※ Capítulo 29
Capítulo 29
Adeus a Madre
Olhei para aquela mulher, outrora minha amiga, agora ela estava passando por todos os passos que um envenenamento pode ocasionar. Sabia que eu era a única pessoa naquele continente que poderia salva-la, no entanto era necessário num caso como este; de muita sorte.
Corri ao meu quarto e abri uma bolsa, nunca imaginei que usaria aquilo novamente.
Quando estive no Brasil conheci, Vital Brazil, um médico que estava desenvolvendo um soro, para combater venenos de cobra, trouxe algumas ampolas, mas sabia que nunca iria mais usar por um simples porém:
As cobras do Brasil são diferentes das que se encontram aqui na Europa. Então a minha amiga estava passando por um processo doloroso de morte.
Eu fui, e olhei as ampolas, e pensei.
— Por um milagre? Poderia alguma ampola dar certo?
Lembrei que foi me útil na aldeia quando estive no Brasil, salvei um e outro de mordidas de jararacas e cascavel. Fui um curandeiro naquela tribo, e aproveitei para testar aquela novidade de um amigo médico como eu.
Peguei a ampola, iria aplicar e torcer, para que algum milagre acontecesse. Peguei a de jararaca, reservei uma seringa nova para tal acontecimento e fui.
*
Meu Pai amado, estou na frente do meu filho, todo o meu corpo dói. E ele me olha calado, não esboça nenhuma reação...
No entanto, agora ele me olha, e parece voltar em si.
— Senhor amado, não me deixe morrer aqui e agora!
A moça vem tentando estanquir o sangue que sai da minha gengiva.
— Você vai ficar bem irmã, eu creio assim.
As atenções dela mudaram, quando viu a reação da cama ao lado.
Parecia que ele estava voltando.
Ela diz em bom tom.
— O meu amor esta voltando!
A Madre ao escutar aquilo, começa ter empasmo, e sangue sai pela boca.
A freira Má observa de longe dando risadas contidas, O policial interfere naquele ato dizendo:
— Torça pra que este tal doutor salve a vida dela. Pois preciso do depoimento desta espiã alemã infiltrada.
A Freira diz:
— Uma mordida de cobra, você bem sabe que é fatal, ela esta agonizando logo morre.E sai. Quer encontrar o jardineiro, se divertir um pouco em meio ao caos, antes diz:
— Agora tenho este convento inteiro só pra mim.
A Madre observa o seu filho na sua frente, esta bastante fraca.
— A Senhora me chamou de filho?
A Lara grita:
— Meu Deus ele voltou! E sai correndo...
Ela chora, a dor que sente não é maior que a emoção de escutar tal palavra, sendo proferida por ele, que tanto renegou, e neste último instante esta lhe chamando e constando ser lhe a mãe.
O Pai de Robson aparece. E observa a cena de longe.
—S-i-m eu sou a sua... Não consegue completar a palavra mais um empasmo de sangue sai pela boca.
O doutor chega, aperta a injeção deixando sair o ar.Fala para José.
— Ela foi mordida por uma cobra, vou aplicar um antídoto, mas não garanto nada, infelizmente este antídoto é para cobras brasileiras, não há nada igual aqui. Vamos torcer por um milagre.
Aplica, ela sente o corpo tremer.
— Pai, ela me chamou de mãe, por que pai? Eu não compreendo.
O medico olha para o lado e diz:
— Parece que o garotão acordou do seu sono.
Robson Chora.
— Pai eu não estou entendendo, o que estou fazendo aqui, e por que esta mulher esta falando que eu sou o filho dela?
O doutor termina de aplicar, deixa a seringa numa vasilha de metal e vai até o jovem.
— É natural que quando a gente passa por um grande trauma, passamos por algum esquecimento do momento do trauma. Você querido jovem é um sobrevivente. Condecorado.
E observa que o jovem esta bem.
— Graças a Deus jovem você acordou estava muito preocupado, era a única coisa que me segurava aqui.
Lara volta, tinha havido um desencontro, entre ela e o doutor.
— Doutor, doutor... Ele acordou.
— Eu sei, disse Fábio. Minha preocupação é com ela. Se em 30 minutos não surtir efeito este remédio que apliquei nela ela morrerá.
Fique com ambos, preciso tratar de coisas importantes, já volto, ou para continuar com o tratamento desta pobre amiga, ou atestar seu atestado de morte.
Lara ficou sem chão, pegou um pano limpo e fez umas assepsias na Madre, que estava quieta.
Voltou ao Robson.
— Ela disse ser a minha mãe.
Lara pegou nas mãos dele, segurava firme e olhava para o fundo dos seus olhos.
— Você pode estar confuso Sargento Alves, ela é uma Madre somente.
Robson estranhou receber tal nome de quem outrora era apaixonado e disse.
— Não, eu sinto, ela é a minha mãe!
Lara, ajeitou o rapaz na cama e disse:
— Ela esta morrendo, levou uma mordida de cobra. Demorou um instante, ficaram ambos olhando ela que parecia instável agora.
Preciso lhe falar algo. Disse Lara.
Neste momento há novo movimento na cama a frente, a mulher sentia muita dor, abriu os olhos tentando os manter abertos, era difícil a morte estava a rodeando, a dor era intensa e os espasmos de sangue saiam pela boca. José ficava na porta neste momento, não era aconselhável aglomerado de pessoas, mas ele olhava o seu amor do passado passar por tal sofrimento.
— Olhe ela! Cuide dela! Ela é a minha mãe.
Antes eu preciso lhe falar algo jovem rapaz. Segurando-lhe a mão.
Abraçou—o, e disse assim: — Não me deixe mais, não me dê o susto que deu.
A Madre tentava abrir a boca e falar, o efeito do veneno estava consumindo-a, mas o desespero de falar era maior.
José sentia que era o fim, saiu correndo atrás do Doutor, tentar amenizar o sofrimento da sua antiga mulher.
Lara foi forte e disse:
— Não!
— Eu não posso contar com a sorte mais uma vez da minha vida, e se você virar os olhos e nunca mais voltar? Você precisa saber.
— Eu lhe Amo, jovem. Com todas as forças do meu ser eu lhe amo.
A Madre com o último suspiro tentou falar... E gritou ao leito de morte.
— Não, és um amor imposs-í-v-el, suspirou e cuspiu sangue e morreu.
Robson não entendera o que se tratava, estava desorientado com a situação e começou a vir imagens da guerra, imagens do sangue que outrora via daquela senhora que era a sua mãe trouxeram lhe o trauma daquele momento que quase ceifou a sua vida.
Lara foi tentando conter o empasmo de morte, era uma cena terrível, o Doutor veio, tentando neutralizar a situação. José parecia sem chão, olhava para o Doutor, que sutilmente fez um aceno que demonstrou o que ele suspeitava. Um não, a Madre agora estava sem vida, saia-lhe sangue pelo nariz e gengivas, Lara colocou a mão na boca, por mais que já se acostumara com a morte, nunca tinha observado uma cena tão forte. José saiu correu ao parque e sentou numa pedra e chorou.
O Doutor entendendo que a cena era forte, tirou abruptamente um lençol da cama ao lado, e jogou em cima da mulher morta.
O policial racional ao máximo. Fala alto ao ver a cena. —Droga a maldita morreu, adeus a promoção. e sai em retirada com o seu carro de policia daquele convento.
—Levante-se com este jovem enfermeira Lara, vá a procura do seu pai, Ele precisa esticar as pernas,eu autorizo até resolver isto aqui.
Lara apoiou ele no seu ombro e foi ao bosque era uma bela manhã que contrastava com a cena que acabara de ver. Foram de encontro ao pai do Sargente Alves que estava sentado em frente ao lago, José chorava.
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