Quarenta e Cinco
O carro estaciona em frente ao palácio, vejo Gregório e Dominique nós esperarem ansiosos nas escadarias. Um homem abre a porta para nós e Christopher me ajuda a descer. Ele me oferece o braço e aceito.
- Rose! -- Dominique diz me puxando para um abraço, retribuo amigavelmente.
Christopher cumprimenta Gregório rapidamente e faço o mesmo.
- Soube da rainha, sinto muito -- o rei Ônix fala.
Seguro a mão do meu noivo em consolo, ele acaricia minha palma com o seu polegar.
- Está tudo bem -- ele responde.
- Entrem, temos assuntos para resolver -- Gregório diz.
Dominique me leva até um quarto de hóspedes. Grande e com cores neutras, diferente do palácio que é tomado pelo preto da Pedra Ônix. Sento-me na cama junto a ela, Dominique esconde um enorme sorriso, como se quisesse me contar alguma coisa.
- Rose... -- ela começa - Gregório me pediu para não lhe encher de assuntos sobre Cristália, mas... -- vejo que ela procura as palavras - A batalha foi direcionado a Cristália, Petrália teve que mandar reforços para ajudar a Cidade Sul e eles só tinham as tropas que enviaram a Matriz -- ela fala - Gregório rejeitou a proposta de uma possível aliança quando sobe disto, ele mandou soldados até Cristália para ajudar a combater. Outrora e Cristália venceram, acabaram com todos os soldados Petralinos e vão conquistar Petrália em menos de dois dias -- Dominique diz - Não sei dizer sobre a Cidade Sul pois é assunto confidencial, mas a tal Montanha de Neve não é, e descobrimos coisas sobre ela.
- O quê exatamente? -- pergunto.
- A Montanha de Neve não é só uma cede, são Poeiras ricos que querem o direito de títulos reais por toda a região de Outrora até Cristália -- ela fala - O único meio de que isso acabe é cedendo, a Cidade Sul já tem Andiz, mas talvez não saiam impunes dessa vez.
Da outra vez, Christopher tinha capturado os líderes que logicamente fugiram. Andiz foi dada aos Poeiras, mas a Cidade Sul queria todo país para eles. A Montanha de Neve não é só uma cede, são pessoas que podem ser negociáveis. Pessoas mais fáceis de lidar.
- Christopher tinha comentado sobre uma espécie de implantação de sistemas de Casas -- digo - Talvez seja isso o que ele tenha a discutir com o rei de Ônix.
O sistema de Casas seria eficaz, nem todos os Poeiras teriam, mas ajudaria bastante na inclusão deles na política e na economia. Quem fosse dono de um título como esse teria que ter funcionários, o que geraria mais ofertas de emprego, fora que as vendas dos comércios iriam aumentar de forma radical.
- Eu tenho outra notícia -- ela fala e vejo um sorriso desabrochar - Vamos ter que adiantar o casamento -- Dominique desce e mão parando na região da barriga.
Ela, ela está... Não me contenho de felicidade pela minha possível amiga e a puxo para um abraço.
- Você está grávida!!! -- digo ainda abraçada a ela.
Dominique irá gerar um vida, um príncipe ou uma princesa.
- Contou ao Gregório? -- pergunto e ela faz que sim.
- Ele pirou de tanta felicidade, mas não vamos revelar nada ainda -- fala e compreendo - Vamos nos casar a alguns dias e gostaríamos que ficassem aqui até lá.
- Eu não sei -- digo e uma empregada abre a porta.
Nós duas nos viramos de forma ritmada.
- Desculpem senhoras, o rei Gregório e o rei de Cristália desejam as suas presenças -- ela fala.
- Obrigada -- Dominique e eu agradecemos.
O palácio de Ônix tem cores extremamente pesadas. Os corredores são amplos e uma dezena de soldados nós cercam. Provavelmente para proteger a mãe do herdeiro do país e também pelo fato da situação atual que Outrora e Cristália estão passando.
Gregório e Christopher nos esperam e acabamos atrapalhando alguma conversa confidencial. É a única coisa que explica eles se calarem do nada.
- Querida, Rose juntem se a nós -- Gregório diz e nos aproximamos.
Dominique senta em sua direita e me sento ao lado de Christopher que acaricia a minha mão.
- Perdoe-me meu bem, mas eu não consegui evitar a alegria e a chance de me gabar com a sua gravidez -- Gregório fala beijando a mão dela.
- Meus parabéns aos dois -- Christopher diz sorrindo.
- Tudo bem, eu também não resisti e contei a Rose -- ela fala.
- Fico muito contente pelos dois -- digo.
- Gostaríamos de nos casar antes de vocês -- Gregório comenta.
- Claro -- Christopher fala rapidamente - Temos muitas coisas para resolver em Cristália, teríamos mesmo que adiar o casamento.
Christopher se desanima, sei o outro motivo de adiarmos. A morte da rainha. Encosto minha cabeça em seu ombro ignorando a formalidade, Gregório e Dominique não parecem se importar com a nossa falta de discretidão.
- Por que não ficam para o casamento? -- Dominique pergunta - Consegui dá uma vez um aniversário em dois de planejamento, posso dá um casamento em pelo menos uma semana.
Encaro Christopher e vejo que ele está pensando em todas as possibilidades. Ele mesmo me disse que o conselho e Samara podem cuidar do país.
- Seria bom ter o meu padrinho de casamento e os padrinhos do nosso filho presente -- Gregório diz.
Não contenho o sorriso, Christopher também não. Seremos os padrinhos do filho que eles estão aguardando e isso é maravilhoso.
- Se é assim ficamos -- Christopher diz ainda sorrindo.
- Vou amar ser a madrinha dessa criança -- digo feliz da vida por Dominique.
- Depois de toda essa guerra, pelo menos temos algo para nos alegrar -- ela comenta.
Todos nós concordamos e um silêncio estranho nos cercou. As empregadas trazem nossa refeição. Pernil e massas, iguarias tradicionais de Outrora. Um banquete de fato.
- Amanhã mesmo podemos escolher o vestido, pode aproveitar e escolher logo o seu. -- Dominique diz.
- Nem me lembrava mais disso. -- digo.
Passo a tarde com Dominique, viramos amigas, mesmo que soe estranho. Christopher ficou resolvendo assuntos reais com Gregório. Quando anoitece, vou direto para o meu quarto, tomo um banho e uso uma das camisolas que Dominique me emprestou. Branca com detalhes cinzentos e rosados por toda parte.
Penso nas cartas de Nathew, não queria brigar com Christopher e não foi nescessário, já que o próprio me explicou tudo. Mesmo assim ainda fico com um pé atrás. Deito e me enfio dentro das cobertas, passo horas sem conseguir dormir até que alguém abre a porta me fazendo levantar assustada.
- Desculpe meu amor, pensei que estivesse dormindo -- Christopher fala e me tranquilizo, ele entra e se senta ao meu lado.
- Não, não tava -- digo.
- Deveria pois está tarde. -- conta brincando com os meus dedos sobre o lençol. - Sai da sala de Gregório agora, vim aqui verificar se estava bem.
- Você não vai dormir aqui? -- pergunto e ele sorri.
- Deseja que eu durma aqui? -- ele devolve com outra pergunta.
- Sim, eu a futura rainha de Cristália ordeno que durma ao meu lado -- digo imitando alguém da realeza.
Christopher ri, como eu amo essa risada.
- Seu desejo é uma ordem, eu já ia invadir esse quarto de qualquer jeito mesmo. -- fala.
Dou espaço para que ele deite. Christopher tira os sapatos e entra nos lençóis. Ele busca a minha cintura me trazendo para perto o suficiente para dormimos de conchinha.
- Diz que tudo acabou Christopher -- peço baixinho que quase penso que ele não escutou.
Mas ele escutou.
- Tudo acabou ma reine -- me viro ficando de frente para ele e o beijo.
Christopher está com uma aparência acabada. Seu rosto muda ficando duro e e triste. Acaricio seu cabelo quando percebo que ele está tenso.
- O que foi? -- pergunto e ele suspira me abraçando mais.
- Eu deveria está de luto, deveria está em Cristália por respeito ao nome de minha mãe... -- ele diz e o interrompo.
- Você precisou Christopher, não se amole por causa disso -- digo - Sei que deve está doendo muito e que você está tentando ser forte para termos um pouco de paz -- falo e ele afasta o corpo - Mas não precisa fingir que não dói, não aqui comigo.
Meu noivo me abraça e enterra o rosto em meu pescoço. Christopher chora baixinho, seus braços me colam em seu corpo quase me sufocando. Não reclamo, deixo que ele liberte toda a sua dor em meu corpo. Puxo a coberta na tentativa de cubri-lo, mas é ele quem nos cobre. Christopher me solta de seus braços e me encara com os olhos vermelhos graças ao choro.
- Não me abandone Rose, eu só tenho você e Samara -- ele diz fungando - Não posso perder a minha chance de ter uma nova família.
- Eu amo você Chris -- digo secando suas lágrimas.
Beijo sua boca, ele está fervendo, queimando em febre.
- Não vou te abandonar, eu prometo -- digo verificando a temperatura no seu pescoço.
Nossa!
- Você está queimando em febre, vou pedir a alguém que me arranje um remédio ou um chá -- digo pronta para sair da cama.
Christopher me impede com um olhar ainda choroso.
- Não precisa, acontece sempre que choro -- fala - Só fica ao meu lado, você é o único remédio que preciso.
Alguns dias depois:
Ajudo Dominique com o vestido, ele é justo com uma calda enorme e coberto por detalhes de renda. Eu também escolhi o meu vestido, o qual está escondido dos olhares curiosos de Christopher.
O véu que Dominique escolheu é curto, ela mantém os cabelos longos e soltos por cima dos ombros, quase cobrindo seu colo nu graças ao tomara que caia.
Meu vestido é justo na cintura, com um cinto largo que logo abaixo vem o pequeno volume do vestido coberto por pequenas bolinhas brilhosas. Ele tem um tom de um vermelho escuro, uma fenda dá uma boa visão da minha perna esquerda. Meu cabelo se prende em um coque com mechas caindo delicadamente.
O casamento será na igreja que fica perto da praça de Outrora. Já era para estarmos lá por sinal.
- Ladys, a limousine as aguardam -- uma criada diz e se retira.
- Vamos? -- pergunto a Dominique entregando o buquê.
- Vamos.
Descemos as escadas do palácio e logo já estamos em seu exterior. Uma moça que provavelmente é a organizadora do evento estende os braços para cima de alívio quando nos avista. Vejo o Lord Opala me encarar com fúria em seus olhos, ele disfarça quando Dominique e eu nos aproximamos.
- Estão atrasadas uns quinze minutos -- a organizadora diz - Entrem logo no limousine pelo bem de todas as Pedras!.
Entramos na limousine, Lord Opala permaneceu calado a viagem inteira. Noto da janela do veículo o quanto Outrora é bonita, dona de um estilo clássico renascentista e ao mesmo tempo moderno.
A igreja é enorme, de um luxo incalculável. Flores brancas cobrem toda a porta, vejo milhares de fotógrafos e jornalista na frente do veículo tentando capturar alguma foto ou alguma notícia da noiva do rei de Outrora. Um guarda nós ajuda a passar por eles, na porta da igreja a organizadora e maquiadores arrumam os últimos detalhes.
- Lady Rubi, a senhorita vai na frente. -- ela fala me colocando na frente de Dominique, ficando de costa para ela. - Toma isso. -- ela me entrega um buquê menor que o da noiva.
- Está pronta? -- pergunto virando somente o rosto para trás.
Dominique está linda, a própria musa de um quadro angelical.
- Eu nasci para ser rainha Rose -- ela fala erguendo a cabeça - Estou pronta desde que me entendo por gente.
É o que basta e a organizadora diz algo rápido no pequeno aparelho em suas mãos.
As portas da igreja se abrem acompanhadas do som do orquestra que está acima de nós. Milhares de olhos me encaram ansiosos para ver a noiva que está logo atrás de mim, começo a andar no ritmo que ensaiamos dias atrás.
Vejo Christopher um degrau abaixo do altar, ele está extremamente lindo com um terno escuro e medalhões reais, ao seu lado está o noivo. Gregório veste um terno escuro também, uma capa enorme e brilhosa coberta pelo minério de sua Pedra.
Todos estão de pé, paro na escadaria do palco, de frente para Christopher que sorri de maneira encantada. Dominique me entrega o buquê e beija a bochecha do pai, que a entrega aos braços de Gregório.
A cerimônia do casamento começa, eles trocam seus votos e noto que Christopher chora. Sinto vontade de beija-lo, não sabia que ele era do tipo que chorava em casamento.
- Lady Dominique Miranda Opala, aceita Gregório Ônix, rei de Outrora como seu marido, para amar e respeitar até que a morte os separem? -- o padre pergunta.
Ela sorri.
- Aceito -- ela diz ainda sorrindo.
- Gregório Ônix, rei de Outrora, aceita Lady Dominique Miranda Opala como sua esposa, para amar e respeitar até que a morte os separem? -- ele pergunta.
- Aceito -- Gregório diz.
- Sendo assim, se ninguém é contra essa união -- o padre afirma - Pode beijar a noiva.
Gregório se aproxima a envolve delicadamente pela cintura com todo cuidado. Ele a beija lentamente, como se ela pudesse se desmanchar em seu lábios. Todos aplaudem, Christopher enxuga as lágrimas com um lenço do terno. Os noivos saem de mãos dadas.
Me pego ansiosa para que chegue a minha vez de entrar em uma igreja e ver todos os meus familiares e amigos emocionados. Desejo ver Christopher no altar e de dizer sim.
Meu noivo se aproxima de mim e me conduz para fora dos degraus.
- Você está linda! -- ele diz fazendo com que eu fique de frente para ele - Mas aposto que ficaria ainda mais com um vestido de noiva.
Solto uma risada e ele me interrompe com um beijo.
- Você chora em casamentos -- comento quando ele se afasta, deixando os nossos narizes encostados.
Ele me rouba mais alguns beijos.
- Vou chorar litros no nosso. Prometo ser o seu melhor amigo, o seu companheiro e tudo o que necessitar -- ele diz - Vou cuidar de você Rose, irei me esforçar para lhe tornar a mulher mais feliz do mundo todos os dias -- ele faz suas promessas nos intervalos dos beijos - Te amarei até enquanto houver ar em meus pulmões.
Meus olhos enchem de lágrimas, odeio Christopher por me amar tanto, odeio ele por me fazer amá-lo tanto. Ele se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida, não vale a pena nada que afete o nosso amor.
- Viu? Não é só eu que choro em casamentos -- ele comenta me fazendo ri.
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