41| Corações
•Música de sugestão:
Mark Ronson - Nothing Breaks Like a Heart
Tento aproveitar um dia tranquilo e distraído após a alta do Ran. Decidimos ir ao shopping fazer algumas compras para Ran, para ajudá-lo a se sentir melhor e mais à vontade depois de tudo pelo que passou. Andamos pelas lojas, rindo e conversando, e é bom ver um pouco de normalidade voltando às nossas vidas.
Caminhamos até uma loja de roupas, e enquanto Ran escolhe algumas peças, ouço o início da música "Nothing Breaks Like A Heart" do Mark Ronson tocando nos alto-falantes. A melodia nostálgica me faz parar por um momento e quando olho para Ran e Rindou, vejo algo que me faz sorrir de orelha a orelha.
Ali, no meio da loja, sem se importar com os olhares julgadores ao redor, Ran e Rindou começam a dançar. É uma dança cheia de vida e alegria. Rindou segura as mãos do Ran e giram, rindo alto. É como se todos os problemas do mundo tivessem desaparecendo pelo menos por esses poucos minutos.
Eu me junto a eles, não na dança, mas no riso. Sinto uma onda de felicidade genuína me envolvendo. Ran, que estava lutando para sair do coma, agora dança livremente com seu irmão, despreocupado e sorridente. A cena é tão pura e verdadeira que quase me faz chorar de alegria.
Enquanto a música continua, vejo outras pessoas na loja nos observando. Alguns sorriem, outros parecem surpresos, mas ninguém tenta interromper. É como se por um breve momento, todos compreendessem a importância dessa dança, desse instante de felicidade.
Quando a música termina, Ran e Rindou param de dançar, respirando pesadamente, mas ainda rindo. Eu corro até eles e os abraço, sentindo mais conectada e grata do que nunca.
— Vocês são incríveis. — digo, apertando eles com força.
Ran sorri para mim, ainda ofegante.
— Nada quebra como um coração. — Ran cita, meio brincando, meio sério.
E eu sei que ele está certo. Nada pode quebrar nossos corações quando estamos juntos, enfrentando tudo de mãos dadas.
Ran escolhe algumas peças de roupas e as experimenta no provador, que assim que ele deixa o local, vai imediatamente para o caixa pagar pelas compras. Assim que deixamos a loja, Rindou olha para Ran e diz:
— Pronto para colocar um piercing?
— Eu já nasci pronto, pirralho.
Vemos em direção a um estúdio de body piercing. Ran e Rindou ainda estão com essa ideia maluca de colocar piercings combinando, e eu não poderia perder isso por nada.
Ao chegar, Ran explica ao piercer o que ele deseja, nele e no seu irmão, realiza o pagamento e logo o rapaz os leva para uma sala, e eu faço questão de acompanhar.
Primeiro, é a vez do Ran. Ele escolhe furar a sobrancelha do lado esquerdo. Observar ele é quase surreal, ele está tão tranquilo, como se estivesse apenas tomando um café ou algo assim. O piercing desliza pela pele sem que ele demonstre um pingo de dor. Ele sorri para mim enquanto o piercer termina, e eu retribuo, admirando sua coragem.
Mas a verdadeira diversão começa quando chega a parte do piercing combinado. Eles decidiram furar a língua. Assim que o piercer começa a preparar as ferramentas, sinto a antecipação crescendo. Rindou é o primeiro a ir. Ele senta na cadeira e, assim que o piercing atravessa a língua, sua expressão se transforma em uma máscara de dor. Seus olhos se enchem de lágrimas, e ele solta um pequeno gemido.
Eu já estou tentando segurar o riso quando chega a vez do Ran. Ele também se senta, aparentando a mesma confiança de antes. Mas assim que a agulha perfura sua língua, ele faz uma careta de dor tão engraçada que não consigo mais me controlar. Começo a rir tanto que quase caio da cadeira onde estou sentada.
Lágrimas escorrem dos olhos dos dois, e Ran lança um olhar repreensivo na minha direção, como se dissesse "Isso não é engraçado!". Mas isso só faz com que eu ria ainda mais.
Finalmente, o procedimento termina, e Ran e Rindou se levantam. Eles tentam falar, mas suas vozes saem embargadas e enroladas, como se estivessem com a língua presa.
— Acho q-que a gente c-conseguiu. — Rindou tenta dizer, e Ran concorda com um som gutural.
Eu estou rindo tanto que mal consigo respirar. Eles olham para mim, com uma mistura de irritação e diversão.
— N-não é t-tão engraçado. — Ran tenta protestar, mas sua voz distorcida só torna a situação ainda mais hilária.
Depois de alguns minutos, finalmente consigo me recompor.
— Vocês dois são os melhores. Ainda bem que eu preferi manter minha língua intacta.
Apesar da dor e da confusão, Ran e Rindou acabam rindo também. É um momento que nunca vamos esquecer, e a memória deles tentando falar com piercings novos na língua vai me fazer rir por muito tempo.
— Preciso ir ao banheiro. — diz Ran. — Vou rápido, prometo. — ele diz, dando um sorriso travesso antes de se afastar.
Rindou e eu decidimos esperar sentados em um banco próximo. Conversamos sobre coisas triviais, mas conforme os minutos passam, começo a ficar preocupada. Ran está demorando mais do que o esperado. Rindou também parece inquieto, olhando em direção ao banheiro repetidamente.
Finalmente, depois do que parece uma eternidade, Ran aparece. Ele caminha graciosamente até nós, seu rosto iluminado por um sorriso. Quando chega perto, ele se abaixa, aparentemente para arrumar o cadarço do tênis.
Mas, de repente, ele se ajoelha. Meus olhos se arregalam de surpresa quando ele tira uma caixinha de veludo vermelho do bolso.
— Sassy, eu passei muito tempo longe de você, sem poder dizer o quanto você significa para mim. Você foi minha força durante todo esse tempo, mesmo quando eu estava inconsciente. Eu não quero mais passar um dia sem que você saiba o quanto eu te amo. — ele abre a caixinha, revelando uma bela aliança de prata. — Sassy, você aceita namorar comigo?
As lágrimas enchem meus olhos enquanto a emoção me invade. Fico em choque e em silêncio por alguns minutos, e noto a preocupação no olhar do Ran, mas logo abro um sorriso e respondo:
— Sim, Ran, eu aceito. — digo com a voz trêmula de felicidade.
Ele coloca a aliança em meu dedo, e eu faço o mesmo com a dele. Quando ele se levanta, nós nos beijamos, um beijo cheio de amor e promessa. Ao nosso lado, Rindou assobia animado, um sorriso largo no rosto.
— Finalmente! — Rindou exclama. — Eu já estava achando que ia ter que dar uma ajudinha.
Todos rimos juntos, e no meio daquela felicidade, eu sei que estamos prontos para enfrentar qualquer coisa, desde que estejamos juntos.
— Você não foi ao banheiro então... não é? — falo ligando os pontos.
— Não. Eu precisei dizer isso para que eu saísse sem você notar nada de suspeito. — ele sorri e entrelaça os nossos dedos. — Gostou?
— Eu amei a sua supresa, Ran. A aliança é linda. Você tem muito bom gosto. — falo sorrindo.
— Obrigado. — ele diz e me beija. — Então, amor, tem uma coisa que preciso te dizer sobre nosso... hm, novo status de relacionamento.
— O que é? — pergunto curiosa.
— Eu estou com um piercing na língua, você sabe, e... vai levar de 4 a 6 semanas para cicatrizar. — ele diz enquanto voltamos a caminhar pelo shopping.
— Ok. — falo e faço uma pausa. — Mas você ainda pode... beijar? — pergunto e vejo um sorriso travesso no rosto dele.
— Eu ainda posso beijar, amor. Mas talvez a gente tenha que ser um pouco... cuidadosos. Não quero arriscar um beijo que acabe em dor agonizante. — ele fala e solto uma risada.
— Então, você está me dizendo que nossos beijos vão ter que ser suaves e cuidadosos?
— Exatamente. Por enquanto, nada de beijos acrobáticos. Apenas toques leves e carinhosos.
— Certo, meu amor. Eu vou tomar nota.
— Ótimo. Porque se você me machucar, vou ter que cobrar uma taxa de dor e sofrimento. E essa taxa é... mais beijos, claro. — ele responde sorrindo.
— Hm, parece um acordo justo. Vou ser a enfermeira mais cuidadosa do mundo. — falo e encosto o meu rosto em seu braço.
— Esse é o espírito. E lembre-se, em 4 a 6 semanas, estaremos prontos para a ação completa. — ele diz malicioso.
— Mal posso esperar.
— Eu também. — ele diz e pisca para mim. — Enquanto isso, vou praticar ser paciente. E talvez, só talvez, usar isso como uma desculpa para mais abraços.
— Abraços, eu posso garantir. — falo e deposita um beijo em sua bochecha.
— Ei, pombinhos, até quando vai durar esse namorico? Preciso saber se devo preparar meus óculos de sol para tanto brilho. — diz Rindou e lança um olhar brincalhão para nós.
— Por que, está ofuscando você? — questiona Ran rindo.
— Desculpa, Rindou. Estamos muito melosos para você? — falo irônica.
— Só um pouco. Se isso continuar, vou começar a cobrar uma taxa por segurar vela. — ele diz e arruma o óculos no rosto.
— Ah é? E quanto seria essa taxa? — pergunta Ran curioso.
Rindou coça o queixo e pensa por alguns segundos e logo responde.
— Bem, considerando a intensidade do romance aqui, eu diria... um milkshake de chocolate por cada hora que eu tiver que assistir a essa demonstração pública de afeto.
— Isso parece um preço justo. Mas você não vai reclamar se eu pagar com um milkshake de morango, vai? — questiono rindo, eu não posso perder a oportunidade de provocar ele.
— Morango? Quem você acha que eu sou? — ele questiona e coloca as mãos na cintura. — Só aceito chocolate, obrigado.
— Ah, então a gente tem um crítico de milkshakes por aqui. Vou lembrar disso. — diz Ran e aperta a bochecha do irmão.
— Tudo bem, Rindou. Vamos garantir seu milkshake de chocolate. Mas você tem que admitir, somos adoráveis juntos. — falo e olho para ele que apenas balança a cabeça e ri.
— Sim, sim, vocês são. Só não me façam perder a conta dos milkshakes, ok? Eu tenho uma vida social a manter.
— A gente vai te deixar de boa, Rindou. E quem sabe, até conseguimos um desconto na sua taxa de vela. — brinca Ran.
— Bom saber. Agora, continuem com o namorico, mas lembrem-se, estou sempre de olho. E com fome de milkshakes. — ele responde e todos nós caímos na garganta.
Me sinto tão radiante por estar namorando com o então, meu Ran Haitani. Cada momento ao seu lado é uma explosão de alegria e amor.
A maneira como ele me faz sorrir, como ele cuida de mim e como compartilhamos nossos sonhos e medos me enche de gratidão. Estar ao lado de Ran me faz sentir completa e confesso que estou ansiosa para descobrir o que o futuro reserva para nós e continuar construindo nossa história juntos.
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