Capítulo 8
Os dois homens se despediram com apertos fortes em suas mãos e cada um foi para o seu lado.
Minutos depois Carlos estava diante do chefe dos médicos travando uma luta, até que o diretor chegou.
— Boa noite Carlos, em que posso ajudar a um velho amigo. Disse sorrindo.
— Você sabe do que eu preciso. O de sempre, rápido e limpo. Apague todas as pistas e o seu dinheiro estará em sua conta de manhã.
— Pode deixar, tudo será como querer. E comunique ao senhor Kouris que estamos aqui para servi-lo. Explicou o diretor mais uma vez.
— As amostra foram trocadas com sucesso. Vou deixar uma equipe de confiança cuidado dele, não se preocupe. Ninguém vai descobrir nada.
— Assim espero. Respondeu cansado.
— Noite difícil meu amigo? Perguntou ele estendendo um copo de uísque.
— E como, Alec dá trabalho demais. Gostava bem mais quando ele era apenas um garoto e corria pela floresta sem ter conviver nesse mundo caótico. Reclamou ele.
— Mas temos que prosseguir e continuar não é mesmo.
— Verdade. Sorte que o Supremo está cuidando de tudo até o despertar do Alec.
— Sabe que ele pode não despertar. Alec infelizmente é um mestiço e a mãe não é uma de nós.
— É eu sei, mas ele tem sangue do Supremo. Então temos que aguardar.
— Foi loucura David se apaixonar por uma cigana qualquer. Disse o diretor enchendo o seu copo novamente.
— Não tão qualquer assim, uma princesa cigana. Lembre-se disso meu amigo. E se ele houve falar assim, estamos mortos. Sorriu Carlos lembrando de algo do passado.
— Certo, a cigana Cristal. Que pode ter filhos cristais e daí. Qual é o segredo disso tudo afinal.
— É isso que nosso líder foi descobrir.
— Por isso essa viagem repentina dos dois.
— Correto, o único que sabe a verdade é o maldito do Lapot.
— O avô do Alec, aquele cigano lunático?!
— Sorte nossa que ele assim que descobriu o envolvimento de nosso líder com a filha dele, a expulsou de seu clã. Caso contrário ele teria direitos sobre o Alec pelas leis dos antigos.
— Eu me lembro dessa história ele acho que a filha esperava uma aberração, além disso tudo indicava que se tratava de uma menina. Por causa dos sintomas e a luz que ela transmitia a sua volta, luz branca.
— Exatamente, e esse é o mistério. Alec vai se transformar completamente ou será outro tipo?
— Como um Híbrido, você quer dizer.
— Não. Como os antigos xamãs.
— Mas isso pode ser o começo de algo grandioso para a nossa...
— Fale baixo, alguém está se aproximando.
Eles ficaram em silencio por alguns minutos. Alguém pegou na maçaneta da porta, mas acabou desistindo e foi embora.
— Sentiu essa presença?
— Senti... Foi estranha. Pareceu uma das nossas, mas tem algo de diferente. Além disso, tem cheiro de uma Alpha.
— Bobagem, mulheres assim são raras. E foram extintas na última guerra. E só temos conhecimento delas pela histórias que nos contaram quando ainda éramos jovens. Deve ser esses perfumes que tantos elas gostam e que atrapalham demais o nosso olfato.
— Eu até gosto de alguns perfumes. Mas nada substitui o cheiro da pele de uma fêmea. Sorriu de modo engraçado.
— Mas voltando ao assunto, Se o rapaz for um xamã, o que podemos esperar dele?
— Pelo o que me contaram os antigos, quando a alma de um xamã se desprende e viaja ao centro do Universo, até a Árvore do Mundo – eixo que faz a conexão entre as 3 zonas cósmicas: o mundo terrestre, o céu e submundo. No submundo, ele pode resgatar a alma de uma pessoa doente, restituindo, assim, sua saúde. No céu, pode negociar informações sobre o futuro e melhores condições de clima e de caça. Acredita-se, inclusive, que o xamã pode se transformar em animal – onça na Amazônia, tigre na Malásia, lobo ou urso na Sibéria e em todo o Ártico, águia ou corvo na Ásia e na América, entre outras tantas metaformoses.
— E Alec o que seria então?
— Só os deuses sabem na verdade.
— E quando ocorrerá?
— Esse também é um dos problemas. Não sabemos de nada. Apenas das lendas antigas, contadas por povos esquecidos pelo tempo. A mais de 100 mil anos não se vê um verdadeiro xamã. Sabe que minha mestra gostaria de saber mais sobre isso. A minha e a sua família tem um passado, um acordo.
— Avise sua líder que logo ela vai ficar sabendo de tudo. E que nossa família jamais se esquece de suas promessas. Os avôs de Alec nós contaram tudo sobre o encontro com Katryna - A imortal.
— E pelo jeito não veremos por mais 100 mil anos meu amigo.
Nisso o telefone toca informando que tudo está pronta para a transferência do paciente.
— Ora de voltar para a nossa triste realidade. Finalizou Carlos bebendo o último gole de uísque.
— E quanto a garota?
— Que garota?
— A acompanhante do nosso rapaz prodígio. Ela é uma gata, sabia?
— Não me interessa saber nada sobre ela. E não diga nada também! Diz sem paciência alguma.
O outro sorri sem entender nada e dá de ombros se sentando em sua mesa.
— É tão bom fazer justiça quando surgem casos complicados assim. Esses momentos são exatamente a razão pela qual eu amo o meu trabalho. Pensa Baker ao sair do hospital resignada, já imaginando que jamais voltaria a ver Alec novamente.
Seria bem melhor assim, sua vida era complicada e cheia de altos e baixos. Além disso, ela queria distância dos homens por um bom tempo.
Hora de cuidar e aprender a si amar. No momento ela era o suficiente para si mesma.
Todos nós precisamos de um tempo a sós para descobrirmos mais sobre nossos desejos, personalidade e claro, as escolhas que queremos fazer. Por isso, que vou tirar um tempinho só para mim!...
A vida tantas vezes nos desgasta, fragiliza e cansa e então tudo o que queremos é um tempo a sós. Um tempo para refletirmos o que estamos fazendo, por qual caminho estamos seguindo e qual é a vantagem de estar onde estamos.
Quero um tempo só pra mim! Um tempo para dedicar-me a não fazer nada, um tempo para repousar, para colocar as leituras em dia e harmonizar a respiração. E cair de cabeça no trabalho, o meu melhor remédio nesse momento.
Conhecer o Alec foi incrível, e vou guardar a sua lembrança comigo. Ele tem algo que mexeu demais comigo, mas esse não é o momento. Nós dois estamos feridos demais para termos algo que dure. Além disso, somos de mundos diferentes. Ele vive no mundo dos ricos e famosos, e eu sou uma pessoa comum! Continuo divagando e caminhando para bem longe de onde ele está.
Depois de sair de cena e do meio de todos os problemas, Baker resolveu voltar para a agência. A cada caso resolvido o combinado era se encontrar com o Erick em seu escritório.
— Mas uma vez, Cat, você fez um excelente trabalho. Essa noite seus pais ficariam orgulhosos.
— Os meu pais biológicos ou os meus adotivos? Acabo perguntando de repente o pegando de surpresa, posso sentir o incomodo que essa pergunta o deixa.
A anos tento descobrir o mistério por detrás de minha origem, mas Erick vige que não sabe de nada, muda de assunto ou se faz de desentendido.
— Sabe que esse assunto não faz bem a ninguém. Mas uma vez afirma ele pensativo.
E não adianta tentar forçar a barra com ele, nunca deixou escapar nada sobre isso. Já revirei tudo que havia dentro dessa agência e não encontrei nada. Chego a achar que pode ser apenas coisa da minha cabeça.
— Estou feliz que apesar de todos os percalços desta missão, no final tudo ficou bem. Digo suspirando cansada demais para continuar o pressionando sobre esses assunto.
— Que loucura, hein? Mesmo trabalhando anos neste ramo sempre acontece algo para nos surpreender.
— Isso é verdade. Com esse tipo de trabalho jamais poderei dizer que a minha vida será monótona.
— E você Cat está bem? Sei que esse caso mexeu com você demais e o Alec...
Nesse momento sua colega, a agente Sarah Ferraço entra como um furacão.
Você e Erick balançam a cabeça e riem, Sarah sempre foi muito competitiva e até mesmo um pouco traiçoeira, chegando a fazer fofocas para tentar alcançar os seus objetivos.
Se tornando a sua arqui-inimiga, se foi as situações ou o destino que fez assim nunca saberemos.
— Porque vocês dois estão de tão bom humor assim? Já fiquei sabendo que a Cat acabou por enviar os pés pelas mãos novamente. Comenta ela sorrindo.
Baker fica incrédula com a sua ousadia.
— Sarah deixa as brincadeiras para outro dia. Diz Erick sem perceber as insinuações maldosas dela.
— Porque não estaria feliz? Acabei de resolver mais um caso com sucesso! Você ainda não leu os relatórios enviados pelo delegado, não é queridinha.
Bem, foi quase isso, mas a serpente de peruca não precisa ficar sabendo de todos os detalhes mesmo.
A cara da outra se fecha imediatamente.
— Pensei que a grande agente Cat – A gata ainda estaria curtindo a maior fossa por ter sido largada no dia do seu noivado. Mas vejo que você não se importou tanto assim, não é mesmo? Então, que tal fazer uma grandiosa festa para comemorarmos o título de "a traída do ano"! Podemos fazer uma faixa e escrever assim: " Cat – a gata, super agente que descobre tudo, menos que está sendo traída!" Explica caindo na gargalhada.
Sério que ela me disse isso?! Está querendo mexer neste vespeiro?!
Eu vou ter quer arrancar a língua dessa cobra!
— Não que eu culpe exclusivamente o seu ex. Coitado! Estou surpresa que ele tenha ficado com você por tanto tempo. Com tantas coisas tão melhores no mercado, deve ter sido difícil para você não é coitadinha?...
Erick limpa a garganta sentindo o clima tenso e pesado que começa a surgir dentro de sua sala.
— Garotas melhor pararem por aqui. Sarah estávamos conversando sobre um caso de trabalho. Cat é a melhor agente daqui você querendo ou não. Melhor começar a respeitá-la ou melhor por que você não aprende com ela?
A mulher fica vermelha de raiva mais não dá o braço a torcer e cruza os braços sobre o seu corpo.
— Estou feliz que conseguiu suas provas ou seja lá o que você tanto precisava, mas, Erick, na minha sincera opinião, você correu um grande risco na verdade ai enviar a Cat para essa missão. Ela já recebeu alta da nossa terapeuta? Ela poderia ter ficado desorientada em campo, pobrezinha.
Essa vaca está mr dando nos nervos!!!
Mas sei como acabar com suas gracinhas rapidinho.
— Nossa Sarah agora que eu foi reparar em você? Tem certeza que você está bem? Nesses meses reparei que você engordou bastante, anda exagerando nos Fat Food?!
— Que diabos você quer dizer com isso?
— Vamos apenas dizer que o peso extra não está favorecendo esse seu Armani querida!
— Sua... Sua... Gagueja ela furiosa. – Pelo menos eu não fui largada por alguém melhor do que eu. Sua desqualificada.
— Como você seria largada por algum homem se nem consegue um homem para isso!!!
— Senhoritas?... Por favor! Sem brigas entre as agentes aqui dentro.
— Não tenho tempo para isso. Erick vim ver o que você tem pra mim? Terminei minhas missões e todas com sucesso, sem apoio ou proteção?
— Agente Ferraço está muito tarde e ainda não me passaram a posição dos novos casos. Volte amanhã e discutiremos sobre um novo caso e meus parabéns pela solução do caso das joias roubadas e o sequestro do filho do governador. O rapaz mais uma vez fugiu de casa por causa de uma garota de programa, mas o governador já resolveu tudo. Enviou o filho com passagem só de ida para o exterior. Contou ele pensativo.
— Então teremos um grande caso brevemente?
— Talvez, quem pode prever o que nos reserva o nosso futuro.
— Agora terei que rever o nosso caixa, aquela louca fez com que gastássemos nossas reservas. Mesmo o senhor David Souris dizendo que irá arcar com todas as despesas. Acho demais, mas ele insistiu.
Erick de repente fica calado me olhando.
— O que foi? Por que está me olhando assim?
— Nada agente Cat apenas achei que você e o filho do senhor Kouris ficaram bem próximos só isso.
— Deixe de bobagens, Erick foi apenas mais um caso. Foi solidária apenas isso, nada mais.
— Que antiético se envolver com os clientes. Você não aprende mesmo nada com o seu passado.
— E alguém pediu a sua opinião aqui?
— Senhorita! Não vou falar novamente, parem com isso agora. Ou o próximo caso as colocarei para trabalharem juntas, entendido. Diz ele ficando de pé.
— Credo Erick!
— Prefiro a morte! Afirma Sarah emburrada.
— Isso eu posso providenciar rapidinho querida!
— O que? Ela está me ameaçando! Faça alguma coisa!...
— Eu?... Imagina querida. É tudo impressão sua! Certeza que você tomou os seus remédios hoje, achou que ficou louca, ou oh, meu Deus! Você está surda, deve ser a idade!
— Erick olha ela...
— Chega vocês duas! Deem o fora da minha sala imediatamente ou eu mesmo torcerei o pescoço de ambas com as minhas próprias mãos.
— Credo Erick que mal humor!
— Você viu isso Cat?... Estávamos só brincando Erick!!!
— Fora agora!!! As duas!...
Ambas correm em direção a porta, batendo uma na outra, entalando ambas na porta.
— Sua gorda, saia da minha frente.
— Eu não sou gorda! E você sua mal amada?...
— Fora as duas... Grita Erick ameaçando jogar um dos livros de algum processo em ambas.
Elas arregalaram os olhos e saem fazendo todos da agência gargalharem.
— Meu Deus eu mereço isso?! Diz Erick voltando a se sentar sua cadeira. — Parecem até duas crianças briguentas. Mas fazer o que eu amo as duas como se fossem minhas filhas. Finaliza Erick as vendo discutirem ainda pela porta aberta de seu escritório.
2404 Palavras
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