Capítulo 40
Alec olhou em direção a anciã, uma das mais valentes lobas brancas que corou com o elogio de seu pai e nesse momento ele percebeu que havia algo forte os ligando, não algo como eram com sua mãe, mas algo que deveria sim existir.
— Ficou pensativo meu rapaz. Disse Darioon o observando de perto.
— Sei mais do que você velhote! Falou se afastando deles. Acariciou o rosto de Cat com extremo cuidado e carinho.
— Pois não parece, está muito envolvido por essa humana. Uma voz feminina o acusou.
Assim que ele olhou em direção à ela, viu uma bela jovem de olhos luminosos. Uma loba branca como a mãe, só que com uma diferença a personalidade deixa a desejar.
— Uma excelente guerreira e não consegui saber a diferença de uma humana com qualquer outro ser sobrenatural?! Perguntou Alec à olhando com ironia.
Deva Yule Kouris ficou irritada e tentou ir até ele.
— Parada agora mesmo maninha se não quiser que eu arranque o seu coração com minhas próprias mãos. Rosnou ele ficando com os olhos vermelhos.
Deva deu um passo para trás assim como todos os anciões, eles sabiam que deveriam obedecer sempre ao alfa mais forte da matilha. Pois eles eram apenas os conselheiros e nada mais que isso. O poder que os mesmos tinham no passado já não existiam mais.
— Deva pare com isso agora mesmo. Disse sua mãe pedindo desculpas pelo comportamento da sua filha.
Alec apenas sorriu de um modo diferente.
— Tudo bem, ela só demonstrou que compartilhávamos o mesmo sangue. Onde está Freya? Mudou de assunto ele.
— Estou aqui, senti que iria precisar de mim! E não precisam se preocupar Constanti está bem e em ótimas mãos como o Alec mesmo disse. Confirmou a bruxa o olhando fixamente.
Ele apenas deu de ombros e disse com mais calma.
— Cuide dela para mim. Vou voltar para batalha. O Lapot quer a mim na verdade, vocês todos são apenas um dano colateral. E com um simples movimento Alec soltou seu animal espiritual, sua águia pairou diante dele e por alguns segundos ambos apenas se comunicaram através do olhar, ela saiu voando pela janela logo em seguida.
— Fascinante... Realmente Fascinante. Dizia Darioon analisando cada detalhe.
— Parece que nossa convidada não precisa tanto assim de minha ajuda. Exclamou Freya depois de examinar mais de perto Catherine. — Na verdade ela está no terceiro estágio da transformação.
Assim que olharam com mais atenção perceberam que a feridas, pequenos cortes e hematonas haviam desaparecido por completo de sua pele.
— Regeneração acelerada como os vampiros ou mesmo nós?! Indagou Deva curiosa, mas cautelosa.
— Não exatamente como esses seres. Catherine é uma Peeira! Afirmou Alec com satisfação.
— Impossível elas estão extintas a séculos. Explicou Deva se aproximando mais um pouco pela curiosidade repentina.
— Talvez eu possa esclarecer isso a todos. A voz masculina escoou pela sala.
— Erick ou melhor dizendo o guardião secreto dos antigos anciões. Comentou Darioon se divertido mais ainda com a situação.
— Vou ser direto o máximo que eu puder, pois não temos tempo para rodeios.
— Ele lembrou disso agora. Resmungou Carlos surgindo de repente na sala.
— Bom também revelo meu velho camarada! Sorriu Erick.
Estavam rodeados por corpos dilacerados, a batalha entre a sua alcateia e os lobos renegados era algo inacreditável, todos eram ferozes e não havia motivos para ter piedade alguma.
Por mais de uma vez a lua cheia havia jogando as suas bençãos sobre à alcateia do Alec. Pensou Lapot enfurecido. — Maldita Deusa da Lua, Selene era um ser diabólico com certeza. Como ela teve coragem de criar tamanha aberação, era uma grande piada que os lobisomens deveriam ser os guardiões da deusa Gaia. Lobos deveriam ser os lideres desse mundo e não tratados como simples guardas.
Essa era a verdadeira maldição deles, servirem de guardiões para raças inferiores. Lapot nunca conseguiu entender que não havia diferença entre as raças, nenhuma era superior a outra, elas na verdade se completavam.
A batalha estava se aproximando da mansão cada vez mais... Seus companheiros teriam que aguentar apenas mais um pouco Alec precisava saber a verdade sobre sua escolhida.
— Quando a guerra teve fim, foi obrigado pelos anciões antigos a fugir com algumas criançãs, atraves de um feitiço antigo só consigo me lembrar de suas identidades quando elas despertam seus poderes. Nem sei a quantia exata delas, mas no meio da fuga encontrei um casal ferido com um bebê, eles pediram que eu cuidasse dessa criança. Erick fez uma pausa e olhou com carinho para Catherine. — Acredito que eram seus pais, eles me disseram que os anciões atacaram a vila onde eles estavam, a mulher havia morrido a pouco. Fiquei com receio de ir contra os anciões, e não sei por que realmente acabei ficando com o bebê. O que me lembro era que o seu cheiro era muito doce. Ele sorriu feliz.
— Algo muito fascinante mesmo. Continue por favor, não pare por causa desse velho aqui! Sorriu Darioon cada vez mais interessado na história. — E não adianta olharem em minha direção, os outros anciões me detestavam. Sabem sempre foi rebelde aos olhos deles.
— Em fim... Antes de morrer, há 20 e poucos anos anos, o homem me entregou Catherine ainda bebê e sua guarda aos meus cuidados. Desde então, e por causa da guerra eu passei a ser considerado um traidor por alguns clãs. Mas também, um salvador de raras espécies. Como Catherine, ela é a última Peeira.
— Com certeza os anciões queriam usar os poderes dela na guerra, mas como a guerra saiu de controle pela influencia de Lapot, deu no que deu.
— Quem não cobiçaria tal poder? Afirmou Darioon caminhando em direção a Catherine.
Antes que suas mãos a tocassem Alec vendo aquilo, soltou um rosnado, olhou em direção a Lua e se transformou em um lobo translúcido diante de todos.
Muito maior do que os outros lobos e parecendo um fantasma.
— Não ouse tocá-la sem a sua permissão ou morrerá!
— Realmente mais ciumento que o próprio pai! Afastou se devagar sem tirar os olhos do enorme lobo a sua frente.
— Pai. Freya cuidem dela por mim. Vou até os outros, eles estão com problemas. Assim que terminou essas palavras desapareceu como se fosse uma suave neblina.
Freya aproveitando esse instante entoou um cântigo mágico e transportou a Peeira para o quarto de seu amado.
— Não tem o que discutir esse época é bem melhor que a cem anos atrás. Explicou Darioon sorrindo.
— Deva vá com as outras lobas brancas e deem apoio a alcateia de seu irmão.
A garota ficou brilhante como a luz da lua e saltou pela janela, seus olhos luminosos e prateados foram a última coisa que eles viram.
Alec chegou bem rápido aonde seus companheiros estavam lutando. Assim que viu um dos renegados atacar seu tio Marcos pelas costas, ele pulou sobre o lobo com fúria e gravando suas enormes presas no pescoço do mesmo. Fazendo com que os outros renegados investissem contra ele...
Marcos conseguiu se esquivar dos ataques usando suas habilidades e poderes de lobo, não era atoa que ele era o comandante da alcateia. Atacou usando seu bastão e suas garras...
Alec continuou a avançar sem piedade ou misericórdia pois sabia que se eles os houvesse alcançado uma hora dessas ambos estariam mortos. Lobos renegados veem somente para um objetivo serem armas de destruição e morte, são lobos que não possuem mais alma.
Com um único golpe Alec arrancou a cabeça de um lobo e o sangue jorrou rubro sobre o solo da floresta.
Uivos foram ouvidos, era um segundo grupo de batedores, o grupo de Deva a loba branca, irmã de Alec que viera para ajudar e defender à alcateia deles.
Alec e Marcos, e isso fez os lobos renegados recuarem e fugirem perseguidos pelo grupo de lobas brancas.
Alec voltou a forma humana e abraçou seu tio, amigo na verdade, além de confidente. Ambos sorriam apesar do cansaço da luta.
— Chegou tarde pra festa afinal sobrinho.
— Não tão tarde assim pelo que vejo.
Olhando em volta um amontoado de corpos dilacerados estavam por toda a floresta.
— Pelo que notei também está controlando bem os seus poderes?
— Não o tanto que eu queria, mas estou no caminho.
Alec suspirou cansado, o gasto de energia espiritual dele estava no limite. Tinha muito o que aprender e nem sabia se haveria tempo suficiente para isso. Com os novos anciões na sua cola e seu avô querendo arrancar o seu coração, nada parecia tão simples como gostaria que fosse.
Alem disso, tinha Cat a sua escolhida. Um ser tão sobrenatural como ele, mas tão repleto de segredos que poderia separá-los para sempre ou quem sabe uni-los mais ainda.
Olhou em direção a lua e ficou pensativo por alguns minutos.
— Preciso acabar logo com isso. Não quero que ninguém mais sofra por minha causa.
— Do que está falando? Perguntou Marcos desconfiado.
— Chegou a hora de dar ao Lapot o que ele sempre quis!
— Ficou maluco Alec?
— Infelizmente não... As decisões não são fáceis de serem tomadas, mas são necessárias. Decisões sem atitudes são tão úteis quanto armas sem munição!
— Você pode até ter razão Alec. Mas lembre-se muito bem disso, você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.
— Eu sei tio Marcos, mas o que me sugere fazer então?
— Primeira coisa, não seja precepitado. É isso que Lapot quer, não caia em sua armadilha. Vamos acalmar e pensar juntos. E qunado eu digo juntos, quer dizer todos nós. Ouviu garoto?!...
— Não sou mais um garoto a muito tempo!
— Na verdade para mim e os outros, você sempre será o garoto encrenqueiro de nossa matilha. Agora vamos, tenho certeza que tem alguém esperando por você.
O medo é o grande responsável pela nossa paralisação num processo decisório. Nos leva a não decidir. É o decidir por não decidir, permitindo que os outros tomem a decisão por nós.
Muitas vezes, o medo nos faz usar "corta-caminhos", ou seja, soluções que não nos levarão a um resultado sustentável, sem efeitos benéficos no longo prazo. Também, por não avaliarmos melhor as possíveis escolhas, pensando mais sobre as alternativas e suas consequências.
Mas como decidir melhor?
Como fazer melhores escolhas em nossas vidas?
Muitas vidas estão em jogo e meu inimigo não vai parar enquanto a sua sede de vingança não for satisfeita.
Alec caminhou ao lado de Marcos, ele por sua vez notou como o Jovem Lupino estava sério demais, sua mente vagava por lugares sombrios.
— Aprender a decidir melhor é um processo longo, que demanda muita dedicação. Você se lembra de tudo o que te ensinamos?
— Estou tentando colocar todas em prática, mas fica difícil quando tem tantas seres dependem das minhas decisões.
— Para começar, é preciso deixar claro que existem decisões fáceis e difíceis. E estamos lidando com elas nesse momento! Você sabe como diferenciá-las?
— E o que seria umadecisão fácil? Perguntou Alec suspirando profundamente.
— Acredito que não preciso definir o que é uma decisão fácil. São justamente aquelas que te dão menor liberdade de escolha. Marcos sorriu e olhou em direção a grande lua cheia pedindo sabedoria para guiar o seu sobrinho. — Imagine a seguinte situação: O despertador toca e você logo pensa: "Devo levantar agora ou posso ficar mais uns minutinhos?". A decisão é fácil, porque você irá escolher o que tem mais valor, com resultado imediato. Como por exemplo "Vou me levantar imediatamente porque tenho reunião na primeira hora e não posso me atrasar." É fácil enxergar a consequência.
— Jura que você vai me dar aula agora?
— Nunca é tarde para se aprender. Lembra-se garoto e além do mais escute o seu mestre. Eu te ensinei muitas coisas que eu aprendi com seu pai e com os grandes guerreiros de nossa alcateia. O mínimo que pode fazer é me ouvir!
Alec sorriu de lado e assentiu com a sua cabeça. Acabou se lembrando de quando ainda era apenas uma criança e o tio o fazia ler e ouvir as velhas histórias de seu clã.
— Entendeu o que eu lhe disse? Decisões fáceis, geralmente, têm poucas opções e, consequentemente, menos liberdade de escolha.
— Certo,acredito que estou lhe entendo. E quanto o que é uma decisão difícil?
— Decisões difíceis, são aquelas com mais liberdade de escolha, cuja consequência demora por longo intervalo de tempo, ou pode apenas se manifestar num futuro distante – difícil de prever. Explicou Marcos bagunçando os cabelos do Alec. — Imagine que você goste muito de moto, por exemplo, e precisa escolher uma carreira. Você pensa: "Devo ser piloto de corrida ou empresário?".
— Essa agora você foi exagerado. Sabia?
— Sabe como sou. Péssimo em escolher profissões. Mas estas são as decisões que nos paralisam! Geram momentos tensos, pois a incerteza assusta. Acende a manifestação do nosso inimigo: o medo. Esse Alec está sendo o seu maior inimigo nesse momento, O MEDO. As vantagens, ganhos, desvantagens e rupturas aparecem aos montes e nós, simplesmente, não sabemos por onde seguir... Você tem medo que se não se sacrificar por todos nós, não teremos futuro. E não me faça essa cara, eu sei que estou certo. Mas não precisa ser assim!...
— Como não me preocupar com o destino de todos?
— Você disse certo "preocupar é uma coisa" e ter medo é outra bem diferente. Somos uma alcatéia de guerreiros, e sempre fomos. Se haverá um confronto novamente a escolha de como queremos enfrentar isso tudo também é nossa e não sua. Não carregue esse fardo sozinho. Não seja um lobo solitário, somos uma matilha e lobos caçam juntos.
Alec parou e olhou para os próprios pés, sabia que Marcos falava tinha um grande fundo de verdade. Até o momento Alec tentou fazer tudo sozinho, carregando um fardo pesado demais.
— Quer outro exemplo? Imagine alguém que adora cuidar de pessoas, mas tem um talento incrível para música. Qual a melhor escolha de carreira, ser um músico profissional ou médico? Consegue perceber as diferenças entre decisões fáceis e difíceis agora?
— Então como possoaprender lidar com as minhas decisões?
— Perceba os truques que a vida nos traz. Decisões fáceis nos trazem menor liberdade de escolha e nos sentimos tranquilos ao decidir. Mas nós sempre desejamos a liberdade, certo? Decisões difíceis nos apresentam maior liberdade de escolha, entretanto esta liberdade nos paralisa. Nos afeta pelas inúmeras possibilidades e consequências de longo prazo, que nos sinaliza com incertezas, com imprevisibilidades.
— De onde veio tanta sabedoria assim? Alec perguntou sorrindo.
— Como sabe somos irmãos de criação de seu pai. Agradeço muito aos seus avôs por terem nos acolhido depois da grande guerra, eu e o Carlos eram lobos muito jovens quando tudo ocorreu. Perdemos tudo e fomos acolhidos pela família Kouris e hoje ela é nossa família. A sabedoria veio da observação dos fatos ao meu redor e claro, da nossa deusa Selene. Disse ele olhando em direção a lua. — Aproveito para destacar uma palavra muito importante: consequências... É preciso ter tudo isso sempre em mente e refletir muito antes de tomar qualquer decisão difícil!
— Obrigado Marcos, estou pensando mais antes de fazer minhas escolhas e tomarei a melhor decisão possível. De verdade... Estou avaliando corretamente as consequências das minas decisões também?
— Bom garoto, agora quer um biscoito?
— Você só pode estar de brincadeira? Indagou Alec incrédulo enquanto Marcos cai na gargalhada.
— Só mais um detalhe Alec, espero que avalie tudo a sua volta e tome as suas decisões conforme o seu coração. Você já parou para pensar como nossos antepassados e os próprios anciões devem ter estruturado suas escolhas e decisões? E nós hoje em dia? Como está o nosso processo de decisão? Será que não estamos promovendo resultados terríveis a nossa volta, sem atentarmos para as consequências, por serem difusas e, de certa maneira, distantes de nós? Espero que você saiba diferenciar decisões fáceis e difíceis? Pois muitos de nós falhou ao longo dos séculos.
As palavras de seu tio faziam todo sentido. E esse era o seu momento, o momento de suas decisões e escolhas.
Era noite de lua cheia e Catherine acordou assustada com um dos muitos sonhos que acabara de ter. Sonho esse que era uma mistura de pesadelo com algo agradável, que fez ela acordar, suada, ofegante e extremamente excitada .
Catherine não conseguia entender o porque desses sonhos ultimamente. Tudo havia se iniciado na noite anterior a ela ter conhecido Alec. Mas ela se lembra muito bem dele em cada um de seus sonhos.
Era um sonho diferente de todos que ela já havia tido durante toda a sua existência, com uma enorme criatura, uma espécie de lobo translúcido, que andava e se transformava em diversas outras criaturas, depois se transformava em um homem, que por sua vez a possuía e fazia um sexo tão intenso que ela mesmo ficava assustada com a intensidade, não queria que terminasse.
O homem que invadia os seus sonhos e pensamentos sempre foi ele, Alec Kouris, o homem parecia que havia lhe enfeitiçado de verdade. Depois daquela missão seus pensamentos viraram uma completa bagunça.
Assim que o deixou no hospital aos cuidados de sua família, voltando a sua casa caiu em sono profundo. E este foi um dos primeiros sonhos. Parecia loucura mas ela se lembrava com uma riqueza de detalhes deste o primeiro ao último sonho que tivera com ele. Nunca revelou isso a ninguém!...
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