Capítulo 7
O comentário do Carlos deixa Alec furioso de repente, além de me deixar atordoada, será que eu havia exagerado em meu perfume.
— Pare com isso agora mesmo Carlos. A ordem veio em forma de comando do Alec e por um leve instante me pareceu que os olhos dele brilharam de uma cor diferente.
— Alec você não? Então é ela... Gaguejou Carlos olhando para nos dois assustado.
— Fique calado Carlos e vamos resolver esse assunto primeiro. Ordenou Alec mais uma vez.
— Eu não entendi nada. Exagerei no perfume? Pergunto estranhando a atitude dos dois.
— Senhorita depois conversamos. Agora precisamos resolver esse assunto. Alec disse me olhando diretamente nos olhos. Pude ver um brilho diferente em seus olhos escuros. — E não, a senhorita não exagerou em seu perfume. Você tem o cheiro mais doce que eu já encontrei, cheira a mel.
A química entre nós dois é tão forte que estamos nos sentindo atraídos até mesmo pelo próprio cheiro que exalamos.
Alec para um momento para me olhar mais ainda e por um breve momento vejo um brilho de desejo transparecer dentro de seus olhos.
Erick pigarreou e continuaram a conversa.
— Os pontos se ligam com certeza. Sinto informá-los, que tanto o Erick quanto a agente Cat foram ludibriados pela Cecília.
— Mas qual era o plano dela?
— Acreditamos como ela estava forçando uma relação com o senhor Alec, o plano inicial seria conseguir noivar e casar rapidamente. Vivendo juntos sendo casados ou não, ela seria a viúva e com a ajuda de Tomás, que confessou a existência de documentos que foram assinados sem que o senhor Alec percebesse, pois eles estavam no meio de outros documentos. Disse Marcos caminhando em direção a Cecilia que o desafia com o olhar.
— Que documentos seria esses? Perguntou Alec voltando a se sentar.
— Eles haviam o feito assinar certos documentos passando tudo o que lhe pertence para o nome dela. Algo como uma doação em vida.
— Isso é insano, ninguém acreditaria nisso. Grita Alec furioso. – Meus pais jamais aceitariam isso!
— Você tente se controlar Alec. Diz Carlos o segurando pelos ombros. — Você tem que manter a calma! Não queremos ter mais problemas ainda. Seus pais já estão ciente de tudo. Eles chegaram brevemente. A reunião do conselho terminou a poucas horas!
— Como pode me pedir isso. Eu quero matar aquela vagabunda!
— Mas o que é isso, meu querido? O que todos iram pensar de você? E as aparências?... Como a família Kouris vai explicar a grande mídia que o seu filho, o único herdeiro é um agressor de mulheres. Responde debochando dele e de todos a sua volta.
— Cala a boca Cecília! Grita ele caminhando em sua direção enquanto Carlos o tenta conter. — Eu nunca o agredi!
— E quem vai acreditar em sua palavra? Vocês ricos acham que o mundo todo são de vocês. Sempre tratando todo mundo com indiferença, nos olhando de modo superior... Única que me interessa de verdade em você é o seu dinheiro. Vamos entrar em acordo e tudo ficará bem, querido.
— Ficou maluca? Não tem acordo nenhum com você! Pode me ameaçar como quiser. Não irei cair em suas chantagens!... Quer divulgar e contar o que acha que sabe sobre mim, fique a vontade.
— Você e sua família são monstros na realidade. São eles que deveriam estar sendo investigados e presos!
Cecília começa a rir descontroladamente mudando suas feições de pobre mulher enganada e traída para outra bem diferente e diabólica.
— Você sempre foi um idiota Alec? E vocês querem saber quem é o tal famoso Alec Kouris?... Diz ela se levantando aos gritos. — Alec com seus vinte e cinco anos, se acha um garotão ainda, conhecido por exibir uma postura fria e indiferente com todos a sua volta. Quase inalcançável para a maioria das mulheres. Mas um eterno romântico, um trouxa que caiu facilmente em minhas garras.
— Nisso eu concordo sua víbora, não me envergonho do homem e de confiar nas pessoas, procuro ver o melhor em todos. E sempre sigo os meus instintos!
— Me poupe de seus discursos piegas e cheios de moralidade. Avança contra ele e tenta arranhá-los com suas longas unhas, os policiais a tentem a tempo. — O que vocês são na realidade? Qual o maldito segredo envolvendo a sua estranha família, Alec Kouris?
— Não sei do que você está falando?
— Não liga para essa louca Alec. Diz Carlos o afastando um pouco.
— Você como todos os homens, falsos e mesquinhos. Que só pensam em si e abandonam seus filhos como se fossem lixo.
— Ficou mais louca ainda? Eu não sou assim!
Não acredito nisso, certeza que os dois vão começar a lavar roupa suja bem em nossa frente, Penso em interromper a briga de ambos, mas Erick acena a sua cabeça indicando para que eu ficasse em silencio e apenas observasse tudo.
Qual será o plano dela agora? Cecilia demostra um descontrole emocional muito grande. Atacando o Alec e ao mesmo tempo dizendo que o ama desesperadamente. Inventando desculpas e estórias sem fundamento na tentativa de se justificar.
Como saber o limite entre o saudável e a obsessão numa relação?
— Eu realmente me senti atraído por você Cecilia, mas assim que eu percebi como você queria me controlar, resolvi terminar nosso relacionamento. Nos dois nunca daríamos certo, somos diferentes!
Afirmou Alec com o olhar triste.
— Mas somos perfeitos juntos querido. Eu posso me tornar a mulher que você procura! Disse Cecília de repente.
— Não, não pode se tornar Cecília. Você não entende... Não sou um homem para ser controlado e nem ameaçado! Respondeu Alec.
— Você é como o maldito do seu pai desfilando confiança e arrogância como se o mundo todo fossem somente de vocês. E as pessoas devessem ficarem debaixo de seus pés. Ostentando seu dinheiro e poder. Pilotando a sua moto barulhenta, esfregando sua rebeldia sem causa na cara de todos. Suas tatuagens escuras e seus olhos mais frios e escuros ainda. Almas sombrias destruindo vidas!... Vocês dois são monstros!...
— Não venha falar do meu pai sua maldita, ele é um homem bom e honesto. Não é como a escória de sua família! Alec murmura entre dentes ficando descontrolado.
O corpo dele todo treme pela raiva e tensão. Aos poucos procura se acalmar, passando as mãos em seus cabelos.
Sem conseguir me conter mais, corro até Alec e o abraço, tento passar verdade e consolo nesse gesto. Ele suspira fundo e desliza as mãos sobre minhas costas e eu faço o mesmo gesto.
O calor do corpo dele é reconfortante e me traz uma grande paz. É como se eu estivesse acabado de achar o meu lugar, a minha morada.
— Que cena comovente, então a agente caiu nos encantos do todo poderoso Alec Kouris! Patético!... Meu querido irmão! Diz ela com o olhar altivo e triunfante.
— O que foi que você disse?
Alec me solta, levando as mãos novamente a cabeça enquanto faz uma careta de dor.
— Repita o que você acabou de dizer Cecília.
— Isso mesmo maninho. Somos irmãos!... O seu amado e idolatrado papai, também é na verdade o meu pai! Gargalha Cecília. — Conta para mim e para todos como é transar com sua irmã? Gostou da notícia Alec? Pois eu adorei! Continua ela sem nenhuma piedade pegando a todos de surpresa.
— Isso é mentira! Isso não pode ser verdade! Lágrimas caem dos olhos dele. — Isso é um pesadelo! Eu não posso ter me deitado com minha própria irmã, eu não posso!...
— Posso até não ter a minha vingança. Posso perder tudo! Mas esse prazer eu vou ter com certeza! O prazer de te ver assim arrasado, sofrendo e destruído!...
— Minha cabeça... Ele serra sua mandíbula com uma força que nunca vi antes. Pareceu que uma corrente elétrica circulou por todo o local. Sentiu arrepios e calafrios, como se todos estivessem em perigo eminente.
— Alec por favor não perca o controle e... Diz Carlos e Marcos visivelmente preocupados.
Antes que possamos fazer ou dizer algo, Alec cai aos meus pés desacordado.
Cecília em um movimento repentino consegui sair das mãos dos policiais. E começa a me atacar...
— Sua idiota! Eu devia saber que você não resistiria aos encantos dele. Ela nos olha com desprezo e nojo.
— Cala a boca Cecília! Foi você que escolheu se meter nessa roubada, querendo se dar bem! Grita Carlos socorrendo Alec. – Rápido chamem uma ambulância.
Cecília por um momento parece ficar desanimada e sem palavras.
— Graças a todos vocês e com o testemunho dos agentes Erick e Cat, teremos todas as provas necessárias para te trancar o resto de sua medíocre vida!
— Carlos, querido, vamos conversar mais tarde sobre isso... Que tal só nos dois? Diz ela sedutoramente. – Entenda querido que a culpa não foi minha, o velhote disse que eu tinha apenas de seduzir pai e filho, jogando um contra o outro. Mas ambos não caíram no meu charme!
Carlos e Marcos se aproximam dela. Deixando Alec aos meus cuidados até os paramédicos chegarem.
— De quem exatamente você está falando?
— O velho Lapot me garantiu que nada aconteceria.
— As tentativas de assassinato também foi a mando dele? Indaga Marcos com curiosidade.
— Não, mas...
Carlos faz uma careta de nojo e ordena que os policiais retirem Cecília do apartamento e seja levada imediatamente para delegacia.
Ela tenta continuar falando, mas Carlos a corta antes que recomece novamente.
— Você Cecília, nunca mais irá falar ou se aproximar de qualquer um de nós principalmente do Alec!... Eu vou me encarregar pessoalmente disso, possa ter certeza!!! Você é uma mulher desprezível!!!
— Quem é afinal Lapot? Perguntou sem conseguir entender nada.
— Agente Cat o restante do caso está nas mãos do delegado Marcos agora. Lapot é o avô materno do Alec, infelizmente são problemas sérios de família. E que a partir desse momento não lhe interessam mais. Explicou ele friamente. — Avisem o Senhor David Kouris do ocorrido e quem é o responsável principal por toda essa confusão.
Enquanto Carlos continua a dar a Cecília o sermão de sua vida, Erick se aproxima de você preocupado.
— Bom trabalho, agente. Apesar dos contratempos acho que tudo acabou bem no final. E... lamento que isso tudo precisou chegar tão longe para descobrirmos a verdade.
A ambulância chega com os paramédicos e eu acabo embarcando junto com Alec.
Todos apenas observam calados, mas posso sentir o olhar deles sobre nós dois.
— Tem certeza que ele está bem doutor? Pergunto pela milésima vez.
— Sim, certeza absoluta. Ele sorri de forma reconfortante. — A senhora não precisa se preocupar, o seu esposo é um homem forte e está bem. Foi apenas uma crise de ansiedade, mas que requer alguns cuidados para que não se agrave futuramente.
— Mas... Eu... Bem... Quero dizer... Gaguejo sem conseguir explicar a ele que não somos casados.
Mas ele sai antes por causa de uma emergência. Alec está sedado e se mexe muito no leito, toco em seu rosto e cabelos na tentativa que ele fique um pouco mais calmo enquanto os medicamentos fazem efeito.
Assim que o restante da equipe médica sai do quarto caminho até a porta e a fecho em seguida.
Os pais do Alec estavam em uma viagem para fechar algum tipo de negócio familiar em algum lugar do mundo, e pelo que Carlos contou Alec havia proibido de os avisarem. Péssima decisão por sinal!
Em resumo ele está sozinho enfrentando tudo isso a meses.
Vejo que o seu sono é agitado, ele fala algumas palavras enquanto dorme que não consigo entender.
Mas percebo algumas lágrimas saírem de seus olhos mesmo fechados.
Cecília parece que conseguiu o que tanto desejava no final.
Deixar Alec quebrado e muito ferido!
Carlos está cuidando de todos os trametes legais e da organização em relação a finalização do caso, Erick não me disse nenhuma palavra depois do ocorrido. Mas percebi que ambos ficavam de segredinhos pelo corredores.
— Espero que essa quantia seja o suficiente para encobrir o que ocorreu e apagar os vestígios de sua agencia nesse caso Erick. Ninguém, absolutamente ninguém pode saber do que houve essa noite, entendido. Explicou Carlos com cautela.
— Não precisa dizer duas vezes velho companheiro. Avisou ao senhor Souris que o sogro dele voltou a agir?
A pergunta do Erick o deixou preocupado por um momento.
— Ele já está sabendo, por isso, a viagem. Sinto que sua agência e agente foram envolvidos nessa briga familiar.
— Tudo bem. Já vi coisas piores do que um avô vingativo nesses muitos anos de trabalho.
— Imagino que sim. Outra coisa Erick, pelos velhos tempos. Mantenha a sua agente longe do meu cliente, Alec já tem problemas demais para voltar a se envolver num mundo que ele não pertence.
— Sabe que pode ser difícil, você mesmo viu que os dois tem uma espécie de ligação.
— Bobagem, ela não é a escolhida. Você sabe que o charme dele atrai as fêmeas como abelhas para o mel. È da natureza dele, não há como mudar isso. E além do mais temos que resolver essa guerra familiar antes que ele possa se envolver com uma mulher novamente. Sua agente é independente demais, forte demais, além de ter um passado complicado em relação a tantos casos. Dá pra imaginar quantas pessoas ela já fez de inimigos pelo caminho. A família Souris precisa e necessita ficar longe dos holofotes por um tempo. A sobrevivência deles requer isso!... Explicou Carlos pensativo.
— Só espero que estejamos fazendo a coisa certa velho companheiro.
— Droga! Eu também!... Esse rapaz é minha obrigação, sou responsável 'por cuidar de tudo na ausência dos pais. Mas ele quer ter uma vida normal e isso é impossível. Quanto mais ele lutar contra o destino mais vai sofrer.
— E não é assim com todos nós? Disse Erick com pesar antes de se despedir.
— Até breve Carlos e não se preocupe vou fazer como o combinado.
— Eu agradeço a ajuda amigo. Agora vou falar com os médicos e organizar a transferência do Alec para um lugar mais sossegado e tranquilo, onde ele possa descansar e tentar esquecer toda essa bagunça.
2411 Palavras
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