29. Dor
N/A: Enfim, o fim está próximo. Penúltimo capítulo da aventura inicial de Mia. Me emociono do começo ao fim com essa parte, espero que aconteça o mesmo com vocês.
Obrigada por lerem até aqui. Eu disse que era o fim, mas Mia e seus companheiros vão continuar suas aventuras até o One Piece ser encontrado!
Se curtiram, deixem a estrelinha para alegrar o meu dia! <3
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A Guerra dos Melhores prosseguia no seu banho de sangue. Barba Branca fazia uma linha de frente única entre boa parte dos marinheiros, permitindo que seus homens pudessem se retirar logo atrás deles. Muitos piratas entenderam a situação, porém estavam relutantes em deixar para trás seu capitão.
Mas Edward Newgate já havia decidido. Estava na hora de deixar que a nova geração tomasse seu lugar. Pelo menos iria fazer um belo estrago para nunca ser esquecido. Concentrando o poder da fruta do terremoto na ponta da lança, Barba Branca faz uma enorme rachadura surgir na ilha, partindo quase ao meio o castelo que representa o quartel general da Marinha.
Enquanto jogava para longe dezenas de oficiais, o grande pirata lembrava-se da sua juventude, quando decidiu que o seu maior tesouro seria sua família. Sim, navegaria por aí com a sua família. "Ah, Morena, você viu como a nossa menina cresceu?", ele pensou, sentindo uma dor imensa no peito por não poder mais ver sua filha. "Ela se parece com você, linda e inteligente, mas os olhos são meus." Sentiu o orgulho preencher sua alma. "Agora que todos sabem que ela é minha filha verdadeira, não existe outra maneira, vai ter que ser pirata também." Mais um grupo era lançado para longe. Foi atingido diversas vezes por espadas e tiros, mas a única coisa que sentia era o orgulho. "Ace, você será o Rei dos Piratas, tenho certeza disso, meu filho."
Ao longe, Edward ouve os gritos de seus homens, desesperados. Uma miçanga vermelha rola até seu pé. E, mesmo sem olhar para trás, sente seu coração inundar de tristeza e raiva. Virou-se lentamente e viu Kevin correr até o meio do pátio enquanto Mia o defendia dos ataques dos dois almirantes. Aqueles moleques, bando de metidos a justiceiros.
Sem forças para nada, Luffy olhava, com desespero, o buraco enorme no peito do irmão mais velho. Seu cérebro não estava conseguindo processar a situação, as palavras mal saíam de sua boca.
- Ace...
Kevin finalmente chegou neles, já com uma esfera azul e vermelha na mão, a maior que conseguira fazer. Colocou no corpo de Ace e rezou para que funcionasse. Como médico, sabia que aquele ferimento era mortal e que Ace não teria a menor chance de sobreviver, mas esperava, do fundo do coração, que um milagre acontecesse novamente.
O almirante, percebendo o plano, investiu sobre eles com seu punho de lava, determinado a eliminar o filho de Monkey D. Dragon e qualquer um que entrasse em seu caminho.
Mia estava muito longe para para-lo, não chegaria a tempo.
Apenas com os punhos, Jinbe os defende no último instante. Fumaça saía de suas mãos.
- Como está o Ace, médico? - O tritão se dirige a Kevin, sem tirar os olhos do almirante.
O poder de Kevin começou a surtir efeito e isso encheu Luffy de esperança.
- Ace! Você vai ficar bem, Ace! - O homem de borracha não conseguia segurar as lágrimas. - Por favor, não morra!
A visão de Ace já estava ficando turva, mas ele conseguia reconhecer o seu irmãozinho. "Você está tão forte, Luffy", pensou. Ele sorriu e abraçou por cima dos ombros do rapaz.
- Me desculpe, Luffy. - Sua voz saía arrastada e sussurrada. - A minha maior tristeza... É não poder te ver realizar... O seu sonho. Eu sei... Que você será o Rei dos Piratas, Luffy.
E o peso do corpo inanimado de Ace fica sobre Luffy. O poder de Kevin não foi o suficiente e seus olhos marejavam. Ace estava morto.
Os outros piratas não conseguiam acreditar naquilo. Faltava tão pouco para estarem juntos novamente. Marco e o espadachim Daz investiram para cima de Akainu, mas não fizeram dano algum.
Eles sabiam que não conseguiriam muita coisa lutando com um monstro daquele. Estavam ganhando tempo.
O almirante de lava, pego de surpresa, recebe boa parte dos golpes de Barba Branca, sofrendo danos severos em seu corpo. Furioso, o grande pirata concentra toda sua força em seu punho. Kizaru até tenta impedir, mas Mia não deixa, acompanhando sua velocidade.
- Hoje não, tiozinho Kizaru. - Sem hesitar, a inventora lança as adagas fazendo elas se moverem rapidamente em um raio escarlate. Um dos golpes atinge em cheio o rosto do almirante, deixando um corte que atravessa o rosto na diagonal. O sangue manchava seu terno amarelo.
- Por que você não pode ser só uma mulher bonita e boazinha, hein? - De seu corpo, feixes de luz surgem e seguem em direção ao Barba Branca, mas Mia defende com seu haki e suas adagas.
Mesmo com o ferimento grave em seu peito, Barba Branca afundou o punho na cabeça de Akainu, fazendo uma cratera surgir de baixo dele. O almirante caiu penhasco abaixo, seu corpo destruído simplesmente não o obedecia.
Em seguida, golpeou os outros dois almirantes, lançando eles para longe dali.
- Você... Está bem, filha? - A voz tentava ser firme, mas a dor estava presente.
Mia era minúscula perto de Barba Branca. Segurou com o indicador e o polegar, um pouco do tecido da calça preta, como sempre fazia quando estava com muito medo.
- Vamos para casa, pai. Você precisa descansar... Com a nossa família. - Ela segurava a todo custo as lágrimas que queriam liberdade.
Aquilo era tentador. Voltar para o seu navio, fazer uma grande festa com a sua família enquanto se empanturra de saquê, gargalhando junto de seus filhos e filha. Percebeu que todo esse tempo estava segurando algo em sua mão esquerda, uma pequena baleia branca de metal, agora já um pouco amassada. Sorriu e sentiu a ternura daquele objeto.
Uma bala de canhão atinge o grande pirata. Olhou na direção que veio o ataque e viu um bando diferente daqueles da Marinha. Barba Negra soltava sua risada bizarra e apontava em direção ao capitão do Moby Dick.
- Agora como combinamos, acabem com ele!
O bando de Teach se preparou para o próximo ataque, mas com apenas um levantar de punho, todos eles sentiram o impacto da fruta do terremoto.
Mia percebeu que o pai havia se colocado a frente dela para que não levasse os golpes. "Não faça isso, pai." Ela queria ter dito, mas mal tinha forças para respirar.
Ao fundo, os outros piratas choravam pelo capitão.
Com um último esforço, Edward Newgate, o Barba Branca, proclama forjando um sorriso confiante.
- O ONE PIECE EXISTE!
Sob a sombra do pai, Mia via o corpo enorme dele ser apunhalado, queimado, socado, furado por tiros e estourado por balas de canhões. Sentiu sua tatuagem da baleia branca no braço direito formigar.
Estava tudo indo tão bem. Mia negava com todo seu ser, mesmo que a capa branca, agora em farrapos, refletisse o estado real de seu pai. As linhas em seus braços respondiam aos seus sentimentos, mesmo que ela não soubesse diferenciá-los. Por estar em negação, o choro foi travado em sua garganta seca.
Os ataques finalmente pararam. Os piratas e o próprio Barba Negra não acreditaram quando viram que o Homem Mais Forte do Mundo morrera de pé. Sem perceber que Mia estava ali, Teach prosseguiu com o seu plano. Cobriu com um pano negro e depois de alguns minutos saiu dali mostrando um sorriso maldoso.
- Vocês terão o privilégio de presenciar o renascimento do homem que será o Rei dos Piratas! - Com as mãos em formas de garra, Barba Negra arranhou o ar e assim os mares se partiram. Marineford não iria suportar por muito mais tempo, o grande castelo estava desabando.
As adaga gêmeas agora eram de um vermelho intenso, era possível sentir o cheiro forte de ferro emanar delas. Mia não conseguia mexer seus braços, mas não era necessário, as linhas já sabiam o que fazer. As adagas voaram em direção ao peito de Barba Negra, fazendo inúmeros cortes profundos e aumentados com o impacto do haki. O pirata rolava no chão tentando entender o que estava acontecendo.
Mia sai das sombras, os olhos vidrados em Teach. Ele sentiu medo, mas um medo que não esqueceria tão cedo. Lançou um mar de escuridão em direção a mulher, porém o ataque não encostava nela por causa de seu haki. Tentou puxa-la, mas aconteceu a mesma coisa, simplesmente não funcionava.
- O que estão esperando? Ela feriu seu capitão! Matem ela agora! - Barba Negra ordenou e três de seus capangas avançaram sobre Mia.
Antes que pudessem encostar nela, os três caem, inconscientes. As adagas voavam fazendo um zunido, cortando profundamente os corpos caídos.
"Por que eu não consigo parar?!", Mia gritou em sua mente, não conseguia controlar a sua raiva, sentia um monstro enorme dentro dela querendo a engolir. Algo que ela repudiou por todos esses anos que viveu viajando pelos mares. "Mate-os e você se sentirá bem. Verá como é bom sentir a vida deixar-lhes o corpo. Mate-os.", a voz de Doflamingo ressoava em sua mente.
Mas o monstro se dissipou quando ela ouviu uma voz. Aquela voz a puxou de volta a realidade. Virou-se e viu Shanks, o Ruivo, aparecer com alguns de seus homens.
- Já basta, Mia, deixe comigo daqui pra frente. - Shanks falava sem olhar para ela. Observava, sério, Barba Negra e Sengoku. - Eu vim acabar com essa guerra. Basta de matança sem sentido. Se vocês não estão satisfeitos, eu serei seu adversário. - Ele retira sua espada da bainha e olha para Teach, que treme de medo e admiração.
- Tsc, Ruivo, consegue ser bonito até mesmo com essa cicatriz. Já não tenho nada para fazer aqui, vamos embora pessoal. - Barba Negra manda ajudar a levar os piratas caídos. - A gente se vê no Novo Mundo. - Ele dá um sorriso malicioso para Mia e retira-se do campo de batalha.
Shanks torna sua atenção para Sengoku, guardando sua espada.
- Gostaria de fazer um enterro para Ace e Barba Branca.
- Tudo bem. Arcarei com as consequências. - Os outros marinheiros ficam surpresos com a decisão do almirante da frota. Antes que pudessem falar alguma coisa, Sengoku ordena. - Esqueçam os piratas, tratem dos nosso homens que ainda podem ser salvos! - Encara Mia e por mais que tivesse decidido que ela agora era inimiga, sentiu pena por seu presente e futuro.
E assim a Guerra dos Melhores termina e a notícia se espalha por todo o mundo sem a menor demora.
Três dias se passaram. Mia acorda e olha ao redor, reconhecendo o seu quarto no navio esquilo. Ao seu lado, Kevin amassava algumas coisas em seu pilão e anotava pensamentos em um caderno. Os óculos, caídos até o meio do nariz, o deixava com ar intelectual. Sorriu achando aquela cena bonita.
O médico percebeu a movimentação na cama e sorriu, aliviado, por vê-la acordada.
- Mia, como está se sentindo?
Ela ponderou, escaneou seu corpo e sentiu muitas coisas, mas resolveu falar a mais importante.
- Estou com fome. Quero um queijo quente, Kevin.
Ele deu um riso anasalado e levantou-se da cadeira.
- Eu vou fazer um para você. Já sei, com três tipos de queijos e pão torrado na manteiga. A Amy me ensinou, não vai ser a mesma coisa, mas vai ficar bom. Tome esse remédio, vai te trazer forças e diminuir as dores... - Ele pausou um pouco e continuou. - Do corpo.
Mia obedeceu e tomou o medicamento, fazendo careta no final. Sentiu seu corpo relaxar e resolveu levantar da cama. Observou as marcas de arranhão e cortes em todo o quarto, um tilintar de leve em um armário dizia para ela que suas adagas estavam agitadas. Olhou para um espelho de corpo inteiro rachado e percebeu que estava com um pijama de mangas compridas. Desabotoou e olhou para seu braço direito, as tatuagens das pessoas que tanto amavam. Mas por que sentia que algumas não estavam ali?
Um toque na porta e Shanks entra trazendo uma bandeja com um lanche e um suco.
- Nunca vi alguém gostar tanto de queijo quente. Venha, sente-se aqui e... Por que está só de sutiã? Está com calor? - Com esforço, Shanks tentou não soar como se estivesse dando em cima dela. Ele sabia que era um momento delicado.
Mia corou e tentou se cobrir um pouco com o braços. Seus pensamentos, apesar de estarem um turbilhão de coisas, sempre eram bem selecionados. A voz dela soava suave, tentando mascarar a tristeza profunda.
- Eles se foram né? O Ace e o meu pai? Não foi um sonho ruim...- Ela olhou para o ruivo e ele a respondeu com ternura e piedade.
- Sim. Mas eles lutaram com bravura e você fez o que pôde. - Os olhos dela baixaram para o chão e fecharam com força, tentando recusar essa dura realidade. Mesmo que forçasse, não conseguia chorar. - Nós faremos o enterro deles daqui a dois dias. Seria bom você ir para se despedir, mas se não quiser, está tudo bem. - Ele tocou no ombro dela e saiu do quarto, fechando a porta. Ficou por alguns minutos ali, lutando com ele mesmo para não abraça-la. A tatuagem em seu ombro, de tempos em tempos, doía tão intensamente que um ferimento em batalha não era nada comparado àquilo.
Era o dia do enterro e estava belo. O céu azul e as poucas nuvens branquíssimas, os raios de sol acariciavam gentilmente a pele. Mas os ânimos eram outros. Em uma ilha no Novo Mundo, os piratas sobreviventes, filhos do falecido Barba Branca e irmãos de Ace choravam pela sua perda.
Em frente aos dois túmulos, belamente arrumados, Marco, Kevin, Shanks e Mia se despediam.
Com olhos inchados de tanto chorar, Marco agradece do fundo do coração pela solidariedade do Ruivo.
- Ruivo, estou em débito com você. Todos os piratas do Barba Branca estão. Somos eternamente gratos e se você precisar de nós, apenas chame que iremos onde quer que esteja.
- Fico feliz em ouvir isso, Marco. Ele era meu inimigo, mas tenho enorme respeito por ele. E Ace era muito corajoso e forte, uma perda inestimável.
Enquanto falavam, Mia deixou a pequena baleia branca de metal ao lado das flores.
- Era o preferido dele. Ele sempre guardou tudo que você deu pra ele, Mia. Ele te amava verdadeiramente. - Marco disse apoiando a mão sobre o ombro dela.
Ela sorriu fraco e tirou uma corrente de prata com um pingente arredondado. Kevin reconheceu na hora. Mia depositou o objeto na base do túmulo de Ace e riu, lembrando-se de como o havia recebido.
- Sem saber ele me deu de presente uma das minhas primeiras invenções. - Apertou um botão lateral e o pingente se abriu, revelando, na parte da direita, a imagem dela e Ace sorrindo. Juntou as duas mãos perto do peito, fechou os olhos e disse baixinho. - Descansem em paz.
Kevin abraçou Mia com afeto.
- Tome os remédios e lembre-se que temos que trocar... - Apontou em direção ao lado esquerdo do peito de Mia. Olhou para Marco que o aguardava para zarparem pedindo mais alguns segundos. - Mia, eu sinto muito. Sinto muito não poder ficar ao seu lado...
Mia forçou-se a mostrar um pouco mais de ânimo. Sabia que o amigo estava tão mal quanto ela e também tinha o Marco. Se mostrasse sua fraqueza, Kevin iria desistir de tudo para cuidar dela e isso seria injusto.
- Kevin, a gente se fala, ok? - O sorriso fraco da inventora não mascarava o que a tatuagem transmitia, mas mesmo assim se despediu.
O Red Force servia de guia para o Rainbow Squirrel já que Mia não estava em condições para navegá-lo. Da popa do pequeno navio, Mia observa o monte de terra ficar cada vez menor. No seu braço direito, as tatuagens que representavam Ace e Barba Branca estavam praticamente apagadas. Mia sentiu o último resquício da tinta simplesmente sumir.
Shanks se aproxima, devagar e silenciosamente, observando o pequeno ponto minúsculo que agora era a ilha. Seu ombro esquerdo, onde estava a tatuagem da garrafa de vinho, nunca parou de latejar, desde o início da guerra. Respirou fundo e tomou coragem para envolver Mia com a sua capa preta para esquentar seu corpo que estava anormalmente mais gelado. Passou seu braço ao redor dela, a envolvendo completamente. O pingo quente no ombro da inventora a fez voltar para a realidade. Shanks soltava pequenas gotas cintilantes que rolavam pelas suas cicatrizes em um ritmo constante.
- Eu... te fiz chorar? - Mia perguntou, ingênua. Também sentia a imagem da garrafa queimar sua pele. Antes que ela pudesse se desculpar, Shanks se adianta.
- Não... - Falou hesitante. - Eu choro por você, Mia. - Apertou um pouco mais seu abraço, tentando fazer com que seu calor chegasse nela. - Está doendo, não está? Eu sei que está. Vamos, está segura comigo, Mia, desative seu haki.
Mecanicamente ou por ser o Shanks, Mia obedece e sente imediatamente aquele calor que tanto gosta. Ali, ao lado do Ruivo, sentia-se livre em ser ela mesma, as amarras formadas pelas palavras ditas por sua mãe se dissolviam lentamente, fazendo ela sentir aquele bolo familiar formar em sua garganta, mas por força do hábito o reprimiu.
Shanks percebeu o ato e a trouxe ainda mais perto de seu corpo. Estava tão gelada que o fazia arrepiar de uma maneira que não gostava. Mia ficou de frente para ele, afundando o rosto no peitoral do pirata.
- Eles se foram, não é? - Teve que confirmar pela enésima vez.
- Sim.
- A culpa foi minha?
- Mia... Você fez tudo o que estava ao seu alcance. - Shanks morde o lábio inferior, lembrando mentalmente toda a narrativa de Marco sobre a guerra. Fora praticamente um milagre o que Mia realizou. - Apenas... aconteceu. - O pirata arfou com a dor aguda que sentiu no peito junto das lágrimas que molhavam sua camisa. A envolveu ainda mais, tanto para consolá-la quanto para suportar aquela dor que há muito não sentia. O lamento era silencioso, mas o Ruivo conseguia ouvir, Mia soltava as lágrimas que gritavam para saírem, acumuladas desde os momentos felizes e os tristes em que viveu. Os ombros chacoalhavam convulsivamente, acompanhados de soluços e fungadas de nariz. Agora percebeu porque ela se continha. Sob a capa, as imagens do braço direito de Mia simplesmente moviam-se por vontade própria. "A dor...", ele pensou, "ela não queria que os outros a sentissem também!"
Shanks ficou ali ao lado de Mia até ela cair no sono sem perceber, exausta. E mesmo dormindo, as lágrimas não cessavam, assim como seu sofrimento.
Ao redor do mundo, em ilhas distantes ou não, e até mesmo quem não tinha as imagens especiais gravadas em suas peles, as pessoas próximas de Mia sentiram um tremendo aperto no peito, como se a chama da esperança já não existisse mais.
Apenas dor.
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