Capítulo 25
Nisso vejo outras garotas saindo do bar empolgadas e vindo em minha direção. A melhor técnica é sempre ser o mais natural possível e nunca em hipótese alguma inventar histórias mirabolantes.
— Com licença, desculpe-me incomodar, mas uma de minhas amigas marcou comigo em frente do bar. Ele queria que eu lhe desse uma carona, mas pelo que vejo acabei chegando atrasada!
Faço cara de perdida e confusa.
Elas me olhando sorrindo.
— Chegou tarde mesmo. A audição para a escolha das garotas que vão dançar no bar acabou a alguns minutos atrás. Pelo menos meia hora, não é meninas?! Sua amiga deve ter saído a um tempão!
— Você é bem bonita, iria com certeza ganhar uma boa grana com esse corpo! Afirmou uma ruiva.
— Já trabalho em outra casa e não é fácil. Mas gostaria de fazer outra coisa, sabe ter homem em casa ciumento já sabe. Acabei acordando tarde, por isso, cheguei atrasada. Suspiro fingindo cansaço.
— Sabemos como é gata. Estamos desde a madrugada acordadas também. Os clientes são insuportáveis mais a grana é boa, todas temos filhos ou pais idosos que dependem de nós, além é claro de homens ciumentos também. Explica uma delas sorrindo sempre.
— Fazer o que? Não somos a garota do chefe, a riquinha com cara de entojo que vem dar uma de dançarina de vez enquanto. Explica a ruiva de corpo escultural.
— Como é a sua amiga? Pergunta uma negra de olhos cor de mel que me olha curiosa.
Assim que eu explico as características da May, elas fecham a cara.
— Estávamos falando dela agorinha. A senhorita perfeição? Como consegue ser amiga daquela cobra peçonhenta?
— Estamos dividindo o apartamento, preciso da grana para pagar o aluguel então... Suspiro com tristeza.
— Garota não seja ingênua, cuidado com aquela lá. Madyson não presta. Ela seduziu o nosso chefe e só Deus ou o diabo sabem como. A morena comenta com desagrado em sua voz. - O cara nunca olhou para nenhuma de nós e de repente do nada se apaixonado por ela, é estranho. O cara virou um marionete nas mãos da cobra.
— E além disso ela sempre rouba os melhores clientes, é uma vagabunda de marca maior. A favorita do dono deste bar!... Mostra a ruiva apontando para o bar. — Depois que ela apareceu por estas bandas no vida ficou mais difícil. Diz a ruiva indignada.
Agradeço as informações e elas saem na maior algazarra.
— Madyson? Será a May? Mas como? Uma socialite vindo a um bar para dançar como striper? Aí tem coisa...
— Caminho pensativa até que dou de cara com a Camila Mendes.
— Catherine?
Só me faltava essa agora.
— Camila? Nossa... Que surpresa.
Camila me olha desconfiada.
— O que faz num lugar deste, assim tão cedo?
Pense rápido Cat.
Direi a ela que estou a caminho de uma reunião.
— A deixe para lá, eu não me importo mesmo com que você faz ou deixa de fazer. Responde com arrogância.
— E você fazendo compras?
— Vim me encontrar com May, como sempre fazemos nas sexta -feiras.
Camila indica o restaurante e o olho de longe.
— Detesto comida vegana, mas May precisa se alimentar corretamente, ordens médicas.
— Sério? Não sabia disso, ser vegano não é fácil. Sou mais naturalista, os veganos são muitos radicais em relação a comida. Não diz para May que eu te disse isso, está bem. Somos amigas e faço esse sacrifico por ela. Suspira baixando a guarda.
— Bonito isso que vocês duas tem. É raro, sabia!
Ela me lança um olhar desconfiado.
— Como são as coisas... Que coincidência nos encontrarmos por aqui.
Nisso as garotas passam por mim novamente.
— E aí gata? Encontrou ela? Mas acho que acabamos nos enganando de pessoa. Boa sorte! Diz a ruiva acenando.
Droga e essa agora.
Aceno de volta e Camila me olha.
— Um dos meus clientes exigiu que sua despedida de solteiro tivesse garotas que fazem striper. Fazer o que ele? Ele quer e ele terá!... Suspiro nervosa.
— Homens são todos iguais, credo. Bem que hoje em dia temos direitos iguais!... Sorte tem May em se casar com o Alec, isso sim! E esse modelito estranho de hoje? Saiu de algum show de rock, por acaso?... Está muito diferente dos outros dias!...
— Minha reunião foi com um guitarrista que irá se casar daqui a 9 meses, ele exige que todos se vistam de acordo com o gosto dele! São ossos do ofício!...
— O mesmo da despedida de solteiro presumo.
— Exatamente. Digo sorrindo. Sem dar mais nenhum detalhe a ela.
— Roqueiros são os piores! Bem... Na verdade, prefiro você assim. Combina mais. Sua roupa está legal... Diz ela timidamente.
Fico surpresa com o seu elogio.
— Obrigada, eu acho.
— Agora preciso ir. May provavelmente está surtando e se perguntando aonde eu estou. Eu não disse, olhe lá. A May e sua mania de falar sozinha.
Cat olha na direção que Camila indica e percebe que May não está sozinha como a mesma afirma. Outra coisa estranha que ela consegue ver é uma neblina espessa e escura pairando sobre os dois. Um homem de estatura regular, cabelos longos e olhos que brilham de uma cor vermelho rubi.
Cat fixa o seu olhar e o homem olha em volta ficando de pé como se a tivesse percebido. Impossível ela está a uma distância segura, e tudo o que os seus olhos estavam vendo só poderiam ser uma ilusão ou loucura.
Antes que ela pudesse falar algo o homem desaparece diante tanto dela como da May que fica irritada.
Quem era ou melhor o que era ele?
Camila suspira impaciente e se despende indo em direção a May. Cat ainda as observa por alguns segundos, mas a presença daquele homem a deixou incomodada demais.
Resolveu sair andando e se encostou na parede de um dos prédios. Fechou os olhos e ouviu uivos de cães se espalharem por todo o lugar.
— Preciso de mais detalhes sobre tudo isso. Droga, estou ficando louca só pode. Melhor esquecer isso ou...
Sacudiu sua cabeça e voltou a andar indo em direção ao QG, talvez seria bom conversar sobre isso com seu chefe.
Assim que entrou esbarrou em que menos esperava.
— Que cara é essa? Viu um fantasma queridinha? Sorriu com deboche e continuou falando sem piedade. — Pelo jeito essa missão está sendo demais para a grande agente Cat. E isso obviamente não está fazendo bem à você querida.
— Você sabe o que dizem, não é? Você é o que come. Espero que morra como seu próprio veneno. Disparou Cat caminhando em direção a loira que se afastouassustada com a sua área ameaçadora. — Diga mais uma palavra e eu te quebro inteira na pancada, sua... Sua idiota!
— Tenta! Essa eu pago para ver!
Fico de pé e começo a caminhar devagar em sua direção.
Posso notar o corpo dela tenso tamanha é a sua raiva, mas ela apenas não se mexe.
— Eu já te avisei Ferraço. Não cruze o meu caminho. Não me atrapalhe. Ou eu juro que você vai se arrepender amargamente.
Nesse momento Erick surge dizendo e dando ordens.
— Eu já ouvi o suficiente. A partir desse momento a agente Cat é a líder desse caso e você senhorita Ferraço passa a ser sua subordinada. E se tiver discordando de algo, fique à vontade para sair deste caso quando quiser. Ou prefere ser suspensa por tempo indeterminado. É só escolher...
Ferraço fica assustada e se encolhe em um dos cantos do escritório. Resmungando e bufando alto.
— As duas na minha sala agora! Ordenou ele indo na frente.
— Erick, ela está tentando seduzir o parceiro de negócios de Alec Kouris. Não pense que eu não notei o jeito que olhava para ele!
— Ficou com inveja, é isso? Por que ele olhou para mim, e não para você ?!
— Apenas um conselho, agente Cat. Continue assim e você colocará este caso em risco.
— Que fofo da sua parte! Tão gentil em me avisar.
— Pelo o que as minhas fontes me contaram o tal de Constanti ficou encantado pela Cat e também pela May Corbell.
— Eu estou avisando Erick, depois não diga que não avisado. Eu já terminei de falar de qualquer maneira.
Ela sai bufando da sala do Erick.
— Onde estávamos quando fomos bruscamente interrompidos? Oh, sim... Consiga o emprego neste bar. Excelente ideia, agente. Quando tiver conseguido ganhar a confiança de todos me avise que vamos grampear todo o lugar. Deixarei uma equipe de prontidão.
— Sabia que você aprovaria! Tenho um bom professor ou não tenho?!
— Com certeza sim! Diz sorrindo. — Vou deixar tudo em suas mãos agente.
Erick pega alguns arquivos que estão sobre a sua mesa e voltamos a tentar juntar as peças soltas deste caso.
— Qual é o sobrenome do dono do bar mesmo? Pergunta Erick fazendo algumas anotações em sua prancheta.
— Neo Lockwood... Digo e noto a sua fisionomia mudar de repente.
— Essa maldita família de novo. Quase grita ele ficando de pé e pegando uma pasta de dentro de seu arquivo pessoal. Ele tira três fotos e joga sobre a mesa com irritação. — Estes são uma família que a anos estou investigando, eles residem em Washington. Se eles estão aqui em Los Angeles teremos muitos problemas... Explicou Erick pensativo. — Preciso avisar o senhor David Souris...
— Por que isso tudo?
Erick percebe que acabou de falar demais e suspira.
— Eles são rivais a alguns anos. Difícil lhe dizer algo sem antes conversar com o principal interessado nessa estória. Ninguém gosta de falar sobre seus próprios defeitos, não é mesmo? Mas vou resumir a personalidade de cada um, e por favor tenha cuidado redobrado agora.
— Elvira Lockwood a matriarca de todos, por natureza, muito orgulhosa e têm um imenso amor próprio. Ela também é muito carismática e costuma estar rodeadas de amigos. Isso, obviamente, reforça seu lado egocêntrico. Embora tenham muitos admiradores, pessoas de várias camada da sociedade não é boa ouvinte e dificilmente mostra empatia por qualquer ser vivo além de sua família.
A cada palavra eu fico mais curiosa sobre essa família.
— Os maiores defeitos de Stevie Lockwood é o seu lado possessivo e carente de atenção. Ele pode se deixar levar pelas coisas com grande facilidade e suas crises de ciúmes são impagáveis. Sabe aquela frase "se me atacar, vou atacar"? Parece que foi feito especialmente para esse cara. O filho mais velho e o braço direito da mãe em todo o esquema de terrorismo, nunca consegui provas para acabar com eles.
— Você está me dizendo que eles são...
— Especialistas em desaparecer com as pessoas e provas! EricK afirmou. - O filho do meio, Neo Lockwood é uma pessoa com tendência de ser superficial e calculista. Sua forma de pensar é simples e pode mudar de opinião de acordo com a companhia. Não se interessa em se aprofundar ou filosofar muito sobre as coisas. No entanto pode se passar por intelectual sem problemas, já que tem um talento impressionante para manipular pessoas e situações. Se preocupa bem mais com a imagem que está (ou estão) passando do que com o interior. Seu novo patrão, por isso, cuidado agente.
— Maria Eduarda, mas conhecida por Duda Lockwood, filha adotiva de Elvira a única que escapa dessa família podre por enquanto, Entre os seus talentos, o entusiasmo pela vida e otimismo são os que mais se sobressaem. Duda consegue enxergar o lado bom de tudo. Sua personalidade não teme o que desconhece nem perde a disposição para lutar por seus sonhos. Uma garota admirável!...
— Pode deixar Erick vou tomar cuidado e também apressarei a equipe para fazerem a instalação das micro câmeras no local.
— É o melhor a se fazer! Vamos trabalhar agente, pois este caso não vai ser fácil.
Alec dormiu por mais de 18 horas seguidas, Freya foi chamada e conseguiu equilibrar a forte energia que o lobo interno dele emanava. A bruxa ficou exausta nunca em seus milhares de anos havia lutando contra tamanha energia vital, ela sabia que logo não poderiam fazer mais nada. O despertar do Alec estava cada vez mais próximo.
Freya olhou diretamente nos olhos de um lobo único e sentiu calafrios, ele era impiedoso e estava com sede de vingança.
— "NÃO ME SUBESTIME BRUXA!" Gritou o lobo desperto.
— Você sabe que não pode despertar dessa maneira. Sem ter a mente dele em união com você.
Ele rosnou e ficou maior ainda.
— "Não sou como os lobos da alcateia de vocês, bruxa!" Disse ele caminhando lentamente até ela. — "Eu sou o Alec e o Alec sou eu, não somos seres diferentes e separados. Quando o poder que nos sub julga enfraquecer nossos inimigos morreram."
— De quem você está falando?
Ele gargalhou diante da bruxa e ela se assustou quando o lobo diante de seus olhos havia se transmutado em Alec, seus olhos vermelhos e por todo o seu corpo uma energia branca em forma de pêlos ou mesmo um manto espesso.
Com uma velocidade extremamente forte a atingiu e Alec a levantou pela garganta.
— "Eu sei mais do que eu digo, penso mais do que falo e percebo mais do que você imagina! " Ele sentiu o cheiro dela e sorriu de lado. — "Não sinto medo e nem maldade em sua alma!... Diga ao meu pai e aos anciões que existem três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: O sol, a lua e a verdade!"
Alec a soltou e voltou para a cama.
— "Não se preocupe não faremos nada ainda. Primeiro ela deve despertar também, antes que passe 13 luas cheias o nosso destino será traçado!" E ambos voltaram a adormecer.
Freya suspirou ainda de joelhos, David seguido de seus irmãos entraram assustados.
— Tentamos entrar no quarto antes mais uma forte energia paralisou toda a alcateia. Recebemos ligações dos quatros anciões, todos os lobos estão apavorados. Disse Carlos sem folego.
— Nunca tinha enfrentado tamanho poder antes. Alec não é um lobo comum, sua energia é toda espiritual. E ele não tem a separação entre ele e o seu lobo, eles são a mesma consciência. Explicou ela. - Se os anciões souberem antes do tempo podem querer matá-lo, é um poder destrutivo, mas...
— Mas o que Freya? Perguntou David preocupado com seu filho.
— Alec é o Rei dos Rei de toda a alcateia da Lua. Sabe o que significa?
— Sim, não teremos mais divisão entre nossa espécie. Ele vai unir a todos, mas existem aqueles que não querem que isso aconteça.
— Então esse é o poder de uma criança Cristal? Indagou Marcos admirado.
— Sim, a criança que nasce a cada 100 mil anos! Ela controla todos os lobos do mundo, unido a todos em um único clã. Aquele que não só mata a carne, mas a alma de um lobo.
Depois de alguns dias Erick e Catherine ainda estão revisando diversos documentos, outros agentes enviaram arquivos adicionais da família Lockwood, são tantos depoimentos e Boletins, mas nenhum dos processos fora levado para frente. Testemunhas, juízes e até alguns policiais simplesmente mudaram suas versões em alguns depoimentos ou simplesmente desapareceram misteriosamente. Tudo muito estranho...
Sobre a mesa estão espalhados tantos papéis e documentos, os dois estão tentando juntar as peças soltas deste quebra cabeça gigantesco.
Naquele momento Ale estava no escritório iniciando uma conversa com seu pai. A noite para ele havia sido perturbadora, teve múltiplos sonhos, quando não via rosto de sua mãe tentando lhe dizer algo, no mesmo instante surgia o rosto de Catherine sorrindo.
Seu pai ainda estava falando com seus irmãos na sala, Alec preferiu permanecer no escritório, se sentia estranho queria ficar isolado pensando e tentando entender o que havia de errado com ele. Fechou os olhos mais uma vez e forçou sua memória.
Estava andando pelo jardim da mansão, um garotinho correndo com alguns lobos perto da floresta, parou diante dele sorrindo. A criança deveria ter uns quatro anos mais ou menos, estendeu sua pequena mão em sua direção. Ele a pegou e se sentiu muito bem, mas os lobos do nada ficaram agressivos. O menino olhou em direção dos lobos e rosnou, ficando com os olhos avermelhados. Alec se assustou tentando se afastar, mas a criança era forte e prendeu a sua mão. O levando até o canteiro de rosas vermelhas, uma mulher estava cuidando das rosas.
Os lobos os rodearam e os acompanharam rosnando e uivando sem parar. A mulher nem se virou na direção de vocês dois.
— Meu pequeno lobo não saia assim de perto de mim, sabe que seu pai não gosta de travessuras. Disse ela sem se virar. - E pare de desafiar as outras crianças. Completou ela ficando de pé.
O garotinho correu na direção de seus braços e ela o levantou enchendo de beijos calorosos.
Alec sentiu lágrimas caírem de seus olhos, os lobos se tornaram várias crianças e correram nuas por todo jardim.
— Alec meu pequeno lobo travesso! Afirmou ela o abraçando forte.
Ele fechou os olhos e de repente não era mais o garotinho nos braços daquele bela mulher, mas sim ele que recebi o carinho dela.
Ela sorria e acariciava seus cabelos, falava mais algumas palavras. Mas o único som que ele ouvia era de gritos vindo da floresta, milhares de lobos gigantescos lutavam entre si. Crianças eram massacradas diante de seus olhos, nunca em toda a sua vida sentiu tanto ódio de alguém. Assim que levantou a cabeça viu o feiticeiro com seu olhar de vitória e sorriso debochado, virou para olhar pela última vez o rosto de sua mãe, sabia que ambos iriam morrer ali mesmo.
Para se total espanto ele estava envolto nos braços dela, Catherine com seus olhos brilhantes.
— Alec já viu o sangue sob a luz do luar? É quase negro, mate o nosso inimigo. Arranque o coração dele!
Sem pensar duas vezes ele corre em direção do homem e se transformar no lobo mais forte da matilha seu uivo faz a batalha parar e todos os lobos o segue. Diante do homem ele volta ao normal e levanta o coração ainda batendo em suas de seu inimigo caindo sobre seus pés. Seus olhos estão vermelhos e o cheiro do sangue é muito bom.
Sorrindo ofertou o coração quente e pulsante a sua escolhida que caminhou em sua direção se transformou em uma loba como tanto sonhou e desejou...
Pela primeira vez ficou impressionado com o sonho, os outros eram diferentes.
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