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  - Chega, Yeri! Eu estou cansado... eu não posso mais continuar com isso. Nosso noivado acaba aqui.

- O-o que foi que você disse? - Yeri se atrapalhou com as palavras.

- Você me ouviu. Me perdoe, eu não deveria estar fazendo isso por telefone, mas eu não consigo mais continuar. Nós precisamos colocar um ponto final nesse relacionamento. - Jungkook continuou firme em sua decisão.

- Você só pode estar brincando! Jungkook, nós vamos nos casar em duas semanas! Tem uma festa para 600 convidados toda planejada. - Começou a se desesperar.

- Cancele tudo, eu cubro as despesas.

- E você acha que eu vou te deixar me humilhar dessa maneira? Como é que eu vou encarar a minha família e a sociedade Coreana depois de ter o casamento cancelado de uma hora para outra?

- Se quiser, pode dizer que é você que não quer mais casar. Eu não me importo, não faz diferença para mim.

- Jungkook, eu não vou aceitar isso! Eu não vou cancelar o casamento!! - Yeri esbravejava.

- Faça como quiser. Mas acho que seria muito pior se você ficasse no altar me esperando.

Nada mais foi dito por alguns instantes, apenas a respiração descompassada de Yeri era ouvida do outro lado da ligação. Jungkook estava trêmulo, sentindo uma leve tontura, causada por uma baixa de pressão.

- Você vai se arrepender disso, Jungkook. - Yeri conseguiu dizer.

- Eu vou me arrepender muito mais se nós continuarmos com isso. Me perdoe, mas eu não vou voltar atrás.

Então a sua noiva encerrou a ligação, fazendo com que Jungkook soltasse o ar preso em seus pulmões com força.

Jogou o celular em cima da mesa e levou a testa de encontro ao móvel, tentando se recompor.

Acabou.

Estava livre daquilo que vinha o sufocando a tanto tempo. Sentiu como se aquela mão que apertava seu coração, o tivesse soltado, deixando-o bater novamente.

Mas Jungkook sabia que aquilo não seria o fim. Sabia que Yeri não deixaria as coisas terminarem daquela maneira, e também tinha em mente que teria que enfrentar o seu pai. E talvez essa fosse a parte mais assustadora disso tudo.

Mas o moreno decidiu que não seria mais um covarde, que lutaria para tudo o que queria: seria o mais poderoso CEO da Coréia e teria Jimin ao seu lado. Isso estava claro, mais do que nunca. Iria enfrentar a todos e encontraria as soluções necessárias.

Estava cansado. Cansado de não ter Jimin em seus braços, de não poder sentir o calor da sua pele e o gosto dos seus lábios. Tê-lo para si já era motivação suficiente para encarar os obstáculos que iriam aparecer.

Depois de muito pensar, Jungkook levantou a cabeça da mesa e se recostou na cadeira do bar. Tinha dado o primeiro passo em busca de sua felicidade. Agora precisava correr para alcançar aquele que tinha tanta saudade.

E essa corrida começava agora, iria atrás de Park Jimin.

[...]

Em uma das poucas mesas ocupadas do restaurante, Jimin e Taemin jantavam em silêncio. Jimin, com lentidão, levava pequenas porções da comida à boca, mastigando sem vontade. Aquela refeição requintada não se comparava àquelas que tinha feito em companhia de Jungkook. Nada parecia ter sabor.

O advogado olhava para fora da janela, com os pensamentos longe, mais precisamente lá no hotel. Lembrou de cada palavra dita naquela discussão de momentos atrás, e teria sorrido por ver Jungkook com ciúmes se a situação não fosse tão complicada.

Vê-lo se quebrando por dentro ao insinuar que ter ficado com ele tinha sido um erro, estava o atormentando. Mas o que ele poderia fazer? Do que adiantava estarem apaixonados um pelo outro, se Jungkook ia se casar? Ele não ia largar a noiva para ficar com ele. Talvez Yeri tinha razão, ele não tinha nada para oferecer, enquanto ela era o seu futuro promissor.

- Está tudo bem, Jimin? - Taemin chamou a sua atenção, depois de ouvir o loiro suspirar pela décima vez.

- O que? - Respondeu voltando de seus pensamentos.

- A comida não está do seu gosto? Você não disse uma palavra se quer desde que fomos servidos.

- Ah, me desculpa, Taemin. Eu estou sendo uma péssima companhia, não é mesmo? - Jimin riu sem graça.

- Não diga isso, você é a pessoa mais agradável com quem já estive. Mas daria qualquer coisa para saber o que se passa na sua cabeça nesse momento.

- Não é nada. - Mentiu, desviando o olhar. - Eu só estou um pouco cansado, só isso.

- Vou pedir a conta, então. Eu só quero te mostrar uma coisa antes de irmos embora. Pode ser? - Taemin disse enquanto chamava o garçom.

- Claro.

Os dois se levantaram depois que Taemin pagou a conta, saindo do restaurante. Com uma das mãos nas costas de Jimin, o empresário o guiava pelo corredor largo. Já era tarde e o horário de visitação da torre tinha encerrado, deixando os dois sozinhos naquele lugar.

Taemin parou, de frente para os vidros que davam uma bela visão da cidade de Tóquio, toda iluminada.

- Uau, é realmente incrível a vista daqui de cima. - Jimin sorriu.

- Eu não te disse! Não dá para ver agora, mas o Monte Fuji está naquela direção. - Indicou.

- Eu pude vê-lo quando cheguei no aeroporto. Deve ser ainda mais bonito de perto. - O loiro disse, apoiando as mãos na barra de proteção e olhando para o horizonte.

- Sim, eu poderia te levar até lá.

- Obrigado, mas devo voltar em breve para a Coréia. Não acho que terei tempo de ir lá dessa vez.

- É uma pena. Quem sabe em uma próxima oportunidade, não é?

Jimin apenas acenou com a cabeça em afirmação, voltando seu olhar novamente para a paisagem. Os dois permaneceram em silêncio, até que Taemin se aproximou um pouco mais do outro, encostando seu braço no de Jimin.

Virou o rosto na direção do empresário, engolindo em seco por causa da proximidade. Podia sentir o perfume adocicado que o outro exalava. Não que fosse ruim, mas não tinha o mesmo efeito do perfume amadeirado de Jungkook.

- Você é tão bonito, Park Jimin. - Taemin declarou, tirando alguns fios dourados que caiam sobre seus olhos.

O advogado não conseguiu dizer nada, apenas deu um pequeno sorriso. Então, Taemin se desencostou da barra de proteção, virando seu corpo totalmente para Jimin. Uma de suas mãos foi até o rosto dele, fazendo um carinho leve com o polegar. E antes que conseguisse esboçar alguma reação, Taemin selou os lábios do outro, brevemente.

Nada.

Jimin não sentiu nada.

Seu coração não havia acelerado e nem suas mãos transpiravam por causa do nervosismo. Mesmo tendo sido rápido, Jimin não gostou da textura dos lábios de Taemin, e não conseguiu evitar fazer uma comparação com o primeiro beijo que tinha trocado com Jungkook na boate.

O arrepio subindo pela espinha, as borboletas voando no estômago, o gosto doce do desejo, não estavam presentes naquele selar trocado com o empresário.

Taemin abriu os olhos, encarando o rosto sem expressão de Jimin. Se aproximou novamente, tentando alcançar os lábios do outro, mas este desviou, fazendo com que sua boca apenas passasse por sua bochecha.

- Não, Taemin. - Jimin o afastou quando este tentou beijá-lo pela segunda vez. - Me desculpe, eu não posso.

- Ah, Jimin. Qual é? Só um beijinho. - O empresário o abraçou pela cintura, tentando se aproximar mais uma vez.

- Não, eu disse que não. - Jimin o empurrou agora com mais força, conseguindo se soltar do abraço.

Park virou as costas, pronto para deixar o lugar. Tinha sido uma péssima ideia ir naquele encontro. Queria voltar o quanto antes para hotel.

Mas depois de alguns passos, sentiu seu corpo ser puxado e jogado contra a parede. Taemin prendia seus braços a cima de sua cabeça, enquanto forçava seu quadril sobre o de Jimin.

- Me solta, você enlouqueceu? - Gritou tentando se soltar.

- Eu disse... só um beijinho. Você é que está dificultando as coisas.

- E eu disse que NÃO!

Mesmo assim, Taemin não o soltou. E como não conseguiu beijar a boca de Park, levou os lábios até o pescoço clarinho do advogado, que se contorcia, agora com nojo do outro. Algumas lágrimas começaram a se formar nos olhos de Jimin, que se sentia totalmente vulnerável ali.

Fechou os olhos com força, tentando achar uma saída para aquela situação. Mas então, o corpo de Taemin foi violentamente puxado para trás, libertando Park de seu sofrimento.

- Jungkook? - Jimin sussurrou, quando avistou o moreno à sua frente, bufando, com o rosto vermelho de raiva.

- Você é surdo? Não escutou ele dizer "não"? - Gritou com o rapaz que tinha ido ao chão.

- Ora, ora, ora. Vejam só, o príncipe veio resgatar a sua donzela. - Taemin debochou enquanto via Jimin se aninhar nos braços de Jungkook.

- Não ouse tocar em um só fio de cabelo dele. - O moreno colocou seu corpo à frente do de Jimin para protegê-lo.

- Já entendi tudo! - Taemin ria, enquanto se levantava do chão. - Jimin nem deve ser seu advogado, ele deve ser a sua putinha, que você carrega para se divertir nas viagens de negócios.

Jungkook não aguentou ouvir aquilo. Fechou os dedos em punho e acertou um soco do lado esquerdo do rosto do empresário, que foi ao chão novamente, gemendo de dor e com o nariz sangrando.

- Limpe a sua boca antes de falar dele, seu merda.

- Aish, Jimin. Se eu soubesse antes, era só ter me falado o seu preço, eu pagaria sem reclamar. - Taemin ria, mesmo sentindo uma forte dor, que se espalhava pelo rosto.

- Ora , seu...

Jungkook partiu novamente para cima do empresário, mas foi impedido por Jimin, que o segurava pelo braço.

- Não, não faça isso! Chega, Jungkook. Não vale a pena. Vamos apenas deixá-lo aí. - O loiro implorou, assustado.

Jungkook respirava pesadamente, os olhos cheios de ódio voltados para Taemin. Acabou relaxando o corpo a pedido de Park, que o puxava pela mão para a direção oposta.

- Encoste mais um dedo em Jimin e eu afundo esse seu rostinho bonito. - Ameaçou enquanto se afastava. - Ah, e mais uma coisa! Esqueça que um dia eu quis comprar a sua empresa, nosso contrato está cancelado!

Os dois andaram apressadamente para longe de Taemin, descendo as escadas de emergência, até chegar em um patamar inferior ao que estavam. Abriram a porta e saíram em um novo corredor, praticamente igual ao que estavam.

Jungkook foi até a parede de vidro e segurou com força a barra de proteção com as duas mãos, como se quisesse descarregar toda a sua raiva ali. Seu sangue estava fervendo, adrenalina correndo solta pelas suas veias. Seria capaz de quebrar todos os ossos do corpo de Taemin por ter dito aquelas coisas, por ter tocado no seu anjo sem seu consentimento.

Jimin se aproximou com cuidado e colou uma das mãos no ombro direito do moreno, que pareceu relaxar um pouco com o toque suave, fechando os olhos e suspirando.

- Jungkook, o que está fazendo aqui?

- Me desculpa, Jimin. Eu sei que você sempre diz que sabe como se defender, mas eu não consegui me controlar quando vi aquele idiota te tocando sem sua permissão.

- Não foi isso que eu perguntei, mas... obrigado.

Jungkook se virou para encarar o loiro de frente, e seu coração falhou uma batida quando viu algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Sem saber direito o que fazer, o moreno puxou o corpo menor de encontrou ao seu, abraçando-o com força.

- Muito obrigado, eu não sei o que poderia ter acontecido se você não tivesse chegado. E-eu...

- Shhhh... não diga nada. Não precisa dizer nada. Eu estou aqui, e não vou deixar que nada de mal lhe aconteça. - Jungkook o confortou, passando os dedos de uma mão pelos fios loiros de Jimin.

Park apenas fechou os olhos, abraçando-o de volta, sentindo seu corpo relaxar entre os braços de Jungkook. Tinha sentido muito medo nas mãos de Taemin, mas agora se sentia seguro novamente.

Jungkook afrouxou o abraço, apenas o suficiente para ver o rosto de Jimin. Os dois se encararam, sem dizer uma só palavra. Mas naquele momento, nada precisava ser dito.

Jungkook então aproximou seu rosto, colando sua boca nos lábios fartos de Jimin. Ambos suspiraram, como se estivessem aliviados por, finalmente, estarem tendo aquele contato.

O moreno levou uma das mãos até a nuca de Park, pronto para aprofundar aquele beijo tão esperado. Mas antes que pudesse o fazer, Jimin quebrou o contato e se afastou de Jungkook cobrindo a boca com a mão.

- Não, Jungkook. Não podemos... é errado! - As lágrimas de frustração escorriam pelo seu rosto bonito.

Ele queria tanto aquele beijo, mas não iria fazer parte de uma traição novamente. O CEO sorriu, se aproximando. Tomou o rosto de Jimin entre as suas mãos e olhou dentro de seus olhos.

- Não, Jimin. Isto não é errado, não mais.

- Como assim? - Perguntou confuso.

- Acabou.

- Eu não estou entendendo, Jungkook.

- Meu noivado com Yeri... Acabou.

Os lábios de Jimin se abriram, tinha sido pego totalmente se surpresa. Engoliu a saliva presa em sua garganta, o coração disparado dentro do peito.

- V-você terminou com ela?

- Sim, meu anjo! Acabamos de nos falar por telefone. Está tudo acabado. Desde que nos reencontramos eu venho tentando, mas não tinha coragem. Mas o medo de perdê-lo para outro homem foi o gatilho para eu tomar uma atitude definitiva. Eu não posso mais ficar sem você, Jimin. - Agora, quem chorava era ele.

- Jungkook...

- Jimin, fica comigo. Seja meu...

Dessa vez, foi Jimin que acabou com a distância entre os dois. Juntou as bocas em um beijo cheio de saudade, passando os braços ao redor do pescoço do moreno. Jungkook enlaçou a cintura do outro, não deixando espaço entre os corpos.

Jungkook passou a língua quente sobre os lábios carnudos, pedindo permissão. Jimin entreabriu a boca, deixando que o maior o invadisse. O beijo era rápido, as línguas se tocavam cheias de desejo, tinham pressa para matar a saudade um do outro.

Jimin quebrou o contato quando já estavam ofegantes, e olhando dentro dos olhos do maior, disse:

- Eu sou todo seu, Jungkook.

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Ôoooooo, glória!!!!

Jikook está de volta, minha gente!!

O beijo saiu depois de 16 capítulos!!

E aí, o que vocês acharam??

Estão gostando da história??

Obrigada por chegarem até aqui!!!

Beijinhos!!

Até o próximo capítulo, que vai estar cheio de Jikook!