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Capítulo 17 - Lady Marsalla

— Então meu pai fez uma coisa que nunca tinha sido feita em todas as gerações dentro do nosso clã, desde o primeiro: em vez de deixar as propriedades integrais para o filho mais velho que estivesse vivo, separou a parte da colina, deixando-a para Jeffery. Ninguém sabia disso, a não ser o testamenteiro, e evidentemente ninguém podia prever que papai e Damon morreriam juntos. Quando tive conhecimento disso, escrevi para Jeffery, mas ele nunca respondeu à carta. Nem sei se a recebeu.

— Recebeu, sim! — Disse Johanne. — Foi por essa carta que descobri seu endereço para comunicar a morte de Jeffery.

— E você não a leu? — Perguntou Drake, desconfiado.

— Como? Eu não falo o idioma que vocês nobless usam para se comunicar, lembra?

— É claro, perdão as vezes eu me esqueço que você é uma humana. — Disse ele, embaraçado. — Percebe onde quero chegar?

— Está me dizendo que, como viúva de Jeffery, a propriedade agora me pertence?

— Mais ou menos. A situação é essa. Mas existem inúmeras dificuldades. Como você não é uma vampira, existem certas restrições sobre o que pode herdar aqui. Mas como Jeffery morreu em Cartana, resta pendente a questão de qual legislação deverá ser aplicada: a de lá ou a daqui. Meus advogados acham que a melhor maneira de resolver o problema é você assinar um documento renunciando a todos os direitos da propriedade... por um preço razoável, claro. Assim seria possível assentar as coisas, apesar de poder levar muitos anos. Pois as nossas leis são rígidas quanto a posse de terras, na verdade, o que quero lhe dizer é que meu irmão deveria ter se unido com você numa cerimônia tradicional do nosso clã. E logo após a lua de mel de vocês a transformar. Ainda não entendi por que o meu irmão não o fez.

— Não sei o que dizer. Jeffery nunca mencionou... Eu nunca sonhei que pudesse ser uma vampira na realidade. No fundo acredito que o seu irmão tenha entendido que eu não era digna de ser a sua verdadeira companheira.

— Não é nenhum sonho, isso eu garanto. Mas se ele se uniu a você sobre outras leis, ainda sim o meu clã te reconhece como sua companheira. Pelo menos eu e os demais anciões do reino. — Disse Drake. — A soma que definimos me parece justa, de acordo com os valores das terras aqui.

— Pelos deuses! — Exclamou Johanne, baixinho. De repente suas pernas pareciam incapazes de sustentá-la e sentou-se, subitamente, na grama molhada.

— Desculpe!... — Disse Drake, rindo e agachando-se ao lado dela. — Eu devia ter lhe contado enquanto ainda estávamos na carruagem. Vai estragar sua roupa assim humana.

— Não, não. Por favor, desculpe-me lorde Drake. — Disse ela, recusando a mão que ele estendia para ajudá-la a levantar- se. — Eu já, já me recupero. Dê-me um minuto para entender isso tudo.

— Claro. Vou deixá-la sozinha um pouco. Ele anunciou saindo pensativo.

Drake afastou-se, caminhando pela grama em direção à filha que cavalgava. Johanne olhou ao redor, a umidade se infiltrando no tecido fino das diversas camadas de tecido

Mas nada lhe importava naquele momento a não ser a notícia que Drake lhe tinha dado. Aquele campo era seu! A grama alta, as flores silvestres, a terra negra e fértil, tudo pertencia a ela, Johanne Rhaoshlyn Brishen, a humana pobre do reino de Cartana que tinha passado a vida inteira em casas geminadas e locais insalúbres. Sentia vontade de rir e, depois de se certificar de que Drake e Aurora ainda estavam longe, riu alto, como louca, atirando-se para trás, deitando-se na grama molhada. Fechou os olhos sentindo as hastezinhas do mato picarem suas costas, inebriada pelo perfume das plantas, o sol quente brincando sobre sua pele. Por um instante sentiu-se fundir com a natureza, como uma força que a penetrava.

Era a segunda vez que Johanna parecia se fundir á aquelas terras. Algo sobre o solo a chama de modo estranho e profundo.

Depois de algum tempo, percebeu uma sombra projetada sobre seu rosto e abriu os olhos. Era Drake, de pé ao lado dela, estudando cada detalhe de seu corpo com um olhar faminto: os cabelos molhados, os seios debaixo da fazenda fina, a perna dobrada. Johanne encarou Drake, o sol formando um halo em torno de sua cabeça alta. E seus olhares se entrelaçaram. Eu o desejo, ela pensou, e lentamente um calor tão básico como a terra em que estava deitada começou a se espalhar de seu ventre para todo o corpo. Muito lentamente, Drake esticou a mão para ela. Ao entrelaçarem os dedos, Johanne tremeu.

Mas então Aurora chegou, trotando em seu cavalo, e o momento se desfez.

— Tia Johanne, sua roupa vai ficar toda suja desse jeito. — Avisou Aurora enquanto Drake ajudava Johanne a se levantar. — Suas costas estão molhadas. Por que é que estava deitada no chão? Você caiu?

— Acho que tia Johanne queria olhar o céu, pequena! — Explicou Drake, secamente.

— O que é que tem o céu? Alua está vermelha como sempre! — A menina perguntou, olhando para cima.

— Não estou acostumada com o céu tão avermelhado assim. — Gaguejou Johanne. — Em Cartana o céu é sempre cinzento e sujo de fumaça por causa do progresso que avança a cada dia.

— Que feio! — Disse Aura, com uma careta.

Drake estendeu a mão para os cabelos de Johanne, mas ela, muito alerta à presença da menina, desviou a cabeça.

— Tem uma folha em seu cabelo humana. — Ele disse friamente, retirando o galhinho da testa dela.

Johanne corou, ainda mais envergonhada. Drake voltou-se para Aurora abruptamente e mandou que levasse o Mandrake para o castelo.

— Ah, pai... — A menina protestou irritada. — A gente já vai? Não ficamos quase nada!

— Quando chegarmos na casa dos servos você pode ficar lá brincando um pouco. Eu tenho trabalho a fazer.

A menina obedeceu relutante, mas consolada pelo fato de poder brincar com os filhos dos servos do castelo, que cuidava dos familiares de seu pai.

— É tão lindo este lugar! — Exclamou Johanne olhando ao redor. — Não há nenhuma possibilidade de eu poder ficar com ele, não?

— Não!... As regras do nosso clã são claras. — Disse Drake, direto. — De jeito nenhum. É mais razoável aceitar o dinheiro.

Ela entrou na carruagem e Drake sentou-se ao lado dela.

— Bom, com todo esse capital acho que vou poder voltar a estudar para tirar meu diploma e poder dar aulas de música pelos reinos. E ainda vai sobrar o bastante até para abrir uma escola de música, minha mesmo.

— Quer tanto ser independente assim?

— Acho que sim. Não consigo imaginar alguém me sustentando a vida inteira. — Johanne disse.

— É para isso que servem os companheiros. — Insistiu Drake que desviar a atenção de cada reação dela.

— Duvido que me case outra vez. — Ela disse, encarando-o.

— Muito bem. — Ele ordenou ao servo para voltarem ao castelo. — Tenho de voltar a Marlóvia por uns dias. Vou mandar preparar os papéis conforme ordena a leis do meu clã.

Ao descer para jantar, Drake estava esperando ao pé da escada e levou-a para o salão onde as outras duas vampiras e Aurora já esperavam. Johanne notou que desta vez Morgana estava de vestido longo. Era escuro, um tanto pesado para os seus cento e dezenove anos, como também a maquilagem nos olhos era um pouco excessiva.

Mesmo assim Johanne reconheceu que se a vampira realmente se dedicasse a seu sonho de se tornar uma maga, sua beleza lhe valeria muito.

Ella olhou para Johanne intensamente.

— Já está tudo arranjado, Drake? — Perguntou baixinho.

— Está!... — Respondeu Drake levemente irritado. — A humana Johanne foi muito compreensiva.

Enquanto ele caminhava até o bar, Ella estudou Johanne por um instante e, surpreendentemente, sorriu para ela.

— Agradeço muito a sua compreensão humana. — Disse com ironia.

— Entendo agora porque gosta tanto destas terras. — Disse Johanne, sorrindo também. — Em seu lugar eu também não gostaria de me separar delas.

Drake retornou do bar e entregou a Johanne sua bebida. Abriu a porta da sala de jantar e entraram todos.

— Drake... — Falou Morgana, aproximando-se dele. — Esqueci de contar ontem, que quando passei de carruagem pelo campo, tinha um grupo de nômades acampado por lá.

— Nômades? — Perguntou Drake.

— Não. Acho que não. — Respondeu a vampira. — Não parei para olhar, mas parece que estavam com algum tipo de equipamento.

— Entendo... — Respondeu Drake, preocupado.

— Drake, você acha que... — Perguntou Ella, tocando o braço dele.

— Não se preocupe, Ella... Ninguém vai violar o local de descanso de Akasha! — Ele disse, apertando de leve a mão dela e cortando o assunto. — Eu trato disso.

Apesar de jantarem na sala grande, a refeição foi mais simples e Johanne pôde apreciá-la desta vez. Como estava esgotada pela enorme surpresa, limitou-se a comentar sobre a beleza natural daquele lugar. Morgana parecia imersa em seus próprios problemas e, se não fosse Aurora, o jantar teria sido incomodamente silencioso. A menina falava de seu cavalo, o mais valente familiar de seu pai e agora era o seu amigo também, explicando a Johanne que o nome queria dizer na realidade e tinha sido escolhido porque o sobrenatural tinha nascido numa noite de tempestade e de lua de sangue. Ella estimulava as fantasias da menina, que sonhava em aprender logo as artes de seus ancestrais e ganhar muitas batalhas igual o pai e sua mãe. Johanne percebeu que ela teria sido uma ótima mãe, se tivesse tido filhos com que se ocupar em vez de dedicar-se tanto à mansão.

Suas relações com Morgana pareciam um tanto conflitadas, mas isso talvez se devesse ao fato de a jovem vampira ter vindo morar com ela quando já era grande. Drake parecia muito alheio durante toda a refeição e assim que terminaram de comer ele foi para seu escritório. Aurora foi para a cama e Ella e Morgana foram cuidar dos intermináveis preparativos para o baile.

Johanne subiu para seu quarto, atirou longe os sapatos e deixou-se cair na poltrona estofada. Imaginava o que ia fazer com sua herança e deixou o pensamento voar livremente. Pensou em deixar o emprego no bar dos lycans e mudar para um apartamento maior. A ideia de voltar para a escola não era muito atraente, com todas as formalidades, exames e recitais de formatura dentro dos reinos ordenavam isso, tanto para humanos como para os sobrenaturais, apenas os nobres poderiam mudar algumas coisas, mas nada que afetasse a ordem das coisas. Essa era a lei estipulada pelos grandes anciões... Mas precisava do diploma da academia real se quisesse ser mestre de música.

Por um momento se divertiu escolhendo nomes para a academia que ia fundar. Johanne Rhoslyn Conservatório Musical em manuscrito sobre as portas de madeira e cristal. Não, não, era pomposo demais. Rhoslyn Studios numa placa de latão dourado imitando ouro talvez, era mais elegante e simples. Ficou construindo castelos nas nuvens até pôr os pés no chão novamente, pensando que depois de pagar todas as taxas no reino de Cartna e em Aneone, ia ter de se dar por feliz se sobrasse o suficiente para pagar a passagem de volta.

Levantou-se e se espreguiçou. Estava inquieta, presa em seu quarto, excitada demais para conseguir dormir. Os livros que tinha trazido não a atraíam. Normalmente ouviria um pouco de música agora, mas não tinha nenhuma vitrola no quarto. Tinha visto um conjunto portátil na sala de música, mas não ousaria tocá-lo. Pensou no piano. Será que os outros se importariam se ela tocasse um pouco, para relaxar?

Já estava no meio da escada quando se lembrou de que estava descalça. Pensou voltar para pegar os sapatos quando ouviu ruídos vindos da sala de música que a fizeram esquecer de tudo. Alguém estava tocando piano. Ela reconheceu instantaneamente a Sonata sombria feita pelos vampiros do leste do reino de Morlóvia, uma Sonata dedicada aos amantes noturnos e, quem quer que fosse o pianista, era bastante bom, tocando com segurança.

Mas só tocava a parte da mão direita.

Entreabriu a porta e deslizou para dentro. Drake estava de costas para ela. Seu sobretudo de rigor estava jogado sobre o sofá e a camisa branca pendia solta dos ombros fortes, como se ele a tivesse desabotoado e deixado o tórax livre.

Ela via os dedos finos e ágeis da mão direita deslizando com segurança pelo teclado e de vez em quando o braço esquerdo mover-se instintiva e convulsamente para as teclas, tornando a baixar a mão rígida.

A porta rangeu de leve quando Johanne a fechou e Drake voltou-se vivamente para ela.

— O que quer aqui? — Perguntou.

— Desculpe. — Johanne corou. — Não conseguia dormir. Pensei em tocar um pouquinho, se não incomodar ninguém. Não pensei que você...

— Que eu ainda me permitisse essas fantasias... — Concluiu ele secamente. — Venha, humana. Não tem por que ir embora, agora que já descobriu o meu segredo.

Ele tirou o sobretudo da pequena poltrona de veludo vermelho e fez um gesto para que ela se sentasse ali. Johanne notou que a camisa dele estava abotoada só até a cintura, revelando, na abertura, os pêlos finos de seu peito. Sentiu-se estranhamente perturbada. Desviou os olhos e se sentou.

— Descalça? — Perguntou Drake, sorrindo. — Você me fez lembrar das donzelas em fuga de tempos remotos. Meus ancestrais iam as vilas menores enamorados por tamanha beleza humana. Depois eram acusados de serem demônios apenas por darem vazão aos seus desejos.

Johanne piscou algumas vezes antes de conseguir compreender as suas palavras.

— Vazão aos seus desejos? Repetiu num sussurro que ele ouviu imediatamente.

— Exatamente, sexo e sangue! Afirmou sorrindo.

— Não pensei que fosse encontrar ninguém. — Ela se desculpou mudando rapidamente de assunto o que o fez sorrir mais ainda.

— Achei mesmo que estava mais baixinha. Em dois anos acho que Aurora já vai estar da sua altura.

— Mais alta, talvez... Pois você e sua companheira possuem estatura acima do normal. — Respondeu Johanne, fingindo não perceber a provocação dele. — Não sabia que você tocava piano.

— Mas eu não toco.

— Não, mas... — Johanne corou até a raiz dos cabelos. — Deve... Já tocou...

— Minha cara humana... — Ele disse, carinhoso. — Não precisa fingir que não notou o meu defeito. Foi ferido por um humano anos atrás, uma espada de prata enfeitiçada com magia obscura atravessou a minha mão. Ou seria ela ou o meu frio coração. Satisfeita com essa informação? Depois de vinte e cinco mil anos eu lhe garanto que aceito muito bem o fato de meus dedos não dobrarem mais.

— Vinte e cinco mil anos? — Ela exclamou. — Você era então muito jovem quando... aconteceu.

— Tinha trezentos anos. — Drake suspirou. — Para um vampiro seria quase como estar saindo da infância. Mas nessa época eu já era um exímio caçador dentro do meu clã. Foi uma bobagem de um duelo, mas com resultados trágicos.

— O que foi que aconteceu?

— Nosso imperador tinha de ir a Cartana a negócios e resolveu me enviar no lugar dele. Ironicamente a viagem era um prêmio por meu último desempenho como seu fiel servo. Jeffery não era o único vampiro rebelde da família Brishen. Eu fui um vampiro prodígio em arranjar encrencas por todos os reinos. Eu era um caçador de relíquias e tenho muito orgulho disso. Chegou-se a falar de eu fazer carreira profissional, me tornando talvez o braço direito do imperador Rigard. Mas, como estava contando, o artefato que meu imperador desejava encontrar era perigoso demais para ficar nas mãos de qualquer nobre vampiro. Pelo menos era isso que eu acreditava na época. O humano estava a serviço do rei dos Lycans, ele tinha mais ou menos a minha idade, se formos colocar tudo pela cronologia humana e saímos os dois para encontrar as relíquias que os deuses deixaram espalhadas dentro os reinos. Eu já tinha encontrado muitas, outras eu roubava e dava fim em que as tinha.

— Mas isso é horrível e...

— Somos vampiros humana, ou já se esqueceu disso. Nossa leis são totalmente diferentes da sua raça. Mas eu percebeu que muitas vezes não somos tão diferentes assim. Carregamos quase a mesma sede dentro de nós. Retrucou ele refletindo. — A cidade de Azkar estava sendo reconstruída com enorme velocidade, mas ainda havia algumas ruínas deixadas pelos confrontos da guerra. Apesar de todas as proibições, nós resolvemos explorar um santuário incendiado em uma dessas lutas. E lá dentro encontramos uma das relíquias que não tinha sido descoberta.

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