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Notas do autor 2

Pesquisa:

Elas passam o dia em silêncio. Não na simples ausência de vozes, mas numa absoluta quietude capaz de levar o mais agitado ser humano à introspecção. As mulheres que escolheram viver ali dentro abriram mão da família, do conforto e de um mundo de possibilidades para se dedicarem à forma mais radical de vida religiosa no catolicismo. Na clausura, vivem em oração sob votos de pobreza e distantes das influências externas. Ao dizerem sim ao convento, passaram a ver o mundo através das grades.

Um dos únicos dois mosteiros carmelitas no Estado — o outro fica em São José, na Grande Florianópolis —, o Convento de Santa Tereza está em Cabeçudas, uma das praias mais conhecidas de Itajaí e onde, dizem os historiadores, tomaram-se os primeiros banhos de mar em Santa Catarina. Uma ousadia para a época, ainda hoje impensável entre as irmãs enclausuradas. Do alto o morro, onde elas vivem, o mar não é mais do que paisagem atrás da janela.

Uma vida de doação, solitária e contemplativa, mas nem por isso triste:

— Sou feliz e muito livre — diz Madre Terezinha de Jesus, do alto de seus 44 anos de clausura.

O nome pelo qual ela é conhecida não é o mesmo que recebeu ao nascer. Quando fazem os votos — a maneira como as freiras chamam as promessas de obediência, pobreza e castidade — as freiras escolhem como querem ser chamadas. Passam a usar a vestimenta marrom, reservada pela Igreja Católica aos monges, e cobrem os cabelos com um pesado véu.

Escolha para a vida inteira

Há hoje 13 freiras enclausuradas em Itajaí, a mais jovem com 28 e a mais idosa com 94 anos. Elas têm permissão para deixar o convento apenas para votar, para se submeterem a algum tratamento de saúde ou quando um familiar está muito doente.

A escolha pelo claustro implica afastar-se da família para dedicar-se à meditação evangélica. Uma vez no convento, as carmelitas passam a ver os familiares apenas uma vez por mês, através das grades.

— É humano sentir falta da família, mas aqui dentro nossa relação com eles passa a ser espiritual. Estamos rezando por eles, sabemos que estão bem — diz Irmã Christy'Maria da Trindade, a madre superiora do convento.

As freiras dizem que as grades não servem para prendê-las, mas para garantir silêncio e recolhimento no lado de dentro. Segundo a madre, elas não são impedidas de deixar o claustro e já houve desistência entre as mais jovens, que estavam em fase de adaptação.

Entre as que fizeram os votos, até hoje nenhuma deixou a clausura — nem mesmo após a morte. Entregues à religião e à igreja, as freiras são enterradas no próprio carmelo, que se torna, de fato, uma escolha para toda a vida.

Oração e silêncio

A rotina das carmelitas começa cedo. Antes das 5h já estão em pé para a leitura dos Salmos. Durante o dia, dividem-se entre as sete horas de oração diária e os trabalhos no convento — desde a manutenção da casa a trabalhos manuais, que ajudam no sustento.

As freiras não são remuneradas. Vivem da venda do que produzem, como terços, imagens e escapulários, e das doações da comunidade, que elas tratam como providência divina. Oram em retribuição e atendem, todos os dias, quem aparece para pedir conselhos. Com um sorriso no rosto e semblante de paz.

— Somos conscientes de que muitas pessoas pensam que não temos utilidade alguma na sociedade, então pergunto: quantas centenas de pessoas já não passaram pelo mosteiro ou ligaram pedindo orações, agradecendo as bênçãos que receberam? — diz a madre superiora, Irmã Christy'Maria da Trindade.

As irmãs também se dedicam às artes. Pintam telas, restauram imagens sacras de igrejas e estão aprendendo a tocar órgão. Ensaiam juntas os cantos que entoam durante as missas diárias no convento, que assistem detrás das grades, e duas vezes por dia reúnem-se para uma hora de conversas, que elas chamam de recreio. É nessas horas, também, que fazem companhia a Cindy, a pastora-alemã que faz a guarda do convento.

No restante do tempo, o silêncio é quebrado apenas pelas palavras necessárias ao trabalho.

— Vivemos na solidão, mas numa solidão que não é vazia, é solidão com Deus — diz irmã Lúcia Maria da Santíssima Trindade.

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