Capítulo 09

Estava com aquela moça na minha frente eu precisava compreender o que ela escondia. No arder da febre, ela dizia: — Não, ou seja, estava atormentada.

Levanto...

Precisava revisar cada palavra, poderia ser o último dia dela neste convento.

Quando observava a juventude daquela noviça resquícios do meu passado vieram a tona.

Mas preciso ser severa e colocar ordem no convento que com mãos de ferro cujo qual administro-o.

Vou a janela...

De repente o meu olhar para ela me mostra algo que não gostaria de lembrar: — O meu passado. Ele é demonstrado na cena que vejo abaixo.

— Algum problema irmã? Se preferir posso voltar aqui em outra hora. Vejo que mudou o seu humor. Disse a noviça,  olhei para ela e vi a 'abusada' estava a me observar.  

— Mas é sobre o seu temperamento Lara que precisamos conversar.

Voltei a olhar na janela e agora ele me olhava. O que ele faz aqui? Como teve coragem de vir no meu convento?

— Espere um pouco Lara, já começamos a nossa conversa.

O Pastor conversava com o jardineiro, eu queria saber do que se tratava. O meu passado que até então estava oculto e escondido no muro deste local. Estava querendo me atormentar. Retomei as minhas atenções a ela, que precisava ser tratada neste momento, era a prioridade.

— Lara, Lara, há algo que precisa me contar?

— Algo sobre o que Madre?

— Algo sobre o seu passado?

— Por que a pergunta irmã?

 — Lara, Lara, eu passei a noite ao seu lado na cama. Nos momentos de febre você delirava. E continuou:

— Por que você falava: —  Não? E olha que era algo sucessível.

— Não sei Madre, foi involuntário a minha vontade.

— Lara querida irmã, quando aceitou a servir a Deus deveria deixar o seu passado para trás.

Olhava para aquela moça, quais seriam os seus segredos? E o que tanto a atormentava.

— Você ama a Cristo e a Deus acima de todas as coisas? Perguntava a Madre rodeando-a com um olhar inquisitivo.

— Amo Madre, sou serva de Cristo acima de todas as coisas.

A curiosidade passeava nos pensamentos da Madre que a fez voltar a olhar para a janela e ficou a observar o diálogo do Pastor e o jardineiro, o observar fez ela olhar o pastor entregar uma carta para o jardineiro. Isto fez o semblante da religiosa ficar alterado.

— Madre você parece preocupada com algo? Posso voltar em outro momento.

Olhava para aquela moça e infelizmente ela tinha razão. Como um choque de realidade eu precisava urgentemente saber do que se tratava a visita do pastor.

— O que ele estava fazendo aqui, pensava a Madre. Agora a Madre pensava no Pastor, seus olhos continuam os mesmos, como dizem não envelhece ... Componha-se e seja fiel a Deus e a seus ideais.

— Irmã Lara, nós iremos continuar a nossa conversa em outro momento, como você bem observou, surgiu uma outra urgência, mas saiba que estou te observando.

— Obrigado irmã.

— Obrigado nada, estou te convidando para passar dois dias no quarto das lamentações.

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