※ Capítulo 11
Capítulo 11
O desespero da morte
A chuva, aquela luz, eles conseguiram observar me aqui? Não consigo manter os olhos abertos...
Será que alguém vai vir me socorrer? Eu estou com sono, o sangue esta ensopando meu uniforme de exército, este gosto de sangue na minha boca...
— Ei aqui! Se ao menos conseguisse gritar para eles. Parece-me uma mulher, a luz vem de lá. É um carro. Meus olhos estão pesando...
— Preciso gritar, eles precisam saber que eu estou aqui!
O gosto do sangue refresca a minha boca, a chuva refresca o meu corpo. Meu Deus a morte, que situação terrível estou vivendo. Meus amigos estão mortos envolta de mim. E parece que eu serei o próximo...
— So-co... Não consigo gritar, não consigo me mover, eles precisam saber que estou aqui, eles precisam salvar a minha vida. Eu não quero morrer neste lugar....
— Socorro, o pedido sai fraco, a luz parece estar se aproximando. Deus, não me desampare, me socorre Deus... Os olhos do soldado Robson já não conseguem se manter abertos, ele olha e vê imagens ofuscadas ele sente que o corpo já não corresponde aos pensamentos...
O pensamento agora é na noviça, naquele momento que a abraçou, sente vivido: O abraço, os olhos e o cabelo, lembra de todos os momentos que esteve a observar no convento. A imagem vai ofuscando, ele sente-nos braços...
Mesmo sem ver nada tenta mais uma vez gritar, ele junta todos os seus instintos para o grito que mesmo assim sai fraco, a morte já esta no gosto da saliva.
— Socorro, pelo amor de Deus me socorram, eu não quero morrer aqui. Ele empurra o outro corpo que mole e inerte cai o jovem com a testa machucada, abre os olhos intactos com as pupilas dilatadas, Robson não as vê mas sente que estava se aproximando o momento de estar com ele. Movimenta-se mais uma vez, parece que alguém se aproxima....
— José, José, encontrou alguém com vida? Falava deste modo a Freira Antônia que estava fazendo o resgate naquela trincheira de guerra, José era o motorista.
— Parece-me que não irmã, um verdadeiro massacre, tantos jovens aqui...
A irmã passeia, fechando os olhos dos que já se encontravam sem vida, tentando encontrar entre aqueles alguém que pudesse resgatar...
José vai a frente e observa um jovem com uma fratura exposta... Ele grita, sai sufocado o grito. Por favor me ajuda... José chega, e observa a gravidade do ferimento, era no fêmur, o osso estava exposto, e o sangue já tinha sucumbido do corpo. José pela experiência sabia que era seus últimos momentos, a freira foi adiante escutou um ruído e foi observar.
A chuva castigava aquele cenário apocalíptico.
José chega e apoia o jovem nos seu colo tentando nina-lo tal qual faz a criança.
— Senhor, Senhor, eu estou morrendo, eu sinto que estou... morren..do...
José olha para aqueles olhos quase que sem vida e começa a recitar o salmos 23.
E fala ao Jovem.
— Você acredita que Jesus é o teu salvador e aceita-o de todo o seu coração?
— Sim acei...to...
E a vida sucumbiu daquele jovem, o José motorista faz uma oração, nela entrega a vida daquele jovem...
A Freira grita de longe...
— José, corra aqui tem um jovem precisando de ajuda, esta com uma hemorragia muito grande, socorro José!
José olha para o jovem, que finaliza o processo tremendo o corpo em um ultimo sinal de vida... José chora, não conseguia suportar ver aquela cena e disse: — Senhor tenha misericórdia desta vida....
Deixa-o fechando os olhos dele...
Agora esta a caminho da freira Antônia. Cabe informar, que Antônia é a Madre Superiora de um convento das redondezas e José estava servindo como motorista. Os dois tinham esta incumbência de ir ao campo de batalha para buscar os que sobreviviam para trazer para o hospital de campana que nos mesmos moldes, foi feito em vários conventos daquele lugar.
José tinha a sua motivação pessoal para agir assim, e sempre que possível fazia a oração e o apelo para quem estivesse no instante da morte, já Antônia era uma socorrista experiente conseguia salvar vidas, aquela dupla se fez, mesmo com divergências religiosas, em tempos de guerra a sobrevivência e o ajudar é o que motiva as pessoas a não desistirem.
— Rápido José, traga algo para fazer um torniquete, ele esta esvaindo em sangue.
A freira pegava o jovem e tentava medir o pulso, não o encontrando.
— Meu Deus tenha misericórdia desta alma... Rápido José. José corria, em meio aos tropeções em entulhos, corpos e muita madeira daquele lugar inóspito parou e rasgou de modo desesperado uma roupa de um abatido soldado, sabia exatamente o que estava fazendo pois já havia feito antes precisava de um pedaço relativamente grande para estancar o sangue da tal hemorragia.
A freira apertava o ferimento para fazer o sangue parar de verter.
A chuva dificultava as coisas, mas deixava o ambiente pelo menos ventilado.
— Meu Deus, estou perdendo ele! Disse a freira pegando rapidamente o pano para fazer a compressa no ferimento e estancar o sangue.
José olha ao rapaz, e vem um grito de desespero...
— Meu Deus!
A freira olha e começa a rezar... Continuando o seu trabalho
— Meu Deus, não, Meu Deus!
A freira se assusta entendendo que a reação do motorista era um tanto quanto exagerada, ele já era acostumado com tais casos, até piores, tendo em vista que os dois faziam recolhimento dos corpos por diversas vezes em outras oportunidades...
— Pai, não, não deixe o ir, e chorava tentando ajudar a madre fazer o seu serviço.
— Calma, José é apenas mais uma alma sofrida desta guerra, somente isto.
— Não irmã... Este é o Robson meu filho!
RV020818961
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