Gaspar 🕊

Eu tava terminando de resolver meus esquemas quando maluco liga pra mim, me faz sair de casa pra ir escutar confusão, tava na cara. Quando eu chegue na casa do goiaba, mano orelha tava contando algum bagulho pra ele mas eu só reparei que em cima da mesa tava o celular que eu dei pra Luana.

Mandei uma colega minha que era desse estilo dela ir na pista e comprar essas porra, com o meu cartão clonado nem preocupei quanto ela resolveu gastar ou o que comprou, só mandei comprar um celular pra depois não tá no meu ouvido dizendo que eu não ajudei.

Goiaba: A loira não é tão burra assim não, ela já sabe quem é o mano Coronel.- Encarei ele.

Gaspar: O que rolou? - Me joguei no sofá.

Goiaba: Fui lá pra ver se a garota tava precisando de alguma coisa, ela começou num papo e terminou me dando certeza que sabia quem era o Coronel.- Eu ri debochando.

Gaspar: Maneiro pô, tu fez o maluco tomar no cu! Eu só quero saber como, porque eu passei a noite todinha com a garota e em nenhum momento ela veio com esses papos pra mim, qual foi filho da puta? - Apontei.

Orelha: Como ela ia fala se tu tava macetando ela? - Falou rindo e eu segurei o risada, vendo o Goiaba de cara fechada.

Goiaba: Bagulho é sério porra, quando o mano voltar de Brasília vai ficar bolado com todo mundo, não é só comigo.- Negou com a cabeça.- E tu maior otario dando celular a menina, tá ficando maluco porra?

Gaspar: Pra ela parar de apertar minha mente caralho, não sabe fazer porra nenhuma! Se deixar ela dentro de uma casa sem nem um celular pra pesquisar as coisas, capaz da casa desabar na cabeça dela.- Orelha continuou rindo.

Orelha: Percebeu isso quando tava comendo ela? - Falou achando maior graça e nós dois olhamos feio pra ele.

Gaspar: Eu não comi ninguém não, caralho.- Mandei dedo.- Leva a sério o bagulho, dumbo. 

Orelha: E eu vou fazer o que? Nem falo com a mina, tô tranquilo na minha, dei nenhuma informação errada, num dei celular! Eu sou o único certo, vou me preocupar em que? - Deu os ombros.

Goiaba: Eu vou falar que foi tu que deixou escapar, fica nessa vida boa aí, faz nada.- Eu neguei com a cabeça.

Orelha: Se manca filho, meu chefe sabe o prodígio que eu sou.-Encarei ele, maior bobo.- O que a gente faz?

Goiaba: Da um apavoro maneiro na garota.- Apontou pra mim.

Gaspar: Caralho é de fuder mesmo, manda esse filho da mãe aí cara! - Apontei pro Orelha.

Orelha: Também acho, se o Gaspar for capaz do apavoro ser de outra forma.- Levantei e dei um soco no braço dele vendo ele rir.

Gaspar: Tu é pior que criança cara, pior!

Goiaba; Tu vai e ponto final.- Me olhou.- Tu é o único que ela vai comer papo, tu tem mais moral nesse bagulho que qualquer um de nós. Porque ela acha o Orelha só fofoqueiro e eu o preguiçoso, tu é o arrogante.

Orelha: Fofoqueiro vou ser quando espalhar pro morro com quem ela tava.- Fui pra cima dele dando outro tapa e a gente começou a brigar, enquanto ele ria.

Goiaba: Porra, vocês são chatos pra caralho. Vai fazer a porra da tua missão e tu vai pra contagem de droga.- Falou me empurrando.

Neguei com a cabeça indo ver aquela porra loira de novo, tava enjoado da cara dela já. Invadi a casa vendo ela lavando a louça e balancei a cabeça, sentindo cheiro de comida maneira até.

Gaspar; Fez o que aí? Tô na maior larica.- Falei indo até as panelas e ela não me respondeu, terminou de lavar a louça e eu só peguei um prato, coloquei a comida e me sentei.

Comi sozinho e em silêncio, depois coloquei o prato na pia pra feia lavar mermo e fui atrás dela, ela tava sentada na cama e nem quis me olhar.

Gaspar: Bora ali, levanta.- Falei alto chamando atenção dela, ela me encarou e fez o que eu mandei, veio atrás de mim e fechei a casa indo pra moto.

Ela subiu na garupa e eu subi até a sala de tortura, entrei lá e ela ficou parada na porta com a mão na boca.

Luana: Isso aqui tá nojento, eu não entro nisso.- Falou negando e eu puxei ela pelo braço pra dentro fora, onde passava poucas pessoas.

Gaspar: Eu vou te dar o papo em um único tom, que sirva de lição pro resto dos teus dias! Essa porra aqui não é brincadeira, tu descobriu quem é o chefe? Maneiro, parabéns pela inteligência. Mas se tu quiser dar uma de esperta e querer fuder tudo, só pra voltar pra aquela vida de merda e pra um lugar que ninguém te quer por perto, eu faço da tua vida um inferno.- Apontei pra ela que me encarou, baixou o olhar e respirou fundo.

Luana: Como você sabe que eles não querem por perto? Eles são meus pais.- Falou baixo, olhando pro chão.

Gaspar: Para caralho, o que tu chama de pai de expulsou, nem te escutou, te bateu! - Falei puto batendo no ombro dela.- Segue teu rumo caralho, arruma algum bagulho pra fazer, vai atrás de um trabalho, esquece aquela vida que tu tinha porque não vai voltar. Mermo que tu entregue o mano nas mãos dele, aquela porra nunca vai voltar.

Luana: Não é fácil mudar de viva uma hora pra outra, eu só preciso de tempo. Você me cobra como se isso te envolvesse em alguma coisa, é no meu tempo, no meu aprendizado!

Gaspar: Para de ser burra garota, ninguém vai ficar esperando teu tempo pra poder fazer maldade contigo! Eu perco meu tempo pra caralho contigo, o mínimo que tu podia fazer é prestar atenção!

Luana: Você fala como se eu implorasse pra te ter comigo, como se eu pedisse pra ir me ajudar. Eu nunca pedi, isso não me fez menos agradecida, mas você precisa sustentar suas ações! Se você vai me ajudar, é porque você quer, não por outro motivo. Você me cobra tudo, me faz perceber que eu tenho o direito de cobrar ao menos uma postura sua.

Gaspar: Tu não tem o direito de nada, só isso.

Luana: Você mentiu pra mim, você sempre soube que eu não sou a mulher mais esperta e nem de longe, você viu o quão boba eu podia ser. Você me fez sair como errada pra Andressa e não teve atitude de homem em ao menos admitir que mentiu pra mim, se você não tivesse lá eu ia apanhar dela por motivos que eu nem saberia explicar.

Gaspar: Mas eu tava, não tava porra? Ninguém tem nada a ver com minha vida, com quem eu fico caralho.

Luana: Para de ser egocêntrico, não é sobre você.- Falou alto.- Não se envolvia você, me envolvia, envolvia ela, são pessoas não a droga de brinquedo pra tu agir dessa maneira.

Andressa: Pelo visto conto de fadas já acabou.- Olhei pra trás da Luana, vendo a Andressa chegando ali.- Durou menos do que o esperado, a bobinha já aprendeu que não é fácil ser amante?

Luana: Vai pro inferno, eu não tenho culpa se a merda do seu namorado mentiu pra mim sabendo que iria conseguir me enganar fácil. Se você continua com ele mesmo sabendo de tudo você é uma otaria e não tem mínima direito de me querer cobrar nada.- Falou olhando pra ela.

Andressa arqueou a sobrancelha e eu passei a mão no cabelo, puxei o braço da Luana pra ela subir na moto e ela me empurrou com cara de choro e foi descer andando. Olhei pra Andressa que me encarou e subi na moto ligando.

Andressa: Você vai atrás dela? - Falou sem acreditar, quando eu liguei a moto.

Desci devagarinho e parei a moto na frente dela, ela me olhou limpando o rosto e foi passar, mas eu puxei ela pelo braço.

Gaspar: Tu vai se perder em dois segundos do jeito é lerda, então sobe logo nesse caralho que eu já tô no estresse contigo.- Ela parou de tentar andar e me encarou.

Luana: Viu que nunca sou eu que vou atrás de você? Você sempre vem.- Falou em tom debochada me olhando.

Gaspar: Eu vou descer dessa moto e te arrastar pelo cabelo maneiro por esse morro todo.- Ela montou na garupa e eu escutei uma risada.

Luana: Bem vinda ao inferno, Luana.- Sussurrou fechando o sorriso e eu dei partida na moto, ela me deu um tapa porque não tinha segurado e eu só acelerei sentindo ela me apertar. 

Olhei pelo retrovisor e Andressa ainda tava parada no mesmo lugar olhando pra moto descendo, neguei com a cabeça e cheguei na velocidade da luz na casa.