Diversão ou um belo filme de terror?
Acordei ao lado de um dos submissos mais gostosos do mundo e nos beijamos. Foi um beijo longo e intenso, tudo com ele sempre foi muito forte, sempre me senti sexualmente ligada a ele. Não era nada além de físico o que eu sentia por ele.
Fomos tomar café da manhã, um café preparado por ele mesmo! Tinha tudo que eu gostava, era incrível a forma como ele me conhecia tão bem! Mas estava na hora de parar de brincar de casinha e começar a agir. Afinal eu não estava no Brasil á passeio e cada dia contava, tinha que lutar contra o tempo para concluir a vingança. Só tinha 30 dias.
Dentre diversas informações que continham no dossiê com relação à Luana tinha uma que me chamou bastante a atenção: Aos 19 anos ela abortou. Sei que não se deve brincar com essas coisas, mas foi exatamente por isso que brinquei! (literalmente). Amo filmes e séries e essa minha vingança eu dedico ao queridíssimo Chucky e a doce Annabelle.
Tudo que eu queria era deixá-la com depressão até porque ela quase me deixou desta forma no passado e eu queria devolver na mesma moeda, mas se enganou quem achou que o meu plano saiu tal qual eu planejei.
As coisas fugiram completamente do meu controle. Saíram melhor do que deveriam! Só fico com pena do doutor Aluízio, ele ficaria feliz em recebê-la para um tratamento intensivo, mas ela não ficou com depressão. O caso dela foi outro, fugia da alçada dele.
Luana tinha uma filha de quatro anos chamada Luisa, mas mal cuidava da criança. Rafael pagava uma babá para fazer todo o trabalho por ela, mas Luana sempre gostou muito de ir na rua, então todos os dias deixava Luisa na sua escola e a buscava depois.
Tinha dois dias na semana que ela adorava: Que era quando ela deixava a Luisa na escola e ia gastar dinheiro no shopping. Rafael deu um cartão sem limites para ela. No dia em que comecei a vingança era um dia em que ela ia ao shopping. Era um acordo que ela tinha feito com o Rafael: só poderia ir ao shopping duas vezes na semana e poderia comprar o que bem entendesse. Era um acordo para ele não ir para a falência! (imagina ela no shopping todo o dia com um cartão sem limites?)
Fiquei muito nervosa porque eu sabia a hora que ela iria sair, mas não sabia que horas poderia voltar. E se não desse tempo? E se ela me flagrasse lá? Mas de qualquer modo eu fiz. - Ela iria para um shopping e na certa demoraria horas -. Mentalizei essa frase por alguns minutos enquanto esperava ela sair de casa.
Estava acompanhando tudo pela minha janela. Quando ela saiu esperei uns 10 minutos só por garantia e comecei a executar a primeira parte do meu plano: ligar para o chaveiro (não dava para pular o muro era muito alto ainda mais com tudo que o Erick tinha colocado na mala!)
"Alô." Disse com voz de choro.
"Oi, quem fala?" Perguntou o chaveiro.
Depois de um minuto de reflexão respondi: "Luana. Me chamo Luana. O senhor é chaveiro, certo?"
"Sou. Problemas com a porta?" perguntou o chaveiro.
"Sim. Fui assaltada, me roubaram tudo. Pedi o telefone emprestado de um vizinho para poder ligar. Eu estou desesperada! Vem para cá, por favor. Preciso entrar em casa!" Fingi estar chorando.
"Só tem um problema, moça: como a senhora vai me pagar, já que foi assaltada?"
Fiz uma pausa. Suspirei. "Te pago assim que abrir a minha porta, tenho dinheiro em casa. Dinheiro para mim não é e nunca será um problema." (fiquei puta por ele achar que daria um calote nele. Mesmo sabendo que devido ao que eu falei ele poderia cobrar bem mais caro pelo serviço.)
"A senhora me convenceu. Aonde mora?" (se eu fosse uma mosquinha e pudesse ter visto sei que na certa deve ter sorrido ao ouvir o que eu disse para ele - Dinheiro para mim não é e nunca será um problema. -)
"Avenida País das maravilhas, 666 casa 69, bairro wonderland".
"huuummm... granfina mesmo. Só gente da alta mora aí. Estou indo agora."
"Em quanto tempo você acha que consegue chegar aqui?"
"Uns 15 minutos e isso porque a madame é mulher, está frágil e é rica. Se fosse homem pobre diria 1 hora."
Respirei fundo para não mandá-lo se foder. "obrigada. Tchau."
"Tchau." Ele respondeu.
Usei o inibidor de chamadas para que ele não pudesse ver o meu numero e estava disfarçada porque era de manhã e poderiam achar estranho alguém chamando o chaveiro para poder entrar na casa, mas não tinha jeito porque eu não poderia simplesmente arrombar a porta. 10 minutos depois eu já estava à espera, morrendo de medo de ser pega ou de alguém notar e foder com todo o meu plano. Foram os 20 minutos mais longos da minha vida, mas ele chegou.
"Oi, obrigada por ter vindo!" Sorri educadamente.
"Quero 50 pau." Falou bem ríspido. Estava caro, era só a copia da chave, mas eu não poderia reclamar por pagar 50 reais numa única chave. Afinal ela ia salvar a minha vida!
"Ok." Respondi puta com a falta de educação dele e continuei: "vai demorar?"
"Um pouco."
Em 15 minutos estava tudo pronto e eu estava extremante nervosa. Igualzinha a uma criança que a mãe esquece na escola. Ela vê todos os seus amiguinhos indo embora e bate um desespero porque ela que sair também, mas não pode porque não sabe ir para casa sozinha. Então só resta sentar, chorar e esperar.
Mal entrei em casa para dar o dinheiro para o chaveiro e –PAAAAA- sinto um tapa na minha bunda. Olho para trás e a minha mão se fecha quase que por instinto, mas respiro fundo e entro em uma das portas para fingir pegar o dinheiro que estava o tempo todo na minha calça jeans. Voltei e entreguei. Ele sorriu. "tchau, gostosa!" (muito folgado!)
Liguei para o Erick e logo ele entrou na casa. Sei que estava lá por um motivo e que não poderia ficar muito tempo naquela casa, mas foi impossível não olhar para as fotos espalhadas por toda a casa.
Eles pareciam tão felizes! Mas pagaram cada centavo por não terem me deixado ser! E o quarto da Luisa? Todo rosa e cheio de bichinhos de pelúcia, brinquedos e livros infantis. Lembrei do meu passado. Da época em que era uma boboca no país das maravilhas. Tive que me controlar para não chorar. Erick não poderia perceber a minha dor, caso ao contrário, tudo poderia ter dado errado.
Ele instalou micro câmeras em pontos estratégicos da casa, com isso podíamos ver cada passo que eles davam e tudo que eles falavam na minha casa! Era um BBB 24 horas e eu nem tive que pagar pela assinatura! Me diverti horrores com tudo que vi. Ele também deixou o meu primeiro presentinho para ela: uma boneca de vestido rosa. O vestido foi feito sob encomenda, especialmente para essa ocasião.
Foram 10 dias de tortura. Queria ter feito por mais tempo, mas tinha que me vingar do Rafael e eu não poderia fazer as duas vinganças ao mesmo tempo porque não queria que ela soubesse que estava lá para não fazer nenhum tipo de ligação entre os fatos.
A minha vingança com o Rafael tinha que ser olhos nos olhos e a dela eu estava abrindo mão disso. Queria ser a cobra venenosa que arrasta para dar o bote enquanto a presa descuidada (Luana Snake) não vê.
Vou contar os sustos mais legais para vocês agora começando pelo primeiro que ela levou: eu fui para casa para ver se estava tudo funcionando corretamente e estava. Liguei para o Erick que estava sentado um pouco afastado da casa com o seu brinquedinho preto favorito na mão (uma espécie de controle milagroso!) para comunicar que estava tudo ok. 40 minutos depois tive que fazer uma nova ligação:
"Erick."
"Hey, gata."
"Ela chegou!"
"Me avisa quando ela for para o quarto dela."
"Ok."
Ela estava feliz, cheia de sacolas na mão! As largou no sofá da sala e pegou um dos porta retrato que estava na estante. Luisa não era nascida, era uma foto antiga.
Foi da época que toda aquela merda aconteceu. Ela sorriu e o colocou no lugar. Foi na cozinha e bebeu uma água, voltou para a sala e pegou as sacolas indo em direção ao quarto. Só de vê-la olhando aquele porta retrato me deu um ódio enorme e uma lágrima estúpida sem nenhuma relutância ousou a cair do meu rosto. – Era para eu estar lá, não ela – foi exatamente o que eu pensei na hora. Era como se ela tivesse roubado a minha vida, a minha felicidade.
"Erick é agora!" Disse.
Luana trocou o seu melhor sorriso por uma cara de terror. O susto foi tanto que ela nem sequer gritou, apenas deu uns passos para trás, encostando-se na parede (como quem procura um apoio, alguém ou algo para aparar as quedas), jogou as sacolas no chão e arregalou seus olhos castanhos que agora estavam negros de medo.
Querem saber o que ela viu? Uma boneca que estava docemente deitada em seu travesseiro vermelho sangue que se levantou ,voou igual a um passarinho indo na direção dela e disse a seguinte frase repetidas vezes: "Mamãe você me matou, estou no inferno por sua causa e eu vim te buscar para cuidar de mim."
Em um ato de fúria ela rasgou o vestido rosa da boneca (e eu fiquei puta com isso) só para ver se tinha uma pilha, ou uma bateria. Mas não, a boneca era movida a mais alta tecnologia e a vingança também! Então ela começou a chacoalhar as mãos para ver se tinha um fio, ou sei lá o que. Ela queria provar que aquilo era real, possível. Ela queria provar que não estava louca, mas não conseguiu.
Ela chorou o tempo todo e pediu para que a babá buscasse a Luisa no colégio (o que nunca tinha acontecido), quando a menina chegou logo deu um beijo na mãe e perguntou o motivo dela não ido busca-la, contou o seu dia na escola e perguntou se ela estava dodói. Estava claro: Luisa amava a mãe. Luana retribuiu com igual carinho e perguntou se a filha tinha deixado alguma boneca no quarto dela e ela respondeu que não. Embora a boneca tenha percorrido a casa toda, Luana não conseguia entrar no quarto. Tinha ficado na sala chorando o tempo todo.
Quando Rafael chegou ela contou o ocorrido e foi até o quarto mostrar a boneca, que obviamente, não estava mais lá. Luana tinha o habito de deixar a janela do quarto aberto (que foi por onde a boneca saiu.) Rafael a deu um remédio de dormir e a chamou de louca.
Teve o dia em que varias Barbies de saia rosa e blusa branca (iguais a lideres de torcida americana, mas sem os pompons) formavam aquela mesma frase e a dizia em coro. Também teve o dia em que ela começou a ouvir barulho de água vindo da cozinha e então ela viu uma poça de sangue (que não era sangue) formar a mesma frase e uma voz de menina repetir aquela mesma frase. Teve o dia do ursinho de pelúcia rosa sem um olho e sujo de sangue (que não era sangue) repetindo a mesma frase e teve mais alguns e todos sensacionais!
Já no quarto dia de brincadeira ela já tinha se entregado, estava muito mal, vivia na sala chorando, mal olhava para a filha e dormia a base de Gadernal.
Luana ligou para Kate e contou que estava infeliz, que ninguém acreditava nela, que o Rafael estava tratando-a como louca. E revelou para a amiga que quando Rafael a levou para uma consulta com o doutor Aluizio e foi trabalhar ele disse que se ela não parasse de ver essas coisas deveria se internar no hospício com urgência e receitou o remédio.
Ela só contou para o Rafael a parte do remédio e disse que era um forte estresse passageiro (o que deixou Rafael mais puto ainda, afinal estresse de que?)
Com o estado dela, a união familiar foi abalada. Rafael dormia sempre na sala e quase não fala com ela. Luisa vivia brincando e falando com a babá e algumas vezes com o pai (sempre quando ele resolvia dar atenção).
Ela era a única felicidade da casa, a única que (raramente) ainda fazia Luana sorrir, a única que ainda tentava reerguer a mãe que estava no fundo do poço. Então eu resolvi deixar a Luana um pouco de lado e resolvi começar a me vingar do Rafael Devil, até porque a minha vingança com ele era doce, mas bem mais trabalhosa. Papo para vários capítulos!
O meu submisso gato teve que voltar para os Estados Unidos, então o deixei no aeroporto. Voltei para casa e dormi para ficar bem relaxada para iniciar a minha vingança com o Rafael.
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