16
Coronel 💷
Eu tinha chegado depois de ter ido dar um rolê na boca daqui e ganhar meu dinheiro maneirinho, quando eu cheguei na casa só vi as meninas tudo na piscina. Assim que entrei elas me olharam e eu deixei o mano goiaba ir estacionar a moto.
Quando entrei em casa fui direto no quarto e guardei a grana, desci indo pra cozinha vendo que só tinha uns manos na sala. Quando entrei na cozinha vi que a loirinha tava parada olhando pro fogão e eu fiquei sem entender.
Coronel: Qual b.o? - Ela me olhou com cara dúvida.
Luana: Eu não sei ligar isso aqui.- Apontou.
Coronel: Ué pô, simples.- Peguei o isqueiro do bolso e acendi.- Tem fogão em casa não?
Luana: Até tenho, mas não uso e ele é digital.- Falou rindo fraco e eu peguei uma garrafa de água.
Coronel: Mimada mesmo ein cara, nunca deve ter lavado um banheiro.- Falei observando ela esquentar água.
Luana: Tá tão na cara? - Confirmei.- Não me orgulho, inclusive.
Coronel: Como não? Vidona de princesa. Eu iria marolar legal, só gastar e viver em festa.
Luana: Você descreveu minha vida.- Revirou os olhos e eu me sentei.- Mas é muito tedioso, sempre as mesmas coisas, mesmas pessoas, mesmas saídas...
Coronel: Se tu cola comigo por um final de semana eu te mostro um mundo que tu nunca mais vai querer sair.- Brinquei.
Luana: Pra onde você me levaria? - Falou curiosa, colocando leite em pó numa xícara.
Coronel: Holanda, dubai, egito...- Falei e ela me olhou arqueando a sobrancelha.- Mas a Penha tu ia se amarrar.
Luana: Você não tá falando dos países né? - Falou colocando a mão na cintura e eu ri.
Coronel: Morro, filhona! Comunidade, onde tem os melhores bailes e só acontece bagulho maneiro!
Luana: Bagulho maneiro você quer dizer o financiamento do tráfico de drogas, certo?!
Coronel: Mas tu tirou essa informação da onde? Foi teu pai que te deu ou tu pesquisou? - Questionei e ela ficou calada, colocando água na xícara.- Se tu nunca subiu o morro, como tu sabe?
Luana: Contra dados e estatísticas não há argumentos...
Coronel: E tu acha que o estado subiu favela pra perguntar? Eles criam esses dados e jogam, aí os malucos de classe alta que nunca subiu um morro pra conhecer acreditam. Do que adianta vários privilégios se não serve pra estudar, Luaninha? - Ela me olhou, sentando na minha frente.
Luana: Vou até admitir que você tá certo.- Pisquei vendo ela sorrir.- Você mora aonde?
Coronel: Nova Holanda. Geral daqui é cria de lá, achei que pelo menos isso tu soubesse.- Ela me olhou sem graça.
Luana: Deve ser por isso que a Alice não me contou aonde a Andressa morava...- Observei o Gaspar entrando na cozinha.
Coronel: E aí, cabou a amizade aqui? - Gastei ela que tava sem graça.
Luana: Eu não tenho nada contra, é só que é uma realidade totalmente diferente da minha que eu nunca quis conhecer.- Falou tomando o bagulho da xícara.
Gaspar: E agora? Tá malucona pra subir num morro, né não? - Se intrometeu pegando uma cerveja e eu olhei pra ele, vendo que ele já tinha fumado no mínimo uns cinco cigarros.
Meu mano gaspar era na dele pra caralho, só vivia de cara fechada e gostava nem de falar com ninguém. As vezes quando ele fumava até ficava mais de boa e falava com geral, mas era quase nunca esse bagulho.
Luana: Eu fiquei curiosa.- Revirou os olhos olhando pra ele.
Coronel: Então jae, esse sábado tu cola comigo lá na penha.- Apontei com a cabeça pra ela que riu.
Luana: Mas vocês não vão ficar até domingo?
Coronel: Eu volto na sexta de manhã porque tenho uns b.o pra resolver. Eu e os moleques, só vai ficar as negas aí.
Luana: Entendi.- Balançou a cabeça e o celular dela tocou.
Gaspar trocou olhar comigo antes de sair e eu encarei ele, vendo a Andressa entrar na cozinha agora. Percebi o olhar feio dela pra Luana e já fiquei na curiosidade, ela entrou e em seguida a Carina, as duas pegaram gelo e saíram.
Eu já tinha puxado a ficha toda da Luana junto do Gaspar, sabia de quem era filha, de quem a Alice era filha, sabia que o pai da Alice tava querendo a minha cabeça.
Sabia de altos bagulhos, nada passou batido.
Mas desde que a gente chegou aqui vejo uma implicância da Andressa com a Alice, tava na maior curiosidade até que resolvi puxar esse papo.
Coronel: Aí...- Ela tirou os olhos do celular.- Qual teu b.o com a Andressa? Ela te olhou feião.
Luana: Acho que ela tem ciúmes de você então, porque é a segunda vez que ela me olha feio quando eu tô perto de você.- Eu me engasguei com a água e a Luana gargalhou.
Coronel: De mim? Tá maluca? Tá viajando legal.- Falei negando com ar de riso.
Luana: Ela fica com alguém daqui, por acaso? - Aí eu me enrolei, ia falar do mano gaspar mas sabia que o branquelo queria pegar a loira, eu ia estragar o esquema do maluco.
Coronel: Pega não pô. Mas tu tá marolando nesssa viagem dela comigo, tá ficando maluca.- Apontei vendo ela rir.
Luana: Tô marolando mas você ficou nervoso fácil, né? - Questionou colocando a xícara na pia e eu fiquei calado, só negando.- Eu vou aproveitar e vou lá pra fora, antes que ela puxe meu cabelo.
Coronel: Vai lá, malucona! - Ela piscou saindo da cozinha e eu desviei o olhar.
Mas no papo dez, a Andressa não saía muito com os moleques quando tinha um rolê assim, mas eu já tinha percebido uns olhares que ela tinha pra mim. Já quis até falar com o mano gaspar sobre isso, eu sei o certo e errado e pegar mulher de mano é bagulho além pra mim.
Eu tô ligado que é do interesse dele, que não tem sentimento nenhum ali, mas se ele não gostasse, tinha arrumado outro esquema muito melhor que o pai da garota faz tempo, tô errado?! Então os dois são maior safadeza, ninguém assume o que quer e fica só na marola.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro