※ Capítulo 24
Capítulo 24
— Vamos, irmã, por sorte iremos estar no convento antes da Madre. Falava Amélia preocupada com a situação da Amiga Lara. Amélia tinha esperado a amiga por todos os dias que a mesma ficou naquele quarto fechada, rezou fez suas preces pedindo a Deus para ter misericórdia da mesma, que como todos precisava de um pouquinho de juízo na cabeça, mas não merecia ficar trancafiada naquele lugar, agora no primeiro resquício de liberdade, a sem juízo quase que se joga no colo de um rapaz, Amélia tinha um sentimento de irmã para com Lara, mesmo Lara agindo por muitas vezes de modo equivocado Amélia compreendia-a e sempre estava disposta a ajudar.
— Pare Amélia, não vê em sua volta? Todos estão preocupados com esta guerra que se inicia. Até mesmo a Madre, não acredito que ela estava nos observando, ou até mesmo se importando com o que andamos fazendo. Foi uma infeliz coincidência ela estar na vila, com este conflito que surge no nosso país, muitos afazeres devem a rodear, o convento será um local estratégico para a guerra, pois é a entrada deste vilarejo, provavelmente ela deveria estar tratando algo sobre esta guerra que esta pronta a acontecer. Todos estamos tensos, Lara visivelmente estava preocupada, pois ver o rapaz fardado pronto para a guerra fez ela sentir de perto o quão tenso é uma guerra.
Amélia olhava estarrecida para a amiga e falou deste modo: -Lara querida, até parece que não ficou isolada naquele quarto por tantos dias?
Lara e Amélia já tinham guardado os mantimentos que compraram no mercado na vila, agora estavam no quarto, às duas eram bem unidas e Amélia se importava com Lara.
— Lara como você pode conversar com aquele moço? Nós, religiosas precisamos ter um distanciamento do sexo oposto. E você estava quase caindo nos braços do rapaz?
Lara dobrava alguns lençóis quase que ignorando o que a colega de quarto falava, voltava a olhar pela janela, relembrando os bons momentos que teve com o rapaz no mercado.
— Irmã Amélia, foi mais forte do que eu, quando observei aquele rapaz, olhei diretamente nos olhos dele, me vi ali dentro, parecia como se fosse parte de mim na minha frente, naquele instante amada, parecia que o mundo parou e ficou a nos observar.
Amélia não se conformava com a amiga e disse: — Lara suas atitudes são auto-destrutivas, até parece que você quer estar em confusão. Lembre-se do quarto e lembre também do seu voto e devoção.
Lara agora pegava na cortina e cheirava e continuava a olhar pela janela. — Mas irmã, como posso controlar o meu coração? Tento doma-lo mais ele sempre toma as rédeas da situação e fala mais alto do que eu.
A Noviça Amelia, desiste do diálogo e fala.
— Você deveria ser sincera consigo mesma. Repensar a sua vida. Estou neste convento pelo amor a Cristo que fervilha na minha alma. Você irmã Lara por vezes age de modo que não condiz com uma noviça.
Lara chega na irmã e dá-lhe um empurrão amigável dizendo. Para irmã, sou somente uma noviça, ainda não sou freira, estou pensando em que caminho seguir. O moço mexeu comigo, mas sei me controlar.
Amélia continua com a conversa.
— E aquela farda? Ele vai para a guerra, a guerra é bastante cruel. Às vezes este caso de vocês dois não era para ser, e por isto que coisas assim acontece. Esqueça este moço, querida Lara, cuide das suas obrigações, amanhã virá aquela enfermeira nos ensinar a cuidar de feridos. Pense no ato nobre que irá fazer ajudando as vidas que serão feridas com a guerra. Amélia ficava triste em pensar nesta perspectiva.
— Sua devoção, é o que importa não é? Pense-se como uma futura enfermeira, pois é isto que seremos num futuro bem próximo e para nossas vidas devemos focar neste propósito que é cuidar das pessoas sarar suas feridas, é assim que deve aprender a ser irmã, uma devota que ajuda no que for determinada a fazer, agora seremos as cuidadoras destes que virão feridos desta guerra sem motivo.
Nossa caridade deve reinar nas nossas ações e não emoções carnais, ao finalizar a frase a irmã fazia o sinal da cruz.
Lara observa que a noite veio, a janela não demonstrava quem ela queria ver. A praça estava empoeirada com várias folhas de árvore, o vento fazia as pequenas folhas subirem realmente ele não surgiria no horizonte. Fechava a cortina sem esperança.
O encontro naquele mercado parecia-lhe que seria a última vez que olharia aqueles olhos que a fitaram de um modo desconsertante.
Lara deitou na sua cama e sorrisos surgiam involuntariamente no seu rosto. Aquele braço a enlaçando, aquele olho penetrando seus pensamentos. O sono vinha bom, Lara não tinha mais pesadelos, e o passado de um casamento catastrófico, eram preenchidos por um jovem que a enlaçava no mercado.
Amélia observando os movimentos involuntários, falou assim para Lara.
— Tome jeito, menina, você é uma noviça, ore e esqueça estes devaneios que andam passando na sua cabeça.
Amélia falando o efeito era contrário, quanto mais queria ver longe dos pensamentos, mais o jovem penetrava-os, a cena era revista várias vezes Lara observava cada gesto, cada palavra cada perfume daquele rapaz, o que a fazia ficar menos apaixonada era o fato da farda, em um primeiro momento foi até mesmo um atrativo para a moça que se sentiu um ar viril inexplicável, todavia ela bem sabia que uma farda remetia àqueles dias difíceis e a guerra todos comentavam descrevia a perda. Lara não via a hora de rever aquele jovem, porém as palavras dele voltava-lhe como um eco. — Vou para a guerra! Como assim? Ele vai à guerra? Lara começava a se importar com aquele moço... Qual seria o nome dele? Coitado, como ele vai sobreviver aquele ambiente hostil de um conflito militar? Naquele mesmo instante ela focava os seus pensamentos na voz, no modo cujo qual ele quase a beijou, aquele moço fez com que Lara esquecesse o quanto sofreu. Ela estava apaixonada.
RV1907181030
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