a nossa sociedade. É só um moleque mimado brincando de CEO.
- Pare de me tratar como uma criança, você não é meu pai. - Jungkook gritou.
No segundo seguinte, Kim Wonshik levantou um dos braços e acertou um tapa no rosto de Jungkook.
O moreno parou de falar, chocado demais com aquilo, sentindo suas pernas tremerem de nervoso. O rosto virado para o lado, avermelhado por causa do contato da mão pesada de seu ex-sogro.
Jungkook apertou os lábios um no outro, sentindo os olhos queimarem com as lágrimas que se formaram. Mas não eram lágrimas de dor, e sim de humilhação. Nunca ninguém tinha lhe encostado um dedo, nem mesmo seu pai. E mesmo que seu impulso animalesco implorasse para ele revidar a agressão, ele sabia que não poderia. O que diriam dele, batendo em um senhor de meia idade. Um jovem jamais deveria levantar a mão para uma pessoa mais velha.
- Isso é o que eu seu pai deveria ter feito. - Kim Wonshik quebrou o silêncio agoniante daquela sala. - Prepare-se, Jungkook. Sua vida não será nada fácil daqui para frente.
E então, o pai de Yeri deixou a sala do CEO, batendo a porta com força ao sair.
Jimin estava na mesa de Yang Mi, solicitando que ela fizesse algumas cópias de relatórios antigos, quando Kim Wonshik passou apressado pelos dois. O loiro imediatamente dispensou a secretária de Jungkook, entrando na sala do CEO sem bater, trancando a porta em seguida.
O moreno ainda estava no mesmo lugar, entre o conjunto de estofados de sua sala. Ele olhava para o chão como se estivesse buscando pelo significado de sua existência. Jimin se aproximou sutilmente, pousando uma das mãos no ombro do moreno, que foi tirado de seu transe.
- Jungkook... - Sussurrou. - O que aconteceu?
O moreno virou o rosto para o lado contrário, não querendo que Jimin o visse com os olhos cheios de lágrimas. Passou as mãos pelos cabelos, e depois pelo rosto, limpando a umidade que havia se formado.
- Nada, coração. Está tudo bem. - Tentou forçar um sorriso.
- Não minta para mim, Jungkook. Wonshik aprontou toda essa cena para nada? E você parece que ficou perturbado com essa conversa. O que aconteceu nessa sala?
- Mochi...
- Sim, Nochu... fala alguma coisa, me deixa te ajudar. - Jimin apertava de leve o braço do outro.
- Apenas me abrace...
Jimin olhou dentro dos olhos de Jungkook, e seu coração se apertou quando só conseguiu enxergar desgosto, seus olhos estavam opacos e sem vida. O loiro então atendeu ao pedido de seu amado, e envolveu os braços ao seu redor, trazendo-o para perto de seu corpo.
Jungkook o abraçou de volta, enlaçando com firmeza a cintura fina de Jimin, descansando o rosto sobre os cabelos perfumados. Com aquele afago, o moreno se sentiu um pouco mais leve. A dor no peito se dissipando, seu coração se aquecendo e lhe trazendo de volta a certeza de que tudo aquilo valia a pena. Passaria por qualquer provação apenas para poder ter Jimin entre os seus braços.
- Eu quero ficar aqui para sempre, Mochi. - Jungkook disse ao pé do ouvido do outro, aspirando o perfume que tanto gostava.
- Estarei aqui, sempre que precisar.
Jungkook soltou os braços que estavam ao redor da cintura de Jimin, trazendo as duas mãos para segurar aquele rosto feito de porcelana. Seus olhos percorreram cada detalhe, memorizando tudo novamente, se apaixonando novamente.
O moreno aproximou seu rosto, roçando o nariz levemente no do outro, fazendo-o fechar os olhos com o toque. Arrastou o nariz pela pele macia, passando pelas maçãs do rosto salientes, até que sua boca tocasse a bochecha corada. Jimin suspirou, sentindo Jungkook plantar beijos delicados pelo seu rosto, até finalmente, alcançar os seus lábios fartos.
O loiro inclinou a cabeça para o lado, encaixando melhor o beijo, dando um claro sinal de que queria mais daquele contato. Jungkook entreabriu a boca, capturando o lábio inferior do outro, chupando com delicadeza a carne macia e arrancando um pequeno arfar de Jimin.
Jungkook sorriu ao perceber que não era só ele que se rendia ao beijo, sentindo as mãos pequenas agarrarem a sua camisa de cetim, amaçando as laterais pela força de seus dedos. Jimin invadiu a boca do moreno, massageando uma língua na outra, habilmente sugando-a em seguida.
- Você viu isso? - O loiro perguntou ao quebrar o contato.
- O que?
- Ninguém nos interrompeu. - Sorriu.
- Tem razão, vamos aproveitar então. - Jungkook respondeu, alcançando a boca de Jimin novamente, que sorriu entre o novo beijo.
O loiro espalmou as duas mãos no peito do moreno, empurrando levemente para afastá-lo.
- Eu adoraria ficar aqui o dia todo, mas preciso ir trabalhar. Estou investigando a empresa de Taemin, e já combinei com Jaebum para ele vir me buscar no final do expediente para vermos os apartamentos.
Jungkook revirou os olhos ao ouvir os nomes daqueles dois, e saber que Jimin iria fica a sós com Jaebum o incomodava demais. Mas não iria falar mais nada, do contrário, o loiro lhe passaria um sermão.
- Queria negar e exigir que você ficasse, mas também estou cheio de coisas para fazer. E assim como você me pediu, vou vender a minha aliança depois. Quer que eu te busque em algum lugar?
- Pode ser, eu te mando minha localização quando eu estiver livre. Se precisar de mim, estarei na minha sala.
- Sim, senhor auditor. - Jungkook piscou para Jimin que já estava de saída do seu escritório. Novamente sozinho, Jeon passou as mãos pelo rosto, tentando apagar aquela conversa com seu ex-sogro para poder se concentrar no trabalho.
[...]
As horas passaram rapidamente, com todos ocupados em suas tarefas do dia. Jungkook lia e assinava novos contratos, enquanto acompanhava a movimentação das ações de sua empresa na bolsa de valores. Também estava de olho nos sites de fofoca, esperando o momento que o término de seu noivado seria noticiado.
Jimin tinha conseguido uma lista de empresas que haviam contratado os serviços da empresa japonesa de software e havia conversado com algum desses clientes. Até agora, nada parecia fora do lugar, a não ser um ou outro, que não tinha ficado satisfeito com os produtos comprados. Mas o auditor ainda tinha uma carta na manga, ou melhor dizendo, um contato quente nos Estados Unidos.
No final do expediente, seu celular vibrou em cima da mesa. Era uma mensagem de Jaebum, anunciando que já estava na recepção do prédio esperando por ele. Juntou suas coisas e ao sair de sua sala, percebeu que Jungkook estava com dois funcionários de frente para a sua mesa. Então apenas mandou uma mensagem, dizendo que já estava indo embora.
Quando o elevador alcançou o térreo, Jimin passou os olhos pelo saguão, procurando pelo corretor de imóveis que ainda não conhecia. Havia poucas pessoas ali, então, talvez, não fosse ser tão difícil identificá-lo.
Seus olhos pousaram em uma figura alta, que estava sentada no sofá da recepção, de pernas cruzadas e a cabeça apoiada nos dedos do braço apoiado no móvel. Vestia uma calça preta social e uma camisa de botões branca, os cabelos avermelhados estavam repartidos de lado, formando um bonito topete.
Jimin prendeu o ar nos pulmões, entendo imediatamente o motivo de Jungkook não querer que eles ficassem à sos. O homem era lindo, e esbanjava charme sem mesmo se mover.
O olhar de Jaebum cruzou com o Jimin, e o corretor abriu um sorriso imediato, quando deduziu ter encontrado seu novo cliente. Levantou-se do sofá e caminhou em direção ao loiro.
- Boa tarde, Park Jimin, acertei? - Jaebum esticou uma das mãos para cumprimentá-lo.
- Eu mesmo. Muito prazer. - Apertou a mão do outro.
- O prazer é todo meu. Eu preciso agradecer ao Namjoon por sempre me indicar os melhores clientes.
Pronto, já começou. Pensou Jimin.
- Podemos ir?
- Sim, claro. Eu separei dois belos imóveis para você. Vamos lá, meu carro está estacionado aqui em frente. - Jaebum indicou a saída para Jimin.
Os dois caminharam lado a lado até entrarem no sedan escuro do corretor. Durante o caminho, Jaebum ia explicando todas as vantagens do bairro onde aqueles dois imóveis estavam. Mostrou supermercados, restaurantes, shoppings e lojas que prestavam todos os tipos de serviços. Realmente era um dos melhores bairros para se morar em Seul, o que significava que os preços também acompanhariam o padrão.
Estacionaram na frente do primeiro prédio, com cerca de 20 andares, todo revestido de mármore. O apartamento ficava no terceiro andar, junto com outras 3 unidades. Era pequeno, mas de aparência aconchegante. Tinha piso de madeira escura, poucos móveis, quarto, banheiro, sala e cozinha equipada. Seria o suficiente para um homem solteiro como Jimin, mas o loiro preferia ver mais uma opção antes de decidir.
Jaebum o levou até o segundo edifício, um pouco mais baixo, cerca de 12 andares. O apartamento ficava no último andar e era o único daquele piso. Quando o corretor destrancou a porta, Jimin ficou de queixo caído. O lugar era muito bem decorado e iluminado. Tudo era em tons de cinza, preto e branco. O piso de madeira clara dava a impressão de amplitude e as janelas davam para uma bela vista do bairro. Mesmo com o trânsito do horário de rush, não se ouvia muito barulho dentro do apartamento e Jaebum explicou que era por causa das janelas anti ruídos. O quarto tinha uma grande cama de casal, armários suficientes para todas as suas roupas e o tamanho do banheiro era bastante satisfatório.
- E então, Jimin. O que achou dos dois imóveis. - Perguntou Jaebum.
- Os dois são ótimos, mas eu gostei muito deste aqui. Acho que tem mais a minha cara. Qual é o valor do aluguel?
- Sente-se, vamos conversar. - Apontou para o sofá da sala.
O corretor tirou alguns papéis de sua mala, entregando-os para Jimin. Ali estava listado todos os custos que ele deveria arcar para morar naquele apartamento. E como já imaginava, os valores não eram nada modestos, mas nada que ele não poderia pagar.
- Muito bem, Jaebum. Eu vou ficar com este aqui. Pode preparar o contrato.
- Maravilha, eu adoro clientes bem resolvidos como você. Providenciarei os documentos e acredito que em uns 3 ou 4 dias você já possa se mudar. - Jaebum sorriu, levantando-se do sofá. - Bom, já que terminamos por aqui... você aceitaria tomar alguma coisa comigo, Jimin?
- C-como? - O loiro já tinha se esquecido do aviso que Jungkook havia lhe dado.
- Digo, tem um bar aqui ao lado. Tomaria uma cerveja comigo? Para brindarmos o nosso novo negócio?
Jimin ponderou por alguns instantes. Estava cansado, e uma cerveja cairia bem naquele momento. Jaebum parecia uma boa companhia e o loiro era seguro o suficiente para aguentar alguns flertes em sua direção. Até seria divertido ver até onde ele chegaria.
- Sim, claro.
Jaebum sorriu de lado, satisfeito por ter a companhia de Jimin por mais algum tempo. Os dois seguiram para o tal bar, que ficava exatamente encostado no futuro prédio de Park. Sentaram-se em uma das mesas e Jaebum, rapidamente, pediu duas cervejas para o garçom que passava por eles.
- E então, Jimin. - Deu o primeiro gole na bebida gelada. - Acabou de se mudar para Seul?
- Sim, eu morava nos Estados Unidos antes de fechar um contrato com Jeon Jungkook.
- Jungkook? - Ficou interessado. - Você trabalha diretamente com ele, então?
- Quem me chamou foi o Namjoon, mas eu estou em contato com o CEO o tempo todo.
- Que sorte a sua, hein? - Jaebum se recostou na cadeira, e Jimin jurava ter visto ele suspirar.
- Sorte? Por que sorte?
- Ah, Jimin. Aquele homem é um pecado, não acha?
- O-o que? Eu não sei... eu nunca reparei... - Jimin desviou o olhar, se sentindo estranhamente desconfortável.
- Eu duvido! Não tem como não reparar naquelas coxas grossas. Ah, se aquele celular não tivesse tocado na hora errada... eu teria experimentado um pouco do inferno. - Jaebum riu, tomando mais um pouco de sua cerveja.
- Como assim? Não entendi...
- Bom... eu ajudei o Jungkook a comprar o seu apartamento. Naquela época, convivemos muito, pois ele era muito indeciso e não fica satisfeito com nenhum imóvel que eu mostrava para ele. Saíamos algumas vezes, e trocamos alguns beijos no auge das bebedeiras.
- Vocês tiveram um relacionamento, então? - Jimin apertava os dedos na calça que vestia, as orelhas começando a esquentar por causa do rumo daquela conversa.
- Quem me dera. - Jaebum suspirou. - Esse cara é muito difícil... E um dia, quando tinha encontrado o apartamento perfeito para ele, compramos algumas garrafas de vinho e levamos para fazer um "open house" improvisado. Ele estava tão feliz com a compra que queria comemorar de algum jeito.
Jimin engasgou com a cerveja que tomava naquele momento, sentiu o sangue subir à cabeça, fazendo seu rosto esquentar com aquela história.
- E-e depois? - O loiro questionou, sem saber se queria ouvir o resto.
- Depois? Bom... tínhamos tomado umas duas garrafas de vinho, e a coisa tinha começado a esquentar no sofá da sala. Mas assim que minhas mãos alcançaram o ziper da calça dele, o celular tocou. Era a mãe dele... - Jaebum bufou, chateado. - Acabou com o todo o clima.
Jimin relaxou em sua cadeira depois daquilo. Não conhecia a mãe de Jungkook, mas agradeceu mentalmente por ela ter interrompido aqueles dois. Acho que não conseguiria ouvir o corretor narrar a suas aventuras com o seu homem.
- E o que aconteceu com vocês depois? - Jimin estava curioso agora.
- Bom, como ele havia comprado o apartamento, não tínhamos mais motivos para nos encontrar. E acho que ele ficou feliz por isso, pois passou a ignorar as minhas mensagens. Logo depois eu vi no noticiário que ele tinha ficado noivo de uma socialite, filha de alguém importante, eu não me lembro direito.
- É a Kim Yeri, filha do sócio majoritário da empresa de Jungkook. - Jimin explicou.
- Ah... agora tudo faz sentido. - Jaebum riu. - Que coisa mais clichê. Aposto que foi tudo arranjado, aquele ali não parecia gostar muito de mulheres.
- Eu ouvi dizer que eles se separaram. - Jimin se arrependeu imediatamente de ter dito aquelas palavras. Se estapeou mentalmente por ter dado aquela informação de bandeja para ele.
- Jura? Jungkook está solteiro novamente? - Jimin balançou a cabeça afirmando, apertando os lábios um no outro. - Será que eu devo tentar de novo? - Jaebum sorriu cheio de malícia.
- Aigoo, melhor não. Sabe... é... ele ainda está muito abalado com a separação. Melhor você dar um tempo para ele. - Jimin ficou ainda mais nervoso.
- Pelo contrário, Jimin. É nesse momento que eu tenho que atacar, enquanto ele está frágil e carente. Vou oferecer um ombro amigo para consolá-lo.
O loiro se remexeu desconfortável na cadeira, não queria admitir, mas estava fervendo de ciúmes. Era um idiota por ter falado que Jungkook estava solteiro, enquanto eles ainda não poderiam assumir o relacionamento publicamente.
- Bom, eu preciso ir. Tenho um dia cheio amanhã. - Jimin se levantou da cadeira, deixando dinheiro suficiente para pagar pelas duas cervejas que haviam tomado.
- Quer que eu te deixe em algum lugar?
- Não precisa, tem uma pessoa que vai vir me buscar.
- Tudo bem, eu espero ele chegar. - Jaebum se ofereceu.
- De jeito nenhum! - O próprio Jimin se espantou com a resposta. - Quero dizer, você já fez muito por mim hoje. Não se preocupe, pode ir embora.
- Tudo bem. Eu entro em contato nos próximos dias para assinarmos os papéis. - Jaebum esticou uma das mãos para se despedir.
Jimin esperou que o corretor de imóveis saísse do bar para mandar uma mensagem com a sua localização para Jungkook. Poucos minutos depois, a resposta veio, dizendo que já estava a caminho.
O loiro saiu do bar, para esperá-lo na calçada. Não demorou muito, e Jimin avistou o carro esportivo desacelerar até parar à sua frente. Abriu a porta e se sentou no banco do passageiro, passando o cinto pelo corpo antes de olhar para aquele que estava ao seu lado.
- Conseguiu? Gostou de algum apartamento? - Jungkook perguntou, estranhando um pouco o silêncio de Jimin.
- Sim, achei exatamente o que estava procurando. - Respondeu enquanto o veículo ganhava as ruas novamente. - Jaebum é um excelente corretor de imóveis, não é mesmo?. - Jimin o encarou.
- Ah.. sim... sim... ele sempre tem boas opções, e tem muito bom gosto. - Jungkook dizia sem tirar os olhos da rua.
- Ah, sim... eu imagino. Ele deve ter gosto de vinho, não é mesmo?
Jungkook freou o carro bruscamente, fazendo ambos os corpos darem um solavanco para frente.
- Ele te contou, não foi? - O moreno perguntou.
- Sim... cada detalhe. - Jimin mordeu o interior da bochecha.
- Aish... e ele deu em cima de você?
- A princípio, achei que iria, mas depois ele não parou de falar em você em nenhum momento. Parece que ele ainda tem interesse nessas suas "coxas grossas". - Repassou a frase que ouviu de Jaebum.
- Você está com ciúmes! - Jungkook entendeu tudo o que estava acontecendo.
- O que? Ciúmes? Eu? - Deu de ombros, se fingindo de desentendido.
- É claro que está! Dá pra ver pelas suas orelhas vermelhas e esse seu biquinho emburrado! - O moreno sorriu ainda mais largo.
- Até parece que eu ia ter ciúmes daquele vendedor de casas... - Jimin olhou para o outro lado, cruzando os braços e escondendo o rosto que devia estar ficando vermelho.
- Chegamos. - Jungkook avisou quando estacionou o carro na frente do hotel de Park. - Não vai me chamar para subir? - Perguntou assim que percebeu que o loiro iria sair do veículo.
- Não... hoje não. Estou cansado e amanhã pretendo chegar cedo na empresa.
- Jimin, transar ia fazer você relaxar um pouco, tirar esse estresse que tomou conta de você. - Jungkook riu da careta que o outro fez. - Tá bom, então me dá um beijinho, pelo menos.
Park estava bravo, não gostava de se sentir daquela maneira. Ele não deveria se importar desse jeito, afinal, aquilo tinha acontecido antes mesmo de se conhecerem. Achava que sentir ciúmes era uma bobagem, mas não estava conseguindo tirar a imagem de Jungkook e Jaebum no sofá.
- Está bem, só um beijinho. - Jimin selou os lábios do moreno, e já ia se afastar quando foi impedido pela mão grande, segurando em sua nuca.
A língua de Jungkook passou pelos lábios carnudos, fazendo o loiro ceder e abrir a boca para recebê-la.
E era assim, que os dois consigam acabar com os medos, as inseguranças e frustrações um do outro. Não precisavam de muito, apenas a cumplicidade de um beijo verdadeiro.
- Até amanhã, Nochu. - Jimin disse ao encerrar o beijo. - Amo você.
- Amo você também, Mochi. - Sorriu, assistindo o seu amado sair do veículo e entrar no hotel.
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Espero que tenham gostado do capítulo!
Muito obrigada por chegarem até aqui!!
Quero deixar aqui o meu "Feliz aniversário", para a fekajiminie que completa mais aninho de vida hoje! Meus parabéns, florzinha! Que seja um dia muito especial!!
Beijinhos carinhosos à todos!
E até o próximo capítulo!
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