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Capítulo 2 - Lady Marsalla

"Não a Diferença Entre Viver & Receber Permissão pra Viver. Assim Como Não há Diferença Entre Morrer & Ser Morto."

— Senhora Brishen... — Disse o cocheiro da carruagem gentilmente — Já estamos em Aneanne. Quero dizer nas terras da família Brishen, o castelo "nascido durante a chuva de sangue", explicou com ligeira formalidade.

Johanne despertou, assustada. Os olhos verde-escuros, com a forma e a cor de uma folha de roseira, arregalaram-se ao se lembrar de onde estava.

— Já chegamos?... — Ela gaguejou, a voz jovem ainda rouca de sono. — Desculpe, eu não pretendia adormecer.

Ela se levantou, arrumando as roupas típicas de seu pais que vestia e ajeitos os cabelos que estavam presos em duas longas tranças enfeitadas por pequenos enfeites de flores e pedras.

— Não tinha intenção de atrasá-lo. — Ela tropeçava nas ásperas vogais da língua local. — Sinto muito.

O cocheiro sorriu de seus esforços em falar seu idioma. Anos e anos no trato com os diversos viajantes entre Ameonna e Azkar tinham lhe dado um bom conhecimento do idioma estrangeiro e, pelo sotaque dela, era capaz de saber que a humana devia ser do interior de Azkar. Ela evidentemente falava pouco o idioma da região e, durante a jornada pela estrada empoeirada, ele tinha se perguntado como é que aquela mulher teria conseguido casar-se com um membro da aristocracia vampiresca. Parecia jovem demais para ser da família Brishen e muito menos ainda de algum herdeiro do castelo. Será que havia algum ramo bastardo da família dentro da raça humana que ele não conhecia?

Tudo podia acontecer depois de que muitas raças se misturaram entre si, alguns acham muito bom a mistura de raças, mas outros nem tanto. Os Brishen eram nobres de sangue dourado como eram conhecidos pelo pais e os Azkar eram guerreiros vindo de tribos perdidas do clã dos lobisomens que muitos acreditavam ter vindo do próprio inferno, pois eram guerreiros que jamais caiam de joelhos, preferiam a morte a serem subjulgados. Pois essa eram as histórias que contavam.

Tinha podido examinar a estrangeira humana de pele bronzeada como a noite sem estrelas enquanto a mesma estava adormecida e conduzia a carruagem bem devagar quase vazia montanhas acima. A pele sedosa como seda fina não tinha nenhum traço de maquiagem e também não tinha sardas como as mulheres da região de Aneone, o que era bastante raro, uma vez que seus cabelos eram os mais escuros que jamais tinha visto. Ele sabia também, pelos reflexos negros que refletiam a luz azulada colocava nos cachos, que aquela cor não tinha saído de nenhum tubo de tintura. Conhecia muito bem os horríveis tons escuros exibidos por inúmeras jovens da nobreza, aquilo era mais do que natural.

E enquanto pegava a bagagem de Johanne do compartimento de carga, examinava a moça em sua roupa de seda estilo oriental. Não era alta, mas as pernas eram bem longas para a sua altura e, apesar de ser um pouco magra para o seu gosto, os seios eram cheios, redondos. Afinal, resolveu o cocheiro, não era nada surpreendente que algum nobre Brishen tivesse se casado com ela. A jovem mulher humana era um prêmio para qualquer um.

Parada à calçada da pracinha feita de pedras polidas, Johanne defendeu os olhos do vento e arrumou o seu lenço sobre sua cabeça. Piscou aliviada olhando em volta pela enorme beleza esverdejante do local.

— Aqui é sempre assim tão quente? — Perguntou. — Pensei que o clima fosse frio nesta altitude.

— A altitude aqui ainda não é tanta senhora. — O cocheiro respondeu. — E o calor é por causa dos deuses que ficam sobre o monte vulcânico, o vento vem quente lá de cima. Esses são os mitos da região, alguns acreditam outros não. Ele desce dos lados da montanha e se esquenta por... como é mesmo a palavra? Por compressão. É bom para os fazendeiros, mas nas áreas de neve provoca avalanches, às vezes. Enfim, tanto bençãos com maldições vem dos deuses.

Johanne olhou em torno enquanto ele falava. Notou as casas bem cuidados de três e quatro andares, que circundavam a praça. Estava tudo deserto. Um jovem barbudo tinha descido da carruagem antes dela, mas uma loira o havia encontrado e já tinham sumido. Johanne sentiu um arrepio de apreensão. Ela estava dentro dos dominios dos vampiros.

— Sabe para onde ir? — Perguntou o cocheiro, percebendo a agitação dela.

— Sei, sim. O castelo Brishen.

— Mas fica muito longe daqui senhora. — Comentou ele. — Vai precisar de um coche e não sei se vão ter um por aqui agora.

— Ah, não. Alguém deve vir me pegar. Já devem estar chegando.

— Bom... — Disse o cocheiro, ouvindo os gritos rudes de dois vampiros com chapéus de penas estranhas que protestavam, impacientes, dentro da carruagem. — Tenho de ir. Tem certeza de que sabe o que fazer?

— Tudo bem. Tenho passagem seguro dentro deste território... — Johanne respondeu, valente. — O senhor foi muito gentil. Obrigada...

— Até logo. — Disse o antigo vampiro, retornando para seu assento. — Divirta-se na Aneane.

— Obrigada...

Johanne viu a grande carruagem desaparecer numa esquina e toda a segurança que tinha demonstrado ao cocheiro que desapareceu como se tivesse dissolvido no vento quente. Estava sozinha.

Estremeceu, abraçando o próprio peito. Alguém devia vir encontrá-la. A mensagem tinha sido bem claro: haveria alguém à espera. Mas ali estava ela, sozinha, numa cidade deserta de um país estrangeiro. Pensou pela primeira vez se não teria sido um grande erro ter vindo. Desde que deixara Azkar, há quase vinte e quatro horas, tinha se sentindo excitada demais para ponderar. Com exceção de uma breve excursão a capital Ameonna, aos onze anos de idade, nunca havia saído de Azkar. Tinha viajado de navio, carruagem e até a pé entre Azkar kur e Keer Azkar algumas vezes, mas o navio até Ameonna e depois até Aneane tinham lhe parecido o cúmulo da aventura.

Ameonna! A terra do Príncipe Constantino Bennett Dietrich Brishen, das valsas e das operetas e de toda a música feita sempre com violões e violinos que penetrava tão profundamente na alma. Devia era dançar por aquela pracinha pela simples alegria de estar ali. Mas estava exausta. E cheia de maus pressentimentos. Eles tinham começado a surgir em sua mente naquela manhã, ao ver o sol surgir sobre as muralhas do Porto Dourado, a enorme fortaleza do século doze que pairava sobre a cidade natal do Prínipe Bennett. À medida que o navio deslizava pelas águas agitadas do imenso mar, adormecida, cruzando e tornando a cruzar o mar esmeraldine, Johanne tinha contemplado, acima das florestas da montanha, as muralhas cinzentas cheias de torres dentadas banhadas na luz dourada do sol nascente. Um suspiro tinha brotado de seu peito. Pertencia a um mundo de praias, de luzes que enfeitavam todos os arredores da cidade, de barracas de sanduíches, barracas de chás de hortelã.

Que é que estava fazendo ali, à sombra de um castelo medieval autêntico?

Johanne retirou o lenço, afastando um pouco de seu rosto e esfregou os olhos doloridos. Olhou o relógio: uma hora. Calculando mentalmente, concluiu que em Azkar deveriam ser quatro da manhã, hora em que geralmente caía na cama, exausta do trabalho, dançar sempre lhe trouxe alegria e muito prazer. Era por isso que se sentia cansada. Naquele exato momento Shakira, sua colega de trabalho e vizinha, estaria provavelmente massageando os pés inchados depois de oito horas dançando e rodopeiando pelo imenso salão de festa do Emir, arrancando diversos suspiros dos visitantes e jurando, como sempre, desistir do trabalho noturno para um dia ser uma grande escritora de romances modernos.

Johanne lembrava-se do ar surpreso nos olhos de Shakira ao vê-la empacotar suas coisas.

— Que história é essa de ir para a Aneane, conhecer a família do seu falecido companheiro? Eu nem sabia que era casada!

Johanne explicara então que seu companheiro tinha morrido há mais de um ano.

— Oh, Anne, sinto muito. — Shakira piscava os olhos muito pintados. — Quando você teve... quando você ficou doente eu pensei... Meu Deus, foi horrível. Você não tem idade para estar casada há tanto tempo!

— Eu tinha dezenove anos quando nos casamos. — Respondera Johanne um tanto irritada, lembrando-se da desaprovação geral que tinha tido de enfrentar. — Estávamos juntos há dois anos quando ele morreu num acidente. Não gosto de me lembrar disso.

— Uma aventura em alto mar! — Shakira tinha dito num tom alegre, percebendo a amargura de Johanne diante daquelas memórias. — Que maravilha! Sua sortuda, eu vou ter de me contentar se conseguir ir pelo menos até uma cidade vizinha da nossa neste verão. Quanto tempo acha que vai ficar fora?

— Não sei. Surgiu algum negócio de família tão importante que os Brishen...

— Os Brishen? — Shakira estava perplexa.

— É o nome deles. Meu também, claro, apesar de eu não usá-lo há muito tempo. Eles precisam da minha presença lá. Mandaram-me as passagens na próxima embarcação e não sei quanto tempo vai demorar a coisa toda. Mas não estou preocupada. Tenho umas economias e acho que posso me manter alguns meses por lá antes de voltar, se sobrar algum tempo. O Emir disse que segura a minha vaga por um mês.

— Aposto que vai guardar, mesmo! — Tinha dito Shakira, irônica. — Em todos estes anos nunca apareceu nenhuma dançarina com tanto talento, nem tão bonita quanto você aqui nesta espelunca, como deve saber a família do Emir perdeu tudo por causa das loucuras dele mesmo. E ele sabe que não vai conseguir arrumar nenhuma substituta. Não pelo salário de fome que ele paga.

— Bom... — Johanne sorrira, concordando. — Mas as gorjetas são boas.

— É, mas os que dão gorjetas gordas sempre exigem muito, também. Hoje tinha um beliscador, você viu? Aquele com um corte de cabelo estranho... Esses malditos lobos renegados!...

Agora, a milhares de quilômetros de distância, em plena Aneane, Johanne sorria das recordações, o primeiro sorriso daquele dia longo e cansativo. shakira tinha sido uma boa amiga. Não fazia perguntas, não solicitava nada e nunca se chocava. Ao aceitar o emprego de dançarina em um antigo harém lobisomem transformado em uma espécie de bar, Johanne ainda estava confusa com a morte de Jeffery e os fatos que tinham acontecido pouco antes. E então tinha conhecido Shakira Qatar, uma lobisomem alegre, de trezentos e muitos anos, que tinha vindo a Azkar para ser estrela e em vez disso tinha se casado três vezes e se tornado uma excelente dançarina noturna de Azkar. Às vezes Johanne se punha a pensar se o permanente bom humor de Shakira é que a salvava de um colapso total. Sem dúvida, a doença de Johanne teria sido muito mais grave se não fosse a assistência da atual amiga. Ia mandar montes de cartas e mimos: Shakira ia adorar, mesmo que Johanne acabasse voltando para Azkar antes das cartas chegarem.

Examinou o lenço, tão útil mas horrível por causa do excesso de calor do lugar, que a amiga tinha lhe dado como presente de última hora no porto de Azkar.

— Lenços feitos de fios dourados são a melhor coisa para proteger os olhos do brilho da neve nas terras de Ameonna. — Tinha dito Shakira.

Mas até agora Johanne não tinha visto nenhuma neve, nem qualquer montanha que parecesse mais alta que as montanhas desertas onde tinha nascido e crescido. O cocheiro da carruagem tinha informado que aquelas eram ainda as cadeias mais baixas, que as montanhas vulcânicas possuíam e que haviam outras montanhas realmente altas que ficavam mais para oeste.

Johanne olhou as lojas fechadas que circundavam a praça e chegou à conclusão de que os moradores locais, assim como seus vizinhos, deviam fazer a sesta depois do almoço. Não conseguia entender as tabuletas dependuradas das vitrines e que deviam informar o horário de reabertura das lojas, e sentia-se ainda mais isolada. Se ninguém aparecesse para apanhá-la, ela nem saberia como fazer um primeiro contado. Não ia conseguir utilizar o seu idioma, e seu reduzido vocabulário local certamente não bastaria para pedir o auxílio de um coche. No porto isso parecia não ter tido importância, uma vez que todo mundo falava diversos idiomas, e mesmo o cocheiro da carruagem tinha ficado contente com a oportunidade de demonstrar seus talentos linguísticos. Mas ali, numa cidade pequena, suas limitações certamente provocariam dificuldades. Culpa do Jeffery! Ele podia tê-la ajudado quando tentou aprender o seu idioma, em vez de ficar caçoando do sotaque dela.

Johanne decidiu resolutamente que esperaria mais quinze minutos e depois iria procurar um alguém. Ia ter de dar um jeito.

Encostou-se à mureta baixa da pracinha e relaxou. Estava muito cansada. Todas aquelas horas sentadas num carruagem a haviam deixado dura e dolorida. Estava acostumada a passar horas e horas sentada fazendo as roupas das muitas dançarinas, mas isso era diferente do confinamento dos assentos apertados de uma carruagem. O que tinha de fazer agora era dar uma boa corrida em volta do quarteirão uma ou duas vezes, para reativar os músculos. Espreguiçou-se, lânguida, dobrando a cabeça para trás a ponto de seus longos cabelos escuros presos nas duas tranças quase tocarem a mureta, esticando os braços para cima e para os lados. O movimento esticava o tecido fino da túnica contra seus seios. Durante algum tempo ficou assim arqueada para trás, sentindo a dorzinha gostosa dos músculos tensos relaxando gradualmente. Endireitou-se então.

De repente percebeu que estava sendo observada. Alguém, parecia um vampiro, a olhava da janela do segundo andar de uma casinha na esquina. Johanne curvou os ombros depressa. Enrubesceu ao pensar quanto devia ter parecido provocativa ao se espreguiçar. Olhou disfarçadamente para a janela outra vez, mas o vulto tinha desaparecido de repente.

— Senhora Brishen presumo? — Perguntou uma voz.

Johanne deu um salto, assustada. Um vampiro grisalho, de rosto cor-de-rosa, estava parado ao lado dela.

Seria ele o vulto da janela, pensou ela depressa, notando o carruagem dourada parada na curva da rua. Mergulhada em seus pensamentos, não tinha ouvido o som dos cacos dos cavalos se aproximando. O vampiro vestia um terno cinza, quase prateado extremamente severo, que não chegava a ser um uniforme, e Johanne notou que as calças impecáveis estavam sujas de lama e grama nos joelhos.

— Senhora Johanne Brishen... — Insistiu ele.

— Sim, sou eu, Johanne Brishen... — Ela respondeu sem jeito, achando que não conseguiria pronunciar nem mesmo o próprio nome. Mas aparentemente sua pronúncia bastara para o servo acreditar que ela falava bem, pois o vampiro começou a falar em frases longas que ela não conseguia acompanhar, apesar de entender que ele devia estar se justificando pelo atraso.

— Espere um pouco, mas devagar por favor... — Ela interrompeu — O senhor fala o meu idioma?

— Não como eu gostaria. Mas acho que podemos nos comunicar... — Ele lamentou.

2436 Palavras

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