※ Capítulo 06
06 - A noviça Atormentada
Fui de manhã e procurei ela na mesma janela que a vejo sempre, sentei no banquinho da praça, horas e horas nada adiantou, ela não surgiu. Decidi olhar mais de perto e fui ao portão do convento, no entanto, sem sucesso.
Apareceu o jardineiro que estava a podar as árvores de acesso àquele lugar lindo, mas para mim, parecia uma prisão. Ele mascava algo, não sei precisar o que, olhou para mim e disse:
— Esta procurando alguém? Aqui é um convento, não pode ficar bisbilhotando as irmãs. Respondi:
— Não estou bisbilhotando ninguém. O jardineiro rude, e fedendo a suor retrucou:
— Sei, não é de hoje que vejo você perambulando por aqui. Procurando alguém? Espero que não seja pela noviça que quase morreu de febre ontem.
— Quase morreu de febre? Quem? E continuei a perguntar o jardineiro disposto a esconder o que ocorria atrás do portão, logo, logo contava pormenores desinteressantes, como: A rudez da Madre Superiora. A proibição das noviças de verem pessoas estranhas, e outras coisas, que a mim, pareceu um total disparate.
Pois, é rapaz, não se fala outra coisa aqui pela criadagem. A noviça que delirava e gritava:
— Não. Alguns aqui dentro dizem que foi o próprio inimigo que veio infernizar a moça. Pobre tão linda, sendo atormentada.
— Atormentada?
E o jardineiro, como um bom espalhador de notícias, tratava de dramatizar os momentos da pobre noviça, e dizia deste modo:
— Não fale nada a ninguém. Parece que se trata de uma possessão.
— Possessão?
Quando ele falou daquele modo me estremeci. Como seria isto? Já li no evangelho e ouvi falar de pessoas com este sentimento de tormento. Mas provavelmente era o meu anjo estava passando por isto.
— Quer falar com alguém? Perguntou o jardineiro voltando ao seu jeito rude de ser.
— Não, não, só fico curioso pela vida aí do outro lado.
— Quer tornar-se um padre?
— Não, não...
— Então, não fique rodeando as noviças, pois elas são moças que entregaram a vida a Deus.
— A propósito, estou te reconhecendo.
— Reconhecendo, eu?
— Sim você não me é estranho, quem é o seu pai.
— Alguém sem importância, disse Robson, e tratou de montar na bicicleta e deixar rapidamente aquele local, sem ter visto a moça que tanto queria observar.
O jardineiro segurava uma enxada tentando lembrar-se de onde tinha visto aquele jovem. E logo a recordação veio. - Claro! Como poderia esquecer? É o filho do pastor da vila. A Madre Superiora irá adorar de saber disto. Que o pastor esta mandando o filho sondar o convento.
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