11. Quando tudo está bem...
N/A: Olá, como vai?
Queria saber o que está achando da história até aqui. Ficarei feliz em saber sua opinião! E também se tiver alguma dúvida, se faltou algo na narrativa, fique a vontade para comentar.
Essa parte é um pequeno timeskip chegando no início da jornada de Luffy.
Ainda tem muito mais aventura no navio panda.
Boa leitura e cuide-se!
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O mar estava calmo e nenhum vento parecia soprar naquele pedaço da Grand Line, mas isso não era problema para o navio panda, que seguia seu caminho numa velocidade agradável. A passagem para essa parte do mar foi tranquila graças as grandes habilidades de navegador de Ângelo e o equipamento avançado de logs permitia que pudessem escolher para qual ilha iriam, o que era bem conveniente.
Mia observava o horizonte lembrando da conversa que teve com Smoker, seu ex-noivo, em Loguetown, um pouco antes de partir.
"- Você sabe que estamos em uma época complicada, Mia! Olhe para esses piratas achando que podem fazer o que quiser!
- Eu sei, eu sei, Smoker, e é por isso que eu preciso sair de Starlight. Não é por estar em uma gaiola que vou estar segura e feliz!
Gentilmente, o capitão da Marinha envolve o rosto de Mia com as mãos, encostando a testa com a dela, deixando mais evidente o aroma do charuto que havia acabado de fumar.
- E se acontecer algo com você? E se aquele maldito ir atrás de você de novo? Eu não vou conseguir viver em paz sabendo que você não está bem. - Ele a encara nos olhos amarelos e vê que ela não está presa ao que aconteceu no passado, mas no futuro que pode acontecer. Suspirou e se afastou, passando as mãos nos cabelos brancos, de costas para Mia. - E o nosso casamento?
Mia massageia o dedo anelar onde era para estar um lindo anel de brilhante. Lembrou de tudo que passou em Dressrosa, não escondeu nada do que fez lá durante seu período em cativeiro. Seu coração, a principal vítima de todo esse acontecimento, estremeceu, transferindo o aperto que sentia para todo o corpo.
- Acho... Que é melhor você encontrar outra pessoa, Smoker. - Sua voz falhava, adorava o marinheiro, mas concluiu que ela não era boa o suficiente para ele. Um gosto amargo se espalhava em sua boca, como se uma imundice tomasse conta de todo o seu corpo e mente. Agradeceu por Smoker estar de costas para ela. - Eu devo muito a você, por isso pode contar comigo se precisar de algo. E...
- Está tudo bem, Mia. - A voz de Smoker estava mais rouca que o normal. Acendia dois charutos de uma vez, tragou profundamente e soltou de uma vez a fumaça, tentando soltar também a tristeza que sentia. Observava pela janela de sua sala os homens treinando logo abaixo. Torcia para que ninguém visse seu rosto tristonho. - Por causa desses piratas, tenho pilhas e pilhas de coisas para fazer, logo, ficaríamos tanto tempo sem nos vermos. Será mais fácil eu lidar com o trabalho sem sentir saudades de você. - Ele sente um toque leve no seu braço e seu corpo desmancha, deixando os charutos caírem no chão. Fitou Mia, por longos segundos, para memorizar o seu belo e triste sorriso. Não conseguiu resistir ao convite que a mulher fazia, um abraço de despedida. - Mantenha contato, está bem?
- Uhum, você também. Se precisar de algo, sabe pra qual número ligar.
A porta da sala se fechou e novamente o perfume floral que Mia usava era mais forte que a fumaça do charuto. Pegou os que havia caído no chão e deixou-os no cinzeiro. Não chorava, mas sentia aquele bolo entalado na garganta. Tirou do bolso a única foto que tinham juntos. Começou a rasgar pelo topo, mas parou no meio do caminho. Vasculhou sua mesa pela fita adesiva e arrumou o corte, fitando o rosto jovial e alegre de Mia. Lembrou desse dia e de vários outros que ela resolvia viajar com ele para acompanhá-lo no trabalho, deixava as tarefas mais leves. Guardou a fotografia no bolso interno da jaqueta e voltou-se para o mar.
- Eu ainda não consigo deixar você sair do meu coração...
A porta abre e Tashigi entra com mais uma pilha de trabalho. "Será uma semana bem longa...", pensou Smoker."
De volta ao presente, os pensamentos de Mia são interrompidos pelo toque estranho do seu denden mushi preto e velho. Atendeu e reconheceu a voz que detestava do outro lado da linha.
- Está finalmente vindo me ajudar nas pesquisas, filha?
- Vegapunk, é muita coragem sua falar comigo depois de roubar meus projetos. Espero que esteja fazendo bom proveito.
- Ah, claro, seu coração artificial será uma revolução para o progresso da paz no mundo! Que tal trabalharmos em um projeto juntos e...
- Pode parar por aí! Eu já disse que só chamei você para salvar minha vida. Qualquer coisa além disso é puro achismo seu.
- Bom, você está em dívida comigo...
- Belo pai que coloca a vida da própria filha na balança. Você tem os projetos, estamos quites.
- Então diga isso para Sengoku e talvez para um pessoal da Marinha que ele mande vez ou outra atrás de você...
- Não se preocupe, eu dou um jeito. Tchau.
Segundos de silêncio deixam o momento desconfortável, mas Vegapunk finalmente o quebra.
- Que bom que está bem, filha...
O denden mushi desliga e logo em seguida, Amy bate na porta, abrindo-a. Mia faz sinal para entrar e sentar.
- Conversa difícil, Mia-san?
- Era o meu pai me chamando para suas pesquisas malucas.
- E imaginar que seu pai é o doutor Vegapunk! Aqui, coma enquanto está quente, queijo quente com três tipos de queijo e pão crocante como a senhorita gosta. - A cozinheira derramou um líquido doce e dourado sobre o lanche. - E um pouco de mel lá de Starlight. Sei que a senhorita passou mals bocados, mas parece que seu pai quer se aproximar de você. Isso não é bom?
- Hmmm, Amy do céu, que maravilha que está esse queijo quente! - Mia lambia os dedos sem se preocupar com a etiqueta. - Só se for bom pra ele. Nós vamos prosseguindo nossa viagem. Aliás, não achamos nenhum médico em Drum, né?
- Sim, o que é estranho já que a ilha era conhecida pelo seus doutores, principalmente o médico charlatão.
- O doutor Hiriluk, né? Devia ser uma pessoa e tanto! Queria poder ter conhecido ele. Ah! A próxima parada será em Alabasta, está animada, Amy?
- Nem me fale! Sempre quis conhecer a culinária deles! Espero que tenham temperos diferentes para eu plantar no meu jardim.
Os dias foram se passando assim no navio panda. Entre conversas e refeições, os pesquisadores e cientistas davam o seu melhor para prosseguir na busca de novas tecnologias e conhecimentos.
Novos piratas iam surgindo, traçando sua página na história dos piratas. Mia sorriu ao ver o cartaz de procurado de um tal Luffy Chapéu de Palha. Sabia que o garoto tinha energia para perseguir seu sonho de ser o Rei dos Piratas.
A Marinha não ficava para trás, aumentando o número de marinheiros, armamentos e navios. Em alguns lugares era corrupta, em outros, ditatorial. Aqueles que duvidavam, seja um pouco, da tal justiça, eram massacrados, assim como ilhas que iam contra a Marinha e o Governo Mundial.
Starlight passava bem apesar da época turbulenta. Sua posição como fornecedora de recursos para a Marinha sem ser totalmente afiliada a tal era uma ótima barganha e a Laurent Security conseguia dar conta de piratas que entravam na cidade para fazer arruaça. Com o tempo, a influência de Starlight foi crescendo em países livres, o que não passou despercebido pelos olhos do Governo. Seja em tecnologia de altíssima qualidade a supérfluos que trazem certa felicidade, em cultura, educação e conhecimento, Starlight fazia vilas moribundas renascerem das cinzas. Agora, a cidade era conhecida como um porto seguro para àqueles que fugiam da guerra e violência, um recomeço, a esperança de uma vida melhor. Isso tudo por causa do Rainbow Panda, que viaja incansavelmente pelos mares, espalhando a luz da sua estrela, que por um bom tempo não passará despercebida.
Entre falhas e acertos, novas descobertas eram feitas no navio panda. Alguns tripulantes deixavam a equipe não por desavenças ou incompatibilidade, mas por se apaixonarem pela ilha ou pelo vilarejo. Por isso sempre havia uma vaga para quem quisesse. Os que se mantinham firmes e fortes viajando por aí sem parar eram Mia, a comandante do navio, Ângelo, navegador e imediato, Amy, cozinheira, pesquisadora e jardineira nas horas vagas, e Gus, timoneiro e responsável pela segurança, já que era o mais apto nas artes marciais.
Entre crises e felicidades, todos seguiam juntos, enfrentando as dificuldades.
- O que faremos, o que faremos? - Ângelo sussurava, andando de um lado a outro, com as mãos na cabeça. - Mia-san, por que pediu pra trazer o corpo pra cá?
- Você acha o que, Ângelo? Deixar o cara morrer por um erro meu? É claro que não!
- M-mas, ele está vivo? - Amy ousou toca-lo e sentiu a pulsação. Estava vivo e gemia de dor, fazendo movimentos leves. - Aí meu deus! Ele tá vivo! Ele vai nos matar!
Os outros cientista e pesquisadores pularam, de desespero, para longe do corpo do homem, com olhar apavorado.
- Calma, gente! - Mia gritava no meio de todos, se aproximando do corpo e avaliando as condições de saúde. - Gus, traz o bracelete de Kairouseki, só por garantia. Precisamos de um médico, urgente!
Um silêncio.
- Mia-san, não temos um médico entre nós...
- Droga, eu sempre quis dizer essa frase. - Com um pano limpo, a comandante passa nas costas sujas de fuligem, revelando uma enorme tatuagem. - Pronto, agora lascou.
Todos ali no convés estavam estupefatos, atônitos, assustados e com vontade de nunca ter pisado naquele navio panda. Ângelo quase tinha sua alma saindo do corpo. Amy estava em um canto escrevendo seu testamento.
Nas costas do homem gravemente ferido todos reconheceram a tatuagem do bando do Homem Mais Forte do Mundo, um dos Imperadores dos mares, o grande pirata Barba Branca. Um calafrio passou na espinha de todos ali.
- Bom, vamos torcer para ele não morrer, certo? - Mia tentava mostrar confiança, mas seu sorriso torto e as pernas tremendo demonstrava o pavor que estava sentindo.
Todos dizem ao mesmo tempo.
- Vai ser uma longa semana...
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