Conhecendo o meu passado
Acordei mais uma vez ao lado daquele homem que estava dormindo feito um anjinho. Olhei para a janela e estava escuro, tentei voltar a dormir, mas eu já não estava mais com sono, então resolvi pegar o meu celular e vi que eram 5 horas da manhã.
Eu estava ansiosa, visto que eu tinha que decidir se encaminhava o documento para o RH, ou seja, se me vingava ou não do Rafael. Parecia que eu estava vivendo um verdadeiro sonho naquele momento porque tudo que eu sempre quis era dormir e acordar ao lado dele, era constituir uma família ao lado dele, mas se eu optasse pela vingança ele jamais ficaria comigo e o meu sonho terminaria ali, por isso estava tão difícil de decidir.
Após uns 15 minutos, tentando deixar de ser Alice e pensando de uma forma racional, criei forças e o dei um selinho com ternura passando a mão pelos cabelos encaracolados dele, olhando como quem olha uma verdadeira obra de arte, olhando como se tivesse me despedindo e realmente estava, ou será que não?
Uma lágrima caiu indevidamente do meu rosto, caindo no rosto dele, fazendo com que ele se mexesse. Saí da cama e procurei papel e caneta e achei numa gaveta do quarto dele. Escrevi : " Bom dia, meu amor. Não importa o que eu faça, o que eu diga e o que aconteça eu amo você, sempre amei e sempre amarei. Você é tudo para mim: Meu inferno, meu céu, minha felicidade, minha tristeza, o meu motivo para continuar viva."
Saí do quarto dele e fui no da Luísa, peguei uma folha A4 e desenhei um coração, pintei de vermelho e escrevi "Tia e Luísa". Coloquei dentro do livro "Alice no país das maravilhas", dei um beijo na testa dela. Ela se mexeu um pouco e fiquei a observando dormir.Saí de lá com o coração na mão.
Fui tomar um suco na cozinha, já havia tomado a minha decisão e não iria voltar atrás. Teria que reunir toda a minha força para fazer o que eu estava prestes a fazer. Voltei para o quarto do Rafael e o olhei dormir como se fosse pela última vez ( ou será que de fato foi?).
Comecei a retirar as câmeras do quarto dele e antes de sair peguei um papel e uma caneta. Olhei novamente a Luísa dormir e retirei as câmeras do quarto dela, saí de lá e tirei dos outros cômodos. Confesso que até procurei alguma câmera extra no quarto da Luana porque se foi alguém que fez a brincadeira com ela, deveria ter instalado uma lá também. Mas não tinha. Ou eu não vi a câmera, ou já retiraram (de alguma forma bem foda porque as minhas câmeras não conseguiram captar ninguém fazendo isso) ou foi coisa do demônio.
Escrevi uma mensagem e deixei na cozinha: " Cris, eu peguei a sua chave. Foi uma emergência. Ela está de baixo do tapete. Cuida da Luísa como se fosse a sua filha. Beijos, Alice. "
Eu percebi que esse tempo todo eu não disse o nome da babá da Luísa. Ela se chama Cristina. Na casa do Rafael tem um quarto de empregada, mas ela não morava lá. Ela tinha duas chaves: Uma extra que ficava na cozinha do Rafael e uma outra que ficava com ela.Graças a essa chave extra eu pude sair de lá.
Quando eu cheguei em casa salvei todos os vídeos em um pen drive e admito que até hoje eu os vejo, principalmente as cenas da gente transando. Editei o vídeo em que ele transava comigo como submisso.
Vocês lembram que eu disse que eu coloquei o chicote de uma forma que dava a impressão que eu estava introduzindo nele? Pois é, eu estava pensando nessa vingança. Fiz uma montagem, como se de fato eu tivesse metido o chicote dentro dele. Postei no Redtube como "anonymous", da mesma forma como fizeram comigo. O título foi hilário: " Como agradar um bi". O meu rosto quase não aparecia e de qualquer modo eu estava de máscara, totalmente irreconhecível, já ele não teve essa mesma sorte.
Me arrumei ao máximo, eu tinha que ficar linda para aquele dia. Tirei uma cópia em casa do documento e fui para a empresa, chegando lá fui diretamente no RH para encaminhar o documento e depois fui para o meu andar.
As pessoas estavam gargalhando, restava saber se era pelo motivo que estava imaginando. Os homens pararam de rir para me olhar como se nunca tivessem me visto antes e as mulheres também pararam e ficaram com um olhar de " vou te matar".
Fui para a minha ex sala. " Funcionária nova?" Matheus disse brincando.
O dei um selinho, sorri e disse : " Bom dia, meu amor!"
Ele sorriu e disse: "Bom dia. Você está uma gata hoje! Já viu o vídeo?"
"Só hoje? Que vídeo?" Tentei fingir curiosidade, como se eu não soubesse de nada!"
" Sempre, meu amor. Mas hoje você está se superando!!! Alguém postou um vídeo do Rafael. Estou até com pena dele quando ele ver essa porra. Hoje ele deve chegar puto. "
Ele falava enquanto entrava no site para abrir o vídeo para eu ver. O vídeo já era o mais acessado do top 10 e só tinha 2 horas de postado. Enquanto o Matheus ria eu assistia tudo de uma forma séria. Uma parte de mim estava orgulhosa do meu feito e a outra estava triste porque ele iria sofrer. A Luísa iria sofrer. Eu iria sofrer. Valeria a pena sofrer?
" Eu daria tudo para saber quem é essa gostosa mascarada. Você não gostou do vídeo, Alice?"
" Não gostei do seu comentário e não gostei do vídeo. Rafael vai sofrer."
"Ciúmes? Você é mais gata que ela! E qual o problema do nosso chefe sofrer? " Matheus riu.
Eu sou mais gata que eu mesma? Qual o problema? Todos! Eu iria responder, mas verifiquei que o burburinho tinha cessado. Abri a porta e vi que Rafael tinha chegado, como imaginei. As pessoas estavam olhando ele tentando prender o riso com toda a força que tinham. Ele percebeu que tinha algo errado, mas ignorou. Passou pela minha sala, me viu com a porta aberta e piscou para mim.
Matheus não viu a piscada e eu agradeci mentalmente por tudo isso porque eu não queria discutir com ele. Eu disse que precisava conversar com o Rafael, ele não gostou, mas se segurou. Matheus estava com medo de me perder porque sabia que eu não tolerava ciúmes, principalmente porque não tínhamos nada, só estávamos ficando. Mal sabia ele que iria, já que eu teria que voltar para os Estados Unidos. Ou será que ele não perderia?
Entrei na sala do Rafael e ele sorriu e me segurou pela cintura e eu me permiti sentir aqueles doces lábios mais uma vez. Mas a merda já tinha sido feita e ele não era mais o chefe e nem tão pouco o dono do jornal, não podia fugir do que eu eu fiz e enquanto o beijava, reunia todas as minhas forças para contar o que eu fiz.
O beijo acabou e ele me disse: " Amei o bilhete que você me deixou, só não entendi porque você saiu da minha casa daquela forma."
" Rafael, a gente precisa conversar. Senta ." Ele sentou e eu fiz o mesmo.
" O que houve, Alice?"
" Isso." Mostrei o documento para ele.
Ele deu uma porrada na mesa. " Eu não acredito que você fez isso comigo! Eu não li os documentos, eu confiava em você e você me traiu! Por que, Alice? Você tem dinheiro, não precisa de mais e do jeito que estávamos poderíamos casar, tudo que é meu poderia ser seu. Seria seu!"
Chorei porque eu queria me casar com ele e eu sabia que eu estava a um passo de conseguir isso, mas acabei com tudo e também por ele pensar que eu era uma interesseira que só queria a grana dele.
" Não foi pelo seu dinheiro, eu não preciso dele, se eu quiser parar de trabalhar hoje e nunca mais voltar eu posso e você sabe disso! Rafael, eu confiei em você e você também traiu a minha confiança. Eu voltei para acabar com a sua vida, assim como você acabou com a minha. Eu me vinguei."
" Isso fazem 11 anos, Alice. Não faz sentido você ter feito isso agora!"
" Você a beijou na minha frente no enterro dos meus pais. Vocês se beijaram do mesmo jeito que faziam há 11 anos atrás. Por que para você isso que eu fiz não faz sentido?"
Ele ficou mudo, olhando para a mesa. Não conseguia mais me encarar.
" Rafael, você me ama? Você me amou há 11 anos atrás?". Disse chorando.
Ele continuou mudo. " Responde!" Gritei.
Ele ergueu os olhos novamente para mim, ele estava chorando. Secou as lágrimas, enquanto as minhas desciam cada vez mais. O ver chorar foi como se alguém tivesse enfiado uma espada bem no meio do meu peito.
" Não. Nunca." Ele respondeu seriamente. Minhas lágrimas não paravam de cair, pelo ao contrário. Senti como se não tivesse mais chão, por mais que eu tentasse ser forte eu era frágil sempre no que tange o Rafael.
" Então, por que?" Eu disse com a voz baixa.
" Alice, assim que eu bati os olhos na Luana eu me apaixonei. Fiquei louco por aquela mulher. Pedi para sair com ela e a gente saiu. A gente começou a namorar e eu estava muito puto com ela porque eu queria assumir o nosso relacionamento, mas ela não queria. Na escola eu tinha que fingir ser o amiguinho dela e assistir de camarote os meus amigos dando em cima dela e ouvindo aqueles comentários escrotos que me faziam ter vontade de dar um murro na cara dos filhos das putas, mas tinha que rir e fingir que não ligava. Precisei de muito sangue frio e auto controle para toda essa merda. Um belo dia ela fez uma aposta comigo, ela disse que eu conseguiria te beijar. Eu achava que não, nenhum garoto dava em cima de você, todos tinham medo de você, você não dava bola para ninguém, lembra? Achavam até que você era sapatão por isso, os meninos não entendiam que tudo que você queria era um príncipe encantado, eu mesmo era um. Eu perdi a aposta. Eu não tive que pagá- la porque a Luana apostou comigo que você aceitaria me namorar, eu disse que não e perdi. Na última aposta eu ganhei. Eu apostei que te comeria e ela disse que não, foi aí que ela ficou com raiva. Ela sabia da surpresa que você ia fazer no dia do meu aniversário, eu também sabia. A Kate contou para ela. Aquele sexo foi para você ver e para a gente terminar, ela queria que você sentisse a dor que ela sentiu quando soube que eu te comi. Mais tarde ela me contou que não queria que ninguém soubesse da nossa relação porque você me amava. Ela já sabia que iria ganhar a aposta. Ela disse que nunca te suportou, que sempre foi a sua amiga pelo seu dinheiro. Que você era uma otária, a garota mais ingênua que ela já tinha conhecido. Você mudou. Parabéns!"
" Então, eu só fui uma aposta? Você não sentia nada por mim antes? E agora, você sentiu?" Chorava, chorava e chorava. A dor corroía a minha alma.
" Não era para eu gostar de você. Você era só uma aposta, mas não foi só isso para mim. Eu nunca te amei e acho que jamais amaria, mas quando começamos a ficar há 11 anos atrás no início foi pela aposta, mas depois eu comecei a te achar uma garota incrível, comecei a gostar de ficar com você. Nós dois combinamos muito e quando eu transei com você foi foda e eu realmente gostei! Nem parecia que era a sua primeira vez! Você era linda, rica, engraçada...não era uma missão difícil ficar com você. E atualmente eu fiquei com você porque embora não existisse mulher nenhuma que me fizesse largar a Luana, existia quem me fizesse trair : você. Você é a minha fraqueza. É linda, inteligente, deixou de ser boba, saiu do país das maravilhas, encantou a minha filha com o seu jeitinho. Afinal, quem você não encanta? A minha relação com a Luana estava mal, você apareceu e agora que ela morreu eu estava disposto a ter uma vida com você. Mas te amar... não sei se conseguiria."
" Se você não me odiava, por que os beijos, por que o vídeo, por que o sexo proposital?"
" Porque ela dizia que iria me largar se eu não fizesse. Sempre me senti culpado de te fazer sofrer, mas sem ela eu morreria. Seria um merda. O vídeo não foi eu, ela viu no meu celular e colocou no Redtube. Nunca a vi chorando tanto e tão transtornada! Mas também posso imaginar a sua dor, Alice. Desculpa."
" Não, Rafael. Você não pode. "
" Me deixa pelo menos continuar sendo o chefe, pensa na Luísa."
" Você não pensou em mim quando transou com a Luana de propósito, não pensou quando ela postou o vídeo, não pensou quando me via saindo para ir ao psicólogo (que eu ia por sua culpa) e a beijava na minha frente, não pensou quando fiquei sem amigos na escola, não pensou quando tive que abandonar a minha família para recomeçar a minha vida, não pensou quando a beijou no enterro dos meus pais. Por que eu teria que pensar na sua filha?" Revidei, mas eu pensava. Não queria que ela sofresse, mas precisava me vingar.
" Simples, porque você me ama assim como a ama e sabe que ela vai ser atingida com a minha falência."
Doeu cada palavra que ele disse. Respirei fundo. A minha vingança era o vídeo e a falência dele, mas a Luísa não tinha culpa de tudo que houve. E no fim eu fui ingênua, o Rafael um fraco e a Luana uma cobra. Luísa era um amor e não merecia passar por isso. Decidi reconsiderar e encontrar um meio termo.
" Te ofereço o emprego de secretário bilíngue. Vai vagar, já que eu vou virar a chefe."
" Acha mesmo que eu aceitaria esse empreguinho de merda?" Rafael disse.
Doeu porque o Matheus é um homem extremamente inteligente e trabalhava nesse " empreguinho de merda". Eu trabalhei do lado dele e não era nada fácil exercer essa função. É claro que se comparado ao que eu fazia na Vogue era, mas o que ele fazia não era para qualquer um de todo o modo.
" Ok. Já que está recusando esse empreguinho de merda, você está demitido. Não tenho outra vaga a te oferecer. E fique sabendo que não importa aonde você vá trabalhar, quando eu descobrir você será demitido!" Falei com o sangue nos olhos e vi o medo nos dele.
" Ok. Somente isso? Eu estou indo, então." Disse ele indo em direção a porta.
" Rafael, eu não sou tão cruel assim. Pode arrumar as suas coisas. Coloca tudo numa caixa. Eu vou no banheiro retocar a maquiagem que eu borrei, quando eu voltar passarei aqui. Eu quero que você anuncie a novidade para eles, depois pode ir para casa."
" Ual, devo agradecer a sua bondade?" Ele disse ironizando.
Não respondi nada e saí da sala sem olhar para trás, tentando ainda fingir que tudo não passou de um sonho, tentando ainda sentir o gosto do beijo dele na minha boca e o calor do corpo dele no meu. Fui no banheiro e chorei até não poder mais, só então eu me recompus e coloquei uma maquiagem bem bonita, mas bem pesada. Marcando bem os meus olhos azuis. Voltei para a sala dele que, a partir daquele momento, era minha e o vi desolado, andando de um lado para o outro. Quando ele me viu sorriu.
" Demorou, mas tenho que admitir que valeu a pena. Pena que eu fui burro e perdi a minha chance."
Sorri de volta porque toda a vez que ele sorri para mim é como se o mundo sorrisse para mim. Ele era a minha felicidade, pena que a minha não era a dele. Eu não passaria de uma substituta da Luana. Eu não tinha lugar na vida dele. Nunca tive.
Ignorei o comentário dele e disse: " Já está pronto? Podemos ir?"
Ele respirou fundo, pegou as coisas e disse: "Sim".
" Antes de irmos, lembrei de te mostrar algo. Notou que os seus funcionários estão te olhando diferente hoje?".
" Notei. O que você fez?"
Mostrei o vídeo. Ele deixou uma lágrima escapulir de seu rosto angelical.
" Mas você não fez isso!" Ele disse.
" Sim. Eu não meti isso dentro de você, mas ninguém sabe e nunca vai saber."
" Como você colocou a micro câmera na minha casa?" Ele me olhava confuso.
"Foi fácil. Mas não vou contar. É um detalhe irrelevante. Só posso dizer que pode ficar tranquilo porque eu já retirei. Agora vamos encarar os seus funcionários que acham que você dá o cu?
Ele ficou vermelho de ódio e a sua mão já estava pronta para me dar um soco, mas ele desistiu. Apressou o passo, abriu a porta e bateu com toda a força na minha cara. Abri irritada, com alguns curiosos olhando. Alguns com pena e outros rindo internamente.
Fiquei ao lado do Rafael. A porrada que ele deu na porta foi tão forte que somente naquele instante conseguiram perceber que ele estava saindo da empresa devido a caixa que ele estava segurando. Pensaram logo que foi devido ao vídeo e sorriram maliciosos e bem discretamente.
" Pessoal, Pessoal, juntem- se todos aqui! Parem o que estão fazendo e venham para cá. Tenho um comunicado importante a fazer." Rafael disse bem alto para que todos pudessem ouvir.
Em pouco tempo estavam todos numa grande roda, inclusive Matheus que não deixou de me olhar nem por um segundo. Era um olhar curioso e puto ao mesmo tempo. Ele morria de ciúmes do Rafael.
" Eu quero que todos vocês saibam que foi um prazer enorme trabalhar nessa empresa e tê- los como equipe. A mim de nada adiantaria ter uma empresa desse porte com uma equipe ruim. Vocês são incríveis e é graças a vocês que o jornal é um grande sucesso. Mas eu vou pendurar as minhas chuteiras. Preciso me dedicar à minha filha. A minha mulher faleceu a poucos dias e eu não quero perder um segundo longe da minha filha, eu não sei quando será a minha vez. Mas vocês não ficarão desamparados: Escolhi a Alice Angel para ficar em meu lugar. Não estou falando apenas como chefe de vocês, mas também como a dona do jornal. Ela é uma mulher inteligente, capaz, generosa, criativa, talentosa, forte, guerreira, um exemplo a ser seguido. Enfim, tudo que muitos, inclusive eu, gostaria de ser. Vocês não estariam em melhores mãos! Podem ter certeza de que o jornal vai continuar sendo o que sempre foi ou até melhor do que é atualmente. É com pesar que me despeço de vocês. Adeus."
Ele me abraçou forte como se não quisesse mais me deixar e me deu um beijo no rosto bem perto da minha boca, mas eu não queria mais chorar lágrimas de sangue. Ficar com ele só significava dor para mim. Ele pegou o elevador, desaparecendo da minha vista e a dor que eu já sentia inundou a minha alma de vez.
Fui para a minha atual sala. Uns 5 minutinhos depois o Matheus entrou na sala dizendo: " Mas que porra é essa, Alice?"
" Eu é quem digo. Entrando na minha sala sem se comunicar? É isso que acontece quando se dá intimidade!" Ri.
Ele me deu um longo e intenso beijo e me perguntou novamente o que houve. Contei sobre a minha vingança. Ele ficou assustado e surpreso, mas me compreendeu.
A primeira atitude que tomei foi contratar dois secretários bilíngues para trabalhar com o Matheus. Contratei dois homens. Ciúmes, admito. Jamais colocaria uma mulher para trabalhar ao lado dele. Matheus disse que era exagero dois, mas acabou aceitando.
No último dia de trabalho expliquei que coloquei dois porque já estava pensando nele como chefe do jornal, já que teria que voltar para os Estados Unidos para trabalhar na Vogue. Passei uma procuração para ele em que lhe dava poder para exercer a minha função na minha ausência, porém toda e qualquer atitude que ele fosse tomar ele teria que consultar a mim primeiro. Ele disse que não queria a procuração, mas no fim acabou aceitando. Ali no trabalho ele era o único que eu achava que podia confiar, então só poderia ser ele a exercer o cargo.
Ele me deixou no aeroporto e chorou muito quando eu fui para os Estados Unidos. Mas eu fui feliz, lembrando da minha última noite no Brasil ( passei com ele fudendo muito!). Além disso, estava com a sensação de dever comprido: Eu tinha conseguido me vingar dos dois!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro