Nove
Decido sair do meu quarto, não sem antes de esconder a carta de Nathew em um baú de jóias. Papai saiu a alguns minutos antes de eu tomar essa decisão.
O salão da rainha está vazio, esperava encontrar Dominique no sofá, mas provavelmente ela ainda está em seu passeio. Tobias me segue dele eu nem perceber.
- Por a caso o senhor fica na porta do meu quarto me esperando? -- perguntei.
- Sim Lady -- disse ele - Gosto de ser útil e também cumpro ordens que me mantém vigiando a sua porta -- diz ele em seguida.
No corredor a luz do por do sol invade, iluminando e criando lindos feixes de luz. Guardas parados na parede nos vigiam e me deixando desconfortável.
Em casa tínhamos guardas apenas quatro guardas para segurança, já no palácio teve ter milhares.
Vejo passos em minha frente, mas continuo andando. Tobias me segue quieto e atento a qualquer barulho.
Christopher se aproxima de mim, me revelando quem estava em minha direção. Ele para na minha frente e faz um sinal e me observa por um minuto.
- Lady Rubi, estava a sua procura -- diz ele sorrindo.
- Estava indo para a sala de jantar -- na verdade só estava andando pelo palácio, mas não cairia bem dizer isso ao príncipe.
- Deixe que eu a acompanha daqui -- diz ele ao meu guarda.
Tobias faz uma reverência com a cabeça e dá meia volta. Christopher me oferece o braço e eu aceito.
- Como nosso encontro que combinamos no baile foi desmanchado -- diz ele parando e me olhando - Fiz uma coisa para a senhorita -- diz ele em seguida.
- O que essa coisa seria ? -- pergunto e continuamos a andar.
- Escolhi me encontra com a Lady Opala primeiro, pois queria te recompensar pelo encontro que não tivemos de uma forma mas adequada -- diz ele.
- E o seu encontro com a Lady Opala não foi adequado ? -- pergunto.
- Apenas gostaria de não ser forçado a convidar uma moça para um passeio -- diz ele.
- E não está sendo agora -- concluo.
- Não, não estou -- diz ele sorrindo.
O príncipe me conduziu para o jardim real. A lua já estava demonstrando o seu brilho acompanhando o das estrelas, uma brisa fria envolve meus ombros e faz com que a minha pele se arrepie.
Christopher toma as minhas mãos e me leva até um lindo piquenique. Uma toalha de mesa branca estava estendida, pisca-piscas estavam presos nas árvores deixando o ambiente no clima.
- Sei que é simples, mas me contaram que a srta gosta de ficar debaixo do luar -- diz ele.
- Quem te contou ? -- pergunto.
- É segredo -- diz ele se sentando.
- Gosta de pudim ? -- pergunta ele.
- É minha sobremesa preferida -- digo me sentando de frente para ele.
- Ótimo -- diz ele - Não a vi pelo palácio a tarde -- comenta em seguida.
- Estava em meu quarto -- digo - Como foi o seu passeio com Lady Opala? -- pergunto.
- Bom, ela é muito educada e interessante -- diz ele retirando os aperitivos da cesta - Mas não quero falar dela no momento -- completa.
- E o que vossa alteza deseja falar? -- pergunto.
- Sem títulos por favor -- diz ele - Do que você gosta de fazer seria um bom começo -- comenta.
- Geralmente leio, gosto de tocar -- digo pegando um cupcake - Sempre procuro algo para me distrair -- completo.
- Toca que tipo de instrumento? -- pergunta ele.
- Piano e harpa, geralmente somos obrigadas a aprender desde cedo -- digo - E você? -- pergunto.
- Também toco piano, mas o que gosto de fazer é pintar -- diz ele.
- Tem algo específico que gosta de pintar? -- pergunto partindo o pudim e colocando em nossas taças.
- O céu, principalmente as nuvens -- diz ele.
- Vê inspiração nelas? -- pergunto levando a colher a boca.
- Na verdade não, minha mãe prefere que eu pinte coisas claras para decorar o palácio -- diz ele - Quando pinto elas gosto de colocar um pouco de cores delicadas para dar mais vida -- completa ele também comendo o pudim.
- Tem algum lugar para pintar aqui no palácio? -- pergunto.
- Não, somente o meu quarto -- disse ele - Meu pai acha que pintar é perda de tempo -- diz em seguida abaixando a cabeça.
- Acho que pintar é uma das melhores formas de expressão que se pode existir -- digo olhando para a lua.
Christopher sorri com as minhas palavras. Seus olhos brilham ainda mais com a luz dos pisca pisca, o cristal cintila em suas roupas fazendo com que o vermelho do meu vestido fique opaco.
- Christopher? -- chamo ele depois de um tempo - Podemos mesmo está aqui? -- pergunto.
- Não se preocupe tenho guardas de confiança que não falaram nada sobre esse encontro -- diz ele.
Uma pontada de preocupação pinica em meu pensamento. Na deveria está a essa hora com o príncipe fora do palácio. O que o rei e a rainha pensariam de mim?
- Tem certeza? -- pergunto.
- Não se preocupe Rose -- diz ele tocando a minha mão.
Recuo com o toque do príncipe e ele deixa um calor estranho em minha pele que sobe até o meu pescoço.
- Desculpe, eu fiz algo de errado? -- pergunta ele.
- Não -- digo - Gostaria de ver uma obra sua -- comento tentando mudar o assunto.
- Claro, qualquer momento te mostro -- diz ele - Também gostaria de te ouvir tocar -- diz ele em seguida me mostrando os dentes.
Por um momento imagino a minha vida como rainha, ao lado de Christopher conversando sobre as estrelas. Nathew não estaria nesse sonho.
Minhas criadas, não poderiam mas trabalhar no Palacete sem a minha presença pelo menos isso eu poderia tentar
- Principe, Sei que o momento não é oportuno, mas...
- Pode dizer -- ele me interrompe.
- Queria te pedir uma coisa -- digo.
- O que deseja? -- ele pergunta.
- Gostaria de que minha criadas trabalhassem aqui, pelo menos o tempo em que eu ficar -- digo.
- Algum problema com as do palácio? -- pergunta ele.
- Não, nenhum -- digo - Se eu ficar, meu pai vai demiti-las e elas não encontraram trabalho do dia para noite -- digo apreensiva - Só queria ter-las por perto.
- Vou ver o que o faço Rose Rubi -- disse ele tocando minha mão e sorrindo.
- Muito obrigada -- falo aliviada.
Depois do piquenique Christopher me conduziu até o salão da rainha. Tobias estava por perto e me encontrou assim que o príncipe saiu.
- Posso perguntar como foi o passeio com o príncipe? -- pergunta ele.
- Os guardas daqui são todos tão intrometidos ? -- pergunto sorrindo.
- Não, mas as vezes rola umas fofocas sim -- diz ele - Agora não vai me contar sobre o passeio? -- pergunta ele.
- Foi um piquenique no jardim, tava decorado com pisca piscas brancos e comida de alta qualidade -- digo - Conversamos bastante, sabia que o príncipe pinta? -- pergunto.
- Sim ele vive passeando com quadros -- meu guarda explica - Pelo que soube o passeio com Lady Opala foi apenas um chá -- diz ele.
Faço um sinal para que Tobias fale baixo. Dominique pode estar no quarto e não quero que ela escute.
- Não se preocupe, ela não está.
- Sabia que é feio falar dos outros? -- pergunto.
- Só quero te avisar que está na frente -- diz ele envergonhado.
- Estou brincando -- digo rindo e ele ri também.
Tobias se afasta quando Dominique entra no salão. Ela está com um vestido prateado e seus cabelos loiros estavam eu uma trança embutida frouxa.
Ela nota a minha presença e se senta no sofá, não antes de dispensar seu guarda com um gesto de mão. Dominique sorrir ao dirigir os olhos a mim, ela dá tapinhas no sofá para eu me sentar ao lado. Faço o que pede.
- Como foi o seu passeio Dominique ? -- pergunto e ela alarga o sorriso.
- Maravilhoso -- diz ela - E o seu ? -- pergunta.
- Digo o mesmo.
- O príncipe me convidou para tomar café com ele sabia? -- conta ela.
Nego com a cabeça e ela sorri ainda mais. Não sei como consegue esticar a boca desse jeito, ela deve ter anos de prática provocando qualquer um que vê pela frente.
- Ele será um grande rei, mas precisará de uma rainha adequada -- Dominique diz tocando meu ombro - Fui criada para ser uma rainha e sei que serei uma excelente, não impeça que o reino ganhe a melhor que já viu -- completa ela.
- Concordo plenamente -- digo e ela diminui o sorriso com calma, mas continua sorrindo - Sou boa o bastante para competir, sou boa o bastante para ganhar e não duvide da minha capacidade de governar um reino -- digo.
Dominique fecha a cara com raiva e se retira. A porta de seu quarto bate com força. Não vou permitir que ela me diminua desse jeito.
Meu coração é vermelho como rubi e vou fazer por merecer a pedra que me adotou e me criou para reinar.
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