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Gaspar 🕊
Tava passeando pelas ruas quando encontrei quem eu queria. Alice tava com um cabelo curto sentada numa lanchonete com uma outra menina, tava cheio de sacolas por aí.
Estacionei na rua de trás e coloquei o casaco, coloquei o boné e a máscara. Me estiquei pegando a pistola debaixo do tapete e sai do carro, me benzi e corri até a lanchonete, quando a menina que tava com a Alice percebeu que eu tava indo na direção delas se levantou pra correr.
Quando Alice viu tentou levantar, mas eu segurei ela pelos braços e chutei sua perna. Com força fui arrastando ela até o carro e joguei ela no banco de trás trancando as portas, sai pegando os becos com ela gritando no meu ouvido e eu só ignorei. Quando achei uma rua segura parei, peguei o perfume coloquei no pano, empurrando contra o rosto dela.
O que era quase impossível porque a garota não ficava quieta. A rua era sem saída e não tinha ninguém, desci abrindo o porta malas e joguei ela lá dentro, amarrei as mãos dela e sai dali o mais rápido possível indo pro morro.
Cheguei na salinha de tortura e joguei ela nas mãos do Coronel, que tava fumando um com os moleques.
Gaspar: Goiaba chegou? - Falei descendo do carro e vendo os menor arrastando ela pra dentro da sala.
Coronel: Ainda não, mas ele soltou a voz que tava tudo suave.- Balancei a cabeça.- Hoje de noite, reunião na minha goma.
Gaspar: Vou colar.- Falei jogando a chave do carro pra ele.- O dinheiro das peças é meu!
Coronel: Vai tu desmontar então, filho da puta.- Brincou olhando o carro.- Qual foi ein branquelo, quando tu vai botar a cara no crime de verdade mermo?
Gaspar: Estelionato é crime filho, tá negando as origens? - Falei sorrindo sem graça.
Coronel: Quero tu como gerente do tráfico desse morro, tu tem um potencial do caralho.- Neguei.- Só te vejo assim moleque, e qualquer hora assumindo meu lugar.
Gaspar: Eu tô tranquilo com minhas escolhas, tráfico desse nível não é comigo.- Falei sério.- Já dou desgosto demais pra quem eu deveria tá orgulhando!
Coronel: Dona Joyce se orgulha de tu até na tua pior forma.- Falou me encarando.
Balancei a cabeça e fui descendo o morro pra casa, troquei de roupa e tomei um banho que relaxei. Eram quase seis da noite quando eu sai de casa indo pra casa da Luana, ela comia o bolo de chocolate que eu tinha deixado, e assistia um desenho.
Gaspar: Por que a porta tava destrancada? - Questionei vendo ela não tirar os olhos da televisão.
Luana: Você sempre vem, tava te esperando...- Eu encarei ela com um sorriso de lado e ela me olhou.- Não fiz janta hoje.
Gaspar: Tá suave, só vim dar um rolê. Tô descendo pro Coronel que tem uns bagulhos pendentes pra resolver.- Sentei do lado dela.
Luana: Não volta pra cá? - Meu deu um selinho.
Gaspar: Talvez só amanhã.
Luana: Por que? - Falou me olhando.
Gaspar: Não sei de que horas saio de lá e tem uns bagulhos pra resolver de manhã também...- Falei olhando pra tv.
Ela murmurou um tá bom e eu olhei pra ela, ela desviou o olhar e eu soltei uma risada colocando meus pés em cima da coxa dela.
Fiquei marolando ali por um tempo e resolvi meter o pé, ela ficou me abusando quando eu ia embora e ficou me olhando da porta. Dei um beijo nela que me abraçou e ficou assim por uns minutos.
Luana: Você é lindo.- Falou beijando meu rosto.
Gaspar; Qual foi, tá carente? - Falei balançando o rosto dela, Luana me olhou confirmando com a cabeça e eu fiz cara feia.- Se eu sair antes das três horas de lá eu venho dormir aqui.
Luana: Vai ter mulher? - Falou me olhando curiosa.
Gaspar: Vai, casa tá lotada de mulher.- Debochei vendo ela tentar me soltar e eu ri.- Vai não loira, só os moleques.
Luana concordou com a cabeça e eu beijei a testa dela indo pra minha moto, subi pra casa do Coronel e os moleques tavam lá comendo pizza e bebendo uns bagulhos.
Coronel: Demora do carvalho ein! - Encarei ele pegando um copo.
Gaspar: Ficou com saudades foi? - Debochei colocando whisky no meu copo e goiaba me abraçou.
Goiaba: Eu fiquei.- Falou abraçado com minha cintura e eu me soltei dele rindo.
Orelha: Fala aí se minha ideia não é maneira, irmão.- Olhei pra ele me sentando.- Pede o Fábio no lugar da Alice.
Gaspar: E quem garante que ele vai querer trocar? - Orelha deu os ombros.
Goiaba: É só um bagulho que falo pra vocês, se pegar ele vai ter que matar! Não tem condições daquele maluco sair vivo da mão de qualquer um não, se ele sair ele fode com tudo.
Coronel: Eu não acho que ele vai render fácil assim não.- Assim que eu terminei de falar escutei barulho de tiro e encarei o Coronel.
Ele deu um pulo indo atrás do rádio e eu me sentei pegando meu celular, mandei mensagem pra Luana e olhei pro Coronel.
Coronel: Tão subindo por aqui.- Falou com o rádio na mão e eu levantei.- Polícia tá atrás de algum bagulho, deve ser da Alice.
Gaspar: Vou descer pra casa da Luana.- Falei indo até a porta e Goiaba entrou na minha frente.
Goiaba: Ta maluco? Sair agora é pedir pra tomar tiro na cara.- Negou.
Gaspar: A garota tá sozinha, ela nunca escutou tiro de perto não.- Apontei.
Coronel: Qual foi, Gaspar. Eu tô ligado no teu lance com a mina, tua preocupação... Mas a gente não sabe nem o que eles tão procurando, a gente já viu vários menor morrer na inocência só porque tava andando por aí. Luana sabe se virar, ela tem que aprender de uma forma ou de outra.
Orelha: Liga pra ela mano, fica tranquilo! - Olhei pra ele negando com a cabeça.
Subi as escadas indo pra laje e me agachei olhando a movimentação, peguei meu celular vendo que a Luana não tinha mandado nenhuma mensagem e nem respondido, liguei pra ela escutando só chamar e minha mente encheu fácil de neurose.
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