※ Capítulo 14
Capítulo 14
Lara estava há dois dias no quarto das lamentações, aprendendo o quão assustador é o silêncio absoluto daquele local reservado.
O quarto das lamentações foi projetado para possuir uma acústica diferenciada dos demais quartos do Convento.
Naquele lugar não era possível ouvir o que se passava no lado de fora nem ser ouvido.
O Convento em si era uma construção antiga, aquele quarto foi 'bem aproveitado' várias vezes.
O acesso ao quarto se dava por duas portas, e um pequeno corredor.
Lara aprendeu da pior maneira possível o quão bom é observar as pessoas e estar vivendo em sociedade.
Ela se entretia em manter o quarto arrumado, pouca mobília, era fácil de manter organizado.
O banho era sofrível pelo fato de ser de água gelada.
Mas ela se acostumou deixando-o para tarde horário mais quente do dia.
As leituras ela concretizou no primeiro dia. Leu o livro de Rute e logo após, alguns Salmos que eram lhe propostos.
No entanto, o sono era difícil, ela tinha pesadelos, sempre retornando ao momento do casamento, e acordava com a impressão de estar sendo observada. E realmente estava sendo observada. Um falso espelho que utilizava para observar-se bem de frente a sua cama. Era, na verdade, o meio cujo qual a Madre observava sobre o que acontecia com ela. O dormir de Lara estava sendo vigiado, pois, acometia a ela uma grave denúncia, e esta calúnia tomou proporções que nem a Madre conseguiu abafar, já era constatado em outras partes do clero. Enquanto isto, outros conventos estavam comentando sobre a noviça atormentada que passou por um processo febril e gritava desesperadamente. — Não.
— Madre. A noviça já esta há dois dias no quarto das lamentações ela continuará lá? Falava deste modo a mesma irmã que a colocou naquele lugar para a Madre superiora que teve a decisão de colocá-la em isolamento.
— Irmã, o caso da noviça Lara tornou-se mais grave do que imaginávamos. Alguém denunciou o caso as instâncias superiores e outra Madre virá averiguar o caso, o que comentam é que uma alma atormentada esta possuída por forças malignas debaixo deste teto.
A irmã ao escutar faz o sinal da cruz e fala: — O Sangue de Jesus tem poder.
— E isto é mal para todos nós, como podemos deixar as coisas chegarem a este ponto?
— Quem poderia ter feito isto? Era um caso interno e alguém fez questão de espalhar a notícia. A Madre que virá averiguar esta a caminho. Queria de todos os modos, saber como descobriram ou deduziram tal coisa.
— Também gostaria de saber dizia a irmã, mal desconfiava a Madre que conversava com a pessoa que enviou uma carta ao outro Convento contando a história e deste modo querendo adiantar um sonho antigo, destituir a Madre e tornar-se a autoridade máxima daquele local.
— Quem faria algo assim? Mas há males que vem para o bem a Madre que virá é uma amiga de longa data, nós eramos do mesmo convento, no entanto, esta irmã é rígida e adepta de práticas cuja qual eu como religiosa avalio em silêncio.
A irmã ouvia a história e ficava curiosa, primeiro ficou decepcionada em saber que às duas Madres eram amigas de outro convento, sentia que isto atrapalharia qualquer decisão, e segundo queria saber qual prática religiosa era esta.
— Vamos nos adiantar aos fatos, irmã, falava a Madre.
Precisamos entrar e oferecer a noviça Lara a oportunidade de se redimir dos seus pecados que a tanto atormentam-na.
— Como?
— Espere aqui a Madre saiu e entrou no seu quarto foi até o banheiro e buscou a caixa de madeira onde estava o cinto com os dois flagelos, averiguou estar limpo fechou-o e retornou a irmã.
— Do que se trata esta caixa?
Abriu e mostrou. A irmã disse deste modo: — Senhor é o que eu realmente penso ser?
— Sim irmã, a nossa noviça deve ter a opção de sentir na carne o calor do pecado sair dela. Tal qual nosso salvador foi açoitado e ficou calado, ela terá a oportunidade de se redimir do seu pecado através da dor.
— Oh! Senhor, Deus tenha piedade desta pequena noviça.
Precisamos oferecer a ela isto, se ela quiser passar por tal ato é com ela. O que tenho certeza é que a Madre quando vier nos visitar, irá averiguar se praticamos exatamente o que é comum a estes casos onde há suspeitas de males externos ao convento.
Ao entrarem às duas irmãs ao quarto Lara sorriu, era a liberdade a caminho, aprendera ficar bem ao isolamento, e demonstrava que não tinha culpa de nada, sendo assim, estava naquele local para refletir e aprender a estar mais próxima de Deus sorriu, no entanto, o rosto das duas irmãs não remetia a algo satisfatório, Lara sentia isto e logo mudou a fisionomia.
— As Senhoras vieram me retirar deste quarto? Fiz as leituras e até posso recitar os Salmos, olha... E começava a recitar os Salmos, neste instante Lara caia ao chão a alimentação não era adequada e as emoções a fizeram tropeçar pegava gentilmente nos pés da Madre e clamava por desculpas. — Desculpa irmã, peço-lhe clemência.— Quero voltar a ver o sol, aqui é um lugar bom para meditar, mas penso ser mais útil lá fora.
A Madre se abaixa e fala:
— Viemos lhe fazer uma proposta...
— Uma proposta?
— Sim irmã, sabemos que algo lhe atormenta, e precisa se livrar disto, e não será o decorar Salmos ou aprender sobre uma personagem bíblica que irá te eximir.
— O que me livraria?
Abria a Madre a caixa. Lara conhecia tal instrumento das histórias que as noviças contavam entre uma e outra. Nunca que imaginava ver aquilo na sua frente.
— Eu não entendo irmã...
— Ficará com esta caixa pense e sofra nas costas como Jesus sofreu, livre-se dos seus males, e é só isto que podemos te oferecer.
— Voltaremos em dois dias, alimente-se bem e livre-se deste tormento que esta guardando no seu coração.
— Irmã, tenha misericórdia, dizia Lara para a outra religiosa. A Madre neste instante indaga:
— Sabemos que esta tendo pesadelos atormentados. E saiam fechando-a naquele quarto frio e aterrorizante.
Agora no seu quarto a Madre dobrava a carta queimada, guardando e redigia outra carta. Chamou o jardineiro e entregou a ele disse lhe assim:
— Faça-a chegar nas mãos do Pastor ainda hoje em absoluto sigilo. Se houver algum incidente a respeito disto, não poderei mantê-lo aqui no convento cuja qual administro.
— Sim senhora. - Disse o jardineiro saindo a tempo de abrir o portão para a visita que a Madre não queria ver tão cedo. Sua amiga Madre do outro convento.
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