Realidade ou paranóia?
Victoria estava deitada, lendo um livro em sua cama, quando sua mãe entra no quarto.
- Oi, Filha.
- Oi, mãe. - Ela sorri.
- Vim buscar a roupa suja. - Ela segue até o banheiro.
Ao retorna, ela segurava a blusa manchada de Vic. Seu rosto estava sombrio.
- Que mancha é essa filha? - Ela pergunta estendendo a parte manchada da blusa para Victória.
- É só uma mancha de suco. Porque? - Ela senta na cama.
- Nada - Ela respira aliviada.
Helena se retira do quarto, e não repara que Victoria a seguia a Passos lentos. Ela ouviu quando seu pai começou a conversa com sua mãe.
- O que aconteceu? Parece preocupada.
- É a Vic. Eu tenho medo que ela faça aquilo de novo. Eu não sei, se não dizer a verdade é melhor ou pior.
- Helena. Eu disse que deveríamos tê-la entregado. Não podemos deixar que...
- Não! - A mãe dela falou irritada. - Jonh ela é nossa filha, não podemos abandona-lá.
- Mas não podemos deixar que ela continue com isso. Sempre achei uma má ideia adota-lá. Ela nunca me pareceu normal.
- Não diga isso! - Helena o repreendeu em voz baixa. - Prometemos nunca tocar nesse assunto.
Victória estava sem reação. Adotada? Não pode ser. Ela pensou. Apesar de fazer sentido. Já que era só olhar para seus pais que se notaria a diferença. Não só na cor dos cabelos como na cor dos olhos. Pois Vic tinha olhos verdes e seus pais castanhos.
Ela não conseguiu ouvir o restante da conversa. Sua mente estava confusa. Ela poderia confronta-los, exigi que eles lhe dissessem o que ela fez de tão grave. Mas o medo da resposta, fez um nó se forma em sua garganta.
Victória voltou correndo para seu quarto, batendo a porta por trás de si. Ela andou de um lado para o outro, tentado entender ou se lembrar do que tinha feito de tão errado. Mas todas as vezes que pensava nisso, sua cabeça doia e seu estômago ficava enjoado.
Seu celular tocou em cima da comoda. Vic o apanhou sem muito interesse e viu uma menssagem.
" Victória, preciso da sua ajuda! ".
Vic não conhecia o número, então respondeu:
" Quem é? "
A resposta veio logo em seguida.
" Amélia".
Victória paralisou por alguns segundos. O que Amélia poderia querer? Ou estar precisando?
" Amélia, o que houve?".
" preciso de ajuda, Por favor me ajuda".
Victória ficou indecisa sobre o que fazer. Pois, como poderia ajudar?
" Eu não entendo. O que aconteceu?".
" Por favor".
Vic começou a se preocupar ao pensar no pior.
" Onde você está? ".
A resposta veio em seguida.
" Quadra 301 Rua D conjunto 01 lote 10 - Águas Claras".
Victória trocou de roupa optando por um jeans preto e uma blusa de alça vermelha, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo. E saiu pela janela. Mesmo com sua cabeça ainda estando confusa. Ela deixaria para confrontar seus pais quando voltasse.
Ela ando cuidadosamente sobre as pequenas telhas de barro até alcançar a ponta da casa onde tinha uma cerca viva subindo do chão até perto da janela.
Ela segurou na ponta da calha imaginando que talvez ela resistisse ao seu peso. Estendeu o pé direito até alcançar o emaranhado da cerca. Ao conseguir, ela desceu lentamente.
A janela ao lado era da cozinha, a luz ainda estava acessa e sua mãe ainda limpava a bancada de costas para a janela. Victória respirou fundo, e faltando alguns sentimentos do chão ela pulou. Comemorando por ter optado pelo tênis ao invés da sapatilha.
Victória seguia pela rua, correndo alguns quarteirões, e perguntando para alguns transeuntes, onde ficava o tal endereço.
Até encotrar o local. Um restaurante de fachada vermelha estilo rústico nordestino. Que estava localizado em uma rua sem saída.
O local estava cheio de jovens que aproveitavam a música ao vivo e a boa comida típica.
Vic entrou passando por entre as pessoas que dançavam, e seguiu até um grupo de jovens que estavam na varanda do lugar. Jovens esses que ela conhecia.
Lucas assim que a viu sorrio e com o cotovelo cutucou seu amigo. Que sussurrou algo em seu ouvido.
- Com licença. - Ela falou alto para que eles a pudessem ouvir.
Lucas abandonou a garrafa de vodca azul, sobre o guarda corpo de madeira. E aproximou-se um pouco mais de Vic.
- Você veio. - Ele falou sorrindo.
Victória virou o rosto, pois, o hálito de bebida a incomodou.
- Eu estou procurando a Amélia. Você a viu? - Ela eleva um pouco mais a voz.
- Eu a vi. Mas ela já foi embora a algum tempo.
- Eu não acredito nisso! - Vic estava inconformada.
Ela se vira para sair, mas Lucas segura em seu braço.
- Que isso? Você já vai?
- Vou - Ela tenta puxa o braço, mas ele a segura com mais força. - Me solte!
- Solto se você dançar comigo. - Ele fala perto do rosto dela.
- Não estou interessada.
- Vamos. Até parece que você tem coisa melhor para fazer. Vai, só uma dança e eu te deixo em paz.
- Para sempre? - Ela pergunta.
- Como assim? - Ele pergunta rindo, enquanto se balançava no ritimo da música eletrônica.
- Me deixa em paz para sempre.
- Tá feito.
Ele solta ela, e os dois seguem para a pequena pista de dança do lado posterior do restaurante. As luzes coloridas giravam e piscavam. Alguns casais pulavam dançando.
A música Sweet dreams de Lennox e Eurythmics, começou a tocar. Vitória seguindo o embalo do toque começou a se movimentar.
Ela rebolava levando suas mãos a cima da cabeça mexendo nos cabelos. Ela fechou seus olhos se entregando ao ritimo da música, deslizando as mãos pelo próprio corpo enquanto inconscientemente seduzia o rapaz a sua frente.
Lucas a olhava fascinado, a pele dela reluzia, seus cabelos balançavam emoldurado seu rosto. Naquela pista ele não conseguia enxerga mais ninguém além dela. Seu membro pulsou de encontro ao zíper do jeans. Um arrepio subiu por suas costas, um calor quase insuportavel invadiu seu corpo.
Ele começou a imagina-lá sem roupa, e como seria gostoso e satisfatório possui-lá. Sem pensar duas vezes, ele a puxou pelo braço; roubando um beijo.
Victória o empurrou, e saiu correndo para a saída. Ruídos começaram a incomodar seus ouvidos. Como se alguém estivesse falando. Vic desceu a rua correndo.
Lucas com a mão fez um sinal para seu amigo, que o seguiu para fora do estabelecimento.
- Você está bem? - O moreno perguntou com a voz embriagada.
- Você viu ela? - Ele pergunta fora de si. - Você a viu na pista?
- O se vi. Ela é de tirar o fôlego. Você vai atrás dela? - O moreno pergunta o instigando.
- O que você acha?
Ambos descem a rua atrás de Vic. E sem que ela os visse. Os dois a alcançaram na curva.
- Ei! Para onde você vai? - Lucas grita, enquanto se aproximava.
Victoria apertou o passo e começou a correr sem reparar para que direção estava indo. Ela virou a curva e subiu a rua correndo.
As vozes gritavam mais alto em seus ouvidos. Isso a deixava desnortiada. Ela tentava entender os sussurros, Mas nada era claro.
Lucas e seu amigo continuavam no seu incalso, Victória não entendia o que os motivava a continuar; isso começou a assusta-la.
Victória apanhou seu celular, que para sua falta de sorte estava descarregado, ela apenas teve tempo de ver que o relógio marcava Meia-noite. E por conta disto a rua estava deserta. As luzes dos postes começaram a piscar algumas se apagaram.
Ela parou para tomar fôlego. Tentado se localizar olhou para os lados, mas não conhecia nada. Um som agudo atingiu sua audição, porém o som vinha de dentro da sua cabeça; Victória tampou os ouvidos na tentativa de amenizar a dor aguda.
- Achamos você! - Ela ouviu as vozes risonhas dos rapazes que se aproximavam cada vez mais.
Victória não entendia o que os motivava, mas sabia que coisa boa não devia ser. Ela se forçou a continuar correndo mesmo sem saber para que lado estava indo. Mas se obrigou a parar quando se encontrou de frente para uma grade de ferro.
As vozes falavam cada vez mais alto, e se tornavam mais nítidas. Vic agarrou na grade escalando-a. Seus dedos doiam com o peso de seu corpo. Algumas vezes seus pés escorregaram, mas com um pouco de esforço se jogou para o outro lado caindo sobre as pedras.
Os rapazes a imitam caindo em pé. Victória corre mata a dentro. Sentindo os galhos espinhosos batendo contra seu corpo, rasgando sua pele causando ardor, e uma leve coceira.
A escuridão engolia a floresta na noite fria e sem luar, Victoria corria tropeçando em seus próprios pés, fugindo daqueles que incessantemente a perseguiam. Enquanto vozes sussurravam em seus ouvidos, dizendo:
- Sem sobreviventes, sem testemunhas, todos devem pegar.
Essas palavras a deixavam confusa, sua cabeça girava e sua visão alternava-se, primeiro ela estava correndo na mata e logo depois em um galpão úmido, seus pés afundavam em enormes poças de sangue. Corpos de homens mutilados se arrastavam pelo chão escuro, e apontavam para ela.
Um arrepio percorreu por seu corpo, e um grito estridente saiu de sua garganta. Seu coração batia descompassado como se a qualquer momento fosse sair de seu peito, seus pulmões doíam com a falta de ar que só piorava por conta do fedor pultrido do lugar.
O cansaço enfraqueceu suas pernas que começaram a falhar. O suor do seu rosto se misturavam com as lágrimas que escorriam de seus olhos que agora ardiam.
Os sussurros não se calavam e se misturavam com as risadas de seus perseguidores.
Até que o cansaço finalmente a venceu e Vic caiu com o rosto em terra. Ela acreditou que esse seria seu fim, porém ela não se renderia tão facilmente. Ela levanta exausta, com seu corpo tremendo, e tenta correr novamente; mas quando olha para frente se depara com sigo mesma parada de frente para si.
Porem essa versão dela, tinha a pele mais pálida os cabelos sem vida. Os olhos dourados com traços vermelhos, e os dentes pontiagudos com caninos cumpridos.
Vitória estava paralisada, a criatura sorriu com seu emaranhados de dentes.
- Minha vez. - A criatura fala correndo em direção a Victória que não conseguia se meche.
Quando o espectro se chocou contra ela, Vic se viu dentro de uma sala escura com apenas uma porta vermelha ao lado, com fileiras de televisores em sua frente. Ela girou olhando em volta. Correu para porta tentando força a saida.
- Não tente sair. - Ela ouviu sua voz soar. - Não se preocupe, eu cuidarei deles. Aprecie o show.
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