05 - O Treinamento - Parte I
Calum Fireblade caminhava pelos corredores da Academia Real com a determinação gravada em cada passo. Sua aparência era um reflexo de sua herança e do rigoroso treinamento que suportara. Seus cabelos negros caíam em ondas soltas ao redor de seu rosto, quase tocando os ombros, conferindo-lhe um ar de nobreza descuidada. Seus olhos, de um azul profundo, pareciam conter o próprio oceano, capazes de esconder segredos e demonstrar uma intensidade que poucos podiam suportar por muito tempo. A pele de Calum era clara, quase pálida, contrastando com o calor fervente de seus olhos. Seus lábios eram finos, mas bem definidos, dando-lhe uma expressão que oscilava entre a severidade e a vulnerabilidade.
Ele vestia a tradicional roupa de treinamento da Academia Real, cada detalhe cuidadosamente projetado para combinar proteção e mobilidade. A jaqueta de couro negra era adornada com emaranhados padrões de brocados prateados, formando espirais e runas antigas que simbolizavam a linhagem e a honra. O couro era espesso, proporcionando resistência contra lâminas e flechas, mas suficientemente flexível para permitir movimentos rápidos e ágeis. Sobre a jaqueta, uma capa curta de cor vinho escuro pendia dos ombros, presa por um broche de prata em forma de leão, o emblema da casa Ablasak. O cinto de couro, robusto e decorado com fivelas metálicas gravadas, sustentava uma espada de treino na bainha, uma lâmina simples mas eficaz, usada para exercícios e duelos na Arena. As calças eram de um tecido grosso e resistente, em um tom de cinza escuro, ajustadas o suficiente para não atrapalhar os movimentos, mas soltas o bastante para garantir conforto. As botas de couro, altas e reforçadas, subiam até abaixo dos joelhos, protegendo as canelas e proporcionando firmeza ao andar. À medida que Calum se aproximava da Arena, o vento frio da manhã soprava através dos corredores de pedra, levantando a capa e fazendo os brocados em sua jaqueta cintilarem sob a luz pálida do sol nascente. O som dos passos ecoava, misturando-se com os murmúrios distantes dos recrutas que já haviam se reunido. A Arena, um vasto círculo de terra batida cercado por arquibancadas de pedra, era o palco onde os futuros guerreiros da Academia provavam seu valor. Calum respirou fundo, sentindo o ar frio encher seus pulmões. A tensão antes do combate era familiar e, de certa forma, reconfortante. Ele sabia que, em breve, estaria diante de seus companheiros e instrutores, pronto para mostrar o que havia aprendido e ganhar o respeito que tanto almejava. Passando pelo arco de entrada, ele lançou um último olhar para o céu cinzento acima, sentindo-se pequeno sob a imensidão, mas determinado a deixar sua marca no mundo. Na Arena, figuras já se moviam em exercícios, espadas brilhando sob a luz, gritos de comando ressoando. Calum ajustou o cinto, verificando a espada uma última vez antes de entrar no campo de treino. Seus olhos captaram as figuras familiares de seus colegas e o austero semblante dos instrutores, mas ele manteve o foco, cada fibra de seu ser preparada para o desafio iminente. Cole o seguia como uma sombra, silencioso e vigilante, cada movimento cuidadosamente sincronizado com o de Calum. Ao chegar à beira da Arena, Cole acenou para Tarys e Evan, que imediatamente dirigiram seus olhares críticos para Calum, examinando-o dos pés à cabeça com um escrutínio que poderia perfurar aço. Sem uma palavra, Cole retornou à sua posição entre as dez fileiras de jovens homens e mulheres perfilados, todos com os braços rigidamente cruzados atrás das costas, suas posturas tão firmes quanto as muralhas de uma fortaleza. Havia cem recrutas ao todo, dispostos em fileiras ordenadas, dez em cada uma, mas separados por distinções sutis e notáveis de acordo com a raça pertencente. Cinco das fileiras eram compostas por homens e mulheres de estatura elevada e cabelos brancos como a neve, uma característica rara e inconfundível de sua linhagem. Duas fileiras abrigavam aqueles de cabelos loiros, dourados como o trigo maduro, enquanto outras duas eram dominadas por recrutas de cabelos negros como a obsidiana, refletindo uma sombra profunda que parecia absorver a luz ao redor. A última fileira, distinta e singular, era preenchida por aqueles de cabelos ruivos, vibrantes como o fogo, uma raridade ainda mais notável.
Cada recruta permanecia imóvel, uma estátua viva de disciplina e determinação. O ar estava carregado com uma tensão quase palpável, uma mistura de expectativa e nervosismo que parecia eletrificar o ambiente. Calum sentia o peso dos olhares sobre ele, cada par de olhos uma promessa de desafio e rivalidade. Ele respirou fundo, preparando-se para o próximo momento, consciente de que estava sendo julgado não apenas por seus instrutores, mas também por seus pares.
— Calum, venha aqui? — Evan pediu. Colocou gentilmente a mão sobre os ombros do rapaz enquanto seus olhos corriam pelas fileiras. — Narcus, lute com ele.
Os recrutas afastaram-se rapidamente, formando um círculo ao redor dos dois combatentes. O vento soprava gentilmente sobre o campo de treinamento, levantando poeira e fazendo as bandeiras tremularem ao longe. Havia uma tensão palpável no ar, um silêncio expectante que envolvia a todos. Calum e Narcus se posicionaram, cada um com a espada em punho. O aço reluziu sob a luz do sol, e o som metálico do encontro das lâminas ecoou pelo campo quando começaram o duelo.
Narcus avançou primeiro, os movimentos fluindo com uma graça letal. Ele era um bom espadachim, cada golpe executado com precisão e velocidade. Calum tentava manter o ritmo, mas logo ficou claro que estava em desvantagem. Narcus o pressionava implacavelmente, cada ataque forçando Calum a recuar um passo a mais. Com um movimento rápido, Narcus desarmou Calum, derrubando sua espada no chão. Antes que Calum pudesse reagir, Narcus desferiu um soco no rosto dele, fazendo-o cambalear para trás. O impacto arrancou um gemido de dor dos lábios de Calum, e ele caiu de joelhos, o suor escorrendo pelo rosto.
Os recrutas ao redor murmuraram entre si, mas mantinham a formação, assistindo atentamente. Narcus não deu trégua, avançando novamente com um sorriso frio. Ele golpeou Calum mais uma vez, desta vez com a espada, o impacto ecoando pelo campo. Calum tentou se levantar, mas Narcus o empurrou de volta ao chão com um chute no peito.
— Levante-se, Keervale — zombou Narcus, sua voz cortante. — Mostre-me do que é feito.
Calum lutou para se levantar, o corpo doendo e o orgulho ferido. Ele conseguiu recuperar a espada, mas Narcus já estava sobre ele novamente, a lâmina da espada de Narcus riscando o ar com velocidade mortal. Cada golpe parecia mais pesado que o anterior, cada soco mais doloroso. O suor escorria pelo rosto de Calum, misturando-se ao sangue que pingava de um corte na testa. O vento esfriava o suor em sua pele, um contraste doloroso com o calor da batalha. Narcus o derrubou mais uma vez, a lâmina pressionada contra a garganta de Calum, os olhos brilhando com uma crueldade satisfeita.
— É isso? — Narcus murmurou, aproximando o rosto. — Esperava mais do Corvo Branco.
Calum respirava pesadamente, o peito subindo e descendo em um ritmo frenético. A dor era intensa, mas ele se forçou a ficar de pé novamente, a determinação queimando em seus olhos. Os recrutas ao redor observavam em silêncio, o vento levando consigo os murmúrios de seus pensamentos. Tarys e Evan assistiam de perto, avaliando cada movimento, cada falha e cada acerto. A luta era uma dança brutal, um teste de força e resistência, e Calum sabia que estava sendo julgado em cada instante. Mas, apesar da dor e da humilhação, havia uma chama dentro de Calum que recusava a se apagar. Ele se preparou para o próximo ataque, determinado a lutar até o fim.
Calum mal teve tempo de levantar a espada antes que Narcus avançasse novamente, seus golpes rápidos e precisos como uma cobra. O platinado desdenhava a cada movimento, suas palavras como flechas envenenadas.
— Levante-se, Corvo Branco! — zombava Narcus, sua voz fria e cortante. — Mostre-me que você não é apenas um mito.
Cada golpe de Narcus era como um martelo contra a defesa enfraquecida de Calum. A espada de Calum tremia em suas mãos, e ele mal conseguia manter o equilíbrio. Narcus se movia com uma graça mortal, suas lâminas cintilando sob a luz do sol, seus ataques implacáveis.
Calum tentou contra-atacar, mas Narcus desviou com facilidade, e antes que Calum pudesse reagir, foi derrubado novamente. Narcus deu um passo à frente, a espada apontada diretamente para o peito de Calum.
— Você é patético — disse Narcus, sua voz cheia de desprezo. — Esperava mais de alguém com uma reputação como a sua. Uma lenda.
Calum tentou se levantar, mas Narcus o chutou de volta ao chão. O ar foi expulso dos pulmões de Calum, e ele ofegou, lutando para respirar. Narcus riu, um som cruel que ecoou pelo campo de treinamento.
— Vamos, Corvo Branco. — A voz de Narcus era um sussurro de veneno. — Levante-se e lute. Me enfrente se for capaz.
Calum se levantou com dificuldade, os músculos doendo e o sangue escorrendo do rosto. Ele tentou se preparar para o próximo ataque, mas Narcus já estava em movimento. Com um golpe rápido, Narcus desarmou Calum novamente, a espada de Calum voando pelo ar e caindo longe. Antes que Calum pudesse reagir, Narcus o derrubou no chão com um golpe forte no estômago. Calum caiu de joelhos, a dor explodindo em sua mente. Narcus não deu trégua, avançando e desferindo um soco no rosto de Calum. O impacto foi brutal, arrancando um gemido de dor dos lábios de Calum e fazendo-o cair de costas. O vento soprava sobre o campo, levando consigo o som da batalha. Os recrutas ao redor se afastaram mais, observando em silêncio, seus rostos cheios de apreensão. Tarys e Evan observavam atentamente, avaliando cada movimento.
Narcus se ajoelhou sobre Calum, sua expressão de puro desprezo. Ele segurou-o pelo colarinho, levantando-o ligeiramente do chão, e começou a desferir uma série de socos no rosto de Calum. Cada golpe era mais forte que o anterior, cada soco arrancando um gemido de dor.
— Você é fraco, Corvo Branco — disse Narcus entre os socos, a voz cheia de escárnio. — Você não é nada.
Calum tentou se defender, mas Narcus era implacável. Os socos continuavam, cada um mais doloroso que o anterior, até que o rosto de Calum estava coberto de sangue. Seus olhos estavam inchados e quase fechados, e ele mal conseguia respirar. Narcus golpeava sem piedade, o sangue de Calum manchando suas mãos.
Finalmente, Calum não aguentou mais. Sua visão ficou turva, e ele sentiu o mundo ao seu redor escurecer. Narcus desferiu mais um soco, e Calum desmaiou, seu corpo caindo inerte no chão. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, os recrutas ao redor olhando com horror e respeito renovado para Narcus.
Narcus se levantou, limpando o sangue das mãos, um sorriso satisfeito nos lábios.
— É isso que acontece com aqueles que não estão à altura — disse ele, sua voz fria e cortante, antes de se afastar, deixando Calum inconsciente e ensanguentado no chão.
O vento continuava a soprar sobre o campo de treinamento, um lamento suave que parecia chorar pela derrota de Calum. Cole permaneceu inerte, os olhos fixos na situação enquanto Narcus era aclamado pelos cabelos brancos, os mais fracos olhando-o com desprezo.
— Leve-o para a enfermaria — Evan pediu.
Por um momento, a mão de Cole roçou o cabo da espada, mas erguê-la contra um homem do Rei significaria execução, então ele optou por apenas caminhar em direção à arena, observando as pessoas se aglomerarem ao redor de Calum.
— Afaste-se — pediu o juramentado. — Deixe-o respirar.
Logo, os médicos da Academia chegaram com uma maca, colocando-o cuidadosamente sobre ela e levando-o para a enfermaria do local. Narcus se aproximou de Cole; eles tinham estudado juntos anos atrás, então ainda havia um ódio latente em seus corações.
— Que pena — ele disse. — Não deveria trair sua raça e se preocupar com uma lenda falsa. Espero que encontre um emprego melhor.
Calum despertou na enfermaria da Arena, sentindo-se como se cada parte de seu corpo estivesse quebrada. Seus olhos quase se fechavam, inchados pelos socos implacáveis de Narcus. Cole permanecia sentado, observando-o em silêncio, enquanto os curandeiros se moviam pela vasta sala. O ambiente estava tenso e carregado de uma atmosfera sombria, como se a própria energia do lugar estivesse impregnada pela confusão da luta desigual que havia ocorrido ali. O cheiro metálico do sangue fresco misturava-se com o odor adocicado das ervas medicinais, criando uma mistura perturbadora de fragrâncias. O gemido baixo de Calum ecoava pelas paredes, pontuando o silêncio tenso que envolvia o recinto. Os soldados presentes observavam com expressões sérias, lembrando-se das brutalidades do combate que resultaram naquele estado lamentável.
Cada movimento de Calum era uma luta contra a dor lancinante que o consumia, enquanto os curandeiros trabalhavam cuidadosamente para aliviar seu sofrimento. O ambiente era uma dança caótica entre o desejo de cura e a realidade brutal da lesão. Nos cantos da sala, sombras dançavam, refletindo a tormenta interna de cada pessoa ali presente, capturando a essência da dor e da desolação que permeava aquele momento. O rapaz tentou mover-se, gemendo baixo.
— Aquiete-se — Cole sussurrou. — Volte a dormir.
Calum, porém, não sentia seu corpo bem. Cole constatou quando levou o dorso da mão à fronte do rapaz; a pele estava queimando, como se brasas de um carvalho tivessem sido costuradas entre a pele e a carne.
— Meu rosto... está dolorido — a voz era quase imperceptível.
— Ele é um arrogante, mas é um ótimo lutador. Será um soldado prestigiado no futuro.
Talvez não fossem exatamente essas palavras que Calum queria ouvir no momento.
— O desgraçado bate forte.
Cole lembrava-se bem disso, afinal de contas, vivia em pé de guerra com Narcus, mas as lutas eram justas, com interferência dos instrutores, muito diferente daquela de mais cedo. Tanto Tarys quanto Evan não moveram um único dedo.
— Você não está seguro na capital, Calum.
— Valeu por lembrar. Sabe quando sairei daqui?
— Sem previsão, ainda, talvez depois que estiver menos inchado — Cole disse, suavemente. — Eu ficarei com você, não se preocupe.
— Obrigado! — ele agradeceu, voltando a fechar os olhos lentamente, sendo abatido pelo sono.
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Quando Calum acordou, o sol já estava alto no céu, seus raios penetrando pelas janelas estreitas e iluminando o quarto com uma luz suave. A dor ainda estava presente, mas menos intensa, e ele conseguia abrir os olhos com mais facilidade. Cole estava sentado ao lado da cama, uma expressão de preocupação mesclada com alívio.
— Bom dia, adormecido — disse Cole, tentando soar jovial. — Como se sente?
— Melhor, eu acho — respondeu Calum, sua voz rouca. — Mas ainda dói.
Cole acenou com a cabeça, entendendo.
— Vai levar um tempo para se recuperar completamente. Narcus não pegou leve com você.
Calum olhou para o teto, suas lembranças da luta ainda vívidas. A humilhação queimava tanto quanto os ferimentos.
— Ele me odeia.
— Ele odeia o que você representa — corrigiu Cole. — Narcus é um produto deste sistema. Ele quer mostrar que é o melhor, e você é uma ameaça a isso. Ele é um Duäle, uma raça considerada pura e, você, um Keervale.
Calum suspirou, tentando sentar-se. Cole ajudou-o, ajustando os travesseiros para que ele pudesse se recostar confortavelmente. A dor latejava em seu rosto, mas ele tentou ignorar.
— Eu não escolhi ser uma ameaça — disse Calum, a amargura evidente em sua voz.
— Eu sei — Cole respondeu, seu timbre suave. — Mas você é. E isso significa que deve ser ainda mais forte, mais esperto. Não pode deixar que pessoas como Narcus te derrubem.
Calum assentiu, embora soubesse que seria difícil. A capital estava cheia de intrigas e perigos, e ele era apenas um garoto tentando encontrar seu lugar. Mas havia algo mais profundo em seu peito, uma chama que se recusava a ser apagada.
— Eu preciso melhorar — disse Calum, mais para si mesmo do que para Cole. — Preciso ser mais forte.
— E você será — asseverou Cole, com firmeza. — Eu vou te ajudar. Não está sozinho nesta luta.
Os dias seguintes foram um borrão de dor e recuperação. Cole estava sempre ao seu lado, ajudando-o a se mover, trazendo-lhe comida e água, e mantendo-o informado sobre o que estava acontecendo fora do quarto. A notícia da luta havia se espalhado rapidamente, e os recrutas estavam divididos entre aqueles que apoiavam Calum e aqueles que acreditavam em Narcus.
Finalmente, o dia chegou em que Calum estava forte o suficiente para sair do quarto. Seu rosto ainda estava inchado, mas ele conseguia andar com mais facilidade. Cole o acompanhou até o campo de treinamento, onde Tarys e Evan o esperavam.
— Calum — disse Tarys, sua voz neutra. — É bom vê-lo de pé novamente.
Calum fez uma reverência curta, sentindo todos os olhares dos recrutas sobre ele.
— Obrigado, instrutora Tarys. Estou pronto para continuar meu treinamento.
Evan assentiu, seus olhos avaliando cada movimento de Calum.
— Ótimo. Vamos ver se a sua recuperação foi completa. Narcus, venha aqui.
Narcus apareceu, seu sorriso debochado já no rosto. Ele olhou para Calum com desdém, como se estivesse ansioso para repetir a luta. Calum sentiu a raiva borbulhar dentro de si, mas manteve a calma.
— Hoje, será uma luta justa — disse Evan. — Sem interferências. Vamos ver o quanto vocês dois aprenderam.
Os recrutas se afastaram, formando um círculo ao redor dos dois combatentes. O vento soprou suavemente, carregando o cheiro de suor e esforço. Calum respirou fundo, sentindo a tensão nos músculos.
Narcus atacou primeiro, seu golpe rápido e preciso. Calum estava preparado, bloqueando com sua espada e contra-atacando com um movimento fluido. A luta foi intensa, cada golpe de Narcus sendo respondido com um bloqueio ou desvio. Mas, mais uma vez, Narcus estava em vantagem, suas habilidades superiores se destacando.
A cada soco e corte, Calum sentia a dor intensificar, mas ele não desistiu. Narcus era implacável, debochando a cada oportunidade, tentando quebrar o espírito de Calum.
— Você não tem chance, Corvo Branco — disse Narcus, sua voz cheia de escárnio. — Apenas desista.
Calum ignorou as provocações, focando em cada movimento, cada passo. Mas Narcus era incansável, seus golpes pesados e precisos. Finalmente, com um movimento rápido, Narcus desarmou Calum, a espada voando de suas mãos. Antes que Calum pudesse reagir, Narcus o derrubou com um golpe forte no estômago, seguido por uma série de socos no rosto.
O mundo ao redor de Calum começou a girar, a dor intensa demais para suportar. Narcus continuou a bater, cada soco arrancando gemidos de dor. O sangue escorria do rosto de Calum, manchando o chão. Finalmente, com um último soco, Narcus derrubou Calum, que desmaiou, o rosto tomado pelo sangue. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor. Narcus levantou-se, limpando o sangue das mãos, um sorriso satisfeito nos lábios.
— Assim é que se luta — disse ele, sua voz fria e cortante, antes de se afastar, deixando Calum inconsciente e ensanguentado no chão outra vez, menos quebrado.
Os recrutas ao redor olhavam com horror e respeito renovado para Narcus, enquanto Cole corria para o lado de Calum, tentando estancar o sangue e trazê-lo de volta à consciência. O vento soprava suavemente, carregando consigo o eco do duelo e o prenúncio de tempos difíceis que ainda estavam por vir.
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